domingo, 29 de maio de 2011

Crime em Rondônia


O assassinato na 6ª. feira de Adelino Ramos, mais um ambientalista em um estado da região Norte morto essa semana, é um fato gravíssimo. Ele se soma ao assassinato do casal de ativistas ambientais - José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo - na 3ª. feira, no Pará. O rastro de sangue que vem sendo derramado na Amazônia Legal é um forte indício de que a região necessita de medidas urgentes que coíbam a ganância de grupos criminosos, que ceifam vidas humanas e devastam o meio ambiente. Para entender um pouco mais o problema, ouvimos Fátima Cleide, ex-senadora do PT por Rondônia e membro da Executiva Nacional do partido.

O que representa a morte de Adelino Ramos, no contexto estadual?

[Fátima Cleide] Para nós significa a volta da violência no campo com maior ênfase, em consequência da votação do Código Florestal, que dá mais poder aos ruralistas. O Dinho (como era chamada Adelino Ramos) dedicou a vida à luta pela terra, pela reforma agrária. Foi fundador do Movimento Camponês Corumbiara e um dos sobreviventes do Massacre de Corumbiara, ocorrido em 1995, durante a desocupação da Fazenda Santa Elina.

O que pode ser feito para coibir a violência?

[Fátima Cleide] Estamos pedindo providências do Estado e investigação. Queremos saber quem foi o autor do assassinato. É importante lutar, ter mobilização da sociedade e reivindicar a solução dos conflitos agrários. A imprensa tem papel importante nisso. O Caso do Dinho veio à tona por ele ser uma liderança do movimento camponês. No entanto, o incidente está inserido num amplo contexto de violência no campo. Todos os dias companheiros morrem por lutarem pelo direito à terra.

Quais interesses ele contrariava?

[Fátima Cleide] O que está em disputa são concepções de desenvolvimento e de como ocupar essa imensa região. A discussão sobre outro tipo de assentamento para a Amazônia Florestal, que respeite as condições da Amazônia, a melhoria da vida das pessoas sem agredir a floresta... Enfim, toda uma luta que não condiz com o que foi aprovado no Código Florestal.

Blog do Zé Dirceu

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