segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Imbróglio no RN envolve ex-auxiliar e amigo de Serra, agora suplente de Agripino Maia

Corrupção, tentativa de tráfico de influência e até uma estratégia para tentar desestabilizar um governo estadual, o único do DEM no país, da governadora potiguar Rosalba Ciarlini, são os ingredientes das denúncias da Operação Sinal Fechado, desencadeada pelo Ministério Público no Rio Grande do Norte.

A Operação Sinal Fechado resultou na expedição de 14 mandados de prisão - 12 pessoas foram presas no Rio Grande do Norte. As prisões estão relacionadas a um esquema bilionário de desvio de recursos no Detran. A inspeção aparece como um dos serviços fraudados.Entre os presos está João Faustino Ferreira Neto, do PSDB, ex-senador e atual suplente do presidente nacional do DEM, senador Agripino Maia (RN). Faustino, diz-se em Natal (RN), é pessoa muito próxima ao ex-presidenciável tucano e da oposição José Serra. Enquanto José era governador (2007-abril de 2010) Faustino trabalhou no Palácio dos Bandeirantes numa sub-chefia da Casa Civil, cujo chefe era o hoje senador Aloysio Nunes Ferreira Filho (PSDB-SP).

Quando José Serra entrou em campanha, Faustino teria se tornado um de seus principais representantes no Nordeste, sendo um dos coordenadores de sua campanha na região, inclusive na arrecadação de recursos. Foi por influência de José que seu correligionário Faustino foi incluído como suplente de senador na chapa de Agripino Maia.

Vinculação com caso da inspeção veicular em São Paulo

O caso investigado diz respeito à inspeção veicular, num esquema que teria sido criado pela empresa Controlar, responsável por essa inspeção em São Paulo e que começou a ser investigada pelo MP, num processo que resultou, inclusive, no bloqueio de bens do prefeito paulistano Gilberto Kassab (ex-DEM-PSDB, agora PSD). Em Natal, o contrato de inspeção veicular considerado irregular e cancelado foi feito com o Consórcio Inspar, e renderia R$ 1 bilhão aos seus proprietários durante o prazo de concessão.Uma jornalista, Thaisa Galvão, e um radialista, Robson Pires, afirmam que o Consórcio Inspar doou R$ 700 mil para a campanha do senador José Agripino Maia ao Senado. O senador não desmentiu o fato que, se confirmado, seria irregular e ilegal, podendo resultar na perda de seu mandato, já que a doação não teria sido registrada na prestação de contas de seu partido, o Democratas, ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RN).Faustino e os outros integrantes do grupo foram presos porque pressionavam o governo estadual a manter o contrato. O grupo teria mantido diversos contatos com lideranças ligadas ao governo potiguar - entre as quais, o ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (marido da governadora), e o senador Agripino Maia - para que pressionassem a governadora nesse sentido, informa o MP.Agripino Maia ainda não desmentiu doação

Diálogo divulgado pelo MP dá conta de que no dia 9 de fevereiro pp., quando o grupo dispunha da informação de que o governo estadual iria cancelar o contrato, numa conversa telefônica, Faustino diz a outro membro do grupo ter conversado com Agripino e que este iria interceder junto à governadora Rosalba Ciarlini e ao seu chefe da Casa Civil.Ao MP Faustino teria revelado, também, que Agripino Maia conhecia o esquema de arrecadação de dinheiro efetuado pelo seu suplente. Segundo Faustino, o helicóptero usado pelo senador e a então candidata Rosalba Ciarlini durante a campanha eleitoral do ano passado foi pago com o dinheiro do esquema.Ah, antes que eu me esqueça: todo o noticiário sobre esse esquema fraudulento comandado pelo suplente de Agripino e amigo de José Serra, convenientemente “esquecido” pela grande mídia - a paulista principalmente - está publicado no site "Brasil 247".

Com a palavra, então, para os devidos esclarecimentos, o presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia, e sua aliada, a governadora Rosalba Ciarlini!

Blog do Zé Dirceu
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