quinta-feira, 30 de abril de 2015

TEMER ENCARA RENAN E COBRA 'RESPEITO INSTITUCIONAL'


O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), afirmou em nota divulgada nesta quinta (30) que o Brasil precisa de "políticos à altura dos desafios' do país" e que respeito institucional é a "essência da atividade política"; embora não tenha dito para quem a nota foi direcionada, acredita-se que foi direcionada ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que fez críticas à presidente Dilma Rousseff e ao papel do PMDB no governo; "Não usarei meu cargo para agredir autoridades de outros Poderes. Respeito institucional é a essência da atividade política, assim como a ética, a moral e a lisura. Não estimularei um debate que só pode desarmonizar as instituições e os setores sociais. O País precisa, neste momento histórico, de políticos à altura dos desafios que hão de ser enfrentados", disse Temer

30 DE ABRIL DE 2015 ÀS 20:09



247 - O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou em nota divulgada na tarde desta quinta-feira (30) que o Brasil precisa de 'políticos à altura dos desafios' do país e que respeito institucional é a "essência da atividade política". Embora não tenha dito para quem a nota foi direcionada, acredita-se que foi direcionada ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que fez críticas à presidente Dilma Rousseff e ao papel do PMDB no governo. A assessoria de Temer informou que a nota é "autoexplicativa".

"Não usarei meu cargo para agredir autoridades de outros Poderes. Respeito institucional é a essência da atividade política, assim como a ética, a moral e a lisura. Não estimularei um debate que só pode desarmonizar as instituições e os setores sociais. O País precisa, neste momento histórico, de políticos à altura dos desafios que hão de ser enfrentados", diz Michel Temer na nota.

Nesta quinta pela manhã, Renan Calheiros afirmou que o PMDB não pode se comportar como “coordenador de RH, distribuindo cargos e posições”. Em sua declaração, o parlamentar afirmou ainda que o partido não pode utilizar a articulação política para “distribuir boquinhas”.

Novo responsável pela articulação política do governo, Temer tem discutido com os partidos que compõem a base aliada ao Planalto no Congresso Nacional o preenchimento de cargos do chamado “segundo escalão" (presidências de autarquias, direções de departamentos vinculados aos ministérios e empresas estatais).

Sobre Dilma Rousseff, Renan Calheiros afirmou que é "uma coisa ridícula" a decisão da presidente de não fazer pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV sobre o Dia do Trabalho. Segundo o presidente do Senado, Dilma "não tem o que dizer" aos trabalhadores. Na quarta, ele cobrou da presidente que manifeste "claramente" uma posição a respeito do projeto sobre terceirização nas empresas, aprovado pela Câmara e que atualmente tramita no Senado.

Leia abaixo a íntegra da nota assinada por Michel Temer:

Nota à imprensa

Não usarei meu cargo para agredir autoridades de outros Poderes. Respeito institucional é a essência da atividade política, assim como a ética, a moral e a lisura. Não estimularei um debate que só pode desarmonizar as instituições e os setores sociais. O País precisa, neste momento histórico, de políticos à altura dos desafios que hão de ser enfrentados.

Trabalho hoje com o objetivo de construir a estabilidade política e a harmonia ensejadoras da retomada do crescimento econômico em benefício do povo brasileiro. Se outros querem sair desta trilha, aviso que dela não sairei.

Michel Temer

Vice-Presidente da República


Brasil 247

TRUCULENTO, RICHA RECEBE REPÚDIO GERAL DA SOCIEDADE


Parlamentares de diferentes partidos, como o senador Roberto Requião (PMDB) e os deputados Jean Wyllys (PSOL) e Jandira Feghali (PCdoB), além do ex-presidente Lula, assim como colunistas de diferentes perfis, como Ricardo Noblat e Juca Kfouri, foram unânimes em detonar o governador do Paraná pela agressão da PM contra professores; Requião defendeu, em entrevista ao 247, que o tucano não tem mais condições de governar; Jean Wyllys pediu "basta"; Noblat o chamou de "líder estúpido"; Jandira observa que seu governo "caminha para um estado autoritário"; o repúdio à agressão que deixou mais de 200 servidores feridos ontem no centro de Curitiba é geral e o Paraná ganha a solidariedade de todo o Brasil

30 DE ABRIL DE 2015 ÀS 13:31


Paraná 247 – A violência da Polícia Militar do governo do Paraná contra professores e servidores estaduais provocou um repúdio geral de políticos de diferentes partidos e colunistas de diferentes perfis, além de revolta da população de vários estados brasileiros. O ex-presidente Lula divulgou uma nota ontem se solidarizando com os profissionais e classificando como "inadmissível" a violência da PM no estado.

"Solidarizo-me com os professores do Paraná, que foram agredidos de forma violenta pela Polícia Militar do estado. Temos visto a atuação da polícia na garantia da segurança de manifestações que têm acontecido no país, mas esse direito deve ser garantido a todos. É inadmissível que o direito de manifestação seja restringido a qualquer pessoa, principalmente àqueles que trabalham pela educação de nossos jovens e o futuro do país", escreveu Lula em sua página no Facebook.

Vários parlamentares atacaram a atitude do governador do PSDB. O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) pediu "um basta de Beto Richa". "O que está acontecendo no Paraná é estarrecedor", escreveu ele em artigo, criticando ainda a cobertura da imprensa tradicional sobre o episódio. "Parte da grande mídia, como sempre, fala em 'confronto entre professores e policiais', o que resulta em ridículo: é como falar em confronto entre o peito e a bala, entre as costas e a paulada".

Jandira Feghali, líder do PCdoB na Câmara, intitulou o episódio de "guerra contra o trabalhador" e "terror em praça pública". "Creches e idosos atingidos por gás lacrimogêneo, uma multidão de professores feridos (mais de 150), mulheres, homens e jovens humilhados pela polícia militarizada do governador tucano Beto Richa. O que se viu no Paraná chocou todo o país, revelando a face mais perversa de sua gestão: a incapacidade de ausculta dos movimentos sociais e sindicatos", disse.

Em entrevista ao 247, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) disse ontem que Richa "não tem mais condições de governar". "O clima é de indignação absoluta e de revolta no Paraná", descreveu. O deputado federal João Arruda (PMDB-PR) divulgou um vídeo na internet que mostra integrantes da equipe de governo comemorando os ataques da PM. "Absurdo", protestou. "Depois do massacre, o Beto Richa não tem mais condição de governar! Ou ele renúncia ou o povo tira ele de lá", escreveu o parlamentar no Twitter.

O colunista do Globo Ricardo Noblat chamou o tucano de "líder estúpido", por ter saído em defesa dos policiais. "Ao manifestar sua solidariedade aos policiais autores de violência tão estúpida, Richa se revelou um líder político, no mínimo, estúpido", escreveu. "Richa falou da ação de black blocs. Culpou-os pela violência que atingiu, pelo menos, 213 pessoas, segundo a prefeitura de Curitiba. Mas na hora do vamos ver, comentou que a polícia prendeu sete black blocs", disse ainda o jornalista. Juca Kfouri disse que o pai do governador, José Richa deveria estar se "revirando no túmulo" com a violência no Paraná.


Brasil 247

O contexto internacional e as ameaças ao Brasil e à América Latina

or Grupo de Reflexão sobre Relações Internacionais — publicado 30/04/2015 05h01

A crise brasileira segue uma dinâmica nacional clara, mas faz parte de uma investida contra o ciclo progressista latino


Roberto Stuckert Filho / PR
Dilma Rousseff e Barack Obama durante encontro bilateral no Panamá, em 11 de abril



Os processos históricos nacionais, sobretudo de países do porte do Brasil, estão cada vez mais imbricados com uma realidade mundial marcada por lutas para que se alterem suas relações de poder e pela dominância da lógica financeira, rentista, no âmbito de uma economia interligada e crescentemente globalizada. Assim, a luta política em curso no Brasil só pode ser compreendida em sua totalidade, situando o Brasil, a América Latina, e mesmo os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), no contexto de um mundo regido por uma crise estrutural e sistêmica do capitalismo que se estende para seu oitavo ano, denominada a “grande recessão”.

Em todo o globo os trabalhadores e os povos resistem à dominação da oligarquia financeira e das forças pró-imperialistas. O mundo também se encontra envolto por uma luta que envolve países e blocos de países da qual resultará o desfecho da atual transição em curso no mundo. O imperialismo estadunidense que há muito descreve uma trajetória de declínio relativo, manobra no sentido de tentar contrariar essa tendência e busca relançar sua hegemonia. Nesse sentido, ganha destaque na situação internacional uma ação das potências imperialistas, lideradas pelos EUA, para conter e agredir qualquer país que contrarie seus interesses.

A aliança EUA-União Europeia-OTAN atua para cindir os países Brics, seja cooptando-os – como buscam os EUA em relação à Índia –, seja agindo para tentar neutralizar e agredir países, como no caso do Brasil e da Rússia, do Irã, da Síria, e de muitos países da América Latina e Caribe, destacadamente Cuba, Venezuela e Argentina, submetidos a forte pressão econômica com expressivo componente exógeno, e a operações de “mudança de regime” e de guerra midiática. Ou até constrangendo diretamente por meio militares.

Afinal, os Brics têm agido diretamente no sentido de acelerar a transição nas relações de poder no mundo em direção à multipolarização. A recente Cúpula dos Brics em Fortaleza (julho de 2014) foi marca importante desse movimento, ao definir a constituição de meios para aprofundar a mudança na ordem econômica internacional, ao constituir um Banco de desenvolvimento e um Fundo de reservas para proteger as economias nacionais.

Na esfera da correlação de forças entre os campos políticos, pode-se afirmar que a crise, apesar de pôr a nu os limites históricos do capitalismo, e a despeito da luta e resistência dos povos, fortalece em plano mundial as forças conservadoras e reacionárias. São alvo desta “geopolítica da contenção” os Brics, e muito especialmente a China, e países como Rússia, Irã, além de vários países da América Latina. A intervenção aberta da Otan nos conflitos da Ucrânia, e as sanções econômicas dos Estados Unidos e da União Europeia contra a Rússia constituem um verdadeiro cerco visando “estrangulá-la”, que objetivamente busca debilitar um dos principais vértices dos Brics.

O Brasil é atingido, em pelo menos dois movimentos reativos da Casa Branca: ações para enfraquecer as articulações dos Brics em termos de criar um novo arranjo de cooperação entre grandes nações em desenvolvimento e por uma nova ordem mundial, e a interveniência em países da América Latina para tentar derrotar o ciclo progressista, popular e patriótico, iniciado em 1998 com a vitória de Hugo Chávez na Venezuela e reforçado com a vitória de Luiz Inácio da Silva no Brasil, em 2002, e mais os êxitos no Uruguai, Bolívia, Argentina, Equador, Nicarágua, El Salvador, dentre outros.

Desde o final de 2013 as forças de esquerda e progressistas venceram as eleições presidenciais no Chile, em El Salvador, na Bolívia, no Brasil e no Uruguai. Essas vitórias políticas e o avanço do processo de integração continental propiciaram melhores condições para as lutas dos povos latino-americanos e caribenhos. É o caso das vitórias recentes de Cuba, com o retorno dos 5 heróis a Havana e o anúncio das negociações para normalizar as relações Cuba-EUA, após Barack Obama reconhecer o fracasso da tática de bloqueio econômico. E também é o caso do avanço recente das negociações de paz na Colômbia, entre as forças insurgentes e o governo. 

Na América Latina e Caribe há uma escalada da direita e do imperialismo para tentar por um fim aos governos de esquerda e progressistas da região. Utilizam variados meios e novas e velhas táticas como a guerra midiática, a guerra econômica, a judicialização da política, os intentos de golpe de estado, as ameaças de agressão militar, o apoio e o financiamento externo da oposição, entre outros, para tentar lograr as “mudanças de regime” que almejam. 

Note-se que três dos principais países da América do Sul, Argentina, Brasil, Venezuela, passam por situações políticas críticas e são alvos dessa investida neste momento. Cada um com singularidades, mas tendo em comum a forte influência de fatores externos. Na Argentina tentam judicializar a política com uma armação contra a presidenta Cristina Kirchner. Em relação à Venezuela bolivariana, o que se vê é um cerco brutal midiático, político e econômico que pode se agravar agora com novas sanções com a caracterização que o governo dos EUA faz da Venezuela como uma “extraordinária ameaça à segurança nacional e à política exterior dos Estados Unidos”.

No caso brasileiro, essa interferência do imperialismo ganhou visibilidade na espionagem da CIA em instituições e empresas do governo brasileiro, reveladas em 2013 – o que levou a presidenta Dilma a cancelar uma viagem oficial já marcada a Washington. Na campanha sucessória de 2014, organismos multilaterais hegemonizados pelos Estados Unidos, como é o caso do Fundo Monetário Internacional (FMI), e veículos da grande mídia, porta-vozes da oligarquia financeira, como é caso da revista britânica The Economist, se imiscuíram indevidamente no debate eleitoral em favor do candidatado tucano. Neste início de 2015, proliferam análises nos principais meios de comunicação globais, como The Economist,Financial Times ou Time, colocando o Brasil no alvo e até mesmo fazendo ilações sobre a interrupção do mandato da presidenta Dilma.

Em suma, a tentativa de desestabilização do governo Dilma, embora siga uma dinâmica muito própria da luta de classes no país, como será analisado adiante, faz parte, inegavelmente, de uma investida mais ampla do imperialismo para tentar derrotar o ciclo progressista já em vigor há mais de 16 anos na América no Sul.

Seria ingenuidade imaginar que o Brasil, um dos grandes países das Américas, não enfrentaria as reações da direita local e do imperialismo, que se opõem à estratégia de fortalecer a integração latino-americana, a exemplo do Mercado Comum do Sul (Mercosul), União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac); e de se aliar com outras nações em prol de uma nova ordem mundial, com os Brics e outras iniciativas. O imperialismo atua com ações próprias e prestando apoio aos setores mais poderosos das classes dominantes locais para tentar derrotar o ciclo dos governos Lula e Dilma.

A disputa política em torno dos rumos da América Latina e do Caribe, sobretudo da América do Sul, está sem desfecho certo e é cada vez mais acirrada. Cabe às forças populares e aos governos de esquerda e progressistas da região resistir à intensificação das pressões e agressões da direita e do imperialismo, defender a soberania da região e o princípio da América Latina como Zona de Paz (aprovada na Cúpula da Celac em Havana, Cuba, em janeiro de 2014), derrotar os intentos de golpe de estado e as ameaças de intervenção militar dos EUA, continuar vencendo as eleições e promovendo as reformas democráticas, e combater a crise econômica para garantir o desenvolvimento econômico e social.

Diante da crise capitalista mundial e dessas ameaças, é necessário aprofundar e acelerar o processo de integração solidária da América Latina e Caribe. Também é necessário impulsionar a unidade das forças populares na região e as ações de solidariedade internacional.



Carta Capital

O governo Richa desmancha no ar

por René Ruschel — publicado 30/04/2015 10h06, última modificação 30/04/2015 10h41



É cedo para prever o futuro político daquele que já foi uma promessa tucana, mas o governador pode ter selado sua sorte entre balas de borracha e bombas de gás



Assembleia Legislativa - PR
Beto-richa

O governador do Paraná culpou os manifestantes pelo ocorrido



De Curitiba

O governo Beto Richa (PSDB) aos poucos se esfacela. Na história política do Paraná, só o ex-governador Haroldo Leon Perez teve uma queda tão vertiginosa. Indicado pelo general Emilio Garrastazu Médici, sobreviveu por apenas sete meses no cargo. Acusado de corrupção, foi exonerado pelo mesmo ditador de plantão. Como vivemos numa democracia é preciso respeitar o resultado das urnas. Enquanto isso, o tucano começa a soçobrar.

Em dezembro, dois meses após sua reeleição, Richa tinha o apoio de 64% dos eleitores. Em fevereiro, menos de sessenta dias depois, a rejeição atingiu 76%. Do céu ao inferno. Ao tentar impor um pacote de medidas econômicas goela abaixo, enfrentou mais de 50 mil servidores nas ruas de Curitiba. Foi obrigado a recuar. A seguir, seu governo foi acusado de cumplicidade com um esquema de extorsão e corrupção comandado por um “primo distante”. Entre os envolvidos está um dirigente da Receita Estadual, ainda foragido da Justiça e seu parceiro de provas automobilísticas no autódromo de Londrina, PR, acusado de ser o mentor operacional de toda operação.

Agora, o Centro Cívico, em Curitiba, onde está localizado o Palácio Iguaçu e Assembleia Legislativa, se transformou numa verdadeira praça de guerra. A pedido do governador, a Justiça determinou que policiais “garantissem a segurança dos prédios públicos” contra uma manifestação dos professores da rede estadual de ensino. As ruas que circundam os edifícios foram cercadas por mais de 2.000 policias fortemente armados. O resultado dessa beligerância foi “um verdadeiro massacre”, como classificou a nota de desagravo da OAB do Paraná. 

O protesto, além de pacífico, procedia. Os servidores só queriam defender seus interesses contra os desmandos do governador. Exigiam apenas poder entrar no plenário da Assembleia para assistir os debates e pressionar os deputados a não votar a mensagem do Executivo. Aliás, como acontece em qualquer Parlamento, essa regra faz parte do processo democrático.

No Paraná, em pouco mais de quatro anos, Richa provocou um caos nas finanças públicas. A dívida com fornecedores ultrapassa a R$ 1,6 bilhão. Para tentar recompor esse déficit, um dos projetos enviado e aprovado pela Assembleia prevê que 34,5 mil aposentados com mais de 73 anos passem a receber seus benefícios do Fundo de Previdência e não mais do governo. Essa medida irá sangrar a poupança previdenciária dos servidores em R$ 142,5 milhões mensais e até o final da gestão peessedebista a soma vai atingir a R$ 7,4 bilhões. A partir de agora, o futuro dos funcionários públicos paranaense está seriamente comprometido.

Richa culpou os manifestantes pela batalha. Afirmou que sete pessoas ligadas ao black-bloc estariam envolvidas nos protestos e foram presos. Não fosse trágico, seria cômica sua declaração. Ora, milhares de policiais espalhados pelas ruas, helicópteros voando em rasante sobre a massa e no teto do Palácio Iguaçu agentes com binóculos não foram capazes de prender os baderneiros? Mesmo que a iniciativa de enfrentamento tenha partido dos manifestantes, faltou a PM preparo para agir em situações de risco. 

Ao governador faltou bom senso, equilíbrio e responsabilidade. A praça era um barril de pólvora prestes a explodir a qualquer momento. Da mesma forma os parlamentares da base de apoio foram insensíveis às manifestações. Em nenhum momento aceitarem discutir a possibilidade de suspender a sessão a fim de evitar que o tumulto fosse ainda pior. 

O episódio da praça Nossa Senhora da Salete ficará na história e o governador Beto Richa marcado como seu algoz. Ainda é muito cedo para prever o futuro político daquele que já foi uma promessa tucana, mas pode ter selado sua sorte entre balas de borracha, bombas de gás lacrimogênio e jatos d’água. 



* René Ruschel é jornalista





A Polícia Militar do Paraná utilizou de bombas de gás, cães e cassetetes contra os professores (foto: Orlando Kissner/ Fotos Públicas)




Carta Capital

Frente Suprapartidária Progressista merece total apoio

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Nós da equipe do blog apoiamos. O ex-ministro José Dirceu, titular deste diário, com toda certeza também torce pelo sucesso da iniciativa. A formação no Senado da Frente Suprapartidária Progressista foi anunciada nesta 3ª feira (ontem), pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ) em postagem em seu Facebook.

A Frente nasce, segundo postou Lindbergh Farias, com o objetivo defender “um programa mínimo para barrar a ofensiva conservadora que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, quer impor ao país (representada pelo) projeto de lei da terceirização, a redução da maioridade penal e o Estatuto da Família, várias pautas que representam ameaças concretas a direitos historicamente conquistados”.

“Eu tenho conversado – conta o senador petista fluminense – com senadores dos mais diversos partidos, que não aceitam essa situação. Nós estamos muito esperançosos que esse movimento será vitorioso. E é isso o que o Brasil espera: que daqui (do Senado, com a Frente) surja uma nova correlação de forças, capaz de fazer frente a essa onda conservadora vinda da Câmara dos Deputados.”



Blog do Zé Dirceu

Ministra do STF suspende processo contra coronel Brilhante Ustra

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É uma pena que o processo não possa prosseguir e que o coronel do Exército, Carlos Alberto Brilhante Ustra não venha a ser julgado. Mas com a Lei da Anistia recíproca ainda aí, intocada desde que foi baixada pela ditadura militar 36 anos atrás é difícil, se não impossível, que processos semelhantes não tenham o mesmo desfecho…

O fato é que a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o processo criminal movido contra o coronel do Exército, Carlos Alberto Brilhante Ustra, pelo sequestro e cárcere privado de Edgar de Aquino Duarte, fuzileiro expulso das Forças Armadas e que desapareceu em 1974 após ser preso por outros militares.

A ação penal tramitava na 9ª Vara Criminal da Seção Judiciária de São Paulo, e tem também outro réu o delegado aposentado Alcides Singillo, que atuou no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DEOPS-SP). Rosa Weber fundamentou sua decisão com o argumento de que o STF deve analisar antes ação contra Lei da Anistia em tramitação na Corte, para que o processo venha a ter prosseguimento. O STF não pôs esta ação em sua pauta e não há previsão de quando ela será julgada.

Coronel chefiou um dos mais temíveis orgãos da repressão nos anos de chumbo da ditadura

O coronel Brilhante Ustra foi chefe do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), do antigo II Exército (agora comando Militar do Sudeste), um dos principais orgãos da repressão política aos opositores da ditadura. Ustra o chefiou no início da década de 70, os chamados “anos de chumbo” do auge da repressão política movida pelo regime militar.

Na ação, o Ministério Público Federal (MPF) acusa Ustra de ser responsável desaparecimento do fuzileiro em 1971, sequestrado por agentes do DEOPS e depois mantido encarcerado do DOI-Codi, onde foi visto por outros presos pela última vez. Os procuradores autores do processo repetem argumento utilizado em outras ações contra agentes da repressão – o de que que o crime de sequestro tem natureza permanente, e que portanto a Lei da Anistia – que perdoou crimes políticos ocorridos até 1979, quando foi aprovada – não poderia contemplar crimes ainda em curso.

Em 2010, o Supremo considerou válida a Lei da Anistia, ao rejeitar ação que pretendia punir agentes políticos que atuaram na repressão. A ação contra Ustra ainda tem um recurso a ser julgado; outra ação semelhante também tramita no STF. Em seu despacho, a ministra Rosa Weber acentua que as decisões da Corte nestas outras ações, mais amplas, irá definir se ainda cabe punição aos militares. Daí sua decisão de suspender provisoriamente a ação contra Ustra, para aguardar uma posição definitiva do STF.

Enquanto isso não ocorre, o Brasil continua prisioneiro de uma das leis de anistia mais caducas do mundo, que impede o julgamento de criminosos que agiram durante e em nome da ditadura militar, e um dos últimos entulhos do regime autoritário.



Blog do Zé Dirceu

Tucanato impôs um estado de exceção ao Paraná

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Cerca de 200 pessoas, pela contagem da imprensa, ficaram feridas nesta 4ª feira (ontem) nos confrontos entre a polícia e os professores em greve na praça de guerra em que o governo tucano de Beto Richa (PSDB) transformou as imediações da Assembleia Legislativa do Paraná. Foi o segundo e mais violento dia desde que a categoria retomou esta semana o movimento que deixa 1 milhão de alunos sem aula e paralisa milhares de professores.

O governo Beto Richa, ao invés de dialogar com os grevistas, continua intransigente quanto a negociações, única forma que pode levar ao fim do impasse. Ao mesmo tempo montou uma estrutura de guerra, para enfrentar o movimento e conter os protestos de trabalhadores do setor público (a maioria, professores, mas também estão em greve agentes penitenciários, funcionários da saúde e do Judiciário).

Os grevistas são contra a votação pelos deputados estaduais de um “pacotaço” de projetos apresentado pelo governo Beto Richa, que alteram a previdência estadual dos servidores. Os deputados começaram a votar, esta semana, a proposta que, se aprovada, alivia em R$ 1,7 bi ao ano o caixa do governo do Paraná, Estado quebrado financeiramente desde 2013.

Ontem, por volta das 15h, professores e PMs – a exemplo do que ocorrera na véspera, na 3ª feira, desde a madrugada – entraram novamente em confronto em frente à Assembleia Legislativa. A lançou jatos de água, bombas de efeito moral, gás lacrimogênio, spray de efeito pimenta atirou com balas de borracha, jatos de água e gás de pimenta.

Manifestação pacífica vira palco de guerra

Na véspera o arsenal utilizado contra os professores foi o mesmo, mas o número de feridos aumentou nos confrontos desta 4ª feira. Houve confrontos durante a maior parte do dia entre PMs e manifestantes. Por volta das 17h já havia mais de 100 feridos que eram socorridos num ambulatório emergencial improvisado montado na prefeitura de Curitiba, em frente à Assembleia. Todas as entradas da Assembleia foram fechadas e os policiais orientados a usar cassetete se preciso, mas sem atingir membros superiores dos manifestantes.

O tucanato impôs ao Estado do Paraná um estado de exceção. Transformou uma manifestação legal e pacífica numa guerra em que os professores – que contam com o apoio passivo do povo paranaense – foram massacrados pela PM. Uma repressão covarde e sem limites… As imagens e fotos falam por si. Enquanto isso, protegidos pela PM, deputados governistas assaltavam os cofres da previdência do Estado, aprovando uma lei que viola e retira direitos dos professores e servidores públicos. Os deputados já haviam tentado votar sob a proteção da polícia e chegaram na Assembléia em camburões da PM.

Depois de violar os mais elementares direitos constitucionais, o da manifestação, O PSDB e seu Governador expõem sua verdadeira fase antidemocrática. Os mesmos, aliás, que há meses, em todo o país, estimularam e apoiaram manifestações contra o Governo Dilma e o PT, todas realizadas sem nenhuma repressão, pelo contrário. Em alguns casos, como no Estado de São Paulo, com amplo apoio do Governo do Estado, da administrado pública e da PM, basta ver as fotos dos integrantes da tropa de choque em confraternização com os manifestantes.

Mas, quando se trata de direitos sociais e dos trabalhadores, o que vemos no Paraná é simplesmente o desprezo pela democracia e o uso da força bruta para tentar impedir o legítimo e legal direito de manifestação. Pior: tentam criminalizar o movimento dos professores, atribuir ao PT e aos blacks blocs a violência covarde e sem limites da polícia comandada pelo Sr. Beto Richa.

Incompetência e ineficiência de Richa

A pregação golpista da volta dos militares e do impeachment da presidente Dilma nas manifestações de março e abril contaram com todo apoio do PSDB. Sua direção impulsionou e estimulou o golpismo durante semanas. Mas, agora, no Paraná o governador Beto Richa se vê sob o risco de impeachment por crime de responsabilidade documentado e assistido por todo país. Um governo que é exemplo de incompetência, ineficiência, escândalos, desprezo pelo diálogo e pela democracia.

Para além da vergonhosa e covarde repressão às greves, em vários estados da federação, a paralisação dos professores indica que é chegada a hora do país, não apenas o governo federal, enfrentar o principal problema da edução do país: os salários, a formação e as condições de trabalho dos professores, sem o que, jamais vamos avançar na educação sem o que o país não se desenvolverá como uma sociedade justa e igualitária.




Blog do Zé Dirceu

CIRANDA PARTIDÁRIA ESTÁ EM CURSO NO CONGRESSO


30/04/2015 

Outras fusões ocorrerão, além da do PSB com o PPS


Com os 513 deputados distribuídos em 28 partidos o funcionamento da Câmara tornou-se mais complicado do que nunca. Em busca de hegemonia e preparando-se para as mudanças que podem vir com a reforma política, o movimento de fusões está em curso. Ele pode ser benéfico, reduzindo o número de siglas com representação, mas pode também representar para o governo a necessidade de negociar com siglas mais fortes e mais exigentes.

A fusão PPS-PSB já foi aprovada e dará mais musculatura a um sigla de oposição alternativa ao PSDB. O novo partido vai se chamar PSB e manterá o número 40. Na prática, uma incorporação da sigla de Roberto Freire pelo partido órfão de Eduardo Campos, que vem tendo dificuldades para se encontrar sem seu líder maior.

O movimento mais ousada porém ainda não começou. O DEM vai se fundir com o PTB. A nova sigla se chamará PTB e será presidida pela filha de Roberto Jefferson, deputada Cristiane Brasil, que preside os petebistas. O número será o 25, do atual DEM. Isso fortalecerá a sigla de oposição derivada do antigo PDS. Mas, num segundo momento, haveria a fusão deste novo PTB com o PMDB, resultando num partido que teria 150 deputados. Esta sim, seria a maior força partidária na Câmara desde a Constituinte, quando o PMDB, sozinho, elegeu 201 deputados. E se Dilma já enfrenta dificuldades com a sigla de Renan e Eduardo Cunha, mais trabalho teria para negociar com este “partidão”.

Em outra frente, prospera a fusão do PSD com o recriado PL, que pode fortalecer a sigla do ministro Gilberto Kassab. E o PROS também busca um casamento, agora que os irmãos Gomes estão praticamente excluídos do comando da sigla. E, por fim, Marina Silva segue batalhando pela Rede, que agregará deputados hoje no PV e no PSB. Miro Teixeira, do PROS, por exemplo, já trabalha para viabilizar a Rede a ela se filiará.

Para que tudo isso aconteça, o Congresso ter´pa derrubar um veto parcial da presidente Dilma a um dispositivo legal que impede a filiação de deputados sem incorrer em punição por infidelidade a siglas decorrentes de fusões partidárias. Mas mesmo sem a derrubada do veto, os “criadores” de siglas acreditam que podem se basear em regulamentação do proprio TSE para prosseguir com a ciranda partidária.


Tereza Cruvinel atua no jornalismo político desde 1980, com passagem por diferentes veículos. Entre 1986 e 2007, assinou a coluna “Panorama Político”, no Jornal O Globo, e foi comentarista da Globonews. Implantou a Empresa Brasil de Comunicação - EBC - e seu principal canal público, a TV Brasil, presidindo-a no período de 2007 a 2011. Encerrou o mandato e retornou ao colunismo político no Correio Braziliense (2012-2014). Atualmente, é comentarista da RedeTV e agora colunista associada ao Brasil 247.



Brasil 247

O dia em que a Globo bateu continência para o ditador Videla

publicado em 30 de abril de 2015 às 08:47




Foi logo depois de outro episódio considerado vergonhoso, a vitória da Argentina sobre o Peru por 6 a 0 (Copa de 1978), o que permitiu ao time da casa avançar para a segunda fase no saldo de gols — equipe que viria a ser campeã.




Viomundo

Sob investigação por envolvimento no escândalo da Petrobras, Eduardo Cunha continuará o queridinho da mídia?

publicado em 03 de março de 2015 às 19:17


por Luiz Carlos Azenha

A mídia vibrou com a vitória de Eduardo Cunha na disputa pela presidência da Câmara. Menos pela figura, mais por representar uma derrota do governo Dilma e a fratura do governo de coalizão.

Nos últimos meses, antes e depois de se eleger, Cunha tratou de garantir cobertura positiva com declarações como esta, dada nas páginas amarelas da Veja, aquela mesma que anteriormente elegeu Demóstenes Torres como um dos mosqueteiros da ética:


Sou absolutamente contrário à regulação da mídia, seja de conteúdo, seja de natureza econômica. O PMDB se originou de uma frente para combater a ditadura. A liberdade de expressão e a democracia são princípios fundamentais para o partido. Você pode me xingar e me atacar à vontade. Se eu me sinto ofendido, tenho o direito de recorrer à Justiça. Como diz aquele velho ditado: para má imprensa, mais imprensa.

A propósito, a regulação da mídia cogitada no Brasil não afeta a imprensa (jornais, revistas, etc.).

Trata-se de regulamentar os artigos da Constituição de 1988. Eles expressam com clareza o objetivo dos constituintes: evitar monopólios no setor e promover a produção regional de conteúdo na mídia eletrônica, ou seja, emissoras de rádio e TV.

Confundir a Constituição de 1988 com a ditadura militar, como fez Eduardo Cunha, é ignorância ou má fé. Provavelmente, no caso dele, uma combinação dos dois.

Ao Estadão, Cunha afirmou: “Regulação econômica de mídia já existe. Você não pode ter mais de cinco geradoras de televisão”.

Outra balela, obviamente. Sempre é possível controlar uma sexta geradora através de laranjas. Ou de aliados políticos.

E mais: o fato de um empresário ter apenas cinco geradoras não o impede de exercer virtual monopólio em um único mercado. Vejam o caso do Rio de Janeiro, onde as Organizações Globo controlam apenas uma emissora de TV, mas também os maiores jornais e várias emissoras de rádio e de TV a cabo. Chama-se “propriedade cruzada” e é regulamentada na grande maioria dos países que a turma da Veja chama de “civilizados”.

Não foi por acaso, acreditem, que os entrevistadores de Veja e do Estadão não perguntaram a Eduardo Cunha: você é contra senadores e deputados serem sócios de empresas de comunicação, através dos quais turbinam suas perspectivas de reeleição?

Será que ele acha isso “democrático” ou “ditatorial”?

Aliás, como demonstramos aqui, naquela “ditadura” chamada Reino Unido, mesmo quando se trata de imprensa escrita os leitores têm o direito de recorrer imediatamente contra conteúdos que considerem ofensivos, ainda que seja uma notícia “distorcida” ou um programa de debates “desequilibrado”.

Já imaginaram o Marco Antonio Villa e a Sheherazade como âncoras de um mesmo programa no Reino Unido? Os eleitores do Labor extinguiriam o programa em dois tempos.

No Brasil, nem mesmo o direito de resposta é regulamentado.

Pois Eduardo Cunha, às custas das declarações acima, “ganhou” o aquário das grandes redações. Um capataz dos Civita chegou a elogiá-lo explicitamente:


Como? Você não gosta de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara? É um direito seu. Acha que ele recorre a esse ou àquele métodos que não são muito bacanas? Que sejam expostos, então. Agora, rejeitá-lo porque ele sabe fazer política, aí não dá! Há muito eu não via alguém no seu posto falar com tanta clareza e demonstrar altivez.

Reconheça-se que a Folha de S. Paulo foi o único jornal que chegou a publicar uma acusação contra o presidente da Câmara, mas ainda assim comportou-se atipicamente: deu ao Cunha o direito de se defender amplamente!

Mais recentemente, Cunha fez um movimento maroto para tentar restringir as investigações da CPI da Petrobras ao período Lula-Dilma, simplesmente descartando as declarações de um ex-diretor da estatal segundo as quais o pagamento de propina, no caso dele, começou em 1997.

Por que?

Agora que, segundo o site 247, um inquérito contra Eduardo Cunha será aberto por conta da Operação Lava Jato, fica mais claro.

Primeiro, o presidente da Câmara “comprou” a mídia. Em seguida, “comprou” o PSDB e a oposição.

Assim, pode manter a faca no pescoço da presidenta Dilma mesmo acusado de ser beneficiário da corrupção na Petrobras.

Se não for satisfeito em suas pretensões, basta a Eduardo Cunha acenar com a possibilidade de impeachment. Terá, ao seu lado, a mídia e o PSDB para a manobra costumeira no Brasil, desde 2002: colocar todo o lixo no colo única e exclusivamente do PT.

Será muito interessante observar a partir de agora as relações entre a mídia corporativa e seu “queridinho” de última hora.

PS do Viomundo: A Folha tomou um furo do 247 e tentou consertar. Ah, o provincianismo da Barão de Limeira!


Viomundo

Blog do Esmael: Com gritos de “aêêê” e “isso aí”, Richa e assessores comemoram massacre dos professores; veja o vídeo




publicado em 29 de abril de 2015 às 20:35



O governador Beto Richa (PSDB) e seus principais assessores, da sacada do Palácio Iguaçu, comemoraram esta tarde o massacre contra os professores do Paraná.

Quando a polícia lança bombas, os palacianos ccomemoram com gritos de “aêêê” e “isso aí”.

O vídeo foi enviado ao Blog do Esmael por um dos integrantes do primeiro escalão do governo do estado.

Mais de 200 educadores ficaram feridos no confronto no Centro Cívico.

Várias entidades e personalidades políticas emitiram nota de repúdio contra Richa, dentre as quais a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR).




Leia também:




Viomundo

Cercados e coagidos, por Janio de Freitas

QUI, 30/04/2015 - 07:16


da Folha



Soltura de presos da Lava Jato demonstra que coerção não é um recurso legítimo para obter informações

O reconhecimento, por condutores da Lava Jato, de que a meia libertação de nove dos seus presos vai dificultar novas adesões à delação premiada não precisava de detalhamento para revelar a sua índole. Ainda assim, ao menos um dos condutores quis frisar que, até a decisão do Supremo, "a liberdade era um trunfo que a gente tinha para convencê-los a falar mais. Agora, teremos que repensar".

Toda coerção é violência. Por isso coagir não é um recurso legítimo. Seja de obter informações, ou do que mais for.

Toda coerção provém da visão deformada que o autor tem do seu poder, exacerbando-o. Ocorra isso por circunstâncias em que o coagido não tem condições de reagir à altura, ou como manifestação de uma personalidade patológica. Neste ou naquele caso, a posição enfraquecida de um e a posição privilegiada de outro compõem sempre uma situação de covardia, além de física, moral.

O essencial em tal questão foi levantado, com o percurso próprio e melhor estilo, pelo ministro Teori Zavascki como relator do habeas corpus que levou à meia liberdade dos nove. Ao reconhecer que o juiz Sergio Moro não apresentara evidências de risco de fuga ou perturbação de investigações por parte dos presos, além da extensa prisão preventiva de quase meio ano, assim o ministro sintetiza a proposta de volta ao rigor legal:

"A credibilidade das instituições somente se fortalecerá na medida em que forem capazes de manter o regime de estrito cumprimento da lei".

Aí está um aprendizado que os brasileiros precisam fazer. Caso haja real desejo de chegar a um regime de fato democrático. Estamos cercados de coerções e outros autoritarismos e prepotências por todos os lados. Mas, se não forem fatos gritantes como a arbitrariedade policial ou o juiz que prende quem deve multá-lo, ou nem se percebe a predominância do autoritarismo, ou é aceito como natural.

Do próprio Congresso vem mais uma demonstração nesse sentido. Surgidos dois documentos feitos em computador do seu gabinete, suspeitos de conterem coerção para reativar subornos de duas empresas, a providência imediata de Eduardo Cunha é valer-se da presidência para a demissão sumária do diretor de informática da Câmara. Como complemento, diz que os documentos configuram uma conspiração em represália à disciplina que, dias antes, teria imposto à seção de informática.

Nas várias suspeitas que o atingem há muitos anos, é inegável que Eduardo Cunha tem sempre uma resposta pronta e articulada. O problema é que, de tão prontas e articuladas para transferir a suspeita, as explicações se tornam elas mesmas suspeitas de álibi construído.

À reprise foi agora acrescentada a prepotência. Nas circunstâncias e por ser sumária, a demissão do funcionário implica acusação grave. Sem a devida apuração, necessária também por lei. Mas, apesar de sua motivação e desregramento, sem reação do conjunto de deputados e do corpo de funcionários. Embora até as suspeitas suscitadas pelos documentos e por sua origem persistissem vivas.

A Lava Jato "tem que repensar". Pode ser um bom começo. Prender criminosos precisa ser um ato só da legalidade e da democracia.



Jornal GGN

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Câmara derruba obrigatoriedade da rotulagem de alimentos transgênicos


Muitos consideram o Projeto de Lei um atentado ao direito à informação da população, cujo projeto só beneficiaria as empresas do agronegócio.


Da Página do MST




Na noite desta terça-feira (27), a Câmara dos Deputados aprovou em plenário o Projeto de Lei que prevê a não obrigatoriedade da rotulagem de alimentos que possuem ingredientes transgênicos.

Foram 320 votos a favor e 120 contra. Muitos consideram o PL 4148/2008, do deputado ruralista Luiz Carlos Heinze (PP/RS), um atentado ao direito à informação da população, cujo projeto só beneficiaria as empresas do agronegócio que querem esconder a origem do produto comercializado. Agora, o PL segue para o Senado.

Como funciona
Pela atual lei, desde 2003, todos os produtos que contêm os chamados Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) devem trazer em seus rótulos o símbolo T amarelo e a informação da espécie doadora dos genes.

O projeto 4148 pretende, no entanto, suplantar essa conquista do consumidor em favor da liberdade da indústria alimentícia de não informar o real conteúdo que disponibiliza nas prateleiras.

Com isso, a população corre o risco de consumir produtos, como óleos, bolachas, margarinas, enlatados e papas de bebê sem saber se não seguros ou não.

Retirar o símbolo T amarelo violaria o artigo 6º do Código do Consumidor, que prevê o direito à informação sobre o que se está adquirindo ao se comprar e consumir um produto.

Muitas das empresas já descumprem essa legislação e camuflam a real procedência do alimento. Atualmente, 92,4% da soja e 81,4% do milho do país são de origem transgênica.
A grande questão é que ainda não se sabe os reais riscos do uso dos transgênicos para a saúde do ser humano nem para o meio ambiente.

Porém, existe um elemento jurídico do Direito Ambiental chamado Princípio da Precaução, pelo qual o Estado tem o dever de evitar intervenções indevidas para a manutenção dos processos ecológicos em seus mais diversos âmbitos, mesmo não conhecendo seu real perigo.

Interferência do poder econômico
Numa recente entrevista à Adital, o sociólogo Rubem Siqueira, membro da Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), chamou a atenção para a interferência do poder econômico das grandes empresas privadas na política institucional brasileira.
Para ele, existe, uma estratégia do poder econômico global, cerca de seis ou oito conglomerados da indústria de tecnologia de alimentos, que pretendem controlar a cadeia produtiva mundial.

"Essas empresas, que detêm essa tecnologia, querem fazer um grande oligopólio de alimentos no mundo. Imagine o poder político que isso tem”, explicou Siqueira.
"São essas empresas que bancam os deputados que estão propondo e boa parte dos que estão votando. No submundo disso, há o financiamento de campanha. Por isso é que as campanhas, hoje, são tão caras. Quando a gente vota, não está outorgando um poder para um político baseado no que ele diz”, apontou.

"Essas empresas é quem tem o poder real. Temos a ilusão de que se está decidindo pelo voto, mas o poder econômico é que é o grande poder político no Brasil”, acrescentou o sociólogo.

O coordenador da CPT ressaltou que é obrigação do Estado garantir o acesso à informação à população. No caso dos produtos transgênicos, saber do que se trata para optarmos se queremos comprar ou não.


Carta Maior

"BETO RICHA NÃO TEM MAIS CONDIÇÕES DE GOVERNAR"


Em entrevista ao 247, o senador Roberto Requião (PMDB-PR), que acompanhou, da Assembleia Legislativa, o massacre promovido pela Polícia Militar do Paraná contra os professores, que deixou cerca de 200 feridos, afirma que o governador tucano Beto Richa perdeu as condições de governabilidade; "o clima é de indignação absoluta e de revolta no Paraná", afirma Requião; segundo o senador, Richa só se mantém no cargo graças ao apoio da imprensa paranaense e nacional; "como é que chamam de isso de confronto? era um elefante contra uma formiga"; Requião diz ainda que o Paraná foi tomado por uma "quadrilha", que elevou repasses das empresas estatais para acionistas privados, enquanto assalta os professores

29 DE ABRIL DE 2015 ÀS 21:18



Paraná 247 - O senador Roberto Requião (PMDB-PR), que acompanhou, de dentro da Assembleia Legislativa, a repressão promovida pela Polícia Militar do governador Beto Richa, do PSDB, contra os professores estaduais, descreveu, ao 247, o que presenciou.

– Foi um massacre. Uma violência absurda contra idosos, mulheres, jovens... Aqui, em Curitiba, o sentimento é de indignação, perplexidade e revolta.

Requião foi à Assembleia, acompanhado da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Ambos tentaram convencer os parlamentares a não votar o pacote fiscal de Richa, que confisca R$ 2 bilhões da previdência dos servidores para tapar rombos no orçamento.

– Esse parlamento envergonhou o Paraná. Todos se venderam ao Beto. Votaram em troca de emendas e de pequenas benesses em suas localidades.

Segundo Requião, embora Richa tenha conseguido aprovar o pacote, ele perdeu as condições morais de permanecer no cargo.

– Não tem a menor condição de governar. Antes desse massacre, a rejeição dele já era de 80%. Agora, vai bater no teto.

O senador diz que Richa só se mantém no cargo graças ao apoio quase absoluto da imprensa paranaense, que se replica também em veículos nacionais.

– Como é que chamam de confronto um massacre que deixa 200 feridos? Era um elefante contra uma formiga.

O parlamentar diz, ainda, que o Paraná foi tomado por uma "quadrilha".

– O Beto elevou a distribuição de dividendos das estatais, como Copel e Sanepar, para os sócios privados e esmagou os professores. 

O que fazer diante desse quadro?

Segundo ele, agora os parlamentares pedirão um posicionamento do Ministério da Previdência sobre o confisco de R$ 2 bilhões dos fundos dos servidores.

Requião avalia que, depois do massacre deste 29 de abril, os professores dificilmente retomarão as aulas no Paraná.


Brasil 247

Por que Teori Zavascki merece palmas de pé. Por Paulo Nogueira

Postado em 29 abr 2015

Devolveu respeitabilidade ao STF


Teori Zavascki jamais vai ser o Homem do Ano da Globo, e isto é um formidável ativo que ele carrega.

Teori é aquele tipo de ministro do STF tão raro: aquele que não se deixa deslumbrar e intimidar pela mídia.

Suas sentenças não parecem feitas para agradar a Globo, e sim para buscar o máximo de justiça numa disciplina complexa e não exata.

Mais que nenhum outro juiz, ele deu uma cara nova ao Supremo quando a ele chegou, num momento em que Joaquim Barbosa, sob incentivo cínico da mídia, comandou um espetáculo tétrico de justiça partidarizada no Mensalão.

Depois de escolhas desastrosas de juízes pelo PT – Barbosa por Lula, Fux por Dilma – Zavascki devolveu ao menos parte da respeitabilidade perdida pelo STF no Mensalão.

É antológica a enquadrada que Zavascki deu, ontem, em Sérgio Moro, candidato a ser um novo Joaquim Barbosa como símbolo da justiça torta com sua condução descaradamente antipetista da Lava Jato.

Zavascki usou as palavras certas: o método de Moro – manter presas pessoas sem culpa configurada em busca de delações — é “medievalesco” e envergonha qualquer “sociedade civilizada”.

Moro acabou ali.

O que se verá, daqui por diante, são os restos de Moro vagando por Curitiba, à espera do desfecho de uma história da qual ele sai como vilão.

Gilmar Mendes acompanhou Zavascki na sessão que liberou nove empreiteiros que já não tinham o que fazer na prisão. Mas é difícil encontrar nobreza em Mendes.

É mais fácil imaginar que ele tenha votado certo pelo motivo errado – raiva de Moro por estar recebendo os holofotes que foram dele e colegas do STF no Mensalão.

Zavascki fez uma coisa que parecia impossível até pouco tempo atrás: deixou o STF com cara de tribunal de justiça, e não de departamento jurídico da direita.

Por isso, palmas para ele.

De pé.


Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.


Diário do Centro do Mundo

‘BETO HITLER’ DIZIA QUE PM AGIRIA CONTRA BLACK BLOCS


Chamado de 'Beto Hitler' nas redes sociais, o governador paranaense Beto Richa justificou, por meio da Polícia Militar, que o cerco contra professores e outros servidores públicos no Centro Cívico de Curitiba ocorreu após a identificação da convocação de black blocs às manifestações; pelas fotos, vê-se o perfil dos black blocs de Richa: senhores, professores, sem máscara ou arma; eles lutavam, ontem e hoje, contra a perda de seus direitos; tucano conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa, no início desta noite, o confisco da previdência do funcionalismo para pagar as contas do Estado; ex-presidente Lula se solidariza com professores e classifica violência como "inadmissível"; presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, Paulo Pimenta (PT-RS), pede "fim do massacre" e viaja até Curitiba; número de feridos no cerco de hoje à Assembleia chega a 170

29 DE ABRIL DE 2015 ÀS 18:37



Paraná 247 – A Inteligência da Polícia Militar do Paraná, do governador Beto Richa (PSDB), afirmou ontem que foi identificada a convocação de black blocs às manifestações de servidores que ocorreram no Centro Cívico de Curitiba. O resultado foi um cerco policial do Batalhão de Choque para impedir que servidores acompanhassem na Assembleia Legislativa o debate da proposta de Richa que prevê o confisco da previdência do funcionalismo a fim de regularizar as contas do governo.

Pelas fotos que ilustram essa reportagem, no entanto, vê-se claramente o perfil dos black blocs de Richa: senhores e senhoras, professores, sem máscaras e nem armas. Eles protestaram ontem e hoje contra o projeto que altera o ParanaPrevidência e receberam bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e jatos de água dos policiais. O chefe da PM, coronel Chehade Elias Geha, caiu após o polêmico episódio. E a proposta foi aprovada hoje, por volta de 18h15, por 31 votos a 20.

Em entrevista nesta terça, Richa acusou o sindicato dos professores de "maldade" por informar que o governo está causando insegurança das aposentadorias com a proposta. Segundo ele, ela mantém, na verdade, a "solidez" do sistema da previdência do Estado. Richa também argumentou que o projeto foi debatido durante dois meses antes de ser votado, algo que é negado com veemência por deputados da oposição e pelos movimentos sociais. "Peço aos professores que voltem para a sala de aula, se não o salário será descontado", disse o tucano.

A guerra em Curitiba ganhou repercussão nacional nesses dois dias. O ex-presidente Lula classificou a violência da PM do Paraná contra professores como "inadmissível". "Solidarizo-me com os professores do Paraná, que foram agredidos de forma violenta pela Polícia Militar do estado", disse. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), viaja até Curitiba e pede ao governador o "fim do massacre contra professores".

Nas redes sociais, o governador ganhou o apelido de #BetoHitler e o nome do Estado foi o termo mais comentado no Twitter no Brasil nesta quarta-feira. Os internautas ironizam uma frase dita repetidamente por Richa depois de reeleito: "o melhor está por vir". "Quando me deparei com a Tropa de Choque novamente posicionada hoje no Centro Cívico, tive a sensação de que o "pior estava por vir" contrariando a frase de Beto Richa em sua campanha, quando afirmou que "o melhor estava por vir'", escreveu no Facebook o usuário Neto Rodrigues.


Brasil 247

GLOBO E MERVAL DEFENDEM 'MEDIDA MEDIEVALESCA'


Jornal da família Marinho e seu porta-voz, o jornalista Merval Pereira, foram os únicos a condenar a decisão do Supremo Tribunal Federal que garantiu ao empresário Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, e a outros oito executivos presos na Lava Jato, o direito de responder em liberdade; "A decisão do STF estremeceu o comando da Lava Jato, pois a manutenção das prisões preventivas acabava forçando os executivos das empreiteiras a aceitar os benefícios da delação premiada", diz reportagem do jornal; Merval lamentou que a decisão tenha ocorrido quando dois executivos, segundo ele, se preparavam para delatar o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff; segundo o ministro Teori Zavascki, prender para forçar delação seria “medida medievalesca, que cobriria de vergonha nossa sociedade”

29 DE ABRIL DE 2015 ÀS 05:31


247 - A decisão do Supremo Tribunal Federal, de soltar o empresário Ricardo Pessoa e outros oito executivos atingidos pela Operação Lava Jato, foi recebida com naturalidade pela imprensa brasileira. As únicas exceções foram o jornal O Globo, da família Marinho, e seu principal colunista e porta-voz, o jornalista Merval Pereira. Não porque sejam contra os direitos e garantias constitucionais de defesa. Mas porque, no caso em questão, tanto o Globo quanto Merval alimentavam a esperança de que as prisões prolongadas atingissem um objetivo político desejado tanto pelos Marinho como por Merval: uma delação contra o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff.

Enquanto Folha e Estado de S. Paulo apenas noticiaram a decisão do STF, o Globo pontuou em sua manchete que o habeas corpus "muda rumo da Lava-Jato". Na reportagem interna, sob o título "Um baque na Lava-Jato", o jornal foi mais explícito.

"A decisão do STF estremeceu o comando da Lava Jato, pois a manutenção das prisões preventivas acabava forçando os executivos das empreiteiras a aceitar os benefícios da delação premiada", diz o texto. "O principal temor é que a decisão desestimule novas delações".

Ontem, ao defender seu voto, o relator Teori Zavascki afirmou que manter alguém preso para forçá-lo a delatar seria "medida medievalesca, que cobriria de vergonha nossa sociedade". Foi acompanhado, em seu voto, pelos ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes.

Em sua coluna, chamada "STF atrasa Lava-Jato", Merval já sinaliza no próprio título que seus objetivos políticos são mais importantes do que os direitos dos réus. No texto, ele aponta sua frustração com as delações que teriam sido abortadas.

"Por uma infeliz coincidência, a decisão de ontem da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a prisão preventiva de dois empreiteiros que se preparavam para fazer uma delação premiada, cada qual com histórias que ligam a presidente Dilma e o ex-presidente Lula aos desmandos ocorridos na Petrobras."

Merval se refere a reportagens de Veja, com supostas versões sobre o que os empreiteiros pretendiam dizer em suas delações – e que ninguém sabe mais se, de fato, ocorrerão.



Brasil 247