sexta-feira, 2 de julho de 2010

Na estimulada, tudo igual; na espontânea , a diferença - Por José Dirceu


Até o momento e com acesso apenas aos dados publicados pelo jornal, só são possíveis análises parciais sobre a nova rodada do Datafolha. O que se pode dizer desde já é que não há mudança significativa entre os resultados de intenção de voto estimulados de uma rodada para outra do instituto. Eles continuam apontando empate técnico. Há sim, grandes diferenças entre eles e a IBOPE/CNI e a Vox Populi/Grupo Estado/Rede Globo. Um aspecto dos mais importantes a ressaltar é que a metodologia do Datafolha não leva em conta o meio rural para realizar sua pesquisa de fluxo. Ou seja, entre 15% a 20% do eleitorado não é sondado. Portanto, Dilma atinge este patamar de intenção de voto, mesmo sem que parte do eleitorado que tem ampla preferência por ela seja ouvido pelo instituto paulista. Há, ainda, a considerar outros aspectos metodológicos que podem implicar em determinadas margens diferentes dos demais institutos.

A certeza de que venceremos

Não está visível a olho nu, o principal e mais importante dado trazido por essa pesquisa Datafolha de hoje. Mas, o fato é que ela é a prova cabal e precisa de que mesmo com todo o massacre representado pela propaganda política - e da candidatura mesmo - promovido pela oposição nas inserções partidárias no rádio e na TV e pagas pelo contribuinte de São Paulo, seu candidato a presidente José Serra (PSDB-DEM-PPS) continua a caminho da derrota.

Como mostra a pesquisa, ele já está atrás na espontânea, acumula mais rejeição e continua se encaminhando para perder no 2º turno para nossa candidata Dilma Rousseff (governo-PT-partidos aliados). Pior, é que a Folha escondeu a ascensão de Dilma nesse último quesito. Embora noticie a pesquisa em três páginas (A4, A6 e A7), o jornal dedica somente um parágrafo de apenas seis linhas, escondido no meio de todo o material, para dizer que, também por essa sua sondagem eleitoral, Dilma está prestes a ultrapassar Serra. Se o 2º turno fosse agora Serra teria 47% e Dilma 45%, portanto, empatados dentro da margem de erro.

Por fim, outro dado de extrema importância embutido nessa pesquisa e que a Folha caprichou em dar com a máxima discrição: a maioria dos eleitores já considera que Dilma será a próxima presidente do Brasil - 43% acreditam que será ela, contra 33% que apostam que será Serra. Para comprovar o quanto essa maioria está certa em suas previsões, basta olharmos para os nossos palanques estaduais e para o arco de alianças nos quais temos uma superioridade extraordinária sobre Serra.

Já os dele, ao contrário, refletem nitidamente a fraqueza dos palanques e coligação de sustentação à sua candidatura, a trapalhada do vice, e a crise interna do PSDB e de sua aliança em São Paulo, o Estado-sede da mais importante secção do PSDB no Brasil. Isso sem falar nas pesquisas Vox Populi desta semana e IBOPE da semana passada que dão Dilma na frente - em ambas ela está com 40% da preferência do eleitorado e Serra com 35%.

Por tudo isso sabemos que somos favoritos. Assim, o que temos que fazer é campanha - bem feita, bonita, confiante, com garra. Em tudo isso nossa militância é mestra. Então, agora é ir para a rua com a certeza de que venceremos.


Por que apoiamos Dilma


A pergunta - na verdade um título dado a seu comentário dessa semana - é do jornalista Mino Carta em um excelente artigo publicado no portal da CartaCapita (do qual é diretor). Com o texto, ele justifica aos seus leitores o apoio da revista à candidatura Dilma Rousseff (governo-PT-partidos aliados).

De acordo com o jornalista, a revista apoia Dilma pelas qualidades e fidelidade da candidata ao presidente da República, pela "competência, a seriedade, a personalidade e a lealdade a Lula". A palavra de Mino Carta: "Em Dilma Rousseff enxergamos sem a necessidade de binóculo a continuidade de um governo vitorioso e do governante mais popular da história do Brasil".

Por isso, acentua o jornalista, CartaCapital hoje, com a mesma disposição que teve em 2002 e 2006, apoia a candidatura da representante do PT. E Mino complementa: "apesar das críticas ao governo que não hesitamos em formular desde então, não nos arrependemos por essas escolhas. Temos certeza de que não nos arrependeremos agora."

Um exemplo para toda a mídia

"Reconhecemos em Dilma Rousseff a candidatura mais qualificada e entendemos como injunção deste momento, em que oficialmente o confronto se abre, a clara definição da nossa preferência", anuncia Mino. Ele lembra e justifica que "é da praxe da mídia mais desenvolvida do mundo tomar partido na ocasião certa, sem implicar postura ideológica ou partidária".

Como vocês podem ver, uma declaração clara e objetiva que esclarece aos leitores de CartaCapital o apoio dado a Dilma. Um exemplo para toda a mídia brasileira e uma postura absolutamente oposta à adotada por toda a nossa grande imprensa.

Esta, não apenas ludibria seus leitores, bradando uma pseudo neutralidade no jogo eleitoral, como editorializa notícias, cria factóides e diariamente em sua política de "dois pesos, duas medidas" serve aos interesses do candidato da oposição, José Serra (PSDB, PPS e DEM). Sem jamais confessar publicamente, sequer admitir essa postura.

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