quarta-feira, 11 de julho de 2012

Suspensão do Paraguai sinaliza que não há mais espaço para atitudes antidemocráticas, diz Patriota

 
Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse hoje (11) que a decisão de suspender o Paraguai do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) é um sinal claro de que não há mais espaço na região para “aventuras antidemocráticas”.
Ao participar de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, Patriota avaliou que a reação brasileira em relação ao impeachment do então presidente paraguaio Fernando Lugo foi, desde o início, coordenada com os demais países da América do Sul.
Para o ministro, a aproximação e a construção de parcerias na região somente foi possível por meio da instauração de processos democráticos. A suspensão do Paraguai de ambos os blocos, segundo ele, demonstra que os países sul-americanos não toleram desvios que comprometam a democracia.
“O Paraguai voltará a participar assim que se retomar a plena vigência da ordem democrática”, disse, ao avaliar ainda que a decisão de suspender o país vizinho foi coesa e evidencia o amadurecimento da região.
Sobre a incorporação da Venezuela ao Mercosul, Patriota disse que a medida fortalece a América do Sul e trará mais peso ao bloco. Ele lembrou que o país tem o quarto maior Produto Interno Bruto (PIB) e a quarta maior população da região.
“Com a Venezuela, o Mercosul se estenderá da Patagônia ao Caribe”, ressaltou o ministro. Segundo ele, a adesão faz com que o bloco se projete ainda mais como potência energética, além de fortalecer correntes de investimento e comércio.
Na semana passada, o governo do Paraguai decidiu declarar persona non grata e expulsar o embaixador da Venezuela no país, José Javier Arrúe De Pablo, além de determinar a retirada do embaixador paraguaio na Venezuela, Augusto Ocampos Caballero.
Desde a destituição de Lugo, as relações entre as autoridades do Paraguai e da Venezuela ficaram estremecidas depois de suspeitas de que funcionários venezuelanos, liderados pelo chanceler Nicolás Maduro, interviram para que as Forças Armadas paraguaias evitassem a saída de Lugo do poder.
“Faço uma avaliação positiva dos resultados da Cúpula de Mendonça. Foram decisões difíceis, mas tomadas com o critério e o cuidado de não serem adotadas medidas que afetassem o povo paraguaio e em resposta a uma situação inaceitável”, explicou Patriota.

Agência Brasil

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