quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Campanha de falso moralismo não deve impedir eleição de Renan

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Congresso Nacional
Tudo indica que o senador Renan Calheiros (AL) será eleito presidente do Senado amanhã e o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), presidente da Câmara na próxima 2ª feira. Ambos são do PMDB e é uma grande bobagem a continuidade dessa campanha da mídia dizendo que o Executivo é que os elege, ou que eles só se elegem por contar com o apoio do Planalto.

Foi o povo que elegeu o Congresso e decidiu, pelo voto, por sua vontade soberana, que PSDB-DEM seriam oposição e minoria e PT-PMDB formariam e dirigiriam uma coalizão majoritaria que, como tal, tem o dever de eleger os presidentes do Senado e da Câmara e, respeitado o critério da proporcionalidade, preencher os demais cargos da Mesa nas duas Casas.

Assim, o que estamos assistindo em relação ao senador Renan Calheiros é, de novo, uma ofensiva midiática dando cobertura a denúncias contra ele concertadas com ações do Ministério Público Federal (MPF) e com intervenções de grupos organizados como aconteceu ontem frente ao Congresso Nacional.

Nada mais que isto, com o objetivo de dividir a base de apoio do governo e continuar com a campanha moralista e udenista. A mesma campanha falso-moralista que  levou o presidente Jânio Quadros ao Planalto (1960) porque ia "varrer a corrupção"; os militares ao poder porque eles "combatiam a corrupção e a subversão"; e depois elegeu o presidente Fernando Collor, o caçador de marajás...

Aliás, o símbolo ontem dos manifestantes em frente ao Congresso Nacional era a vassoura. Mudar mesmo fazendo a reforma política e administrativa nem pensar. Estes neoudenistas dos novos tempos se opõem a ferro e fogo ao financiamento público e ao voto em lista. Observem, também, que à frente dessas campanhas de agora há sempre deputados e senadores defensores da mídia e inimigos de qualquer regulação.
(Foto: José Cruz/ABr)


Blog do Zé Dirceu

É preciso enfrentar a ofensiva que a direita está fazendo no país contra o nosso projeto político

ImageO título deste post foi tirado de uma das minhas declarações dadas ontem no excelente encontro no Rio na sede da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) para discutir o julgamento da AP 470, chamado pela imprensa de julgamento do mensalão, no qual fui condenado sem provas. Mais de seiscentas pessoas estiveram no local.

O debate foi organizado pela CUT em parceria com o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. Também estiveram presentes os jornalistas Raimundo Pereira e Altamiro Borges, o advogado Adriano Pilatti, professor da PUC-Rio, e Fernanda Carísio, integrante da Executiva do PT-RJ e ex-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio.

Mas quero começar destacando alguns trechos da excelente fala da jornalista Hildegard Angel, que também esteve lá:

"Venho, como cidadã, como jornalista, que há mais de 40 anos milita na imprensa de meu país, e como vítima direta do Estado Brasileiro em seu último período de exceção, quando me roubou três familiares, manifestar publicamente minha indignação e sobretudo minha decepção, meu constrangimento, meu desconforto, minha tristeza, perante o lamentável espetáculo que nosso Supremo Tribunal Federal ofereceu ao país e ao mundo, durante o julgamento da Ação Penal 470, apelidada de Mensalão, que eu pessoalmente chamo de Mentirão."

Image “Vimos aquele show de deduções, de indícios, de ausências de provas, de contorcionismos jurídicos, jurisprudências pós-modernas, criatividades inéditas nunca dantes aplicadas serem retiradas de sob as capas e utilizadas para as condenações.” 



“A grande maioria dos que conheço não pensa como eu. Os que leem minhas colunas sociais não pensam como eu. Os que eu frequento as festas também não pensam. Mas eles estão bem protegidos. Importa-me os que não conheço e não me conhecem, o grande Brasil, o que está completamente fragilizado e exposto à manipulação de uma mídia voraz, impiedosa e que só vê seus próprios interesses. Grandes e poderosos. E que para isso não mede limites. Esta mídia que manipula, oprime, seduz, conduz, coopta, esta não me encanta. E é ela que manda.”



Clique aqui para ler a íntegra da fala de Hildegard Angel



Ofensiva da direita
No debate, eu chamei atenção para a importância de levarmos adiante a luta política, não apenas pelas condenações sem provas impostas pelo STF, mas também porque ela se dá em uma escala mais ampla. É uma ofensiva conservadora e midiática contra o PT, contra o ex-presidente Lula e contra o nosso governo.
Destaco abaixo alguns trechos da minha fala no debate:
"A necessidade dessa luta política não é apenas pelo julgamento. É enfrentar a ofensiva que está havendo contra o companheiro Lula e contra o governo da presidenta Dilma. É preciso enfrentar a ofensiva que a direita está fazendo no país contra o nosso projeto político."


"Sempre que digo para ir às ruas, dizem que é uma afronta à democracia e ao STF. Pelo contrário, é um serviço que fazemos à democracia e à Suprema Corte. Temos que fazer a disputa do que foi o julgamento, o julgamento do julgamento. Temos que fazer uma anticampanha. Foi feito uma campanha para criar as condições para que o julgamento se desse como se deu.”


"Onde estão os nossos? Quando o procurador da República diz que vai enviar para os procuradores de primeira instância as denúncias do Marcos Valério sobre as relações com o presidente Lula, quem é que foi para a tribuna denunciar isso?"


"Sofri uma devassa da Receita por três anos, de 2006 a 2009. Recebi um atestado de honestidade. Mas toda a imprensa divulga como se eu tivesse me enriquecido no governo e no mensalão. Há uma campanha de tentar nos desmoralizar."


"O julgamento teve quatro meses e parou de julgar toda a sua pauta, por algo que era transmitido por TV aberta. Algo que não existe. Sendo assim, se transformou num julgamento de exceção. Perdemos essa batalha. Foi a primeira derrota que tivemos desde 2002.”


E deixei claro mais uma vez que vou lutar até que a verdade seja provada:
"Pode ser regime fechado, pode ser segurança máxima, pode ser solitária. Não vão me calar. Eu vou lutar."



“Eu optei por lutar, apesar do linchamento e da violência da imprensa. Sabia que era um julgamento do governo Lula, do PT e do nosso projeto.”

“Vou percorrer todo o Brasil. É uma luta longa que só está começando.”

"Quem fala em nome da nação é o Congresso Nacional, o parlamento brasileiro. Ministro do Supremo não fala em nome da nação."


Eu também falei sobre o temor que os meios de comunicação tem da regulamentação da mídia, algo que já existe em diversos outros países democráticos, mas que aqui é atacado violentamente. Aí a imprensa parte para a ofensiva de desmoralizar os políticos para impedir esse debate:
"É o caminho das ditaduras, uma tentativa de desmoralizar a política, os políticos e o Congresso."


"No dia em que o Congresso não tiver medo da Globo, da mídia, faz a regulação."


"É uma batalha dificílima contra o monopólio dos meios de comunicação. Há uma perda de qualidade e conteúdo nos jornais, porque passaram a partidarizar qualquer análise econômica, com campanhas de sabotagem sobre a própria economia do país.”



 “Se existisse democracia nos meios de comunicação não estaríamos aqui. Seriamos absolvidos.”


Ainda vou tratar mais desse encontro nos próximos posts, com importantes trechos de outros participantes também. Mas já queria compartilhar com vocês como foi um pouco desse evento no Rio.

Clique nas imagens abaixo e confira os vídeos:
  
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Parte 2
 


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Parte 3

Leia também: Setores do Ministério Público têm atuação partidária, diz Falcão

(Fotos: Clarisse Chalréo)


Blog do Zé Dirceu

Desemprego fecha 2012 em 5,5%, a menor taxa da série histórica

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil



Rio de Janeiro – A taxa de desemprego do país ficou em 4,6% em dezembro e fechou o ano de 2012 em 5,5%, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados foram divulgados hoje (31) e mostram que o índice anual é o mais baixo da série histórica iniciada em março de 2002. Antes disso, a taxa de 2011 havia sido a menor da série, ao ficar em 6%.
O resultado de dezembro do ano passado também é o menor da série histórica. O recorde anterior havia sido registrado em dezembro de 2011 (4,7%). Em novembro de 2012, o índice ficou em 4,9%.
O IBGE iniciou a série histórica da pesquisa em março de 2002, por isso não há dado consolidado para aquele ano.

                                           Clicar em cima


Agência Brasil

Kátia Abreu e a judicialização da política

Por Diogo Costa

Aos poucos, talvez lentamente demais, alguns setores conservadores da sociedade começam a se dar conta do perigo maior que ronda a jovem democracia brasileira. Qual seja, a judicialização autoritária substituindo os poderes legitimamente eleitos pela população. Esse artigo escrito pela senadora Kátia Abreu (PSD-TO) vai no ponto central da questão (a lamentar que seja alguém do seio conservador e não alguém da esquerda a redigir um texto como esse...). A burocracia sem votos tem que ser barrada e submetida ao poder político legítimo, eleito pelo povo brasileiro! Todo apoio ao Congresso Nacional!

Da Folha

Kátia Abreu

A Procuradora-Geral da República em exercício aproveitou sua interinidade para propor ao Supremo Tribunal Federal três Adins (Ações Diretas de Inconstitucionalidade) contra 23 dispositivos do novo Código Florestal, pedindo, aliás, suspensão de sua vigência enquanto estiver pendente o julgamento.
Talvez seja a primeira vez que um diploma legal sofre uma arguição de constitucionalidade em tal extensão. Se reconhecida a condição alegada, cairá por terra todo um código debatido e votado livremente nas duas Casas do Congresso, após dez anos de discussão no lugar institucional próprio e, enfim, sancionado com alguns vetos pelo Poder Executivo. E com ele cairá também, de forma irremediável, o modo democrático de funcionamento do Estado brasileiro. É disso que se trata.
A votação do Código Florestal foi um episódio especial e raro na vida do Parlamento brasileiro e no modo como se fazem as leis. O processo lento permitiu que todas as visões da matéria fossem amplamente defendidas, com total transparência. Ao final, os legisladores sabiam exatamente o que estavam votando. Entre todas as visões em disputa, algumas prevaleceram e outras foram rejeitadas.
Tudo foi feito sob a luz da imprensa livre. Venceu o ambientalismo republicano, que produziu a legislação ambiental mais restritiva e protetora da natureza de que se tem notícia em todo o mundo. Instituições de preservação, como a reserva legal e a proteção das margens dos cursos d'água, que só existem no Brasil, foram sacramentadas. Tudo às expensas do proprietário: benefícios sociais e custos privados!
A sociedade democrática pressupõe pluralidade de visões de mundo e de valores. Os conflitos resultantes dessa pluralidade não se resolvem pela imposição autocrática nem pelos meios da burocracia do Estado. Têm de ser resolvidos exclusivamente no espaço da política ou estaremos vivendo em regime autoritário.
Apenas os agentes eleitos pelo povo soberano podem dar a última palavra nessa matéria. Só a eles o povo delegou, por meio de eleições livres, esse poder.
No Brasil, estamos vivendo uma situação perigosa. Como já advertiu publicamente o desembargador Rogério Medeiros Garcia de Lima, "personagens não eleitas intentam governar os destinos da comunidade". E disse ainda: "O Poder Judiciário não pode servir de trampolim para o exercício arbitrário e ilegítimo do poder político por quem não foi eleito". Concordo com todas as letras. Estamos sob o risco de uma judicialização totalitária.
Em relação a todos os dispositivos arguidos, havia claramente duas posições opostas no Congresso. Uma visão foi amplamente vencedora, em virtude dos votos de quem tinha autoridade legítima e exclusiva para fazê-lo.
A arguição da procuradora adota, sem nenhum disfarce, todos os pontos de vista vencidos, querendo mudar, por meio de instituições não eleitas, o resultado do jogo democrático. Torna vencido o vencedor e vencedor o vencido.
A prevalecer essa distorção, estará abolido o modo de funcionamento democrático do Estado brasileiro. O Congresso não será mais necessário. Nem o controle do Executivo, por meio do poder de veto. Tudo será resolvido por instituições que não estão sob os limites do controle social e democrático.
Não se trata aqui, portanto, de uma mera discussão de tecnicidades jurídicas sobre a lei ambiental. Trata-se de definir onde se decidem, no Brasil, as visões de mundo e de valores: se no campo político e democrático do Parlamento, com a participação da sociedade, ou nos palácios da burocracia judicial.
Ao assumir integralmente pontos de vista políticos manifestados e derrotados numa votação parlamentar, sob a desculpa de contrariar vaguezas da Constituição, a procuradora da República nos arremessou a um questionamento: a vida social, de agora em diante, não deverá mais ser regulada nos espaços democráticos?
A sociedade brasileira precisa despertar para esse grande abismo que se abre diante de nós.


Blog do Luis Nassif

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O dia em que mataram Fernando Henrique


Com a reação negativa à determinação do governo federal em reduzir as tarifas de energia elétrica, a oposição matou Fernando Henrique e foi ao cinema. Mas, ironicamente, prestou o primeiro serviço à nação. Mostrou o mapa oculto na grande imprensa.





A meta fundamental dos estrategistas da oposição, concentrados nas redações do Instituto Millenium, ia além da divisão da base de sustentação do governo Dilma. O objetivo era mais amplo. Através de factoides, que ignoravam os desmentidos das lideranças partidárias, a estratégia consistia em criar um cenário de ficção onde partidos do campo progressista abandonariam o governo em nome de projetos próprios, criando um céu de brigadeiro para o tucanato em 2014.

Não se pode subestimar o desespero contido na empreitada. Desde 2001, quando o neoliberalismo alcançou o máximo de sua hegemonia, dando início à sua decadência, os valores morais, políticos e jurídicos que o sustentaram começaram a fazer água.

Natural que setores políticos associados a ele fossem levados de roldão pela própria dinâmica desencadeada. Quando a festa acabou, o prestígio do consórcio demotucano rastejava, sua base parlamentar estilhaçou e os convidados começaram a se retirar ou a brigar pelos ossos que sobraram. Com FHC paralisado, a equipe econômica e seus consultores em pânico, encerrava-se a aventura da direita que, em nome de um projeto sócio-liberal, promoveu a mais ampla liquidação do patrimônio público de que se tem notícia na história do país.

A partir de 2003, o governo petista conseguiu dar consequência prática à formação da base social de um projeto democrático e popular. Setores médios e pequenos do empresariado, embora refratários inicialmente, se agregaram em torno da nova proposta de poder. Além do amplo apoio da maioria da classe média - que não pode ser confundida com suas frações ressentidas e raivosas - a gestão de centro-esquerda, por suas políticas inclusivas, conseguiu se enraizar nos setores assalariados de baixa renda.

E o que sobrou dos parlamentares, professores e analistas que viram nos anos FHC o anúncio da modernização das relações entre o Estado e o capital, com o fim do "Estado cartorialista" e do "populismo econômico”? Quando morre um homem representativo, três hipóteses se afiguram: sua época já havia morrido, morre com ele, ou lhe sobrevive. Na primeira hipótese, o homem representativo era uma relíquia, um dinossauro e suas "qualidades" passam a balizar o juízo do senso comum. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um morto político com o projeto que implantou, é um exemplo significativo da justeza desta hipótese.

A asfixia interna que se seguiu no campo liberal-conservador provocou uma redução vertical dos quadros do PSDB que, na origem, ainda resistiam à avalanche reacionária e eram vozes mais ponderadas em um partido que desde sempre foi marcado pela conciliação e por vacilações. As possibilidades de renovação são mínimas e as alianças possíveis só podem ser feitas com setores oligárquicos e atrasados. Não por acaso mídia e judiciário adquiriram centralidade no jogo político.

Passados dez anos da devassa tucana, o Brasil encontra-se como alguém que, após uma longa caminhada numa floresta completamente escura, conseguiu vislumbrar uma clareira, com vários caminhos à frente. Na verdade, a diversidade de rotas é uma ilusão, porque há apenas dois destinos. O primeiro caminho - o proposto por articulistas, redatores, consultores e analistas do "antigo regime" - levaria ao esmagamento de todos os avanços conquistados nos últimos dez anos.

Por essa rota, que ainda levaria ao esmagamento de toda a acumulação industrial feita a duras penas e à custa do sacrifício de várias gerações de trabalhadores, o Brasil voltaria aos primórdios da década de 1930. A outra - a que não aparece sequer como possibilidade nas páginas e telas das classes dominantes - nos conduzirá à continuidade de transformações jurídico-institucionais que, constituindo direitos a partir da relação direta com o Poder Público, faça emergir uma nova cidadania.

Com a reação negativa à determinação do governo federal em reduzir as tarifas de energia elétrica, a oposição matou Fernando Henrique e foi ao cinema. Mas, ironicamente, prestou o primeiro serviço à nação. Mostrou o mapa oculto na grande imprensa.


Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil


Carta Maior

O cenário otimista para 2013

Autor: 

Coluna Econômica

Nos últimos anos, sob comando do economista Otávio de Barros, o Bradesco constituiu a maior equipe de economia entre as empresas privadas brasileiras. Meticuloso com indicadores, Otávio montou um painel minucioso dos principais indicadores nacionais e internacionais, e  - o diferencial – passou a trabalhar a enorme base de clientes do banco.
A partir dessa montanha de informações, o Departamento de Economia chegou ao seguinte consenso:

O pibinho de 2012 se deveu a um conjunto inédito de fatores negativos.

Os principais fatores (que não deverão se repetir) foram:
  1. Seca no Nordeste e do sul, detonando o PIB agrícola.
  2. Crise no DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), devido aos escândalos, paralisando os investimentos em infraestrutura.
  3. A implantação abrupta de novos padrões de motores, praticamente paralisando a venda de caminhões.
  4. Endividamento do setor sucroalcooleiro, paralisando a produção de álcool.
  5. Queda brutal na produtividade da Bacia de Campos que, de repente, passou a 70% da capacidade anterior.
  6. Queda brusca das exportações para a Argentina.
  7. Os apertos do Banco Central na Selic, em 2011, somados às medidas macro prudenciais, que acabaram afetando 2012.
Tais fatores teriam “roubado”  de 0,8% a 1% do PIB.
O segundo ponto é a metodologia adotada pelo IBGE (aparentemente, em revisão). Segundo Otávio, os mesmos dados, se colocados no sistema que roda o PIB da OCDE (o grupo de países mais avançados), haveria no mínimo um ponto a mais no PIB e outro nas taxas de investimento.

Novo “normal”

Em 2013 e, especialmente em 2014, se colherão os frutos do novo padrão de política econômica implantado a partir de agosto de 2011.
O “novo normal”, na economia mundial, seria constituído dos seguintes fatores:
  1. Crescimento moderado do crédito. Moderado porque mais cuidadoso, ao contrário do porre de 2010 e 2011.
  2. Maior intervenção do Estado.
  3. Menores taxas de retorno sobre o capital.
  4. Crescimento baseado na produtividade e no investimento, e não mais no consumo.
No caso brasileiro, a posição do governo Dilma, segundo Otávio, é a do território conquistado em batalha, portanto irreversível. O “território” em questão consiste na taxa Selic civilizada, nos aportes no BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), câmbio mais competitivo, redução dos impostos, do custo de energia e dos encargos trabalhistas.
O Bradesco trabalha com uma previsão de crescimento de 3,5% do PIB. Nas últimas semanas, os rumores de racionamento de energia fizeram o mercado derrubar um pouco a projeção.

Cenário internacional

Contribui para essa previsão a situação internacional. Os Estados Unidos já completaram as quatro etapas de entrada e saída da crise; a Europa estaria no terceiro quartil. O presidente do Banco Central Europeu, Mário Draghi, teria operado uma impressionante reversão na ortodoxia, principalmente, do Bundesbank alemão. E a economia alemã já estaria refletindo essa situação.
Além disso, com a redução do risco sistêmico, a enorme injeção de liquidez na economia internacional poderá, finalmente, refletir-se na economia real.


Blog do Luis Nassif

Boas novas: vem aí substancial melhoria na saúde

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Alexandre Padilha
O governo federal incluiu em sua programação orçamentária investimentos da ordem de R$ 1,6 bi para construção, reforma e ampliação de unidades básicas de Saúde (UBS). “Queremos levar saúde com qualidade para os bairros onde as pessoas vivem”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao anunciar a dotação orçamentária a dirigentes municipais de todo o país reunidos em Brasília no Encontro Nacional de Novos Prefeitos e Prefeitas.

A meta ainda para este ano, detalhou o ministro, é construir 1.253 UBSs; ampliar 5.629; e reformar 4.348. Há uma reserva orçamentária, também, de R$ 1,2 bi para a compra de equipamentos. Em 2012, 5.458 unidades foram ampliadas em 2.256 municípios, chegando a R$ 548 milhões em investimentos. Hoje existem mais de 38 mil UBSs em todo o país.

O ministro da Saúde anunciou, também, que a partir de fevereiro próximo, os municípios poderão aderir ao Programa de Modernização do Atendimento. A inscrição, feita pela internet, possibilita o aumento do valor de custeio das UBSs, de acordo com o desempenho das equipes que nelas trabalham. “Teremos mais recursos para quem tem bom desempenho”, explicou Padilha.

Obras públicas que vão gerar emprego e renda

O Ministério da Saúde planeja, também, que cada UBS com pelo menos uma equipe participante do programa de modernização tenha acesso à internet até 2014. Os investimentos neste programa devem totalizar R$ 45 milhões. A ideia é possibilitar que cada município possa aprimorar o acompanhamento nas emergências e nos ambulatórios, prestando melhor atendimento ao paciente e com um maior controle de gastos.

Parabéns, ministro Padilha! E duplamente: pela rapidez de sua ação, tendo programas já tão detalhados no início do ano, o que lhe possibilitou anunciar já os investimentos, e pelo caráter desburocratizado da execução do programa. O sr. trouxe boas novas, as melhores talvez dos últimos dias no setor saúde, já que vamos melhorará-la na 1ª instância administrativa (municípios).

Os investimentos anunciados, em detalhes, pelo ministro promovem, além da melhoria na saúde, o desenvolvimento social e o crescimento econômico. Criam empregos e geram renda.
(Foto: Elza Fiúza/ABr)


Blog do Zé Dirceu

João Bosco - O ronco da cuíca




You Tube

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Zimbo Trio - Wave ( Tom Jobim )



Wave

Tom Jobim

Vou te contar
Os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho...

O resto é mar
É tudo que não sei contar
São coisas lindas que eu tenho pra te dar
Vem de mansinho à brisa e me diz
É impossível ser feliz sozinho...

Da primeira vez era a cidade
Da segunda o cais e a eternidade...
Agora eu já sei
Da onda que se ergueu no mar
E das estrelas que esquecemos de contar
O amor se deixa surpreender
Enquanto a noite vem nos envolver...

Vou te contar...


You Tube

Caruso X Latuff

Duas charges sobre Santa Maria mostram como chargistas podem ser brilhantes ou infames perante tragédias.
No blog, Noblat acrescentou a palavra “humor” a essa charge 
de Caruso

Fazer charge num drama como o de Santa Maria é uma tarefa para poucos.

É fácil fazer bobagem, e é difícil fazer coisa boa.

Na tragédia de Santa Maria, tivemos as duas situações. O cartunista Carlos Latuff, que se celebrizou no Brasil há  pouco tempo depois de ser acusado de antissemita, brilhou.
Latuff ironizou o abominável comportamento da mídia diante de calamidades como a da casa noturna Kiss. Um repórter tenta extrair palavras de um familiar da vítima no enterro, numa exploração abjeta da dor alheia.
Clap, clap, clap. De pé.
Latuff deu voz a milhões de brasileiros que somaram à tristeza pelas centenas de mortes a indignação pela atitude de jornalistas que não respeitam a dor alheia e simulam, como canastrões, uma dor que não sentem.

O lado B veio com Chico Caruso, no Globo. Ele fez uma prisão em chamas, na qual ardem as pessoas ali dentro e da qual se exala uma fumaça sinistra. Dilma, sempre Dilma, observa de longe e exclama: “Santa Maria!”
Era para rir? Os leitores acharam que não. Mas viria uma segunda etapa. Numa decisão estapafurdiamente incompreensível, Ricardo Noblat republicou a charge em seu blogue com o acréscimo da palavra “humor”.




















Latuff captou o comportamento abjeto da imprensa

A reação nas redes sociais foi imediata. Caruso e Noblat foram simplesmente triturados. No próprio blogue de Noblat, habitualmente frequentado por arquiconservadores como o próprio blogueiro, os leitores manifestaram repúdio. Um deles notou que a dupla conseguiu unir petistas e antipetistas na mesma reprovação torrencial.
Noblat defendeu Chico Caruso, e sobretudo a si próprio,  em linhas antológicas: quem não gostou da charge, foi o que ele essencialmente disse depois de uma cômica interpretação do desenho,  não a entendeu. Os leitores são burros, portanto.
Tenho para mim que parte da raiva se deve ao fato de ambos estarem fortemente identificados com a Globo. Alguma coisa da rejeição que existe em boa parte da sociedade à Globo se transmite a seus funcionários.
Mas a questão vai além. É complicado, ficou claro, fazer charge decente para as Organizações Globo. A de Latuff jamais seria publicada pelo Globo. O espesso conservadorismo da empresa acaba por ceifar a possibilidade de iconoclastia, de inconformismo de cartunistas da Globo.
Se nas colunas políticas o reacionarismo nos veículos da Globo não chega a chocar, porque é esperado, na charge aparece como um estigma. De artistas se espera uma atitude diferente, mais arejada, mais provocativa.
Caruso, nos anos 1980, se destacou como um dos melhores chargistas de sua geração. Prometia mais do que entregou, é certo, mas fez uma carreira boa.
Agora, vai passar para a história como o autor da charge mais repudiada e mais infame da mídia brasileira em muitos anos —  em parte por um mau momento, em parte por carregar no peito o crachá das Organizações Globo.

Barbacena terá lei delegada por 300 dias

Prefeito Toninho Andrada (PSDB) conseguiu prerrogativa para fazer alterações sem que elas sejam avaliadas pela Câmara Municipal

 

A Câmara Municipal de Barbacena - que conta com 15 vereadores - aprovou por nove votos contra um a redação final do projeto de resolução que autoriza o prefeito Toninho Andrada (PSDB) a fazer reformas administrativas por meio de leis delegadas. Com esse precedente, o chefe do Executivo terá 120 dias para criar leis e mais 180 para regulamentá-las (cerca de dez meses) sem que elas precisem passar pelo crivo do Poder Legislativo. A medida, que se tornou praxe no início das gestões estaduais tucanas - foi adotada por Aécio Neves e Antonio Anastasia -, parece ter chegado fortalecida na Serra da Mantiqueira, onde já foi praticada por administrações municipais anteriores.

Segundo informações da secretaria da Câmara, a aprovação da redação final ocorreu no sábado, dia 12, e os trabalhos de discussão e votação ocorreram em reuniões extraordinárias, entre os dias 9 e 12, uma vez que o primeiro período legislativo em Barbacena só terá início no dia 15 de fevereiro, após o carnaval. Na mensagem enviada à Câmara, o Executivo justifica a necessidade de adequar a estrutura administrativa e realizar reformas com a finalidade de instrumentalizar a gestão municipal.

De acordo com o prefeito, a lei delegada é prevista na Constituição e exige aprovação da maioria dos legisladores. "Conversei com os vereadores para explicar as motivações e consegui sensibilizar 12, o que representa mais de dois terços da Casa." Andrada afirma que precisa "de via rápida" para solucionar problemas encontrados quando assumiu o Poder Executivo, porque, na avaliação dele, a Prefeitura estaria em "situação de caos". Em relação ao período de 300 dias, considerado extenso pela oposição, o prefeito acredita ser necessário para criar as proposições, que exigem detalhamento. "Vou precisar criar equipe para redigir isso, o que é moroso." Mas, na opinião de Andrada, haveria maior morosidade se tivesse que mandar os projetos de reestruturação a "conta-gotas" para apreciação da Câmara. "É um processo complexo, mas acredito que, em 60 dias, eu possa apresentar o principal."

O gestor defende que, por não poder formular todo tipo de lei, já que as medidas ficarão restritas à criação e extinção de cargos e órgãos, alteração do orçamento, adequação de jornada de servidores e modificações de fundos municipais, por exemplo, não criará embaraços com a opinião pública. "O espaço para mudar não é tão grande. Tenho que agir dentro do limite da legislação estadual e federal", justifica Andrada. Dentre as medidas que o prefeito pretende tomar está a extinção do setor de saúde, que hoje é uma autarquia, e transformação em Secretaria de Saúde. Já a Secretaria de Defesa Social deve ser eliminada, e os recursos do fundo municipal do setor podem ser remanejados para outras áreas.

Para o vereador Carlos Alberto Batista (Kikito - PT), o único vereador presente a votar contra o projeto de resolução, a medida fere a Constituição Federal e a Lei Orgânica de Barbacena. Ele argumenta, por exemplo, que a Emenda 29 da lei municipal, estabelece que a extinção de autarquias, empresas públicas e fundações tem que passar por plebiscito. "A proposta é ampla demais, alguns itens não estão claros. Não estou dizendo que vai haver algo errado, mas há poder demais para uma única instância só", argumenta. Kikito queixa-se ainda da possibilidade de o chefe do Executivo poder remanejar fundos municipais, alterar regimes de concessões, como transporte público, e jornada de trabalho dos servidores. Outra preocupação é com o tempo de vigência. "Se é para dar agilidade à administração, porque são necessários 300 dias. Isso é quase um ano."

 

Tribuna de Minas

Venício Lima: Sob o ensurdecedor silêncio da grande mídia brasileira

publicado em 29 de janeiro de 2013 às 16:56

Leveson deu a saída, no Reino Unido…

REGULAÇÃO EM DEBATE
Depois de Leveson, a União Europeia


Sob o ensurdecedor silêncio da grande mídia brasileira, foi divulgado em Bruxelas, na terça-feira (22/1), o relatório “Uma mídia livre e pluralista para sustentar a democracia europeia”, comissionado pela vice-presidente da União Europeia, Neelie Kroes, encarregada da Agenda Digital [ver aqui a íntegra do relatório, acesso em 23/1/2013].
Preparado por um grupo de alto nível (HLG) presidido pela ex-presidente da Letônia, Vaira Vike-Freiberga, e do qual faziam parte Herta Däubler-Gmelin, ex-ministra da Justiça alemã; Luís Miguel Poiares Pessoa Maduro, ex-advogado geral na Corte de Justiça Europeia; e Ben Hammersley, jornalista especializado em tecnologia, o relatório faz trinta recomendações sobre a regulamentação da mídia como resultado de um trabalho de 16 meses que começou em outubro de 2011. As recomendações serão agora debatidas no âmbito da Comissão Europeia.

O relatório

O relatório, por óbvio, deve ser lido na íntegra. Ele começa com um sumário das principais conclusões e recomendações e, na parte substantiva, está dividido em cinco capítulos que apresentam e discutem as bases conceituais e jurídicas que justificam as diferentes recomendações: (1) por que a liberdade da mídia e o pluralismo importam; (2) o papel da União Europeia; (3) o mutante ambiente da mídia; (4) a proteção da liberdade do jornalista; e, (5) o pluralismo na mídia.
Há ainda um anexo de 12 páginas que lista as autoridades ouvidas, as contribuições escritas recebidas e os documentos consultados. A boa notícia é que quase todo esse material está disponível online.
Para aqueles a favor da regulamentação democrática da mídia – da mesma forma que já havia acontecido com o relatório Leveson – é alentador verificar como antigas propostas sistematicamente taxadas pela grande mídia e seus aliados da direita conservadora de autoritárias, promotoras da censura e inimigas da liberdade de expressão, são apresentadas e defendidas por experts internacionais, comissionados pela União Europeia.
Fundamento de todo o relatório são os conceitos de liberdade de mídia e pluralismo. Está lá:
“O conceito de liberdade de mídia está intimamente relacionado à noção de liberdade de expressão, mas não é idêntico a ela [grifo meu]. A última está entronizada nos valores e direitos fundamentais da Europa: ‘Todos têm o direito à liberdade de expressão. Este direito inclui a liberdade de ter opiniões, de transmitir (impart) e receber informações e ideias sem interferência da autoridade pública e independente de fronteiras’ (…).
“Pluralismo na mídia é um conceito que vai muito além da propriedade. Ele inclui muitos aspectos, desde, por exemplo, regras relativas a controle de conteúdo no licenciamento de sistemas de radiodifusão, o estabelecimento de liberdade editorial, a independência e o status de serviço público de radiodifusores, a situação profissional de jornalistas, a relação entre a mídia e os atores políticos etc. Pluralismo inclui todas as medidas que garantam o acesso dos cidadãos a uma variedade de fontes e vozes de informação, permitindo a eles que formem opiniões sem a influência indevida de um poder [formador de opiniões] dominante.”
Encontram-se no relatório propostas como: (1) a introdução da educação para a leitura crítica da mídia nas escolas secundárias; (2) o monitoramento permanente do conteúdo da mídia por parte de organismo oficial ou, alternativamente, por um centro independente ligado à academia, e a publicação regular de relatórios que seriam encaminhados ao Parlamento para eventuais medidas que assegurem a liberdade e o pluralismo; (3) a total neutralidade de rede na internet; (4) a provisão de fundos estatais para o financiamento da mídia alternativa que seja inviável comercialmente, mas essencial ao pluralismo; (5) a existência de mecanismos que garantam a identificação dos responsáveis por calúnias e a garantia da resposta e da retratação de acusações indevidas.
Pelo histórico de feroz resistência que encontra entre nós, vale o registro uma proposta específica. Após considerações sobre o reiterado fracasso de agências autorreguladoras, o relatório propõe:
“Todos os países da União Europeia deveriam ter conselhos de mídia independentes, cujos membros tenham origem política e cultural equilibrada, assim como sejam socialmente diversificados. Esses organismos teriam competência para investigar reclamações (…), mas também certificariam de que as organizações de mídia publicaram seus códigos de conduta e revelaram detalhes sobre propriedade, declarações de conflito de interesse etc. Os conselhos de mídia devem ter poderes legais, tais como a imposição de multas, determinar a publicação de justificativas [apologies] em veículos impressos ou eletrônicos, e cassação do status jornalístico.”
E no Brasil?

A publicação de mais um estudo oficial sobre regulamentação da mídia, desta vez pela União Europeia, menos de dois meses depois do relatório Leveson na Inglaterra, revela que o tema é pauta obrigatória nas sociedades democráticas e não apenas em vizinhos latino-americanos como a Argentina, o Uruguai e o Equador, mas, sobretudo, na Europa.
No Brasil, como se sabe, “faz-se de conta” que não é bem assim e o tema permanece “esquecido” pelo governo, além de demonizado publicamente pela grande mídia como ameaça à liberdade de expressão.
Quem se beneficia com essa situação? Até quando seguiremos na contramão da história?
***
[Venício A. de Lima é jornalista e sociólogo, pesquisador visitante no Departamento de Ciência Política da UFMG (2012-2013), professor de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor de Política de Comunicações: um Balanço dos Governos Lula (2003-2010), Editora Publisher Brasil, 2012, entre outros livros]
Leia também:



O Mundo é Um Moinho

Cartola


Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar



Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és



Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó



Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés



You Tube

A última piada de José Serra

Em reunião com os tucanos paulistas, na abertura do congresso do PSDB-SP neste início de semana (ontem), o ex-governador José Serra fez crítica ao aparelhamento da máquina pública. Deve ser com relação ao governo Geraldo Alckmin, que acabou de cooptar vários partidos para sua base de apoio oferecendo secretarias e cargos na máquina pública estadual.

Mas, o que ficou mesmo da fala dele e do senador Aloysio Nunes Ferreira Filho (PSDB-SP) é o lançamento de Alckmin para candidato a presidente da República no ano que vem e a defesa de prévias. Aloysio defendeu “trazer todas as forças políticas para reeleger o governador Geraldo Alckmin, se ele não for candidato a presidente”.

“Ele é um nome forte, é o governador de São Paulo, é um ser de tradição política, já foi candidato à Presidência”, disse o senador tucano paulista ao defender a ida de Alckmin para a disputa do Planalto. “Não se pode excluir a hipótese de o Geraldo vir a ser candidato à Presidência”, completou.

Serra candidato a governador. Acreditem se quiser...


O jogo dos tucanos paulistas é: se Alckmin disputar de novo (já concorreu e perdeu em 2006) a presidência da República, a vaga de candidato a governador fica para José Serra. Por isso, também, já há algum tempo a defesa da realização de prévias para escolha de candidatos tucanos entrou na pauta do PSDB paulista, agora com apoio dos serristas. Em 2010 Aécio Neves propôs esse caminho para escolha do candidato ao Planalto, Serra enrolou e inviabilizou a proposta.

Agora o PSDB, com o aval inclusive do governador Alckmin, tem defendido esse caminho. O que querem? Que Aécio dispute prévias. “(Candidato) se escolhe. Existem mecanismos democráticos para isso. Qual é o problema se você tiver mais de um candidato?”, perguntou ontem o senador Aloysio.

O senador Aécio Neves que se cuidade, então. E São Paulo, também, uma vez que alguns tucanos já insinuam que José Serra pode disputar o governo do Estado... Acreditem se quiser...


Blog do Zé Dirceu

Gilberto Carvalho: PT precisa ir para a disputa política

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, foi muito claro em seu discurso ontem no encontro com prefeitos do PT: é preciso ir para a disputa política, não deixar nada sem resposta diante da campanha feita pela oposição e pela grande mídia contra o partido.

Ele afirmou que o PT não pode baixar a cabeça frente à tentativa de alguns setores de colar a pecha de corrupção no partido. E muito menos ficar sem reação frente ao discurso de que o Brasil está em crise.

Reproduzo abaixo o que Carvalho disse:

“Eu só queria fazer um alerta. Estamos vivendo um momento muito difícil nessa transição, nessa continuidade do nosso projeto. O tom mudou nos últimos tempos. Na medida em que nós começamos a mexer com o capital, a baixar juros, a mexer com energia elétrica, a diminuir lucros, o humor mudou completamente.



A imprensa, vocês sabem, basta ler o editorial de cada dia, quem lê os jornais têm a impressão de que o Brasil está indo à bancarrota, que a política economia está quebrada, que a energia elétrica vai faltar, que tem apagão. Vai ser assim o ano todo, até o ano que vem.


E governar não é só fazer obras físicas ou sociais, governar é também disputar um projeto. Por isso eu queria alertar que é muito importante que a gente não baixe a cabeça, não aceite a pecha de que o PT é o partido que inventou a corrupção, governa mal ou é o partido da boquinha.

É o contrário. Fomos nós que tivemos a coragem de criar uma nova cultura política no País, fomos nós que introduzimos a transparência. Somos um exemplo do contrário, de como fazer política como serviço e não como carreira.

Então vamos para o debate político em cada cidade, em cada lugar, em cada espaço, vamos ocupar. Vamos ao combate porque só assim vamos fazer frente a essa grande oposição, a essa tentativa de desestabilizar, de acabar com o nosso projeto, particularmente em relação à eleição do ano que vem.

É um tempo de muita luta, em que agente tem que combinar o trabalho direto, na prática, com o embate político”.

Está certíssimo o ministro. É preciso ir para a disputa política e reagir. Com a palavra, os deputados e senadores do PT.
Clique aqui para assistir ao discurso do ministro

(Foto: Richard Casas/PT)


Blog do Zé Dirceu

Instituto de Perícia revê número de mortos em Santa Maria para 234

 
Mariana Jungmann
Enviada Especial

Santa Maria (RS) - O incêndio na Boate Kiss deixou 234 mortos, e não 231, como vinha sendo divulgado oficialmente até o momento. De acordo com a chefe da Regional de Santa Maria do Instituto Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul, Maria Ângela Zucchetto, desde o início houve um erro na lista divulgada pelas autoridades, na qual foram desconsiderados três nomes.
“Nós não tínhamos computador, cabo, nada. Tudo foi feito manualmente. Nós contamos 234 corpos e fizemos a identificação de todos, mas em algum momento do processo esses três nomes não entraram na lista oficial”, explicou a Maria Ângela.
Ainda segundo ela, a falta dos nomes na lista oficial não representou problema na entrega dos corpos às famílias. Todos eles foram identificados, reconhecidos pelos parentes e já foram enterrados.
A lista do IGP foi encaminhada para Porto Alegre, onde uma perita irá comparar com a lista oficial de 231 nomes para identificar quem está faltando e investigar porque esses três ficaram fora da contagem. O IGP estima que à tarde será possível divulgar os nomes.


Agência Brasil

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Quando o jornalismo político se disfarça de jornalismo de economia

ImageLeio hoje no Estadão um exemplo acabado de jornalismo político: o artigo “Dois vexames brasileiros em 14 anos ”, de Rolf Kuntz. Em resumo, ele diz que o Brasil foi o “patinho feio” do Fórum Econômico Mundial deste ano, compara o Brasil de 1999 (com a maxidesvalorização do real”) com o de 2013, afirma que o governo gasta demais e reclama da queda dos juros no país.

Para começar, recorro às palavras de Janio de Freitas ontem na Folha de S.Paulo, um dia antes de esse artigo do Estadão ser publicado: “Está evidente na contradição das atitudes o quanto há de política no que é servido ao público a respeito de assuntos econômicos. Na maioria dos assuntos dessa área, o direcionamento é predominantemente determinado por política, e não pela objetividade econômica”. Mais abaixo, volto a comentar essa coluna de Janio de Freitas.

É exatamente política o que faz o artigo de Rolf Kuntz. O jornalista sabe que o governo contingenciou R$ 50 bilhões dos orçamentos de 2011 e 2012 e que subiu os juros em 2010 e 2011. Daí o baixo crescimento nesses últimos dois anos, influenciado obviamente pela crise internacional e suas consequências: maior protecionismo e queda violenta no comércio global.

Como achar pouco uma desoneração de mais de R$ 46 bilhões num ano (2012) de crescimento quase zero da arrecadação? Além de tudo o jornalista compara o Brasil com a Europa e os Estados Unidos, países comm altos déficits ou dívidas impagáveis, com desemprego recorde, em recessão ou quase em recessão. Tudo o que o Brasil não vive.

O absurdo chega ao ponto de comparar 1999 com 2013! E pior: relata que saímos da crise de 1999, mas esconde que foi no governo Lula. E por aí vai, até apelar aos santos depois de cometer todos os pecados imagináveis para um jornalista.

Isso sem falar que nenhum país da Europa ou os EUA seguem os conselhos que ele propõe.

Luta política

Recomendo a leitura do artigo de Janio de Freitas que citei no começo deste post.

Ele demonstra como as análises e reportagens econômicas são direcionadas pela política. Janio dá o exemplo dos juros: antes, quando altos, eram apontados como vilões; agora, os mesmos críticos reclamam da queda. Episódio semelhante ocorre com a redução da conta de luz.

“É assim por parte dos dois lados. Mas não de maneira equitativa. Os economistas mais identificados com o capital privado do que abertos a problemas sociais, ou a projeções do interesse nacional, fazem a ampla maioria dos ouvidos e seguidos pelos meios de comunicação”, afirma o jornalista.

Está evidente que o jornalismo econômico corre o risco de acabar como o político: mero instrumento da luta política dos donos dos jornais, que formaram uma centena de jornalistas nessa linha. Esse cenário ainda vale um estudo.


Blog do Zé Dirceu

Energia: Requião defende Dilma e ataca a Privataria

 Os que criticam a política de redução da tarifa de energia da Dilma querem a Privataria do FHC !




Sugestão da amiga navegante Clara:

26 de janeiro de 2013
Clara!  

Grande Senador Requião, outro patriota!
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=HjxicV5xlYo#!

Requião não tem papas na língua: os que criticam a política de redução da tarifa de energia da Dilma querem a Privataria do FHC !

Ele se refere ao Aécio Never.

E ao Governo tucano do Paraná, que transformou a Copel – que Requião não deixou vender ao imaculado banqueiro – num centro de distrubuição de lucros aos sócios privados, em prejuizo do investimento em energia.

São sempre os mesmos: os tucanos !

Nos Governos estaduais e no que ele, Requião, chama de “agressores da imprensa”, aqui chamados de PiG (*).

Requião diz que chegou a propor à Presidenta o fim das concessões, a estatização da energia elétrica, com operadores privados.

PHA

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.


Conversa Afiada

O festival de desinformação que segura o desenvolvimento

 
Autor: 

Coluna Econômica

Hoje em dia, provavelmente o maior custo que o país carrega é o chamado “custo mídia” – o festival de desinformação que tomou conta da cobertura dos grandes veículos.
Há um caminhão de questões para serem criticadas. O governo Dilma está longe do estado da arte da gestão; as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ainda enfrentam problemas de gerenciamento; não se avançou em nada na redução da burocracia pública; abandonaram-se as minirreformas que ajudavam a destravar a economia.
Cada tema desse dá espaço a campanhas críticas relevantes, necessárias para aprimorar os trabalhos, evitar o acomodamento e manter o governo com rédea curta,
***
Mas há uma invencível dificuldade da mídia em produzir a crítica técnica.
Há muito reclama-se do custo Brasil, expresso especialmente nas tarifas públicas. Um dos grandes problemas surgidos nos anos 90 foi com a matriz elétrica. Tinha-se, até então, energia barata, fruto de décadas de investimento em hidrelétricas já amortizadas.
Com a privatização, matou-se essa vantagem competitiva. Criou-se um modelo de mercado que desorganizou a geração, praticamente quebrou a distribuição e, ao final, legou uma das tarifas de energia mais altas do planeta.
***
Decidiu-se, então, reduzir as tarifas – mais para as empresas (que necessitam de competitividade), menos para os consumidores domésticos.
Trata-se de medida de largo alcance. Segundo as contas da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) significará uma economia anual de R$ 31,5 bilhões para o setor produtivo.
Permite não apenas tornar os produtos internos mais competitivos em relação aos importados, como melhor as decisões de investimento em muitos setores.
***
Aliás, faz parte da estratégia adotada de baratear os novos investimentos, onde entra também a redução da taxa Selic, melhoria do câmbio, desonerações da folha etc.
Os efeitos são claramente quantificáveis.
  1. Imagine uma empresa que fature R$ 100 milhões/ano e lucre 20%, ou R$ 20 milhões. Logo, suas despesas totais são de R$ 80 milhões. Suponha que R$ 30 milhões sejam com folha salarial e R$ 10 milhões com custo de energia.
  2. Na hora de analisar o investimento, se for recurso próprio, o empresário irá comparar com o chamado custo de oportunidade – no caso, a aplicação remunerada pela Selic, a taxa básica de juros da economia, com plena liquidez e sem risco.
  3. Com a Selic a 12,5%, para que o investimento tenha o mesmo retorno, em 15 anos, ele terá que investir R$ 132,7 milhões na empresa.
***
As medidas de redução de investimento impactam diretamente o investimento necessário
  1. Com a redução da Selic de 12,5% para 7,5%, sua capacidade de investimento aumenta para R$ 176,5 milhões. Ou seja, 33% de aumento.
  2. Com a redução da conta de energia em 27%, sua capacidade de investimento aumenta para R$ 150,6 milhões, uma alta de 14%.
  3. Com a desoneração da folha de pagamentos, a capacidade de investimento aumenta em 30%, para R$ 172,5 milhões.
  4. Somando-se tudo, a capacidade de investimento pode aumentar em 91%, indo para R$ 253,4 milhões.
Ora, não existe mágica na redução. Não existe almoço-grátis.

Cota de depreciação - 1

Uma das medidas utilizadas foi aproveitar o vencimento de concessões e acabar com a cota de amortização. Antes, o governo cobrava pela concessão, o concessionário pagava e incluía a amortização do investimento na tarifa. O consumidor acabava pagando pelo investimento. Decidiu-se mudar a sistemática, deixando de lado a modalidade de concessão onerosa pela concessão pela menor tarifa. Mais ainda.

Cota de depreciação – 2

Na hora de renovar concessões antigas, deu aos concessionários a possibilidade de renovar de forma não onerosa, desde que aceitasse a nova modalidade de pagamento – que levaria em conta as despesas operacionais da concessão. Para reduzir a conta, no caso das concessões que vencem até 2015, houve a proposta de ressarcir as empresas pelo tempo que faltava para vencer o contrato. Como discutir a legitimidade da proposta?

Cota de depreciação – 3

De repente, descobre-se que o mercado precificava as empresas levando em conta a renovação da concessão, a manutenção dos ganhos com a tal taxa de depreciação, mesmo ela não se constituindo em direito líquido e certo da companhia. Acionistas ganharam rios de dinheiro em cima da desinformação do mercado, contando com um faturamento futuro que não poderia se manter após o final da concessão.

Cotas de depreciação - 4

As cotações de uma companhia dependem do fluxo futuro de resultados. Em geral, o mercado projeta o fluxo passado para o futuro e, a partir daí, calcula o chamado preço justo da ação. Ora, no caso das concessões, ponto central de análise é o prazo dos contratos e de que maneira se dará sua renovação. Vendeu-se a ideia de que, mesmo com a renovação, o fluxo de resultados seria mantido. É evidente que houve um passa-moleque no mercado.

Cota de depreciação – 5

Em vez de investir contra os que manipularam os preços (escondendo informações relevantes), houve um enorme alarido de lobistas contra o que diziam ser “insegurança jurídica” dos contratos. Que mané insegurança? Tem-se periodicamente leilões de energia, com novos investidores entrando no mercado, apostando em novas fontes, sem um pingo de receio quanto à segurança jurídica. No entanto, espalhou-se a lenda da insegurança, com propósitos eminentemente políticos.

Almoço grátis

Não se ficou só nisso. Se desonera a conta de tributos, diz-se que o governo está dando presente tirando dinheiro dos impostos. Se há aporte do Tesouro, diz que o governo está oferecendo almoço com dinheiro do contribuinte. Mas é claro! Alguém acha que essa entidade chamada governo tem fontes próprias de receita? Há um tiroteio insano no ar que impede que as boas iniciativas sejam valorizadas e impede que os fracassos relevantes sejam apontados.


Blog do Luis Nassif

Interrogados não admitem ter usado sinalizador dentro da Boate Kiss, diz polícia

Bruno Bocchini
Enviado Especial
 
 









Santa Maria (RS) – Nenhuma das pessoas ouvidas até o momento – inclusive os presos temporariamente – pelo delegado da Polícia Civil de Santa Maria, Marcelo Arigony, assumiu ter usado um sinalizador dentro da Boate Kiss, onde um incêndio matou mais de 230 pessoas na madrugada de domingo (27). De acordo com Arigony, até o momento, a investigação aponta que o incêndio começou em decorrência do uso de um sinalizador e as portas da casa noturna não eram adequadas para saída em massa das pessoas. As apurações preliminares indicam que foram usados três sinalizadores durante a festa: dois no chão e um no alto, virado em direção ao teto.
 
“Ninguém assumiu ter soltado o sinalizador. [Nos depoimentos, uma pessoa] falou [quem acendeu o artefato], mas nós não vamos adiantar isso ainda. Se temos quatro pessoas segregadas, é porque temos algum fundamento para isso”, disse o delegado.
 
O delegado ressaltou que existem dois tipos de sinalizadores, sendo um deles, o de fogo frio, que pode ser usado em ambientes fechados. “Se esse fato, que nos parece temerário, de ter jogado um sinalizador dentro de uma boate, que nos parece absurdo, pode ser um elemento desse de fogo frio e a nossa ideia preliminar de que a pessoa tinha agido de forma temerária, pode ser desmontada”.
 
De acordo Arigony, a polícia já ouviu mais de 20 pessoas, cumpriu mandados de busca e apreensão e prendeu provisoriamente quatro pessoas. “Não sabemos se haverá mais prisões. Não investigamos pessoas [fatos]. Vamos esclarecer tudo e os responsáveis terão a sua responsabilização”.
 
“Vamos fazer tudo que for preciso, reconstituição, levantamentos, plantas, já estamos fazendo. Estamos fazendo uma perícia intensa, vamos manter o local isolado, se preciso por um mês inteiro”, destacou. Veja aqui a galeria de fotos


Agência Brasil

Tragédia de Santa Maria: 231 mortos e 75 pacientes ainda correm risco de morte

 

Mariana Jungmann
Enviada Especial

Santa Maria (RS) – As autoridades de saúde do Rio Grande do Sul e do governo federal estão especialmente preocupadas com os 75 pacientes vítimas do incêndio em Santa Maria que permanecem em estado crítico de saúde, com risco de morte. Somente na cidade onde ocorreu a tragédia com 231 mortos, existe 83 pacientes internados, sendo 33 em estado grave.
Os pacientes em estado mais crítico são, em geral, os que estão intoxicados gravemente com a fumaça do incêndio ou sofreram queimaduras intensas. Para este último caso, o Ministério da Saúde pediu ajuda a profissionais de hospitais de referência no Rio de Janeiro e do Paraná, além do Hospital Albert Einstein, de São Paulo.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, os 75 casos gravíssimos incluem pacientes que precisam de diálise permanente, medicação para manter a pressão sanguínea e ventilação mecânica, por exemplo. Em dois casos, a situação é tão crítica que as pessoas não puderam ser transferidas de Santa Maria para Porto Alegre, porque não suportariam a viagem.
O número de pacientes graves, no entanto, vem sendo reduzido e alguns já deixaram a UTI. Apesar disso, novos casos críticos ainda podem surgir. Segundo o ministro, 30 pacientes procuraram ontem (28) a Unidade de Pronto Atendimento 24 horas de Santa Maria porque apresentaram sintomas como tosse e falta de ar. 
“Depois da data do incêndio, mesmo pessoas que inicialmente não tiveram nenhum sintoma, começaram a aparecer com sinais de tosse, falta de ar e começaram a evoluir para o que nós chamamos de uma pneumonite química”, explicou.
Hoje, no entanto, apenas duas pessoas apresentaram os sintomas da intoxicação pela fumaça do incêndio. Entretanto, o ministro alerta que os casos de pneumonite podem se agravar rapidamente e levar o paciente à morte se não forem tratados. Por isso, pede que qualquer pessoa que esteve na boate no momento do acidente e inalou a fumaça procure uma unidade de atendimento, se vier a se sentir mal.
De acordo com Padilha, exames de raio X não são suficientes para atestar a intoxicação e o paciente deve ser examinado clinicamente por um médico.
Apesar de Santa Maria ter 30 leitos de UTI, os casos graves estão sendo levados aos poucos para Porto Alegre (RS). A intenção do comitê de gerenciamento de crise formado pelo ministro e pelos secretários de Saúde do estado e do município é deixar esses leitos vagos para casos de pneumonite que vierem a exigir respiração artificial.
Veja aqui, aqui e aqui as galerias de fotos.


Agência Brasil

domingo, 27 de janeiro de 2013

Sem racionamento



Mauricio Tolmasquim

MAURICIO TOLMASQUIM 
 
Em 2013 o setor elétrico deverá quebrar dois recordes: o da maior capacidade de geração e a maior extensão de redes instaladas em um ano no Brasil
Não há razão para se temer o desabastecimento de energia elétrica no país. Afinal, a atual situação de equilíbrio estrutural do sistema elétrico foi conquistada com a retomada do planejamento, a partir da instituição do Novo Modelo, em 2004. Vamos aos fatos.
Em fins de 2011, o Sistema Interligado Nacional (SIN) superou 105 mil MW, instalados em hidrelétricas (77%), termelétricas e fontes alternativas. Nesse ano, a carga atendida foi de 56.000 MW médios. Isto significa capacidade de geração suficiente para atender às necessidades do mercado.
Durante a maior parte do ano produzimos energia a partir da água, sem consumir combustível. Esta é uma excelente vantagem que temos em relação a outros países. Em tempos de pouca água, acionamos as termelétricas, de operação mais custosa porque funcionam à base de combustível fóssil.
No entanto, não existe almoço grátis. Não se pode querer ao mesmo tempo segurança de abastecimento, hidrelétricas sem reservatórios e, além disto, não pagar pelo despacho de termelétricas quando necessário.
De 2001 até 2011 foram instalados no SIN mais de 11.200 MW de termelétricas convencionais (não contando aí nuclear e biomassa). Um aumento de 223%!
No passado, a falta de planejamento levou ao racionamento em 2001 justamente pela inexistência de termelétricas (e de outras fontes) em quantidade para atender à demanda quando não houve água suficiente.
Da capacidade instalada em 2001, as termelétricas convencionais representavam 7%; em 2011, este percentual superou 15%. A “correria” de 2001 levou ao aluguel intempestivo, por pouco tempo, de termelétricas emergenciais, a diesel e óleo combustível, caras e poluidoras.
A partir do novo modelo, as termelétricas passaram a ser licitadas via leilão e com contratos de longo prazo e custos menores.
Na transmissão, a capacidade instalada cresceu 55% entre 2001 e 2011. Foram construídos, em média, 4.000 km de linhas por ano, contra a média anual de apenas 1.000 km antes de 2001.
Além disso, em 2001 sobrava energia na Região Sul do país. Por falta de planejamento e de investimentos em transmissão, essa energia não pôde ser enviada ao Sudeste. De lá para cá, a capacidade de intercâmbio de energia entre o Sul e o Sudeste aumentou 80% e os limites de transferência para o Nordeste ampliaram-se em 2,5 vezes.
Em 2013 o setor deverá quebrar dois recordes: o da maior capacidade de geração e a maior extensão de redes instaladas em um ano no Brasil. Até o final de dezembro está prevista a incorporação de 9.000 MW de capacidade nova de geração e de mais de 8.000 km de linhas de transmissão.
De 2004 para cá, o planejamento do setor elétrico é, sim, o responsável pelo crescimento da capacidade de geração, pelo aumento da potência termelétrica, pela forte inserção da biomassa e da energia eólica na matriz energética brasileira, pela expansão da transmissão e pelo atendimento adequado do consumo adicional. Enfim, pelo equilíbrio estrutural do mercado e pela sustentabilidade da matriz elétrica.


Mauricio T. Tolmasquim é presidente da Empresa de Pesquisa Energética


Brasil 247