sábado, 30 de julho de 2011

Lula diz que Brasil ganhou respeito mundial por ter adotado políticas econômicas corretas


Flavia Villela Reporter da Agencia

Rio de Janeiro - Se atualmente o Brasil é respeitado em todo o mundo, é porque adotou políticas que buscaram a independência financeira e valorizaram parcerias com as economias em desenvolvimento, destacou hoje (29) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante palestra na Escola Superior de Guerra, no Rio. Segundo ele, o desafio agora é não retroceder. “Este país, que era humilhado há oito anos pelo Fundo Monetário Internacional, recentemente emprestou US$ 14 bilhões para o FMI.”

O ex-presidente disse que o Brasil tinha complexo de inferioridade. “A gente não tinha coragem.
Nenhum interlocutor respeita quem não se respeita.”A estratégia agora, ressaltou, é estreitar laços comerciais com a América do Sul e a África.

Quando o governo começou a dar prioridade a essas parcerias, lembrou Lula, foi muito criticado, mas hoje isso mostra um sucesso. “E só pegar a balança comercial. Vocês vão ver que temos limites com os países ricos e não temos limites com os países mais pobres. Quando cheguei no governo, nossa balança comercial com a América do Sul era US$ 15 bilhões, hoje é US$ 83 bilhões. Com a África, tínhamos US$ 5 bilhões e saltou para US$ 20. Hoje, temos US$ 12 bilhões de superávit com a América do sul. E nosso déficit comercial com os EUA é quase US$ 8 bilhões.

Lula defendeu a criação do Banco do Sul, que ainda precisa ser aprovado pelos países da região. Para ele, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ainda tem investido pouco na América do Sul.

De acordo com Lula, o Brasil precisa dar mais atenção à África. “O potencial de o Brasil ser exportador de serviço para esse continente é extraordinário, sobretudo na questão energética. É uma pena que o Brasil ainda não tenha enxergado a África com a grandeza que ela merece. E a África deve ser nosso próximo passo.”

Ele também condenou a invasão da Líbia. Se o Conselho de Segurança das Nações Unidas fosse sério, completou, isso não teria acontecido. “Não se invade um país dessa maneira. O Conselho de Segurança não representa a geopolítica mundial, mas uma realidade política de 1948, do pós-guerra.”

Na opinião do ex-presidente, não há justificativa para que o Brasil e a Índia não façam parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas. “Não tem explicação para que países como o Brasil e a Índia não estejam no conselho Precisamos de uma representatividade mais sólida. Não é possível que o Japão não possa participar porque a China não quer.”

Agência Brasil

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