terça-feira, 28 de julho de 2015

ZARATTINI AO 247: 'LAVA JATO AMEAÇA A DEFESA NACIONAL'


Presidente da Frente Parlamentar Mista da Defesa Nacional e vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Carlos Zarattini (PT-SP) criticou, em entrevista ao 247, a prisão do presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro, na 16ª fase da Operação Lava Jato, ocorrida nesta terça (28); "É uma pessoa da maior importância histórica para a comunidade científica. Ele desenvolveu o programa nuclear brasileiro", afirmou; Zarattini disse que as ações da Lava Jato podem comprometer o programa de Defesa Nacional, no momento em que o Brasil desenvolve no Complexo Naval de Itaguaí (RJ) seu primeiro submarino nuclear, que irá vigiar as águas do pré-sal; "O Brasil conquistou uma autonomia muito grande na questão da energia, com o pré-sal, e vem conquistando sua autonomia com o programa de Defesa. Então, quando começa a haver ataques contra a autonomia energética e agora sobre a defesa nacional, vemos que alguma coisa está por trás disso", ressaltou 

28 DE JULHO DE 2015 ÀS 20:06


Aquiles Lins, 247 – O deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) criticou nesta terça-feira, 28, a ação da Polícia Federal que prendeu o presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, na 16ª fase da Operação Lava Jato. Othon é acusado de receber R$ 4,5 milhões em propina.

"É uma pessoa da maior importância histórica para a comunidade científica. Ele desenvolveu o programa nuclear brasileiro", afirmou. "Se pesa alguma suspeita contra o Almirante Othon, tem que ser investigada. Mas será que é necessário que ele esteja preso? É uma coisa de altíssima violência contra uma pessoa que prestou serviços enormes ao País", acrescentou.

Carlos Zarattini afirmou que a prisão de Othon Pinheiro pode prejudicar o desenvolvimento dos submarinos nucleares brasileiros. "É uma ameaça do program de Defesa Nacional. O almirante Othon teve definição importante no programa Prosub [Programa de Desenvolvimento de Submarinos], que está desenvolvendo o primeiro submarino nuclear brasileiro, que irá vigiar as águas do País, onde inclusive está o pré-sal", afirmou. Atualmente, apenas quatro países - Estados Unidos, China, França, Rússia e Inglaterra - detêm a tecnologia de produção de submarinos à base de energia nuclear. O Brasil será o quinto. "É evidente que eles não querem que o Brasil faça parte desse grupo", afirmou.

Para o deputado Carlos Zarattini, que é presidente da Frente Parlamentar Mista da Defesa Nacional e vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, há algo a mais por trás das ações da operação Lava Jato. "O Brasil conquistou uma autonomia muito grande na questão da energia, com o pré-sal, e vem conquistando sua autonomia com o programa nuclear de Defesa. Então, quando começa a haver ataques contra a autonomia energética e agora sobre a defesa nacional, vemos que alguma coisa está por trás disso", afirmou.

Operação Radioatividade

A 16ª fase da Lava Jato, batizada de Radioatividade, foi desencadeada a partir do depoimento do executivo da Camargo Corrêa Dalton Avancini, que assinou acordo de delação premiada com a Justiça Federal. Na delação, ele revelou a existência de um cartel nas contratações de obras da Angra 3 e chegou a citar Othon Luiz Silva como beneficiário de propinas.

Segundo o procurador Athayde Ribeiro Costa, que integra a força-tarefa da Lava Jato, o repasse de recurso ao diretor-presidente da Eletronuclear ocorreu até dezembro do ano passado, nove meses depois de deflagrada a Lava Jato e após a prisão de vários empreiteiros.

"Há indícios de pagamento de propina por parte da Andrade Gutierrez em contratos desde 2009 para uma empresa de propriedade de Othon Luiz. Os elementos indicam que Othon Luiz recebeu R$ 4,5 milhões", disse. "A corrupção no Brasil é endêmica e está espalhada por vários órgãos, em metástase", acrescentou o procurador, comparando a corrupção ao momento em que o câncer se espalha por vários órgãos do corpo.

Na ocasião, Silva negou ter participado ou conhecimento de qualquer irregularidade. Em nota à época, ele afirmou que jamais recebeu propina e que vive de sua aposentadoria da Marinha e de seus vencimentos como presidente da Eletronuclear.


Brasil 247

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