sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Pimentel põe discussão com Argentina no seu devido foco

Image

As declarações nos Estados Unidos do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (foto ao lado) trouxeram luz e deflagraram uma discussão sadia sobre os atuais impasses no MERCOSUL, o bloco econômico do Sul do continente formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

"A Argentina é um problema permanente. Temos boas relações políticas, mas economicamente é difícil lidar com eles (argentinos)", declarou o ministro Fernando Pimentel. Suas afirmações devem ser vistas como uma oportunidade para um debate de fundo sobre as relações entre Brasília e Buenos Aires e sobre os impasses do MERCOSUL. Ao contrário do Brasil a Argentina não esta preparada para enfrentar a atual crise econômico-financeira global e vive um momento difícil.

Infelizmente, como saída, adota medidas protecionistas que prejudicam o comércio com o Brasil, ainda que a balança comercial entre os dois países continue favorável a nós - temos um superávit de US$ 6 bi.

Só avançaremos com ação política dos presidentes do bloco

Na medida em que eles adotam medidas protecionistas, levarão o Brasil a tomar medidas idênticas, o que pode ser necessário, mas não resolve o problema. A solução exige avanços e não recuos na integração regional continental e numa política comum frente à crise mundial.

Como vemos, são dois pontos que dependem de ação política dos presidentes dos quatro países que compõem o bloco comercial - das presidentas Cristina Kirchner (Argentina), Dilma Rousseff (Brasil) e dos presidentes Fernando Lugo (Paraguai) e José Pepe Mujica (Uruguai). Sem avançar numa política industrial regional e sem um instrumento de financiamento do desenvolvimento e, portanto, do comércio e da indústria na região - que pode ser o Banco do Sul - não vamos resolver os impasses atuais.

Nem com uma guerra comercial e muito menos com essa guerrilha de medidas burocrática adotadas pelos dois países (um diz que as adota em represália à medidas adotadas pelo outro), no fundo um mero sintoma de uma grave doença política, a paralisia da integração regional.

Foto Marcelo Casal Jr./ABr

Nenhum comentário:

Postar um comentário