sexta-feira, 21 de junho de 2013

Dilma falará à Nação hoje


Palácio do Planalto já tomou a decisão; nesta sexta, haverá uma mensagem contundente da presidente Dilma Rousseff, em defesa da democracia, mas também da ordem, da Copa de 2014 e contra a baderna e o vandalismo; Dilma ficou especialmente assustada com os atos promovidos em Brasília e no Rio de Janeiro; ainda não está claro se será um pronunciamento à Nação, em cadeia nacional de rádio e televisão, ou uma entrevista breve no Planalto


247 - A presidente Dilma Rousseff acaba de tomar a decisão de falar à Nação sobre os acontecimentos de ontem, em várias cidades do Brasil. Reunida com seu núcleo duro, em Brasília, que inclui os ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, ela já decidiu que irá se pronunciar, com veemência, em defesa da democracia, mas também da ordem, rechaçando de forma contundente todos os atos de violência.

Ela, que acompanhou tudo pela televisão ontem à noite, ficou especialmente assustada com o vandalismo em Brasília, onde o Palácio do Itamaraty, obra-prima da arquitetura mundial, foi atacado, e no Rio de Janeiro, onde houve tentativa de invasão à prefeitura e um repórter da GloboNews, Pedro Vedova, foi atingido com uma bala de borracha na testa.

Ainda não há consenso sobre a forma do pronunciamento. Há quem defenda uma fala em cadeia nacional de rádio e televisão, às 20h. No entanto, a mensagem talvez seja transmitida de forma menos formal, numa entrevista ainda hoje no Palácio do Planalto.

Também assustados com a violência, os integrantes do Movimento Passe Livre anunciaram que não convocarão mais protestos para a cidade de São Paulo.
Abaixo, noticiário da Reuters, sobre decisão do MPL:

MPL anuncia que não convocará novos protestos em São Paulo

SÃO PAULO, 21 Jun (Reuters) - O Movimento Passe Livre (MPL), que deu partida a uma série de manifestações em diversas cidades brasileiras pela redução da tarifa do transporte público, informou nesta sexta-feira que por ora não convocará mais protestos em São Paulo.

A onda de protestos no país, que começou há cerca de duas semanas, teve seu ápice na quinta-feira, quando estima-se que mais de 1 milhão de pessoas foram às ruas de dezenas de municípios, mesmo após a reivindicação inicial pela queda das passagens ter sido atendida em diversas cidades.

"O MPL aqui em São Paulo não vai mais convocar os protestos. Pelo menos por enquanto, não tem nenhuma previsão de novas manifestações", disse o bancário e militante do MPL, Douglas Belome, à Reuters, por telefone.

Os atos de violência se agravaram em várias localidades. Em Brasília, manifestantes --que agora pedem uma extensa pauta que vai de melhoria dos serviços públicos à crítica pelos gastos para realização da Copa do Mundo no país-- chegaram a invadir e atear fogo ao Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.

Muitos dos manifestantes, em sua maioria jovens, têm se posicionado contra a participação de partidos políticos nas passeatas. Em algumas cidades, como São Paulo, a presença de legendas acirrou os ânimos de grupos que estavam nas ruas.

"Com relação ao que aconteceu ontem (quinta-feira), a gente ficou particularmente triste, porque entendeu que muitas das pessoas ligadas a partidos que estavam presentes estavam na luta com a gente desde o início, e algumas chegaram a ser acusadas de oportunistas e estavam sofrendo e vibrando com a gente desde o início, lutando pela mesma causa", afirmou o militante do MPL.

"O MPL se coloca como apartidário, mas insiste que não é antipartidário", acrescentou Belome.

A presidente Dilma Rousseff cancelou viagens previstas para os próximos dias, inclusive uma internacional ao Japão, diante do agravamento dos protestos em todo o país. Nesta manhã, Dilma marcou reunião de emergência com diversos ministros para tratar do assunto.

(Por Silvio Cascione)



Brasil 247


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