quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Saiba quem é Alexandre Tombini, futuro presidente do Banco Central


O economista Alexandre Tombini, que ocupa atualmente a diretoria de Normas do Banco Central, assumirá a Presidência da autoridade monetária no início de 2011 em substituição a Henrique Meirelles, de acordo com anúncio feito nesta quarta-feira (24) pela assessoria de imprensa da presidente eleita Dilma Rousseff.

Pai de dois filhos, torcedor do Internacional de Porto Alegre e funcionário de carreira do governo, Tombini já representou, em várias oportunidades, o presidente Meirelles no comando da autoridade monetária e, também, em reuniões do governo.

Segundo analistas da área econômica, seu nome deve representar continuidade, embora com menos conservadorismo, da condução da política vigente de fixação da taxa de juros - a principal função do BC.

Discreto, sério e mais aberto ao diálogo com a equipe do Ministério da Fazenda, Tombini, gaúcho de 46 anos, deve atuar com base no sistema de metas de inflação do governo, vigente desde 1999. O primeiro grande desafio do novo presidente será justamente o de nivelar a taxa básica de juros no primeiro ano do mandato de Dilma Rousseff. A meta central de inflação para 2011 é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

Analistas do mercado veem crescimento da inflação no próximo ano e projetam um aumento da taxa básica, atualmente em 10,75% ao ano, no primeiro semestre do ano que vem. A expectativa é de que o BC suba a taxa básica para 12% ao ano no decorrer de 2011 para conter as pressões inflacionárias.

A tarefa do BC ficou mais difícil ainda com a redução da meta de superávit primário para 2010 e 2011, conforme proposta enviada pelo governo ao Congresso Nacional, o que aumentará os gastos públicos. Projeções do mercado são de que o IPCA ultrapassará 5% em 2011, acima da meta central, mas dentro do intervalo de tolerância.

Mesmo tendo trabalhado como representante do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI) entre 2001 e 2005, o futuro presidente do Banco Central não possui, entretanto, a mesma representatividade junto aos mercados e autoridades de outros países que usufrui o atual comandante da autoridade monetária. Meirelles tem sólida carreira internacional, tendo presidido o BankBoston no passado, e foi considerada a principal voz da equipe econômica junto aos investidores externos durante a maior parte do governo Lula.

A favor de Tombini, porém, pesa a familiaridade e experiência com o sistema de metas de inflação e com o setor bancário. Entre março de 1999 e junho de 2001, no início das metas de inflação, ele trabalhou com Armínio Fraga nos estudos sobre o sistema de metas, assim como na regulação do setor financeiro, com ênfase em risco de mercado.

O sistema de metas de inflação pressupõe a autonomia operacional do BC, ou seja, com a diretoria colegiada da instituição tendo liberdade para fixar os juros e buscar o cumprimento das metas de inflação pré-determinadas.

Tombini se formou em Economia pela UNB, em 1984, e obteve seu PHD pela universidade de Illinois (EUA), em agosto de 1991. Além do BC e do FMI, também já trabalhou como assessor especial da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e da Casa Civil de 1995 a 1998, álém de ter coordenado a área externa da Secretaria de Política Econômica (SPE), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, entre 1992 e 1995.

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