quinta-feira, 28 de agosto de 2014

FHC ataca: entendo por que Dilma não obteve mestrado



"Agora vejo o motivo pelo qual a presidente Dilma Rousseff não conseguiu obter grau de pós-graduação na Unicamp: ela entende pouco de economia", disse FHC em artigo, ao rebater crítica da presidente Dilma Rousseff de que o PSDB quebrou o país por três vezes; segundo ele, em outubro de 1993, quando era ministro da Fazenda, conduziu uma renegociação da dívida externa; afirmou também ter feito um acordo de empréstimo com o FMI em 1998, pois o Brasil enfrentava as consequências da crise da Ásia e dificuldades internas; o último recurso, no 2º semestre de 2002, teria sido necessário para enfrentar o "efeito Lula"

28 de Agosto de 2014 às 06:11



247 - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso rebateu a crítica da presidente Dilma Rousseff de que o PSDB quebrou o país por três vezes e ataca: "Agora vejo o motivo pelo qual a presidente Dilma Rousseff não conseguiu obter grau de pós-graduação na Unicamp: ela entende pouco de economia".

Em artigo no Observador Político, ele diz que, em outubro de 1993, quando era ministro da Fazenda, conduziu uma renegociação da dívida externa. Afirmou também ter feito um acordo de empréstimo com o FMI em 1998, pois o Brasil enfrentava as consequências da crise da Ásia e dificuldades internas. O último recurso ao FMI, no 2º semestre de 2002, teria sido necessário para enfrentar o "efeito Lula", segundo FHC.

Leia na íntegra:

Dilma entende pouco de economia. Perdeu credibilidade.

Agora vejo o motivo pelo qual a presidente Dilma Roussef não conseguiu obter grau de pós-graduação na Unicamp: ela entende pouco de economia. E mesmo de números. Disse no debate de ontem (26/8), na Band, que o Brasil “quebrou três vezes” no governo do PSDB. De onde tirou tal falsidade?

O Brasil estava em moratória desde o final do governo Sarney (será que é a isso que ela se refere quando diz “quebrado”). Desde quando assumi o ministério da Fazenda, no governo Itamar, começamos a refazer a credibilidade do país. Em outubro de 1993 assinamos uma renegociação da dívida externa e voltamos aos mercados internacionais. Fizemos em 1994 o Plano Real, sem apoio do FMI, e erguemos a economia. Começava o período de construção da estabilidade, que durou todo meu primeiro mandato, passando por crises bancárias, Proer, renegociação das dívidas dos estados e municípios etc.

No início do segundo mandato, depois das consequências da crise da Ásia (1997), da crise argentina e toda sorte de dificuldades externas e internas –graças a atos políticos irresponsáveis da oposição e à incompletude do ajuste fiscal – sofremos forte desvalorização cambial em janeiro de 1999, apesar de havermos assinado em 1998 um acordo de empréstimo com o FMI (será que é isso que a Presidente chama de “quebrar o país?). A inflação não voltou, apesar das apostas em contrário, e antes do fim do primeiro semestre de 1999 já havíamos recuperado condições de crescimento, tanto assim que em 2000 o PIB cresceu 4,7%.

Nova dificuldade financeira, a despeito das restrições na geração de energia, só ressurgiu no segundo semestre de 2002. Por que? Devido ao “efeito Lula”: os mercados financeiros mundiais e locais temiam que a pregação do PT fosse para valer. Sentimos o efeito inflacionário (os 12% a que a Presidente sempre se refere, que devem ser postos à conta do PT). Aí sim, recorremos ao FMI, mas com anuência expressa de Lula e para permitir que seu governo reagisse em 2003, como fez. Do empréstimo, 20% seriam para usar no resto de meu mandato e 80% no de Lula… Não houve interrupção do fluxo financeiro internacional, nem quebradeira alguma.

É mentira, portanto, que o governo do PSDB tenha quebrado o Brasil três vezes. Por essas e outras, o governo Dilma Roussef perdeu credibilidade: em vez de informar, faz propaganda falsa.
 
 
Brasil 247

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