segunda-feira, 26 de maio de 2014

Multinacionais não lêem jornais brasileiros e continuam apostando no país

Jornal GGN - Apesar da desaceleração, as multinacionais estão ganhando cada vez mais espaço – e naturalmente, fechando mais negócios – em terras brasileiras. Nem mesmo a volatilidade da confiança empresarial tem tirado das companhias estrangeiras o crédito depositado no país.

De acordo com reportagem do jornal inglês Financial Times, as metas para o Brasil ainda são altas. A empresa alemã de softwares de gestão, SAP, por exemplo, divulgou um crescimento de 40% em 2013 no país. Na Ásia, mesmo sendo um dos principais fornecedores logísticos da região, só conseguiu bater os 29%.

Para o presidente da companhia na América Latina e Caribe, Diego Dzodan, a aposta na geografia brasileira foi o que assegurou o bom desempenho. O crescimento se deu quando áreas de concentração foram pré-definidas e devidamente exploradas, sem nenhuma mudança de planos. E, ainda segundo Dzodan, o crescimento global da economia pode ser, sim, dissociado, do desempenho de seu negócio.

A economia do Brasil estava entre as mais dinâmicos entre os chamados Brics – grupos de países em franco desenvolvimento que também inclui Rússia, Índia e China. No entanto, ela sofreu um revés em 2011, com os efeitos do superaquecimento e da crise da zona do euro. O quadro se mostrou ainda mais grave com as intervenções governamentais na inflação, energia e controles cambiais, segundo o FT.

Embora o crescimento do país tenha sido melhor que o esperado no último trimestre do ano passado, é provável que tenha sido “sem brilho” no primeiro trimestre de 2014, anunciando o período mais fraco em quatro anos de expansão econômica, desde o início da década de 1990. Mas, ao mesmo tempo, o crescimento da classe média ao longo da última década – especialmente nas regiões norte e nordeste do país, um pouco menos abastadas - continua a criar oportunidades para as multinacionais, apesar da desaceleração.

Em março, a American International Group informou que espera que a receita de prêmios subscritos no Brasil deva subir 40% este ano. A seguradora tem como objetivo tornar o Brasil um de seus mercados principais em cinco, até 2017. A Anheuser-Busch InBev, maior cervejaria do mundo, também fez seu prognóstico de crescimento no Brasil para 2014 já em fevereiro.

O Brasil esforçou-se mais que outros países emergentes, Índia e Rússia, para captar mais investimento por meio de reformas estruturais necessárias. No entanto, o progresso disso tem se mostrado dolorosamente lento: os investimentos internos ficaram na faixa dos US$ 64.5 bilhões ao final de abril, pouco diferente ao longo dos últimos anos.


Jornal GGN   -  Blog do Luis Nassif

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