sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

'DILMA É VÍTIMA DA TURMA DA ESCULHAMBAÇÃO DO PMDB'


Ministro nos governos dos ex-presidentes Lula e Itamar Franco, o cearense Ciro Gomes comparou a situação atual como sendo 'igual aos 10 anos anteriores a 1964' e 'quase igual a 1964', período em que aconteceu golpe militar no Brasil; Ciro avalia que Dilma é vítima de uma conjuntura política que a colocou na condição de refém 'da turma da esculhambação' do PMDB, mas alerta que ela pode acabar pagando o preço por "erros que vêm sendo cometidos desde o governo Fernando Henrique, como no caso da corrupção na Petrobras"; ele também disse não poder afirmar que Lula é honesto, "porque na vida pública, não basta não roubar. Eu acho que ele não rouba. Mas tem a outra parte da tarefa, que é não deixar roubar. E para isso ele não está nem aí"; sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, Ciro disse que "vamos assistir ele ser preso"

25 DE DEZEMBRO DE 2015 ÀS 16:52


247 - Ministro nos governos dos ex-presidentes Lula e Itamar Franco, o cearense Ciro Gomes (PDT) faz uma síntese do cenário político brasileiro e compara a situação atual como 'igual aos 10 anos anteriores a 1964' e 'quase igual a 1964'.Segundo ele, Dilma é vítima de uma conjuntura política pregressa que a colocou na condição de refém 'da turma da esculhambação' do PMDB, mas alerta que ela pode acabar pagando o preço por "erros que vêm sendo cometidos desde o governo Fernando Henrique [ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB)], como no caso da corrupção na Petrobras".

Em entrevista ao jornalista Jorge Bastos Moreno, no Canal Brasil, Ciro Gomes rechaça a postura do vice-presidente Michel Temer (PMDB), a quem atribuiu um "mimimi" sua carta enviada à presidente lamentando não ter protagonismo no cenário político. E diz que Dilma paga o preço de ter o PMDB como forte aliado.

"Falei com o presidente Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] e com a presidente Dilma que é uma imprudência colocar este PMDB na linha de sucessão do Brasil. Você tem hoje essa esquizofrenia no governo Dilma. A Dilma faz um discurso moralista, essa é a formação dela, de pequena burguesa, que advoga a decência, e ela é intransigentemente correta, porém recebeu um governo todo misturado, e uma turma que é do ramo da esculhambação".

O ex-governador cearense diz que é preciso o povo saber que o PMDB assumiria o Planalto em caso de Dilma cair.

"O povo precisa saber que em caso de impeachment, quem assume é Michel Temer. Os problemas não mudarão. Michel Temer é íntimo parceiro do Eduardo Cunha, este que está escandalizando o país, que constrangeu o Brasil inteiro, com projeção no exterior, com dinheiro na Suíça, acusado de formação de quadrilha, de ser ladrão de milhões do dinheiro público, e que manipula o parlamento ao seu gosto e prazer. Então repito: esse impeachment é inepto. Só há uma razão que se pode utilizar para o impeachment. O impeachment só pode acontecer se houver crime de responsabilidade dolosamente praticado pelo presidente da República. Nem o mais picareta dos nossos adversários diz que a Dilma é ladra".

Apesar de, por ora, não acreditar no impeachment, Ciro Gomes alerta que Dilma precisa tomar novos rumos e se preocupar com a voz das ruas. "Ela precisar mudar muito. Se o povo brasileiro sair para a rua em multidões corroborando a tese de impeachment, ela cai. Agora, o povo precisar não se deixar manipular, para que a ruptura da democracia não acabe sendo um prêmio amargo por uma pseudovitória de se vingar da Dilma."

Sobre Lula, Ciro diz que não pode afirmar sua inocência diante dos escândalos de corrupção envolvendo o PT. "Eu não diria isso. Porque na vida pública, não basta não roubar. Eu acho que ele não rouba. Mas tem a outra parte da tarefa, que é não deixar roubar. E para isso ele não está nem aí".

O ex-ministro afirma com veemência que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não vai se safar da cassação do mandato. "O brasileiro vai assistir ele indo para a cadeia. É só termos um pouco de paciência. As instituições brasileiras estão funcionando e eu acho que nós assistiremos (e isso não vai demorar). Não pelo parlamento, porque infelizmente a maioria é corrupta".


Brasil 24/7

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