domingo, 20 de fevereiro de 2011

A guerra dos eventos futebolísticos


Por Walter Decker

Do Escrevinhador

Disputa pelo Brasileirão: a TV Globo blefa

A Globo befla
por Marco Aurélio Mello, no DoLaDoDeLá

O que há por trás da negociação pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro nas temporadas de 2012 a 2014 é muito mais do que uma disputa de dois grupos de comunicação por público e receita. Em jogo está uma mudança de paradigma na televisão brasileira. Assim, tenho minhas dúvidas se a Rede Globo não vai mesmo participar da disputa.

Quando comecei a trabalhar lá, nos anos 90 do século passado, era corrente a história de que o esporte pagava sozinho todos os salários do departamento de jornalismo. Ainda que não seja mais assim, é significativo, não só o faturamento em si, mas o esporte como estratégia para alavancar e organizar a grade de programação.

A Rede Record, num lance ousado, ofereceu a possibilidade de alterar o horário da rodada de meio de semana para 20h, o que para o torcedor é o melhor dos mundos. E no horário nobre, uma revolução. Já imaginou um jogo do Flamengo, no Rio, do Corinthias, em São Paulo e de outros grandes em seus estados com transmissões regionais, ao vivo, cedo assim? Na quarta e quinta-feiras, por exemplo, das oito às dez da noite? O que faria a emissora líder? Alteraria o horário do Jornal Nacional? Faria a novela das nove começar às dez da noite?
Claro que não. Mas uma emissora como a Record, por exemplo, pode fazer ajustes mais facilmente. Levar os jornais regionais, por exemplo, para a espera do jogo. E fazer o chamado “esquenta”, com giros de repórteres. Consolidaria sua audiência, formaria equipes para os Jogos Olímpicos e Copa do Mundo e atrapalharia significativamente a concorrência.

Em vez de show de intervalo, por exemplo, um Jornal de Rede de quinze minutos de duração, com pílulas das principais notícias do dia e chamada para um telejornal completo às dez da noite, antes da novela da própria emissora? Isso, ao longo do tempo, certamente mudaria hábitos e permitiria outras alterações na programação em benefício do próprio telespectador.

A regionalização também aumentaria a receita dos clubes pequenos e fomentaria um mercado de trabalho estrangulado pelo monopólio atual. Por tudo isso, não tenho dúvida, eles não largarão o osso tão facilmente. Vão sim para o tudo ou nada! Para o bem de todos, espero que percam.

http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/brasileirao-a-globo-blefa.html

A Globo blefa (segunda parte)



Nesta segunda-feira o Clube dos 13 deve anunciar os critérios para a venda das proximas três temporadas do Brasileirão. Como antecipei aqui, a Rede Globo não ficaria fora da disputa e aumentou a pressão no fim de semana. O presidente do Corinthians, Andres Sanchez, ameaça deixar o Clube dos 13, caso os novos critérios não beneficiem a emissora dos Marinho. Outra triangulação em prol da TV do Jardim Botânico vem pelas mãos da Traffic. A empresa, que é afiliada da TV Globo no interior de São Paulo tem, entre outros intereses comerciais, o marketing esportivo. Foi a Traffic que, em parceria com o Flamengo, levou Ronaldinho Gaucho para a Gávea, em troca de negociar todos os contratos do uniforme do Mengão. Além de ganhar 20% de tudo o que vier impresso no uniforme, se os patrocinadores aparecem na Globo, a empresa ganha também na outra ponta, a dos anunciantes. Por isso, o Flamengo também é um aliado importante neste negócio. E, como aliado, já mandou avisar que está com eles. Vamos agora a Ricardo Teixeira. Ele é o cartola número um do futebol do país, certo? Sem ele, a liga dos clubes, tão sonhada pelos 13 grandes, não sai do papel, certo? Pois um passo importante foi dado pela Globo na semana passada e, mais uma vez, com triangulação de intereses. Ronaldo fenômeno abandonou o Corinthians e o futebol. No dia seguinte recebeu uma comenda do governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, e foi convidado a ser o embaixador do estado na Copa. Na foto (acima) aparecem Ronaldo, Alckmin e quem mais? Ricardo Teixeira. Para quem achava que os dois não se davam, bobagem. O craque deu até declarações dizendo que não tem nada contra Teixeira. Ao que se vê, o novo embaixador está em campo para aproximar a Globo do cartola, cujo relacionamento não tem sido dos melhores. Vale lembrar que foi Ricardo Teixeira quem sustentou Dunga à frente da seleção, e teve que engolir em silêncio a decisão do técnico, que desautorizou as entrevistas que o presidente da CBF tinha tramado nos bastidores com a Globo, entre elas, a de Robinho ao Fantástico, durante a Copa. Portanto, os fiéis da balança na escolha serão: Botafogo, Coritiba, Cruzeiro, Goiás, Santos, Vasco e Vitória. Fazendo força do outro lado da corda estão São Paulo e Atlético-MG, que acreditam que a Globo diminui a importância do futebol brasileiro para não ser obrigada a alterar sua progamação e, assim, limitar o faturamento dos clubes, enquanto engorda suas próprias contas e influência. Na exposição que fez aos clubes na semana passada, a Globo sustentou que o futebol perderá audiência ao concorrer com o "Jornal Nacional" ou a novela das nove. O tricolor e o galo trucaram. Bom, isso é o que corre no baralho que está sobre a mesa. Mas as melhores cartas podem estar sob a manga, ou embaixo da mesa. Vamos aguardar...

Blog do Luis Nassif

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