segunda-feira, 25 de junho de 2012

No terceiro dia como presidente do Paraguai, Franco enfrenta desafios internos e externos

 
Renata Giraldi
Enviada Especial



Assunção – Em meio à pressão dos países vizinhos, o novo presidente do Paraguai, Federico Franco, tentará hoje (25) manter uma rotina normal de trabalho. O dia começa cedo com a posse do ministro do Interior, Carmelo Caballero, um dos seus principais assessores, que é o responsável pela administração de políticas internas, inclusive os confrontos envolvendo agricultores paraguaios, brasiguaios e os carperos (sem-terra paraguaios).
Franco se prepara para concluir as nomeações da equipe ministerial. Uma surpresa deverá ser a confirmação de María Liz García, reitora da Universidade Metropolitana de Assunção, como ministra da Defesa. É a primeira vez que uma mulher assume o comando da pasta, que tem ainda o controle geral do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
Há três dias no cargo, Franco já enfrenta uma série de desafios. Ontem (24), um grupo de pouco mais de 90 famílias de agricultores ocupou uma propriedade rural na região de Capibary, a 330 quilômetros de Assunção, capital paraguaia. Os agricultores exigem reforma agrária e espaço para que tenham condições de trabalhar.
A reforma agrária e as atividades no campo estão no centro dos debates políticos. Um confronto, no Nordeste do país, no último dia 15, entre agricultores e agentes policiais agravou a situação política do então presidente Fernando Lugo. Parlamentares da oposição argumentaram que ele teve mau desempenho nas funções e moveram a ação de impeachment contra ele. Lugo deixou o poder no dia 22.
Externamente, Franco terá de lidar com a suspensão do Paraguai do Mercosul. A medida obteve o apoio do Brasil e de mais oito países e pode se estender para a União das Nações Sul-Americanas (Unasul). A decisão é um protesto político à forma como as autoridades paraguaias conduziram o processo contra Lugo. Para os nove governos que apoiam a suspensão, Lugo não teve tempo hábil para se defender e houve a ruptura da democracia no país.

Agência Brasil

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