terça-feira, 3 de julho de 2012

“Uma disputa desigual e cheia de irregularidades”

“Sim, sim, vamos impugná-la”, respondeu na tarde desta segunda (2) o candidato à presidência pelo Movimento Progressista, uma coalizão de partidos de esquerda, Andrés Manuel López Obrador, quando lhe perguntaram se aceitaria o resultado das eleições, durante coletiva de imprensa, antes ainda da finalização da contagem dos votos. Como o resultado deverá ser divulgado apenas amanhã, só então poderá ser tomada alguma iniciativa concreta.

Enquanto isso, o candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), Henrique Peña Nieto, recebia o telefonema do presidente dos EUA, Barack Obama, felicitando-o pela vitória. Com mais de 98% das urnas apuradas, Peña Nieto contava com 38,15% dos votos contra 31,64% do candidato das esquerdas, López Obrador. A candidata do atual presidente, Josefina Vázquez Mota, tinha 25,4%.

Mas, segundo os estudantes participantes do movimento YoSoy132, que se articulou após confronto do candidato priista em uma faculdade da classe média alta na Cidade do México, houve muitas denúncias de irregularidades. De todas elas, 46% correspondem a compra de votos, 30% a irregularidades nas cabines eleitorais e 19% a propaganda. Angélica Pérez Padilla, integrante do movimento, disse que, entre os registros presenciais, houve 110 de suborno.  

Alguns dados oferecidos por López Obrador na coletiva de ontem:

 
- o limite de gastos para cada candidato nas presidenciais era de 360 milhões de pesos. O PRI teria gasto, segundo seus cálculos, 5 bilhões;
- houve a compra de milhões de votos. Só na Cidade do México, cerca de 1 milhão deles;
- o IFE, organismo responsável pelas eleições, registrou 3 mil incidentes eleitorais.

Imediatamente antes das eleições, o jornal inglês The Guardian, publicou reportagem denunciando a existência de uma estrutura paralela e clandestina da principal TV mexicana, a Televisa, voltada exclusivamente para promover a campanha do candidato do PRI e de fazer a contra-propaganda dos seus opositores.

Na capital, Cidade do México, o advogado Miguel Ángel Mancera, do PRD (Partido da Revolução Democrática), mesmo partido de Obrador, foi eleito prefeito neste domingo com algo entre 60% e 61% dos votos. A coalizão que o apoia é integrada ainda pelo PT (Partido do Trabalho) e pelo Movimento Cidadão.


Blog do Zé Dirceu

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