terça-feira, 16 de dezembro de 2014

A volta improvável de Maria do Rosário

Luis Nassif



As ofensas do deputado Jair Bolsonaro à deputada Maria do Rosário foram objeto de repulsa geral. Com as representações do MInistério Público Federal (MPF) ao STF (Supremo Tribunal Federal), espera-se que seu mandato seja definitivamente cassado e ele processado por incitamento ao crime.

Mas pretender transformar o episódio em álibi para a volta de Maria do Rosário à Secretaria de Direitos Humanos é de um oportunismo rematado.

No cargo, Maria do Rosário atuou exclusivamente para a mídia. Aparelhou a Secretaria, desprezou a situação dos familiares de desaparecidos, colocou apaniguados sem nenhuma experiência à frente de comissões, muitas vezes desrespeitando os familiares - como foi o caso de Gilles Gomes, uma unanimidade negativa entre todos os defensores de direitos humanos envolvidos no episódio de Perus.

A estratégia de Rosário consistia em jogar para a mídia, como ocorreu no vergonhoso episódio das adoções de Monte Santo, em que avalizou manipulações da Globo que tinham como único objetivo alavancar o lançamento de uma novela sobre tráfico de pessoas.

A SDH só começou a avançar depois de sua saída e da chegada de Ideli Salvatti. Sem experiência na área, Ideli veio armada de enorme boa vontade, escudou-se no conhecimento de pessoas respeitadas na área - como o Secretário Nacional de Justiça Paulo Abrão e o de Rogério Santilli, atual Secretário de DIreitos Humanos da Prefeitura de São Paulo - e desatolou trabalhos emperrados há décadas.
 
 
Jornal GGN   -   Luis Nassif Online

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