terça-feira, 31 de julho de 2012

Santayana: a espionagem no governo FHC


Como muitos outros homens que transitaram pela esquerda na juventude, o presidente se converteu, com a mente e o coração, à direita.

Saiu no JB:



Ficção e espionagem


Os serviços secretos só se justificam na defesa da integridade territorial e política das nações contra seus inimigos externos, sobretudo em tempo de guerra e em situações internacionais de grande instabilidade e perigo. A experiência histórica demonstra, no entanto, que a coleta de informações por esses agentes, mesmo nessas situações, é precária. Os relatórios dos mais importantes serviços do mundo, como os britânicos, norte-americanos e franceses, de acordo com as revelações conhecidas, demonstram que, em sua maior parte, as informações eram absolutamente falsas. No caso brasileiro, costumam ser ridículas as informações dos agentes da ditadura sobre algumas pessoas.

Os agentes precisam mostrar serviço, e, quando não há o que informar, valem-se da ficção, ou se baseiam em boatos, em denúncias absolutamente falsas, de desafetos dos monitorados. Qualquer pessoa que tenha acesso aos registros dos vários serviços secretos, aqui e em qualquer país do mundo, sobre si mesma, encontrará absurdos espantosos. E —  o que é curioso  —  na maioria das vezes, esses serviços não conseguem  registrar as atividades reais dos investigados contra os governos ditatoriais.

Segundo revelou o site Carta Maior, o serviço secreto da União monitorou, durante o governo do sociólogo Fernando Henrique Cardoso, as atividades dos intelectuais e políticos de esquerda que se opuseram à sua adesão ao Consenso de Washington, ao neoliberalismo e à globalização da economia. Na realidade, esses intelectuais, políticos nacionalistas, e militantes de esquerda, se opunham, de maneira clara, transparente, nunca clandestina, à entrega dos ativos públicos, representados pelas empresas estatais, e à desnacionalização da economia e do sistema financeiro, em benefício dos capitalistas estrangeiros.

Foi uma luta de peito aberto, dentro das regras democráticas, mediante documentos públicos, entre eles vários manifestos, como o assinado por personalidades respeitáveis da República, contra a privatização da Vale do Rio Doce, que tive o privilégio e a honra de redigir em Juiz de Fora, no escritório do honrado presidente Itamar Franco.

Como muitos outros homens que transitaram pela esquerda na juventude, o presidente se converteu, com a mente e o coração, à direita. De formação, e profissão acadêmica,  fascinou-se pela inteligência técnica dos jovens economistas que o cercaram no Ministério da Fazenda, e genuflectiu diante de Wall Street. Ele agiu como um arrependido de seus ideais antigos, e saudou o neoliberalismo como uma nova era na História.  Mas  não foram poucos os que se aproveitaram de sua guinada a fim de se enriquecer com o processo.  E há gestos seus que ainda incomodam a muitos de nós  —  como as suas relações muito próximas com alguns banqueiros e sua visível preferência por alguns consórcios licitantes, como no caso do Banco Opportunity.

Descobrimos agora que os serviços secretos não foram devidamente usados durante os oito anos dos tucanos paulistas na direção da República. Em lugar de seguir e monitorar os agentes estrangeiros que agiam em nosso país, sob o pretexto de combater o tráfico de drogas, e de acompanhar as atividades de autoridades brasileiras que colocavam em risco os interesses permanentes da nação, os arapongas investigavam os patriotas brasileiros que defendiam o nosso desenvolvimento autônomo. Nada de espantar: a ditadura aprimorou o incipiente serviço secreto e o transformou no poderoso SNI para se alinhar aos norte-americanos na luta contra os comunistas, dentro do maniqueísmo da Guerra Fria. Como não há mais comunismo a combater, foi preciso encontrar outra causa, a causa dos novos liberais.

Teriam feito melhor  se houvessem investigado como foi o enriquecimento rápido e tranquilo de alguns daqueles que participaram do processo de privatização. Teriam feito melhor se houvessem acompanhado a evasão de recursos mal havidos, como os bilhões que atravessavam a fronteira do Paraguai, em caminhões fechados e autorizados, por portaria do Banco Central, para o ir e vir, sem a devida fiscalização da Receita Federal, em uma evasão calculada em 80 bilhões de dólares. Teriam, se assim agissem, justificado seus vencimentos, suas diárias, seus privilégios funcionais, na defesa dos interesses permanentes do nosso povo. Atuando, como atuaram, sob a ordem direta, ou não, do presidente da República, eles se aliaram aos inimigos de nosso povo, que hoje estão sendo internacionalmente desmascarados, com a revelação de que a maior quadrilha de gângsteres da História se encontra no conglomerado de Wall Street.

Conversa Afiada

Amaury pega tucanos na Lista de Furnas

Amaury Ribeiro Jr. – Do Hoje em Dia

 Ministério Público denuncia ‘mensalão’ de Furnas - O Conversa Afiada republica matéria do site Hoje em Dia:

A procuradora da República no Rio Andrea Bayão Ferreira denunciou o ex-diretor de Planejamento de Furnas, Dimas Toledo, e um grupo de empresários e políticos acusados de participarem da chamada Listas de Furnas – a caixinha de campanha clandestina que funcionou na empresa estatal durante o governo de FHC. A denúncia reúne um arsenal de documentos da Polícia Federal e da Receita Federal que, além de atestar a veracidade, comprova a existência de um “mensalão” organizado por Dimas na estatal.

De acordo com a procuradora, o mensalão de Furnas provocou o enriquecimento de funcionários públicos, empresários e lobistas, acusados de alimentarem os financiamentos ilegais de campanha políticas dos tucanos e de seus aliados com o dinheiro público. Segundo a denúncia, o esquema era custeado pelos contratos superfaturados assinados pela estatal com duas empresas : a Toshiba do Brasil e a JP Engenharia Ltda. As duas foram contratadas sem licitação pública para realizar obras no Rio . “ O diretor Dimas Toledo reproduziu, em Furnas, o esquema nacional que ficou conhecido como ‘ mensalão’ – um esquema de arrecadação de propina – na ordem de milhões, custeado mediante o superfaturamento de obras e serviços”, diz a procuradora na denúncia.

A lista

A lista de Furnas, assinada pelo próprio Dimas Toledo, traz o nome de políticos que receberam doações clandestinas de campanha da empresa estatal em 2002. Entre os beneficiados estão os ex-governadores de São Paulo e de Minas Gerais, e outros 150 políticos.

Réus confessos

Os próprios executivos da Toshiba do Brasil – uma das empresas que financiavam o esquema – confirmaram a existência de um caixa dois que sustentava mesada de servidores e políticos. O superintendente Administrativo da empresa japonesa, José Csapo Talavera, afirmou, por exemplo, que os contratos de consultoria fictícios das empresas de fachada, até 2004 , eram esquentados por um esquema de “notas frias”.

Escuta quente

As escutas da Polícia Federal desmentem que o lobista Nilton Monteiro teria tentando falsificar a lista. Pelo contrário. “Durante a intercepção das linhas telefônicas usadas por Nilton Monteiro, nada foi captado que indicasse a falsidade da lista, ao revés, em suas conversa telefônicas, inclusive com sua esposa, sustenta que a lista é autêntica”, diz a procuradora.

Jefferson confirmou

Um dos políticos citados na lista, o ex-presidente do PTB e ex-deputado Roberto Jefferson(PTB) também confirmou à PF a veracidade do documento. De acordo com o depoimento anexado à denuncia do MP, Jefferson disse ter recebido, na campanha para deputado federal em 2002, R$ 75 mil da estatal. A grana foi entregue pelo próprio Dimas Toledo a Jefferson num escritório no centro do Rio.

Peritos

Mas a prova cabal de que a lista de Furnas é mesmo verdadeira acabou sendo fornecida por peritos da Polícia Federal. Em depoimento à PF, além de confirmarem a autenticidade da assinatura de Dimas Toledo, os peritos descartaram a possibilidade de montagem.

Chantagem

De acordo com a denúncia, a lista com o nome de políticos que receberam doações clandestinas da estatal teria sido elaborada pelo próprio Dimas Toledo, que pretendia usá-la para manter-se no cargo. O próprio diretor da estatal teria entregue o material ao lobista, que tentou l negociá-la com os adversários políticos do PSDB.

Trânsito

Dimas Toledo confirmou que o lobista tinha trânsito livre na estatal. Dimas disse ter, inclusive, marcado um encontro do lobista com o departamento jurídico da estatal.

Indiciamento

Além de Jefferson, o MPF denunciou Dimas Toledo, mas deixou de fora caciques do PSDB citados, sob o argumento de que eles são alvos específicos de uma investigação da PF e do MPF sobre os beneficiários da caixinha de campanha alimentada pela empresa estatal.

Vara da Fazenda

O destino de Dimas e de outros operadores de Furnas será julgado pela Vara da Fazenda do Rio. Apesar de Furnas ser uma empresa estatal, a Justiça Federal do Rio encaminhou a denuncia do MPF à Justiça Estadual Fluminense.


Conversa Afiada

Nelson Gonçalves e Tim Maia: Renúncia



Blog do Luis Nassif e You Tube

Projetos apresentados pelo Exército são importantes

O comando do Exército apresentou à presidenta Dilma Rousseff três projetos necessários ao país: o primeiro, chamado de Sistema Proteger, é voltado para a defesa de hidrelétricas, refinarias e usinas nucleares. O segundo é o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) e o terceiro é o Centro de Defesa Cibernética (CD Ciber). Os três projetos totalizam investimentos da ordem de R$ 23,83 bi. Com exceção do Sisfron, os outros dois já estão sendo implementados.

Como eu escrevi acima, todos são necessários ao país. O problema que não foi tratado até aqui é que sua implementação exige uma modernização do Exército e do conjunto das Forças Armadas. No caso específico do Exército, implica mudar os objetivos e os currículos dos cursos de formação, desde o de cadetes até os cursos de Estado Maior.

Sem uma mudança dessa natureza continuaremos com um ensino baseado em uma doutrina anterior à redemocratização do país, voltada para um Exército do século XIX. Ao colocarmos em execução projetos como esses, que exigem Forças Armadas modernas, com um elevado grau de atualização, que trata de cibernética e defesa das fronteiras, certamente haverá um choque com a formação que continua sendo dada, voltada para preparar homens e mulheres de um exército para um país e uma realidade sócio-política que já está superada no tempo.

Os três projetos

O Sistema Proteger custará R$ 9,63 bi e será instalado em 12 anos. Seu projeto-piloto foi feito para preservar as instalações da usina hidrelétrica de Itaipu e atenderá também as subestações e linhas de transmissão do oeste do Paraná. O segundo passo do Proteger é reforçar a vigilância sobre a infraestrutura de empresas estratégicas de São Paulo, São José dos Campos e Rio de Janeiro, onde estão as refinarias de Paulínia, Duque de Caxias (Reduc) e as Usinas Nucleares de Angra dos Reis.

 O segundo projeto estratégico em adoção, o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), está orçado em R$ 11,9 bi e estará concluído em dez anos. Quanto ao Centro de Defesa Cibernética (CD Ciber), o custo orçado é de R$ 2,3 bi com prazo de implantação de quatro anos.

Nesta terça (31.7) será aberta a licitação do projeto piloto do Sisfrom, a ser instalado em Dourados (MS), e que prevê o reforço de 650 quilômetros de fronteiras que dividem Mato Grosso do Sul com Bolívia e Paraguai. Já o CD Ciber, que receberá R$ 120 milhões este ano, passou pelo seu primeiro teste durante a Rio+20. O Brasil, hoje, é o único país da América Latina a contar com um simulador de defesa cibernético.

(Arte: CCOMGEX)

Blog do Zé Dirceu

“Brasil pode sustentar taxa de crescimento superior a 4%”

Luciano Coutinho"O Brasil é uma das poucas economias que têm todas as condições de sustentar uma taxa expressiva de crescimento superior a 4% nos próximos anos". Concordo plenamente com essa afirmação do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, assim como com o que vem em seguida: "Poucas economias têm um desempenho fiscal tão saudável como o Brasil (...). Temos uma dívida pública sob controle, estabilidade da economia e uma fronteira de investimentos rentáveis".


As afirmações do economista foram feitas nesta 2ª (30.7), ao participar de encontro promovido pela Associação Nacional dos Economistas de Finanças e Contabilidade (ANEFAC), em São Paulo. Também estamos de acordo sobre o fato de que a crise internacional torna o cenário difícil – aliás, bem difícil – mas, por um conjunto de elementos, entre eles a compreensão que o governo tem do seu papel e a necessidade de termos um Estado forte, capaz de apoiar o desenvolvimento do país e promover a distribuição da renda, por tudo isso, estamos entre os "poucos países que reúnem as condições que o Brasil reúne” para crescer nos próximos anos.


Outros elementos apontados por Luciano Cotinho e que merecem ser lembrados aqui: a existência de um mercado bem estruturado e saudável, um Banco Central capacitado para enfrentar os problemas, além evidentemente de o país estar em processo histórico de redução de taxas de juros.


O desafio da infraestrutura

Para o presidente do BNDES o desafio está claro: em quatro anos, o governo pretende aumentar a formação bruta de capital fixo (investimento das empresas) dos 19% do PIB – a projeção para este ano –, para "alguma coisa superior a 22%".


Como chegar lá? É nisso que o governo está empenhado neste momento e a fala do presidente do BNDES serve, de certa forma, como uma introdução para o próximo passo que a presidenta Dilma Rousseff promete dar, que é convocar os principais empresários do país a investirem. E o Brasil está coalhado de oportunidades de investimento no setor de infraestrutura.

Vejam o que ele diz: "Naquilo que a gente consegue enxergar, os investimentos em infraestrutura vão crescer e exigem apoio também do sistema privado". Em sua apresentação, ele citou que os investimentos na área fecharam 2011 no patamar de R$ 56 bi. No acumulado dos últimos 12 meses, até junho deste ano, estavam um pouco abaixo, em R$ 54,6 bi. Mas, o Banco “quer aumentar os projetos na área de infraestrura e logística”.

Um dos problemas, segundo Coutinho, está no planejamento a longo prazo, de "40 anos ou mais", segundo ele.  "Precisamos consolidar a nossa capacidade de crescer, precisamos ter planejamento e preparação prévia de projetos, (e precisamos) fazer isso em parceria com o setor privado. Estamos abertos e estimulando essa interação com o setor financeiro privado", ressaltou.


Para chegar lá ele afirma que o BNDES tem trabalhado com entidades de mercados de capitais, visando aperfeiçoar a lei 12.431 (de 2011 que isentou de Imposto de Renda o rendimento das aplicações em títulos de dívida privada para investidores estrangeiros), de forma a torná-la mais eficiente. "Isso está prestes a ser aprovado no Congresso e esperamos que, com isso, o mercado de capitais possa crescer", afirmou.


Micro e pequenas empresas

Vejam também como está sendo bem sucedida a intervenção do BNDES no setor das micro e pequenas empresas. Segundo Coutinho, a participação desse segmento no crédito do banco público saiu de 22% em 2006 para 36% no ano passado (de um total de R$ 150 bi – façam as contas e se verá que é bastante dinheiro).


Trata-se de uma iniciativa importantíssima em direção à democratização do crédito para a pessoa jurídica, utilizando principalmente o cartão BNDES (até junho foram emitidos 535 mil cartões). Ainda segundo ele, os desembolsos para este segmento atingiram R$ 9,06 bi, representando uma alta de 56,4% em comparação aos 12 meses anteriores. Sem dúvida um resultado a ser comemorado.

(Foto: Elza Fiúza/ABr)

Blog do Zé Dirceu

Enquanto a TV por assinatura debate seu regulamento, nada se fala sobre a TV aberta. Por quê?

 Mutismo absoluto e revelador. É assim que a chamada ‘grande imprensa’ se comportou em relação à audiência pública realizada ontem (30.7) pela Agência Nacional do Cinema (ANCINE), no Rio de Janeiro. Nem uma palavra! E olha que não é por falta de notícia. Seria porque nossa mídia é totalmente avessa a qualquer forma de regulação? Bem, mas vamos tratar do que está acontecendo, já que aqueles que têm a obrigação ética e legal de noticiar não o fazem.


O assunto é a regulamentação da TV por assinatura, mais precisamente as penalidades para as empresas que descumprirem a nova legislação que entra em vigor agora em setembro, tema da audiência pública. É um tema da maior importância pois 50 milhões de brasileiros já assistem TV por assinatura. E o governo trabalha com a previsão de chegar aos 100 milhões em 2020.

Por que a nova regulação é importante? Porque antes não havia exigência legal efetiva para que as TVs por assinatura exibissem conteúdos nacionais. Elas podiam importar tudo, o que é muito ruim para o fortalecimento da cultura brasileira e para o desenvolvimento de uma indústria nossa do audiovisual.
Na audiência, a superintendente executiva da ANCINE, Rosana Alcântara, disse que até o final de 2013 todos os canais brasileiros de séries, filmes, documentários e animação de TV por assinatura terão em sua grade de programação pelo menos 3h30 por semana de conteúdo nacional e de produção independente em horário nobre (das 18h às 24h nos canais abertos e fechados convencionais, e das 11h às 14h e das 17h às 21h nos canais para crianças e adolescentes).
Rosana Alcântara explicou que, embora as regras passem a valer a partir de setembro, as empresas devem demorar cerca de um ano para se adaptarem às mudanças da Lei da TV por assinatura (Lei 12.485), publicada no fim do ano passado. “A partir de 13 de setembro, o consumidor já poderá sentir alguma modificação, mas o processo é lento e, de fato, a partir do ano que vem teremos mais conteúdos brasileiros em canais que, até então, não tinham nada de conteúdo nacional”.

Penalidades

O que estava em discussão na audiência pública – e continua em consulta pública aberta até 3 de agosto – é a questão das penalidades a serem impostas para quem descumprir a nova legislação, previstas em uma minuta de Instrução Normativa (IN) da própria ANCINE.
Segundo a minuta em debate, as penalidades podem variar de advertência (infração leve), multas, inclusive diárias, que variam de R$ 500 a R$ 1 milhão, suspensão temporária do credenciamento e o cancelamento do credenciamento. A própria superintendente da ANCINE disse na audiência que a redação da Instrução Normativo com as penalidades têm despertado dúvidas por parte dos empresários da TV fechada. Por isso foi feita a audiência pública. Os representantes de escritórios de advocacia, associações de TVs por assinatura e de empresas envolvidas no setor que participaram aproveitaram para esclarecer muitas dessas dúvidas e fazer sugestões de mudanças.


A disputa em torno da Lei de TV a Cabo


Durante sua tramitação de cinco anos no Congresso Nacional, a Lei 12.485, aprovada e sancionada em setembro do ano passado, gerou polêmica ao impor novas obrigações para o setor da TV a cabo. Sobretudo por causa das cotas de conteúdo nacional. No início do ano, a operadora Sky lançou uma campanha contra a nova lei alegando que a obrigatoriedade de cotas prejudicava a liberdade de escolha dos consumidores e era uma forma de controlar o conteúdo por parte do governo. Uma espécie de censura.
Mas a campanha da Sky não colou. O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), o Congresso Brasileiro de Cinema (CBC) e a Associação Brasileira de Produtoras Independentes de TV (ABTI-TV), entre outras entidades e movimentos, contestaram a propaganda da operadora, defenderam, por meio de notas e artigos que a nova lei garante mais pluralismo e diversidade de conteúdo. O problema é que, sem a nova legislação, as produtoras independentes brasileiras não tinham onde exibir sua produção que, até por conta disso mesmo, é muito pequena.
Depois, a Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), que congrega as empresas do setor, também passou a apoiar a nova legislação, pois a ANCINE, que divide com a ANATEL a responsabilidade pela fiscalização do setor, manteve um diálogo permanente com todos os setores interessados para construir um consenso em torno da regulamentação. Dessa forma, tanto a Sky quanto algumas programadoras e canais que estavam contra a nova legislação acabaram vendo que não havia como impedir sua implementação e recuaram.


A necessidade da regulação na mídia

Finalmente, não posso deixar de questionar a falta de lógica e sentido na postura da mídia que, mesmo escondendo ao máximo o debate e a divulgação das notícias,  aceita a regulação e uma agência no caso da TV por assinatura, mas não aceita na TV aberta. E ela é mais do que necessária: é uma condição para a democracia, como prova a experiência de países como os Estados Unidos, Portugal, passando pelo Canadá, França e Grã Bretanha.
Na Grã Bretanha, em particular, há uma regulação ampla, geral e rigorosa como comprova o caso Murdoch. Apesar disso, e mesmo assim, exatamente por conta do escândalo promovido pelas empresas de Murdoch, a legislação inglesa está em processo de revisão. E no Brasil? Quando debateremos e implementaremos, prá valer, uma regulação na mídia?

Congresso e feira da ABTA; artigos e contribuições de especialistas


A ABTA realiza anualmente uma Feira e Congresso. Este ano o evento está acontecendo entre hoje e quinta (31.7 a 2.8), no Transamérica Expo Center, em São Paulo, com um público esperado de 9,5 mil pessoas. Com a nova regulação do setor, governo, empresários e criadores/produtores têm manifestado uma grande expectativa de crescimento da área, o que promete um congresso movimentado este ano.
Vocês vão encontrar aqui no blog alguns textos sobre a questão. Temos colunistas fixos que sempre se manifestam sobre a comunicação, como Laurindo Leal Filho e Venício A. de Lima. Temos hoje, também, o artigo do diretor da ANCINE, Glauber Piva (Audiovisual e desenvolvimento no território dos direitos) que explica muito bem o que está acontecendo no setor de TV por assinatura do ponto de vista dos interesses dos cidadãos brasileiros. Vale a pena ler.

Blog do Zé Dirceu

As discussões sobre o financiamento público de campanha

Por Jotavê
Comentários ao post "A mãe de toda corrupção"
Num texto brilhante reproduzido aqui há poucos dias, o jornalista Mauro Santayana fazia uma obervação da qual eu gostaria de discordar. Dizia o texto, lá pelas tantas: 
"Esse é um dos paradoxos da democracia moderna: sem dinheiro, não há o exercício do voto; com ele, e no volume exigido, a legitimidade do sufrágio é posta em dúvida."
Essa é, a meu ver, a grande mentira que todos estão assumindo como se fosse uma verdade - a de que a democracia contemporânea está CONDENADA a ser cara, e a exigir, por isso, financiamentos bilionários. As pessoas precisam começar a perceber que isso não é verdade. Pela primeira vez na história temos a possibilidade de fazer com que a democracia tenha custo ZERO. Pela primeira vez é possível conciliar a mais completa e absoluta liberdade de expressão com o BANIMENTO dos financiamentos milionários, sejam públicos ou privados. Não se faz isso porque o sistema atual de financiamento interessa a todos os envolvidos, com exceção do contribuinte. Por uma lado, lucram os políticos, pois o sistema os envolve numa teia de corrupção tacitamente consentida na qual eles fazem fortuna. E lucram também as empresas, pois em troca das contribuições elas têm a perspectivas de ganhos muitos mais certos e volumosos do que teriam sem o concurso de seus aliados políticos. Como políticos e empresários estão satisfeitos com o sistema, criou-se o mito de que ele é inescapável. Todos reconhecem que o sistema é imperfeito, mas argumentam que a democracia contemporânea só sobrevive a esse preço.
Ora, o contrário disso é que é verdade. Era necessário dinheiro, talvez, ao tempo em que a propaganda política exigia grandes comícios pelo país todo. Agora, que a campanha é feita pela televisão, o custo pode perfeitamente descer a ZERO (ou a algo muito próximo disso). No que a liberdade de expressão seria prejudicada caso fosse PROIBIDO fazer qualquer propaganda política que não fosse pelo rádio e pela televisão? No que a liberdade de expressão de CONTEÚDOS ficaria prejudicada caso fosse proibido veicular esses conteúdos na FORMA de peças publicitárias caríssimas, cheias de efeitos especiais, exigindo o concurso de um Duda Mendonça, ou de um Marcos Valério? Por que não exigir que a propaganda seja feita de forma padronizada, com o recado sendo dado pelos políticos num estúdio, pedindo votos para um PARTIDO, e não para CANDIDATOS isolados? 
A manutenção do atual sistema atende a razões de ordem ideológica. O financiamento privado é uma peça essencial no jogo de minar o poder do Estado, reduzindo-o à insignificância. Todos os candidatos já entram na disputa com o rabo preso, atrelados direta ou indiretamente a esquemas criminosos de financiamento. A grande imprensa sabe disso, e passa a utilizar o principal instrumento a seu dispor para manter o Estado permanentemente acuado: a denúncia seletiva. O alvo raramente é o partido A ou o partido B. O alvo é QUEM ESTIVER NO PODER. É ali que a imprensa irá atirar. A grande glória para um jornalista, hoje, é conseguir derrubar um ministro, ou (glória suprema!!!) um presidente da república. É isso que faz uma carreira de sucesso no jornalismo: o número de escândalos que o jornalista consegue "denunciar", e os efeitos que têm essas denúncias. O resultado disso é a descrença generalizada da população, a idéia de que todo político é corrupto, de que tanto faz eleger este quanto aquele, que o resultado no final das contas será exatamente o mesmo. O resultado líquido, portanto, é a DESCRENÇA NA POLÍTICA como um todo. Ora, o que poderia ser mais funcional para o capitalismo contemporâneo do que essa descrença?
Encontramos aqui o motivo profundo de as pessoas não enxergarem uma verdade singela como a que enunciei mais acima. Esta é a razão pela qual seguimos acreditando que é inevitável termos financiamentos milionários numa época em que eles são OBVIAMENTE dispensáveis - em que, repito, PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA, poderíamos nos livrar da praga do controle dos políticos pelo poder econômico. Esta verdade simples tem que ser afastada porque ela NEGA a essência do capitalismo contemporâneo, que é a aniquilação do Estado enquanto força independente no interior da sociedade. O Estado tem que ser colonizado, mantido sob controle, neutralizado de todas as maneiras. A principal maneira de se conseguir isso é BANDITIZANDO A POLÍTICA. Obrigamos os políticos a atuar fora da lei, e o mantemos assim a uma distância segura de decisões mais ousadas. O domador com o chicote na mão dentro da jaula é a grande imprensa. 
Voto em partidos, não em indivíduos. Propaganda EXCLUSIVAMENTE feita pela televisão e pelo rádio. Proibição de campanhas publicitárias. Restrição da comunicação política a programas simples, rodados em estúdio, com os principais líderes políticos falando à nação sentados numa poltrona, com uma câmera diante de si. Se alguém puder me dizer o que a democracia perde com isto, eu agradeço. Parece-me óbvio o que ela GANHA. 
Não são todos os políticos que se elegem com base em esquemas criminosos, isso é uma generalização inaceitável. Concordo com o voto em lista partidária, mas faltou comentar sobre o financiamento público exclusivo das campanhas, que é fundamental. Essa história de fazer campanha política utilizando única e exclusivamente o rádio e a TV não existe, é impossível, seja no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, substituir o contato direto entre os candidatos e a população através de carreatas, passeatas, comícios, panfleteações nas praças, nas fábricas, nos bairros, etc. E é bom que seja assim!!!
Por último, quero discordar radicalmente dessa tese de que todos os candidatos tenham que fazer campanha olhando fixamente para uma câmera e permanecendo sentados numa poltrona velha... Com todo o respeito, os golpistas de 64, aqueles que destruíram a vibrante democracia brasileira e implantaram um regime de terror cujos efeitos são sentidos até hoje, implantaram sistema semelhante nas campanhas políticas aqui no Brasil, tudo em nome da "ética, da moral e dos bons costumes"... O cidadão tinha que ir para a frente da câmera, dizer seu nome, aí passava a legenda do partido e ponto final. Ora bolas, isso aí não tem nada a ver com a democracia, isso é sim um abuso e um cerceamento da própria democracia!!! Democracia não é tutelar a maneira como os candidatos fazem ou deixam de fazer suas campanhas, antes disso, é propiciar aos candidatos condições de disputarem os pleitos com igualdade ou proporcionalidade de recursos materiais. Daí a importância do finaciamento público exclusivo para barrar o poder corruptor do dinheiro legal e ilegal oriundo das grandes empresas e do crime organizado. Sou totalmente contra a reedição das campanhas insípidas, inodoras e incolores da ditadura militar...
Por Bento de Abreu
O financiamento público é a melhor saída para o combate à corrupção, porém não pode ser visto como um milagre que salvaria a democracia. Mesmo com o financiamento público, a prática de caixa 2 e portanto a influência do capital nas eleições continuariam, o controle seria difícil. Pode haver subfaturamento de produção de material de um lado e produção clandestina de outro, por exemplo.Não existe "verdade simples" em casos complexos.
Concordo com o Diogo quanto a crítica ao Jotavê, não existe campanha somente na televisão, isso seria o fim da democracia. Alguns candidatos tem sua força exatamente no corpo a corpo, outros no palanque e assim vai. O Jotavê se prende as campanhas majoritárias, mas esquece que em eleições presidenciais temos milhares de candidatos a deputado federal e estadual, além de governador, senador e presidente. Não há como um candidato a deputado fazer campanha pela TV numa eleição desse porte.
Jotavê, você é um cara bem ponderado e um bom crítico, não se prensa a "verdade simples" existem muitas verdades pra tudo nessa vida, existem opiniões e versões.
Ele exagerou em alguns pontos Diogo, mas no essencial eu concordo, ele também é a favor do financiamento exclusivamente público.
Quanto a proibição de campanhas nas ruas isso é absurdo e impossível de ser feito e também não precisa ser só o candidato e a camera no estúdio, acho que foi mais força de expressão. O que precisa é REDUZIR os custos de campanha e isso é simples. Limitar a propaganda eleitoral televisiva, que é a mais cara em alguns pontos (quem é da área facilmente vai saber definir quais), e OBRIGAR as tvs a ceder  o horário de graça ou quase isso.
Como o Nassif bem falou, financiamento exclusivamente privado não acabaria com o caixa 2, por óbvio,  - até mesmo porque 90% ou mais das empresas têm caixa 2, e não têm nada a ver com campanhas politicas, -  mas diminuiria e muito. Todos saberiam o valor da campanha e se os gastos extrapolassem - os famosos sinais exteriores de riqueza - todos poderiam agir para denunciar, desde colegas de partido, partidos adversários e até mesmo órgãos de controle, TCU., CGU, etc.
Infelizmente me parece que esse projeto do deputado Henrique Fontana saiu da pauta da camara, precisaria voltar urgentemente.

Blog do Luis Nassif

Thomaz Bastos abandona defesa de Cachoeira

Do Jornal do Brasil


O escritório do jurista e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos anunciou nesta terça-feira que ele deixa oficialmente a defesa do empresário-contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A saída será protocolada no processo em curo na Justiça, sem pronunciamento formal.
A detenção de Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira — que tentou chantagear o juiz federal de Goiânia — foi a "gota d'água" de uma situação crítica que se alongava já há algumas semanas. Recentemente, uma advogada do escritório de Thomaz Bastos, Dora Cavalcanti, foi agredida verbalmente por Cachoeira. Segundo advogados da equipe, não há previsão de pagamento por ressarcimento ao réu.
O empresário-contraventor, que responde agora a processo criminal na Justiça federal, é acusado de comandar um esquema de jogos ilegais e de corrupção de agentes públicos, e está preso desde fevereiro deste ano. Na segunda-feira, sua companheira foi detida sob suspeita de tentar corromper o juiz responsável pela Operação Montecarlo, que resultou na prisão do empresário.
Andressa prestou depoimento e pagou fiança de R$ 100 mil para ser liberada. Segundo o juiz federal Alderico Richa Santos, Andressa o ameaçou com a divulgação de um dossiê contra ele caso a prisão de Cachoeira não fosse revogada. O documento seria publicado pela revistaVeja.

Blog do Luis Nassif

A mãe de toda corrupção

Coluna Econômica

Deixo de lado, por um dia, a série sobre modelos de desenvolvimento, para falar de tema central, no combate à corrupção no país: o financiamento privado de campanha.
Nos próximos dias começará o julgamento do “mensalão” – o sistema de financiamento de campanha do PT e partidos aliados, denunciado por Roberto Jefferson. Não há provas de que tenha sido um pagamento mensal por compra de apoio. É mais o apoio financeiro às campanhas políticas de aliados.
Mesmo assim, não deve ser minimizado, desde que se entenda que é algo que ocorre com todos os partidos e todas instâncias de poder.
***
O país avançou enormemente na luta contra a corrupção. Dispõe de um conjunto de organismos funcionando, como o TCU(Tribunal de Contas da União), a AGU (Advocacia Geral da União), o Ministério Público, a Polícia Federal. E, agora, a Lei de Transparência, obrigando todos os entes públicos a disponibilizarem suas informações na Internet.
***
Mas o ponto central de corrupção – o financiamento privado de campanha – continua intocado.
Por que ele tem essa importância?
O primeiro círculo de controle da corrupção é do próprio partido. São políticos vigiando correligionários.
Com o financiamento público de campanha e o Caixa 2, a contabilidade vai para o vinagre. É impossível controlar o que vai para o partido ou para o bolso dos que controlam as finanças partidárias.
***
O mesmo ocorre na administração pública. A sucessão de convênios firmados por Ministérios com ONGs aliadas é efeito direto desse modelo.
Mas não apenas isso. Tome-se o responsável pela aprovação de plantas na Prefeitura de São Paulo. Durante anos e anos prevaricou. Para tanto, desobedecia as posturas municipais. Por que não foi denunciado por subordinados? Justamente por não saber se era iniciativa pessoal sua ou a mando do seu chefe, ou do chefe do chefe. Tudo isso devido ao financiamento privado de campanha.
***
Essa prática nefasta acabou legitimando (embora não legalizando) vários tipos de golpe em todas as instâncias administrativas, em todos os quadros partidários.
Liquidou não apenas com a ética partidária mas com a própria democracia interna dos partidos. Na composição dos candidatos ao legislativo, tem preferência quem tem acesso a financiadores de campanha. E a conta será cobrada depois.
***
Os desdobramentos se dão não apenas no âmbito da política, mas do próprio crime organizado.
A falta de regras faz com que pululem irregularidades em todos os cantos – desde meros problemas administrativos até escândalos graúdos.
Em parceria com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, por exemplo, a revista Veja montou uma verdadeira máquina de arapongagem em Brasilia, que servia não apenas para vender mais revista, criar mais intimidação, como para outros objetivos ainda não completamente esclarecidos.
Em muitos casos, levantavam-se escândalos com o único propósito de afastar quadrilhas adversárias de Cachoeira.
As revelações de ontem – do portal G1, da Globo – de que a namorada de Cachoeira chantageou um juiz (dizendo que tinha encomendado um dossiê para Veja) é demonstração cabal de como a corrupção entrou em todos os poros da vida nacional.

Blog do Luis Nassif

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Kika Tristão - Sol de Primavera



Sol de Primavera  

Beto Guedes e Ronaldo Bastos

Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão onde a gente plantou juntos outra vez
Já sonhamos juntos semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar
Já choramos muito, muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer
Sol de primavera abre as janelas do meu peito
a lição sabemos de cor
só nos resta aprender...

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Lô Borges - Paisagem da janela



Paisagem na janela

 Lô Borges e Fernando Brant


Da janela lateral do quarto de dormir
Vejo uma igreja, um sinal de glória
Vejo um muro branco e um vôo, pássaro
Vejo uma grade, um velho sinal

Mensageiro natural de coisas naturais

Quando eu falava dessas cores mórbidas
Quando eu falava desse homens sórdidos
Quando eu falava desse temporal
Você não escutou

Você não quer acreditar

Mas isso é tão normal
Você não quer acreditar
Que eu apenas era

Cavaleiro marginal lavado em ribeirão

Cavaleiro negro que viveu mistérios
Cavaleiro e senhor de casa e árvores
Sem querer descanso nem dominical

Cavaleiro marginal banhado em ribeirão

Conhecia as torres e os cemitérios
Conhecia os homens e os seus velórios
Quando olhava da janela lateral
Do quarto de dormir

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Milton Nascimento - San Vicente



 San Vicente

Milton Nascimento e Fernando Brant

 Coração americano
Acordei de um sonho estranho
Um gosto, vidro e corte
Um sabor de chocolate
No corpo e na cidade
Um sabor de vida e morte
Coração americano
Um sabor de vidro e corte


A espera na fila imensa
E o corpo negro se esqueceu
Estava em San Vicente
A cidade e suas luzes
Estava em San Vicente
As mulheres e os homens
Coração americano
Um sabor de vidro e corte


Unhnhnhnh...
As horas não se contavam
E o que era negro anoiteceu
Enquanto se esperava
Eu estava em San Vicente
Enquanto acontecia
Eu estava em San Vicente
Coração americano
Um sabor de vidro e corte

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Paraguai expulsa embaixador da Venezuela

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O governo do Paraguai decidiu hoje (4) declarar persona non grata e expulsar o embaixador da Venezuela no país, José Javier Arrúe De Pablo. O anúncio, feito pelo Ministério das Relações Exteriores paraguaio, também determina a retirada do embaixador paraguaio na Venezuela, Augusto Ocampos Caballero.
A decisão se deve a “graves indícios de intervenção, por parte de funcionários da República Bolivariana da Venezuela em assuntos internos da República do Paraguai”, de acordo com a agência pública de notícias paraguaia, IP. Caballero comandava a missão diplomática do Paraguai na Venezuela desde setembro de 2010.
Como não está no Paraguai, o embaixador venezuelano Arrúe de Pablo, declarado persona non grata, está automaticamente expulso do país, sem que o governo paraguaio tenha que fixar um prazo para a saída dele.
Desde a destituição do ex-presidente Fernando Lugo, que foi substituído por Federico Franco, as relações entre as novas autoridades do Paraguai e as da Venezuela estavam estremecidas depois das suspeitas de que funcionários venezuelanos, liderados pelo chanceler Nicolás Maduro, interviram para que as Forças Armadas paraguaias evitassem a saída de Lugo do poder. O impeachment de Lugo foi decidido pelo Congresso em um julgamento político polêmico e rápido, nos dias 21 e 22 de junho.
Na última segunda-feira (2), o governo paraguaio anunciou que iria investigar a atuação de Maduro durante a crise que culminou com o golpe constitucional contra Lugo. A denúncia da interferência venezuelana foi feita pela ministra da Defesa do Paraguai, María Liz García, que afirmou que Maduro instou os militares para que se levantassem contra a decisão do Congresso pelo impeachment.
*Com informações da Telam

Agência Brasil

Decisão do tribunal do Mercosul sobre suspensão do Paraguai é final, afirmam negociadores

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil


Brasília – A decisão do Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul de rejeitar o recurso apresentado pelos paraguaios para anular a suspensão do país do bloco é definitiva, segundo os negociadores brasileiros que acompanham o tema. Na tentativa de reverter a medida, os paraguaios prometem recorrer a outras instâncias do bloco. Porém, a tendência, de acordo com os negociadores, é ser mantida a suspensão até abril de 2013, quando haverá eleições gerais no Paraguai.
No sábado (21), o tribunal considerou-se impedido de analisar o pedido e rejeitou a ação encaminhada pelo Paraguai. No recurso, os paraguaios também apelavam para a anulação da  incorporação da Venezuela como membro permamente do Mercosul, pedido que também foi recusado.
Em 17 páginas, o tribunal informou que os cinco magistrados que compõem a Corte rejeitaram a apelação. O texto detalha o encaminhamento do recurso apresentado pelo governo do Paraguai e esclarece que “não estão presentes os requisitos para a admissibilidade” do processo. A conclusão é expressa em seis itens.
O Paraguai foi suspenso do Mercosul, por decisão unânime dos presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, da Argentina, Cristina Kirchner, e do Uruguai, José Pepe Mujica, logo depois do processo de impeachment que destituiu o presidente Fernando Lugo. Para os líderes políticos sul-americanos, houve ruptura da ordem democrática no Paraguai e, por isso, foi decidida a suspensão do país do bloco.
No entanto, o governo do presidente Federico Franco, que sucedeu Lugo, nega ameaças à ordem e à democracia. O esforço da equipe de Franco é retomar o diálogo na região e evitar o isolamento. Na semana passada, os paraguaios apelaram à Corte do Mercosul. A ação foi analisada durante três dias e anunciada no sábado.
O recurso apresentado pelo Paraguai foi analisado pelos cinco titulares do órgão – o presidente, que é o brasileiro Jorge Fontoura, os argentinos Welber Barral e Carlos Correa, além do uruguaio José Gamio e do paraguaio Roberto Ruiz Diaz.
Em texto divulgado pelo  Ministério das Relações Exteriores, as autoridades do do Paraguai indicam que têm esperança na reversão da suspensão do país das reuniões do Mercosul. Porém, não há informações referentes às instâncias às quais o país apelará no esforço de mudar o quadro político atual.

Agência Brasil

Mulher de Cachoeira fica calada na PF e terá que pagar fiança de R$ 100 mil

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Em depoimento na manhã de hoje (30) na Polícia Federal (PF) em Goiânia, Andressa Mendonça (foto acima), mulher do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, permaneceu em silêncio. De acordo com informações da Polícia Federal, ela terá que pagar uma fiança de R$ 100 mil e está proibida de se comunicar com qualquer pessoa investigada nas operações Monte Carlo e Vegas, inclusive com o marido.
Preso desde 29 de fevereiro, Cachoeira é acusado de ser o líder da organização criminosa que envolveu políticos e empresários. Andressa é suspeita de ter tentando chantagear o juiz Alderico Rocha Santos com o objetivo de convencê-lo a libertar Cachoeira e absolvê-lo das acusações.
Alderico Rocha Santos é o segundo juiz do caso. O primeiro, Paulo Moreira Lima, responsável por autorizar as escutas telefônicas que baseiam as denúncias, pediu afastamento em meio a ameaças.
Andressa foi conduzida hoje de forma coercitiva à Polícia Federal, onde chegou às 9h30. Ela deixou a sede da corporação em Goiânia às 12h15. Após o depoimento, obteve três dias para o pagamento da fiança estipulada. Caso o pagamento não seja efetuado e se identifique contato de Andressa com os investigados, a Justiça pode determinar sua prisão preventiva.
Além do depoimento, a Polícia Federal também apreendeu na casa de Andressa dois computadores, dois tablets e documentos que serão objeto de investigação. As ações foram determinadas no domingo (29) pelo juiz federal Mark Yshida Brandão, diretor do Foro da Seção Judiciária de Goiás, durante o plantão judiciário.
Os mandados foram efetuados em resposta à representação encaminhada pelo Ministério Público Federal sobre a tentativa de corrupção.

Agência Brasil 

Brasil vai vender 20 aviões da Embraer para a Venezuela

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

 
Brasília – O primeiro resultado da entrada da Venezuela no Mercosul será concretizado pela venda de 20 aviões Embraer 190AR. As negociações foram feitas pelo Brasil com a empresa estatal de aviação venezuelana, a Conviasa. A compra foi assunto de reuniões entre a presidenta Dilma Rousseff e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Mas hoje (30) os ministros das Relações Exteriores do Mercosul fecharam os termos da venda.
As aeronaves do tipo 190AR têm capacidade de 98 a 114 assentos. O Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, não informou o valor total do negócio. Mas os venezuelanos estimam que pode chegar a R$ 1,5 bilhão. Amanhã (31), durante cerimônia no Palácio do Planalto, será oficializada a incorporação da Venezuela ao Mercosul.
O ingresso da Venezuela no bloco, no entanto, só ocorrerá efetivamente a partir do dia 13 de agosto, porque é necessário contar um prazo para a análise dos documentos apresentados. Os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota; da Argentina, Héctor Timerman; do Uruguai, Luis Almagro; e da Venezuela, Nicolás Maduro, que se reuniram hoje, por cerca de duas horas, definiram sobre os aspectos técnicos para a entrada dos venezuelanos no Mercosul.
A ideia é que um grupo de trabalho se debruce sobre as questões mais específicas por até 180 dias. Mas o objetivo é que no dia 13 de agosto ocorra uma primeira reunião em Brasília. Paralelamente, todos os países que integram o Mercosul vão se empenhar para que a Venezuela consiga adotar a nomenclatura do bloco até dezembro de 2012. A nomenclatura é a adequação dos produtos comercializados com os códigos adotados no bloco.
Também foi definido que, inicialmente, a prioridade será incluir na lista de produtos comercializados os que têm taxas próximas às cobradas pelo Mercosul – que variam de 10% a 12,5%. Na Venezuela, a média cobrada é 12%. A ideia é incorporar os produtos venezuelanos, mas com tolerância de variação de 2%.
O livre comércio na região, denominado liberalização, deve ser adotado após a conclusão do processo de regularização da nomenclatura. A previsão é que ocorra a partir de janeiro de 2013. Mas, pelo Protocolo de Adesão da Venezuela ao Mercosul, o prazo final é quatro anos. O empenho para que ele seja antecipado.

Agência Brasil
 

O valerioduto abasteceu Gilmar Mendes

O ministro do STF na lista dos beneficiários do esquema

CartaCapital publica na edição que chega às bancas em São Paulo nesta sexta-feira 27 uma lista inédita de beneficiários do caixa 2 da campanha à reeleição do então governador Eduardo Azeredo em 1998. O esquema foi operado pelo publicitário Marcos Valério de Souza, que assina a lista, registrada em cartório. O agora ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes aparece entre os beneficiários. Mendes teria recebido 185 mil reais.
Há ainda governadores, deputados e senadores na lista. Entre os doadores, empresas públicas e prefeituras proibidas de fazer doações de campanha. O banqueiro Daniel Dantas também aparece como repassador de dinheiro ao caixa 2.
A documentação foi entregue à Polícia Federal pelo advogado Dino Miraglia Filho, de Belo Horizonte. Ele defende a família da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, assassinada em 2000. Segundo Miraglia, a morte foi “queima de arquivo”, pois a modelo participava do esquema e era escalada para transportar malas de dinheiro. Na lista, Cristiana aparece como destinatária de 1,8 milhão de reais.

Carta Capital

Brindeiro quer melar o mensalão ?

O Conversa Afiada duvida que Peluso condene Dirceu e, por extensão, Lula e a Dilma, sem provas: porque os mervais passam e a biografia fica.

Saiu na Folha (*) notícia de colonista (**) que se tornou variante de certa ” imprensa” que trata de advogados (certos advogados):

Advogados do mensalão querem acessar nova peça de acusação de Gurgel


Se verdadeira, o brindeiro Gurgel acaba de fazer monumental besteira.

Deu motivo para que Marcio Thomaz Bastos e José Carlos Dias (este, tucano de carteirinha e advogado do Padim Pade em ação – perdida – contra este ansioso blogueiro) recorram ao Supremo para adiar o julgamento do mensalão.


Os mervais cortariam os pulsos.


Onde já se viu, dar motivo para o Ministro Peluso não condenar o Dirceu ?


O Conversa Afiada duvida que Peluso condene Dirceu e, por extensão, Lula e a Dilma, sem provas: porque os mervais passam e a biografia fica.


O ansioso blogueiro, agora elevado à categoria de ” nazista”, na companhia do LuiSS NaSSif,
concorda com o Vander.

E acha que, quanto mais cedo o STF absolver o Dirceu (e o Lula e a Dilma ), por falta de provas, melhor será.


(Sobre o nazismo do Nassif e deste ansioso blogueiro, não deixe de ler o
Mauro Santayana e o Marcos Coimbra, dois mineiros que entendem de Liberdade.)

Mas, seria uma impagável ironia o brindeiro Gurgel –
por quem a Globo põe as mãos no fogo e que o Senador Collor mandou a Corregedoria do MP investigar se se trata de um prevaricador- logo ele, o IMPLACÁVEL ACUSADOR, o MÁXIMO ALGOZ jogar água na fervura e não deixar o Peluso votar.

Se soubesse que havia esse risco, os mervais não iriam a Salzburg.


Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta  costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse  pessoal aí.

Conversa Afiada

João Bosco - O bêbado e a equilibrista



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João Bosco - Quando o amor acontece



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Lulu Santos - Como uma onda no mar



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Mulher de Cachoeira usa Veja para chantagear juiz

Do G1

Juiz afirma que mulher de Cachoeira tentou chantagem para soltar bicheiro

Magistrado diz que mulher de contraventor teria dossiê com fotos contra ele.
Andressa Mendonça presta esclarecimento na manhã desta segunda na PF.

Versanna Carvalho Do G1 GO
O juiz federal Alderico Rocha Santos afirmou ao G1 nesta segunda-feira (30) ter sido chantageado por Andressa Mendonça, mulher do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Santos é responsável pelo processo da Operação Monte Carlo na Justiça Federal, que culminou na prisão do bicheiro em fevereiro.
Segundo o magistrado, Andressa o procurou na quinta-feira (26) afirmando que teria um dossiê contra ele e, em troca da não-publicação, teria pedido um alvará de soltura para Cachoeira.


Andressa prestou esclarecimentos nesta manhã na Polícia Federal em Goiânia e saiu sem falar com a imprensa. A mulher do contraventor terá de pagar fiança de R$ 100 mil e está proibida de visitar o marido, informou a PF.
Segundo o delegado Sandro Paes Sandre, “caso essas medidas não sejam atendidas, Andressa terá a prisão preventiva decretada e ficará presa na PF”.
A suposta conduta de Andressa está prevista no artigo nº 333 do Código Penal, que trata de corrupção ativa, diz a PF em nota.
G1 tenta contato por telefone com Andressa Mendonça e seus advogados, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Dossiê
Conforme relatou o juiz ao G1, na versão de Andressa, o dossiê teria sido produzido a pedido de Cachoeira pelo jornalista Policarpo Júnior, repórter da sucursal da revista "Veja", em Brasília.
Procurada, a direção da "Veja" afirmou que seu departamento jurídico "está tomando providências para processar o autor da calúnia que tenta envolver de maneira criminosa a revista e seu jornalista com uma acusação absurda, falsa e agressivamente contrária aos nossos padrões éticos".
Ainda segundo Santos, Andressa teria pedido para falar com ele mesmo sem a presença do seu advogado. Como ela insistiu em ser atendida, o juiz diz que concordou em recebê-la e chamou uma de suas assessoras para acompanhar a reunião.
Depois de cerca de 20 minutos, diz ainda o magistrado, Andressa teria dito para que a assistente fosse retirada sala. Depois de mais 25 minutos, teria insistido. “Ela disse: ‘Quero falar com o senhor a respeito das minhas visitas ao Carlos e vou falar de questões pessoais. Não queria que questões da minha intimidade fossem reportadas a terceiros’. Então concordei com a saída da minha assessora”, relatou.
Conforme o juiz, Andressa teria dito: "Doutor, tenho algo muito bom para o senhor. O senhor conhece o Policarpo Júnior? O Carlos contratou o Policarpo para fazer um dossiê contra o senhor. Se o senhor soltar o Carlos, não vamos soltar o dossiê".
O juiz diz também que respondeu que não tinha nada a temer, quando teria ouvido de Andressa: "O senhor tem certeza?".
A mulher de Cachoeira, conforme o relato do juiz, teria então escrito o nome de três pessoas em um pedaço de papel e perguntado se ele os conhecia: o ex-governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), que teve o mandato cassado em setembro de 2009 por suspeita de abuso de poder político nas eleições de 2006; um fazendeiro da região do Tocantins e Pará, conhecido como Maranhense; e Luiz, que seria um amigo de infância do juiz e supostamente responderia a processo por trabalho escravo.
De acordo com o juiz, Andressa teria dito que o jornalista teria fotos do magistrado com essas três pessoas.
“Não tenho nada a temer. Eu não vejo Marcelo Miranda há mais de quatro anos. O Maranhense, ou quem imagino que possa ser o Maranhense, também não vejo há bastante tempo. Já o Luiz é meu amigo de infância. As terras da família dele fazem divisa com as do meu pai, no Maranhão, há mais de 50 anos”, disse Santos.
O magistrado afirmou ter voltado a dizer a Andressa não ter nada a temer, momento em que ela teria se retirado de sua sala. “Quando ela saiu, guardei o papel onde ela escreveu os três nomes, solicitei as imagens que mostram a sua entrada e saída do prédio da Justiça Federal e encaminhei um documento ao Ministério Público relatando o fato."
"Eles entenderam que a ação dela se caracteriza crime e que ela deve pagar uma fiança de R$ 100 mil sob pena de prisão”, relatou.
Veja diz que Cachoeira subornava autoridades, mas se cala sobre seu uso nas chantagens

Justiça

Mulher de Cachoeira é suspeita de tentar corromper juiz

Andressa Mendonça foi levada "coercitivamente" para prestar depoimento na PF. Agentes também cumpriram mandado de busca e apreensão na casa dela

Gabriel Castro
Andressa Mendonça, esposa do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, deixa o Congresso Nacional após depoimento de Cachoeira na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
Andressa Mendonça, esposa do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, deixa o Congresso Nacional após depoimento de Cachoeira na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (José Cruz/ABr)

A mulher do contraventor Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, foi levada à Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira para prestar depoimento sobre uma suposta tentativa de corromper o juiz Alderico Rocha Santos, responsável pelo caso Cachoeira. De acordo com a PF, Andressa foi "conduzida coercitivamente" para a sede da corporação em Goiânia. A Justiça determinou que Andressa terá de pagar uma fiança de 100 000 reais e não poderá manter contato com os investigados na operação Monte Carlo - o que inclui o seu marido.
Segundo Polícia Federal, Andressa tentava cooptar o magistrado para obter uma decisão judicial favorável ao marido. Os policiais federais também apreenderam computadores na casa dela. Apesar de ser investigada pelo crime de corrupção ativa, a mulher de Cachoeira foi liberada após prestar depoimento. Ela chegou ao local por volta de 9h e saiu da PF às 12h20.
Cachoeira, que controlava a máfia dos caça-níqueis em Goiás, corrompia autoridades e atuava como lobista da construtora Delta, está preso desde 29 de fevereiro e tem fracassado em sucessivas tentativas de obter um habeas corpus na Justiça. O primeiro juiz responsável pelo caso, Paulo Augusto Moreira Lima, deixou as investigações após ser ameaçado. O irmão da ex-mulher de Cachoeira, Adriano Aprígio, foi detido no início de julho por intimidar a procuradora Lea Batista de Oliveira.
Andressa Mendonça foi convocada a depor na CPI do Cachoeira. Ela deve falar aos parlamentares em 7 de agosto, no primeiro encontro da Comissão Parlamentar de Inquérito após
o recesso do meio do ano.

Blog do Luis Nassif

O julgamento de agosto

O mundo não acabará neste agosto, nem o Brasil entrará em crise, qualquer que venha a ser o resultado do julgamento a que se dedicará o STF no mês que se inicia quarta-feira. A importância maior desse julgamento está nas reflexões políticas e jurídicas que ele provocará.


O mundo não acabará neste agosto, nem o Brasil entrará em crise, qualquer que venha a ser o resultado do julgamento a que se dedicará o STF no mês que se inicia quarta-feira. Tampouco se esperam grandes surpresas. Ainda que mantenham a necessária discrição – e se registre, que neste caso, não conhecemos ainda manifestações intempestivas de alguns julgadores – é plausível supor que os magistrados já estejam com seu veredicto em mente. O relatório é deles conhecido, e o texto do revisor foi distribuído, houve bastante tempo, até mesmo para redigir os votos. O que vai ocorrer, nas demoradas sessões do julgamento, é o necessário rito, para que se cumpra o devido processo legal. Apesar disso, não é de se desprezar a hipótese de que surjam novas provas e contraprovas, em benefício, ou desfavor, dos réus.

A importância maior desse julgamento está nas reflexões políticas e jurídicas que ele provocará. Admitamos, como é provável, que os argumentos maiores da defesa – de que se tratava de um financiamento, a posteriori de campanha eleitoral – venham a ser admitidos pela alta corte, o que reduziria bastante a punição dos responsáveis. O sistema eleitoral nas democracias modernas – e não só no Brasil, mas no mundo inteiro – é deformado pela influência notória do poder econômico. Há um mercado do voto, como há um mercado da fé, e um mercado da informação. Uma campanha eleitoral é empreendimento complexo, que exige a presença de ideólogos e profissionais de propaganda; de ativistas pagos; de impressos e da produção de programas de rádio e televisão; de logística de transporte e de distribuição de recursos e de pessoal. Em resumo: é preciso dinheiro, e muito dinheiro.

Esse é um dos paradoxos da democracia moderna: sem dinheiro, não há o exercício do voto; com ele, e no volume exigido, a legitimidade do sufrágio é posta em dúvida. Esse é um dos argumentos de filosofia política contra o sistema capitalista, em que o poder do Estado é visto como um bem de mercado, que pode ser ocupado pelos que pagam mais. E não só os indivíduos os que adquirem esse poder: mais do que eles são os grupos de interesse comum, como os banqueiros, os grandes proprietários rurais, as confissões religiosas, as poderosas corporações econômicas, nacionais e multinacionais. Isso, quando não há a interferência direta de governos estrangeiros, como sempre ocorre e ocorreu despudoradamente com a ação do IBAD, nas eleições de 1960 e 1962.

Sempre houve o financiamento privado das campanhas, mas, nesse problema, como em todos os outros, funcionam as leis dialéticas: a quantidade altera a qualidade. No passado, a maior parte dos políticos se valia dos recursos privados de terceiros com alguma discrição, e, alguns com constrangimento e pudor. É certo que desonestos sempre houve, corruptos nunca faltaram, desde o governo de Tomé de Sousa até os tempos recentes. Mas, com notável diferença, os candidatos, em sua imensa maioria, quase nunca usavam dinheiro de campanha para seu proveito pessoal.

Em muitos casos, feita a contabilidade final do pleito, destinavam as poucas sobras a instituições de caridade, e, em caso contrário, arcavam com os saldos a pagar, sacrificando os bens de família. Hoje, como frequentemente se denuncia, uma campanha eleitoral pode ser um meio de enriquecimento, como qualquer outro. Essa situação perverte todos os setores do Estado, com o superfaturamento das obras públicas, a corrupção de servidores de todos os escalões. Os cidadãos, no entanto, já demonstram sua reação contra essa perversão da vida social, como revelam movimentos vitoriosos, entre eles a iniciativa da Lei da Ficha Limpa.

A inteligência política é convocada a encontrar sistema de financiamento público de campanha, de forma justa e democrática, a fim de que todos os candidatos tenham a mesma oportunidade de dizer o que pretendem e pedir o voto dos cidadãos. Não é fácil impedir a distorção do processo eleitoral, mas é preciso construir legislação que reduza, se não for possível elimina-la, a influência do poder econômico no processo político.

Estamos em um mundo que se encasula no desencanto e na angústia com relação ao futuro. Há, porém, uma promessa de justiça, na articulação de movimentos de protesto, no mundo inteiro, contra a ditadura mundial do sistema financeiro que, de acordo com a confissão de alguns culpados, se tornou uma quadrilha mundial de gangsters, ou de “banksters”.

Esse termo preciso foi criado para identificar os banqueiros responsáveis pela Depressão dos anos 30, e está sendo reutilizado agora. Não podemos esmorecer na reação dos oprimidos contra essa nova tentativa de ditadura mundial.

Mauro Santayana é colunista político do Jornal do Brasil, diário de que foi correspondente na Europa (1968 a 1973). Foi redator-secretário da Ultima Hora (1959), e trabalhou nos principais jornais brasileiros, entre eles, a Folha de S. Paulo (1976-82), de que foi colunista político e correspondente na Península Ibérica e na África do Norte.

Carta Maior

Judocas ressaltam importância do bolsa-atleta nas Olimpíadas

Aplaudidos pelos jornalistas brasileiros na entrada da coletiva de imprensa, na tarde deste domingo (29), na Casa Brasil, em Londres, os medalhistas olímpicos Sarah Menezes e Felipe Kitadai descreveram a experiência de subir ao pódio na Olimpíada. “É o sonho de todos os atletas receber uma medalha, principalmente um ouro”, disse a judoca Sarah.


Agência Brasil
Sarah Menezes Sarah Menezes conquistou a primeira medalha de ouro feminina do Brasil no Judô

A piauiense, de 22 anos, falou sobre sua relação com a cidade natal e os treinamentos em Teresina. “Nunca saí de Teresina. Com o tempo, conseguimos montar uma estrutura de treinamento em minha cidade. Considero que tenho duas famílias: uma em Teresina e a outra na seleção. Sou muito nova e tenho ainda dois ciclos olímpicos para disputar”, comentou Sarah. A jovem, que recebe o auxílio do Bolsa-Atleta, do Ministério do Esporte, desde 2006, tornou-se a primeira mulher do país a garantir ouro no judô, logo no primeiro dia de competições oficiais dos Jogos de Londres.


Já o medalhista de bronze e também bolsista Felipe Kitadai revelou a tática para subir ao pódio. “A minha estratégia era ganhar todas as lutas. Mas não foi possível, pois acabei perdendo o terceiro combate, contra o atual primeiro lugar do ranking. Depois consegui me recuperar para conquistar a medalha de bronze para a gente”, afirmou o judoca.


Sarah Menezes ressaltou a importância do programa Bolsa-Atleta na retenção de atletas e na formação de novos talentos no esporte. “A ajuda é fundamental na base, com atletas juvenis que procuram o objetivo de chegar um dia aos Jogos Olímpicos”, disse.


Parceria


Para o presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Paulo Wanderley Teixeira, o Ministério do Esporte é um grande aliado do judô. “O governo federal é um grande parceiro de todos os esportes brasileiros e contribui para o judô com ações como o Bolsa-Atleta, convênios e a Lei de Incentivo ao Esporte. Só temos a agradecer ao governo, especificamente ao ministro Aldo Rebelo e à presidenta Dilma Rousseff, por tudo que tem oportunizado para o esporte brasileiro.”


Paulo Wanderley ressaltou a visita de Aldo Rebelo, que cumprimentou diretamente os medalhistas olímpicos. “O ministro e o secretário Ricardo Leyser (secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento) prestigiaram os atletas do judô e demonstram o carinho que têm com o esporte brasileiro. O judô mostrou que está fazendo o seu dever de casa e dando o retorno esperado. A visita foi importante: nos sentimos lisonjeados”, completou.


O Brasil está atualmente na oitava posição no ranking de medalhas com uma medalha de ouro (Judô), uma de prata (Natação) e uma de bronze (Judô). O quadro é liderado pela China, que tem, até o momento, 12 medalhas, sendo seis de ouro.


Fonte: Ministério do Esporte

Portal Vermelho

Chávez chega hoje ao Brasil para selar entrada no Mercosul

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, chega nesta segunda-feira (29) ao Brasil para formalizar a entrada da Venezuela no Mercosul em ato que será oficializado nesta terça-feira (31) durante cerimônia a ser realizada em Brasília.


O evento na capital federal será protocolar. Marca a assinatura dos papéis e dá solenidade à entrada do primeiro novo membro do bloco desde a sua fundação, há 21 anos. A integração real, no entanto, poderá demorar até quatro anos, prazo para a finalização do processo de união aduaneira.
Nesta segunda-feira (30), os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela vão discutir os termos da adesão. A reunião ocorrerá a partir das 17h, na sede do Ministério das Relações Exteriores, no Palácio Itamaraty.
Na reunião desta tarde, será criado um grupo de trabalho que vai se debruçar sobre os aspectos técnicos envolvendo o ingresso da Venezuela no Mercosul. Também serão discutidos os termos de nomenclatura que vão ser adotados no bloco.
O Brasil espera que a Venezuela adote até dezembro a chamada Nomenclatura Comum do Mercosul, os códigos aduaneiros que identificam os produtos e suas unidades no comércio dentro do bloco. Esse é o primeiro passo para que o país possa entrar na Tarifa Externa Comum, a taxa de importação cobrada de países de fora do bloco, e também passe a ter o direito de vender seus produtos dentro do Mercosul sem tarifas.
Suspensão do Paraguai
Depois de seis anos, a Venezuela será incorporada ao Mercosul. O prazo se estendeu porque somente o Congresso do Paraguai não aprovava o ingresso. Como o Paraguai foi suspenso temporariamente do bloco, Brasil, Argentina e Uruguai ratificaram a adesão do país caribenho.
A suspensão foi definida pelos presidentes por considerarem que o processo de destituição do poder do então presidente Fernando Lugo, em 22 de junho, não seguiu os preceitos democráticos e violou a cláusula democrática do bloco.
Entenda o Mercosul:
Integrantes
Membros plenos: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai (suspenso até a retomada da ordem democrática). Membros associados: Chile, Equador, Colômbia, Peru e Bolívia
Observadores: México e Nova Zelândia
Objetivos
A livre circulação de bens, serviços e produção entre os países que integram o bloco por meio da eliminação dos direitos aduaneiros e restrições; a definição de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política comercial comum em foros econômicos regionais; a coordenação das políticas macroeconômicas e setoriais entre os membros, nas áreas de comércio exterior, agricultura, indústria e sobre os aspectos fiscal, monetário, cambial e de capitais; o compromisso dos membros em harmonizar as legislações para fortalecer o processo de integração.
Histórico
Há mais de quatro décadas, líderes políticos da região tentaram negociar a criação de um bloco regional para incrementar o comércio, fortalecer a economia e estimular a integração. Nos anos de 1980, os esforços se concretizaram na proposta de instauração do Mercosul. Em 1991, foi assinado o Tratado de Assunção, considerado o marco do início do bloco.

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