sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Promover a integração sul-americana é honrar a memória de Néstor Kirchner


O presidente Lula prestou uma homenagem ao ex-presidente argentino Néstor Kirchner – e ex-secretário-geral da Unasul, morto em outubro – em seu discurso na sessão de abertura da IV Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da instituição, nesta sexta-feira (26/11) em Georgetown (Guiana), afirmando que é preciso honrar a memória dele tornando realidade a integração sulamericana.

Briguem, divirjam, discutam, se não der para tomar decisão em uma reunião não tem problema, tomem na outra. O importante é que não podemos abrir mão de construir uma América do Sul forte, com menos pobreza, acesso à educação, onde cada cidadão sul-americano tenha orgulho de ser o que nós somos. Não é apenas o dinheiro ou o PIB que faz uma nação, o que faz uma nação é a autoestima, o orgulho do seu povo.

Segundo Lula, a América do Sul não é mais vista como uma periferia distante e problemática, “mas sim como parte essencial da solução da maior crise econômica das últimas décadas”. O presidente defendeu ainda a ideia de que sem os países em desenvolvimento não será possível a abertura de um novo ciclo de expansão que combine crescimento, combate à fome e à pobreza, redução das desigualdades sociais e preservação ambiental, prioridades da nova agenda internacional:

Esta é a hora para reconstruir as instituições globais em bases mais democráticas, representativas, legítimas e eficazes. É dever da América do Sul afirmar sua presença no plano internacional e renovar a confiança em si mesma e na capacidade de seus povos construírem um destino comum de desenvolvimento, justiça social, democracia e paz.

O presidente brasileiro reafirmou que a Unasul – “expressão política desse projeto” – deve desenvolver rapidamente instituições flexíveis e ágeis para articular iniciativas comuns de integração, que permitirão potencializar os recursos humanos, energéticos, agrícolas, minerais e a biodiversidade dos países membros.

Em seu discurso Lula destacou também a criação do Conselho de Direitos Humanos, as negociações do Tratado de Integração Energética, o projeto de conexão física entre os países sul-americanos e a entrada em vigor o Banco do Sul na retomada do crescimento e na geração de empregos. Falou, ainda, da importância do Conselho Sul-americano de Defesa para fortalecimento da confiança mútua regional, por meio da cooperação e do intercâmbio nas áreas de formação, treinamento e transparência.

Temos razões de sobra para renovar o nosso orgulho coletivo diante da grande obra de integração que já realizamos juntos. Nossos governantes precisam ter, cada vez mais, o sentimento da história. É fundamental pensar a integração como projeto estratégico e com sentido de política de Estado, superior às contingências adversas que possam surgir pontualmente.

A IV Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) marca a transferência da presidência do bloco do Equador para a Guiana. Além disso, foram discutidos temas como a inclusão de uma cláusula democrática, a ratificação do tratado da Unasul pelos países membros e o nome de quem substituirá o ex-presidente Nestor Kirchner na Secretaria-Geral do organismo.

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