segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Presidente do PSDB abandona aliado



SHEILA BORGES
Por ANTONIO ATEU


Pernambuco - Jarbas e Guerra à beira do rompimento

Tucano faz festa em Limoeiro para lançar a candidatura à Câmara e não pede voto para o candidato ao governo da sua coligação, Jarbas Vasconcelos. Questionado sobre a ausência, demonstrou irritação.

Sheila Borges, Jornal do Commercio

Visivelmente cansado e estressado, o senador Sérgio Guerra (PSDB), candidato a deputado federal, não escondeu a sua irritação quando indagado sobre a ausência do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) – candidato a governador da coligação do tucano – na festa que marcou o início oficial de sua campanha, no sábado à tarde, em Limoeiro, no Agreste.

Deixou evidente que a sua campanha está correndo solta, descolada da de Jarbas, uma vez que boa parte de seus aliados – prefeitos e candidatos a deputado estadual com os quais faz dobradinhas – aderiu ao palanque do governador-candidato Eduardo Campos (PSB).

“Aqui (o ato) não tem nada a ver com Jarbas nem com Eduardo. Não é (evento) da majoritária. É minha campanha proporcional. Todos estão descolados. Em todas as minhas campanhas, faço festa. Não precisa da majoritária”, argumentou, sinalizando que a presença dos majoritários, em eventos como o seu, não seria prioridade de agenda.

Mas desde o início de campanha, em julho, o que se registra é justamente o contrário. Para se aproximar da militância e prestigiar os proporcionais, Jarbas e Eduardo têm promovido maratonas para comparecer a todas as festas dos candidatos a deputado federal e estadual.

O próprio presidenciável do PSDB, José Serra, de quem Guerra é coordenador-geral de campanha, apareceu de surpresa no Estado para fazer discurso na inauguração do comitê do deputado estadual Antonio Morais (PSDB), candidato à reeleição. Ontem mesmo, Jarbas esteve no comitê de Raul Henry.

No principal evento organizado por Guerra, nem Jarbas nem Marco Maciel (DEM), que tenta renovar o mandato de senador, apareceram. O tucano fez questão de ressaltar, inclusive, que “não tinha convidado ninguém”. Debitou a conta da ausência dos dois em sua assessoria. Não pediu sequer voto para Jarbas.

Disse apenas que vota no peemedebista. “Voto em Jarbas Vasconcelos. Se não quisesse votar, votaria em outro (Eduardo), porque o outro também é meu amigo, mas voto em Jarbas Vasconcelos, que é aliado nosso e é um grande político”, disse. Pediu, contudo, voto para o presidenciável José Serra (PSDB).

O mal-estar ficou ainda maior quando o outro candidato a senador da coligação Pernambuco Pode Mais, o deputado federal Raul Jungmann (PPS), revelou que estava presente à festa porque tinha recebido uma ligação do próprio tucano, convidando-o. Com Jarbas e Maciel, Guerra não teve o mesmo gesto.

“Liguei para Jarbas para dizer que vinha. Jarbas disse ‘ótimo’. Tentei falar com Marco e com sua assessoria, não consegui”, relatou o Jungmann, que, no sábado, ocupou um lugar de destaque no palanque armado por Guerra em Limoeiro. “Jungmann é o meu candidato a senador. Entrou representando o meu partido”, justificou o tucano. Guerra mostrou à militância que está se empenhando pessoalmente para a vitória de Jungmann.

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