quinta-feira, 18 de abril de 2013

Queda nos preços da energia após chuvas de abril

 
Por Assis Ribeiro
Do Valor

Por Claudia Facchini

Ao contrário do que ocorreu durante o verão, quando as chuvas ficaram bem abaixo da média e elevaram os riscos de racionamento, a ocorrência de precipitações está acima do normal neste começo de outono. As duas primeiras semanas de abril, mês em que se inicia o chamado período seco no país, foram marcadas por chuvas 35% acima da média histórica, o que fez com que os níveis dos reservatórios das hidrelétricas se recuperassem ainda mais nos últimos dias.
Com as chuvas que caíram no fim de semana nas nascentes das principais bacias hidrográficas, em quantidades maiores que as esperadas, os lagos das usinas encontram-se 60% cheios neste momento. No fim do ano passado, esse percentual chegou a 30%.
"Não se imaginava que iria chover tanto no último fim de semana e no lugar certo", disse Erico Evaristo, diretor executivo da comercializadora Bolt Energias. Quando as chuvas caem nas nascentes, há um efeito inercial nas vazão dos rios, que se estenderá por mais três a cinco dias, afirma Paulo Mayon, da comercializadora Compass. No caso do rio São Francisco, esse efeito pode durar até mais de dez dias.
Devido à elevação dos níveis de água, os preços da energia elétrica no mercado de curto prazo registraram forte queda no início desta semana. Segundo Evaristo, os preços dos contratos de seis meses, para entrega entre julho e dezembro de 2013, caíram de R$ 290 para R$ 270 MWh, ou 7%. Os preços do contratos de três meses caíram de R$ 300 por MWH para R$ 240 por MWh.
O mercado reduziu suas projeções para o preço médio em abril de R$ 300 para R$ 200 por MWh, disse Mayon. Em março, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), ou o preço da energia no mercado disponível, foi de R$ 340 em média. "Se esperava que, em abril, os preços se mantivessem em um patamar parecido, mas vão ser bem mais baixos", afirmou Mayon.
Segundo o executivo da Compass, as chuvas são uma boa notícia, mas não resolverão o problema durante todo o ano. "Não dá para desligar as térmicas, de forma alguma. Quem sabe as usinas mais caras. Não há motivos para comemorar ainda", disse Mayon. Segundo ele, os reservatórios das hidrelétricas deveriam estar 80% ou 75% cheios neste momento para garantir uma geração de energia hidráulica confortável.


Blog do Luis Nassif

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