sábado, 30 de janeiro de 2016

E O 'TRANSATLÂNTICO' DE LULA É APENAS UMA CANOA DE LATA


O mérito da reportagem da Folha deste sábado, sobre o "barco" de Lula, foi descobrir que o ex-presidente Lula, acusado nas redes sociais de possuir uma das maiores fortunas do planeta, possui uma "canoa de lata"; "Arranjem para o Lula ou algum de seus filhos uma 'maracutaia' que preste, algo grande, como aquilo que enriqueceu a filha de José Serra", apontou o escritor Luiz Fernando Emediato; "O que o barquinho mixuruca prova a não ser a absoluta modéstia do sujeito que, quatro anos atrás, escandalizava essa gente carregando um isopor para a praia?", disse Fernando Brito, editor do Tijolaço

30 DE JANEIRO DE 2016 ÀS 15:41


247 – A nova denúncia da Folha contra o ex-presidente Lula, a de que sua esposa Marisa Letícia comprou uma canoa de R$ 4,1 mil para o sítio visitado pela família (leia aqui), virou piada na internet – e despertou também uma onda de indignação.

Eis o que escreveu o escritor Luiz Fernando Emediato, dono da Geração Editorial:

DONA MARISA LULA E A CANOA DE LATA

Vamos lá: minha irmã tem uma casa na praia. Nunca tive vontade - nem dinheiro - para ter uma casa na praia. Vou lá de vez em quando. Um engenheiro e construtor amigo da família fez a administração da obra lá e não cobrou (é fato). O resto minha irmã pagou e declarou no IR. Como sempre. Se eu tivesse comprado uma canoa de lata (é este o "barco" de dona Marisa Lula da Silva) e mandado entregar lá, eu - que sou uma figura pública - poderia ser acusado de alguma coisa? Tenham dó! Arranjem para o Lula ou algum de seus filhos uma "maracutaia" que preste, algo grande, como aquilo que enriqueceu a filha de José Serra (nada contra ele, fique claro, nunca se provou nada contra Serra). Ao contrário do que alguns imaginam, não sou petista nem tenho intimidade com Lula. Mas acho um absurdo, querem matá-lo para não ser candidato em 2018.

Leia, ainda, o comentário de Marcelo Costa dos Santos:

Agora que a lagoa do sitio dos meus pais está cheia novamente (ficou vazia por culpa da Dilma, diga-se, que não fez chover lá no cerradinho), vou fazer uma triangulação financeira ilegal e louca com empreiteiras para comprar um transatlântico, igual esse aí do Lula. Só tenho medo da Folha de S.Paulo descobrir, o MPF do Paraná fazer uma denúncia e o Moro me prender. Afinal, comprar um barco de lata de 5 mil reais me torna um safado, bandido e sem vergonha. Como o sítio não é meu, isso vai provar minha ligação com o sítio dos meus pais e, provavelmente, eles também vão se complicar por isso. Ah, azar. Só os conheço há 40 anos. O Moro terá razão de desconfiar dessa minha relação com eles.


E também o artigo de Fernando Brito, editor do Tijolaço:

O “iate” do Lula e o jornalismo “sem noção”

POR FERNANDO BRITO, no Tijolaço



A Folha hoje se supera.

Apresenta como “prova” da ligação de Lula com o sítio que ele nunca negou frequentar, em Atibaia, um barco comprado por D. Mariza, sua mulher e mandado entregar lá.

A “embarcação”, como se vê no próprio jornal, é um bote de lata comprado por R$ 4.100.

Presta para navegar num laguinho, com a mulher, dois amigos e o isopor, se ninguém fizer muita gracinha de se pigar em pé, fazendo graça.

É o “iate do Lula”, quase igual ao Lady Laura do Roberto Carlos e só um pouco mais modesto do que as dúzias de lanchas que você vê em qualquer destes iate clubes que existem em qualquer cidade praiana.

A pergunta, obvia, é: e daí que o Lula frequente o sítio? E daí que sua mulher tenha comprado um bote, sequer a motor, para pescar umas tilápias, agora que já não pedem, como nos velhos tempos, fazer isso na represa Billings?

Qual é a prova de que a reforma do sítio foi paga pela Odebrechet (segundo a Folha) ou pela OAS (segundo a Veja)?

E se o Lula frequentasse a mansão de um banqueiro? E se vivesse nos iates – os de verdade – da elite rica do país?

O que o barquinho mixuruca prova a não ser a absoluta modéstia do sujeito que, quatro anos atrás, escandalizava essa gente carregando um isopor para a praia?

Os jornais, a meganhagem e a turma do judiciário – que já não se separam nisso – estão dedicados a destruir o “perigo lulista”.

Esqueçam o barquinho: o que eles querem é ter de novo o leme do transatlântico.

Perderam até a noção do ridículo, convencidos de que já não há resistência a ele nas mentes lavadas do país.

E acabam revelando que, em suas mentes, o grande pecado de Lula, que ganha em palestras pagas o suficiente para comprar uma “porquera” daquelas por minuto que passe falando, ou para alugar uma cobertura na Côte D’Azur do Guarujá é continuar pensando como pobre: querendo comprar apartamento em pombal e barquinho de lata para ficar de caniço, dando banho em minhoca.

É que ter nascido pobre é um crime que até se perdoa, imperdoável mesmo é continuar se identificando com eles.


Brasil 24/7

REQUIÃO MANDA FOLHA E OS QUE CAÇAM LULA À PQP


O senador Roberto Requião (PMDB-PR) expressou sua indignação com a manchete da Folha deste sábado, ao se posicionar nas redes sociais; "O crime de Marisa? Não os mandarei se lixar nas ostras! Mas vão à PQP", escreveu; na edição da Folha, a ex-primeira-dama Marisa Letícia ganhou a manchete principal por ter comprado uma canoa de lata, por R$ 4,1 mil, para ser usada num sítio que ela e ex-presidente Lula frequentam; recado de Requião se estende a todos que tentam, a todo custo, inviabilizar politicamente aquele que foi o presidente mais popular da história do País

30 DE JANEIRO DE 2016 ÀS 18:49


Paraná 247 – Sem rodeios e sem meais palavras, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) expressou sua indignação com a Folha de S. Paulo e com aqueles que empreendem a caçada ao ex-presidente Lula, com denúncias nem sempre consistentes.

"O crime de Marisa? Não os mandarei se lixar nas ostras! Mas vão à PQP", escreveu Requião, postando ainda a imagem da canoa de lata, comprada pela ex-primeira-dama por R$ 4,1 mil.

Neste sábado, a Folha noticiou, em sua manchete principal, que uma aquisição de Marisa Letícia – a canoa de lata – a aproximaria do sítio em Atibaia (SP), usado pelo ex-presidente e seus familiares (leia mais aqui). Ocorre que Lula jamais escondeu que frequenta a propriedade, registrada por Jonas Suassuna, sócio de seu filho.

Graças a esses escândalos, o governador paulista Geraldo Alckmin, que tem exonerado vários auxiliares graduados por suposto envolvimento na máfia que desviava dinheiro da merenda escolar, se julgou numa posição confortável para qualificar Lula como uma pessoa "sem limites" éticos (confira aqui), provocando reação imediata do ex-presidente (leia aqui).

A reportagem da Folha ao menos teve o mérito de revelar que Lula, que já alvo de várias montagens na internet como se estivesse passeando em iates de luxo, pesca numa canoa de lata (leia aqui).

Com denúncias como a de hoje, o objetivo óbvio é tentar inviabilizar a volta de Lula, que deixou a presidência como o líder político mais popular da história do País.



Brasil 24/7

GLOBO AGORA DISPARA ATÉ CONTRA ADVOGADOS DE LULA


Jornal dos Marinho acusa o escritório Teixeira, Martins de ter advogado para a Odebrecht, como se defender determinado cliente fosse crime; ainda assim, por meio de nota, o advogado Cristiano Martins esclareceu que a firma recebeu honorários da Odebrecht porque a empreiteira foi forçada a pagar sucumbência numa causa perdida; ou seja, o escritório e a construtora estavam em campos opostos

30 DE JANEIRO DE 2016 ÀS 18:54


247 – O jornal O Globo, da família Marinho, agora acusa o escritório Teixeira, Martins de ter advogado para a Odebrecht, como se defender determinado cliente fosse crime.

Ainda assim, por meio de nota, o advogado Cristiano Martins esclareceu que a firma recebeu honorários da Odebrecht porque a empreiteira foi forçada a pagar sucumbência numa causa perdida.

Ou seja: o escritório e a construtora estavam em campos opostos.

Confira, abaixo, a nota:

Não é verdadeira a afirmação publicada nesta data (30/01/2016) pelo jornal "O Globo" ("Investigação em duas Frentes" - pág. 03) de que o escritório Teixeira, Martins & Advogados, que tem como sócio-fundador o advogado Roberto Teixeira, teria prestado "serviços de advocacia e consultoria" para a Odebrecht. A prestação de serviços poderia ter ocorrido, sem que configurasse qualquer irregularidade. Mas a verdade, como já esclarecido anteriormente, é que o escritório Teixeira, Martins & Advogados propôs ação em favor de uma cliente contra empresa do Grupo Odebrecht (Processo nº 2009.001.263674-1 - 2º Vara Empresarial do Rio de Janeiro) e recebeu honorários sucumbenciais após o encerramento da causa com resultado favorável à sua cliente. "O Globo" tem conhecimento da ação e já fez reportagem sobre ela (http://oglobo.globo.com/rio/a-saga-da-familia-geyer-que-briga-por-heranca-avaliada-em-mais-de-100-milhoes-14609891).

É clara a intenção do jornal de inventar fatos que possam ser úteis para dar suporte a publicações

Cristiano Zanin Martins


Brasil 24/7

O país da inquisição

SAB, 30/01/2016 - 09:43
ATUALIZADO EM 30/01/2016 - 11:30



A Folha publica reportagem atribuindo a Lula a propriedade de um sítio em Atibaia que teria sido reformado pela Odebrecht. Esforço próprio de reportagem? No mesmo dia, segundo a Folha de hoje, procuradores e delegados da Lava Jato do Paraná já se deslocaram para o local mencionado. E um barco de alumínio, de R$ 4 mil, passa a ser a prova do crime da família Lula.

Tal rapidez destoa da programação da Lava Jato. É evidente que o jornal foi alimentado previamente pelos procuradores e delegados da Lava Jato, antes mesmo de terem provas consistentes se houve a tal reforma bancada pela empreiteira.

No Estadão, um lobista justifica-se ao seu empregador afirmando que perdeu uma licitação da Secretaria de Educação do governo de São Paulo porque o vencedor pagou R$ 100 mil ao ex-Secretário Herman Voorwald.

Pouco importa se o lobista chutou a explicação apenas para limpar a barra perante seus contratantes. Pouco importa se a vítima, em questão, tem vida limpa, conduta ilibada e sempre se ateve à carreira acadêmica. Caiu na rede é peixe, é o bordão de uma imprensa leviana, inconsequente que há muito perdeu a noção de reportagem.

No Rio, uma acusação inconsistente de ação terrorista contra um físico franco-argelino altamente qualificado é endossada de pronto pelo Ministro da Educação, sem sequer ouvir o acusado. O Brasil, que poderia se tornar uma ilha para abrigar a imigração qualificada, entra na lista dos países intolerantes.

Todos esses capítulos mostram uma opinião pública doente, um país doente, inquisitorial, na qual os princípios fundadores do estado democrático foram jogados no lixo por essa combinação fatal de mídia-procuradores-delegados.

O cerco que se montou sobre Lula em nada difere da campanha contra Vargas em 1954.

A chamada publicidade opressiva da mídia exige alimentação constante de fatos, factoides, meros rumores. Por mais que haja criatividade, não se consegue alimentar o noticiário sem o apoio de algum evento que cuspa permanentemente as informações.

No caso de Vargas, uma CPI que se julgava inócua – a da Última Hora – passou a ser o motor gerador de factoides, permitindo o uso da publicidade opressiva por parte da mídia, especialmente da rádio Globo.

Dia após dia a CPI soltava seus factoides, que alimentavam o noticiário. Samuel Wainer recebeu xis de financiamento do Banco do Brasil, bradava a mídia. E escondia o fato de que o Globo e a própria Tribuna da Imprensa (de Carlos Lacerda) receberam mais. O financiamento da UH era reverberado dia e noite condenando os adversários perante a opinião pública e, através dela, pressionando os tribunais superiores.

Criado o clima, despertado o monstro do efeito manada, toca a uma devassa implacável sobre todos os atos de governo.

Aí se descobre que o guarda-costas Gregório Fortunato era dono de uma fortuna apreciável. Mais: que aceitou adquirir uma fazenda de um filho de Getúlio, para que ele pudesse quitar dívidas pessoais.

É evidente que o exercício do poder abre facilidades que acabam sendo aproveitadas pelos elos moralmente mais fracos da corrente. Assim como é evidente que existem sempre áulicos que arrotam a suposta intimidade com o poderoso para enriquecer. E é evidente também que o exercício corriqueiro do poder seleciona ganhadores. É parte da própria lógica econômica medidas oficiais de estímulo à economia. Para estimular a economia, na outra ponta há os setores que se privilegiam.

Basta juntar tudo no mesmo caldeirão e alimentar o monstro. Tudo passa a ser criminalizável. É o que comprova a ofensiva da Operação Zelotes contra uma Medida Provisória que foi aprovada por unanimidade no Congresso, de mera prorrogação de uma decisão tomada pelo governo anterior, do PSDB, de estimular a indústria automobilística em regiões menos desenvolvidas.

Por que a fixação nessa MP? Porque supõe-se que no final do arco-íris esteja Lula.

É um trabalho extraordinariamente facilitado quando encontra pela frente um Ministro da Justiça vacilante ou cúmplice, e governos que não sabem se defender.

Em São Paulo há um controle rígido sobre as ações do Ministério Público Estadual. As apurações caminham lentamente e jamais chegam no andar de cima. No máximo vaza alguma coisa para a imprensa, que dura o tempo máximo de uma edição de jornal.

Tome-se a última denúncia contra a Delta, uma prorrogação de contrato no valor de R$ 71 milhões aprovado pela DERSA. Na CPMI da Cachoeira foi desvendada a estratégia da construtora. Ganhava licitações com preços baixos, tendo a garantia de aditivos posteriores.

No máximo, a investigação baterá em algum subalterno da DERSA, mesmo com o episódio Paulo “não se deixa um aliado caído no campo de batalha” Preto ainda fresco na memória de todos.

Na Lava Jato a militância do juiz Sérgio Moro, dos procuradores e delegados é claramente partidária e alimenta o noticiário há mais de ano E ai de quem ousar rebater e atribuir à operação propósitos autoritários. Imediatamente aparecerá na mídia um procurador enviado de Deus acenando para o ímpio com duzentos anos de prisão.


Jornal GGN

O ‘Triplex do Lula’ versus a casa dos Marinhos numa ilha. Por Paulo Nogueira

Postado em 29 jan 2016

por : Paulo Nogueira

O casarão dos Marinhos: acima da lei


“Se o assunto é casa de frente para o mar …”

Começa assim um e-mail que me chega às mãos. É uma óbvia referência à exploração da imprensa em torno do ‘Triplex do Lula’. O e-mail segue deste jeito. “Nunca, nunca o assunto foi tratado pela mídia nacional.” E enfim um link para uma reportagem da Bloomberg.

Reconheço o texto: o DCM tratou do assunto, numa monumental solidão.

Os protagonistas do artigo da Bloomberg são os irmãos Marinho e uma ilha ‘deles’ perto de Paraty.

Os Marinhos dividiram o poder assim. Roberto Irineu, o primogênito, é o presidente.

João Roberto, o segundo, é o editor, e dele emanam as diretrizes a serem seguidas por todas as mídias do grupo.

José Roberto, o caçula, cuida da Fundação Roberto Marinho, e é tido, nas Organizações, como um cruzado do ambientalismo.

Mas parece que seu cuidado com o meio ambiente vale para o mundo, mas não para a família Marinho.

Veio à luz espetacularmente, algum tempo atrás, essa propriedade. Quem a tornou assunto nacional foi o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, suspeito de irregularidades, em depoimento na CPI da empresa.

Antes de seguir, um registro cômico. A Globonews vinha dando ao vivo o depoimento até Costa falar na ilha. Ele disse que, em suas novas atividades, tem um contrato firmado para vender a ilha. “É um projeto chamado Zest”, afirmou.

Neste momento, a Globonews interrompeu a transmissão da CPI da Petrobras e foi para outro lugar. Os editores mostraram agudo senso de sobrevivência.

Pausa para rir.

A matéria da Bloomberg assinala que milionários brasileiros se dizem donos de ilhas e praias. “Mas não é isso que a lei diz.” Bem, a ‘Ilha dos Marinhos’ permanece num véu de fumaça.

Mas não a casa monumental deles na ilha. A melhor matéria feita sobre ela – e as polêmicas que a rondam — não veio da Folha, ou da Veja, ou do Estadão.

Veio de fora, da Bloomberg. A Globo não goza, com a Bloomberg, do esquema de proteção que Folha, Veja e Estadão lhe garantem no Brasil.

“Os herdeiros de Roberto Marinho, que criou as Organizações Globo, maior grupo de mídia da América do Sul, construíram uma casa de 1 300 metros quadrados, um heliponto e uma piscina numa área da Mata Atlântica que a lei, supostamente, preserva para manter intocada sua ecologia”, disse a Bloomberg, numa reportagem de 2012.

José Roberto, o homem-natureza da Globo, aparentemente não se importou em derrubar árvores em sua propriedade, e muito menos se intimidou diante da lei.

A Bloomberg foi ouvir o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Falou com Graziela Moraes Barros, analista ambiental do instituto. Ela foi investigar a suntuosa casa, que recebeu diversos prêmios arquitetônicos.

“Os Marinhos quebraram a lei ao construir a casa”, disse ela.

Dois guardas armados, ela contou, impedem que outras pessoas usem a praia — pública — em frente da casa. De certa forma, isso lembra a infame ocupação de um terreno público pela Globo ao lado de sua sede em São Paulo.

Coloquemos assim: a Globo trata o Brasil como propriedade privada, e ninguém dá um basta nisso.

Um juiz ordenou em 2010 que a casa fosse derrubada, mas evidentemente que não foi.

Não é fácil fiscalizar as coisas na região.

Em abril de 2013, uma bomba foi colocada na casa de uma analista ambiental do ICMBio. Ela não se feriu, mas se assustou. Pediu para ser transferida para fora do Rio de Janeiro. “Tenho família e estou com medo”, disse ao jornalista Andre Barcinski.

“Não foi o primeiro caso de profissional que abandonou a região”, contou Barcinski. “Há dois anos, uma fiscal ambiental pediu transferência depois ter dois carros queimados, em 2008 e 2011, na porta de casa.”

De volta à reportagem da Bloomberg, topo mais uma vez com Graziela. Ela se saiu com uma frase que é especialmente dolorosa, porque verdadeira.

“Muita gente diz que os Marinhos mandam no Brasil. A casa mostra que eles certamente pensam que estão acima da lei.”

Pausa para um lamento.

E clap, clap, clap de pé para a brava Graziela pela capacidade de enxergar e descrever o Brasil em poucas palavras.

Não apenas o Brasil, aliás — mas sua mídia, que finge não ver um palacete várias vezes maior e infinitamente mais caro do que um plebeu apartamento no igualmente plebeu Guarujá.

Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.


Diário do Centro do Mundo

A Lava Jato e a influente República dos Arns

QUI, 01/10/2015 - 19:28
ATUALIZADO EM 30/01/2016 - 13:46



Uma das grandes bandeiras civilizatórias da atualidade é o conceito de educação inclusiva, de trabalhar a inclusão de crianças com deficiência na rede regular de ensino . Trata-se de uma das recomendações centrais da ONU (Organização das Nações Unidas) na área de direitos humanos.

No Brasil, a grande adversária da educação inclusiva é a Federação das APAEs (Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais) que transformou-se em uma força política que tem acesso amplo a verbas públicas sem passar por nenhuma forma de controle.


Seu lobby chegou ao ponto de entrar como amicus curiae da Federação das Escolas Privadas, em ADIN no Supremo Tribunal Federal, contra medida que as obriga a acolher alunos com deficiência.

Nesse campo, nenhuma liderança tem sido mais deletéria do que a do ex-senador e vice-governador paranaense Flávio Arns. Sob sua liderança, o lobby das APAEs logrou se apropriar de recursos destinados à educação inclusiva. Na condição de Secretário da Educação de um estado quebrado, o Paraná, Arns disponibilizou R$ 420 milhões às APAEs, para poderem enfrentar o melhor aparelhamento da rede pública federal.


Com essas credenciais, indicou seu sobrinho Marlus Arns para assumir a maioria das ações das APAEs no Estado. Na reportagem de 13 de novembro de 2013 (bem antes do início da Lava Jato), o Jornal GGN contava a seguinte história:

"No ano passado, o escritório de advocacia Arns de Oliveira & Andreazza Advogados, de seu sobrinho Marlus Arns, conquistou toda a advocacia trabalhista da Copel, a companhia de energia do estado (http://glurl.co/cLh). Um mega-contrato sem licitação. No início deste ano, o mesmo escritório foi contratado para atender à Sanepar, a Companhia de Saneamento do estado, por R$ 960 mil (http://glurl.co/cLm), duplicando a atuação do seu Departamento Jurídico. Também sem licitação.

Uma pesquisa rápida nos tribunais mostra que esse mesmo escritório atende, no mínimo, vinte APAEs do estado, prestando serviços jurídicos de toda espécie (clique aqui), entre elas para as APAEs de Califórnia, Cambira, Curitiba, Dois Vizinhos, Eneas Marques, Figueira, Icaraíma, Mandirituba, Nova América da Coluna, Nova Esperança, Nova Olímpia, Paranaguá, São João do Ivaí, São Sebastião do Amoreira, Telêmaco Borba".

De lá para cá, houve a seguinte ciranda paranaense em torno de Arns.

A esposa do juiz Sérgio Moro trabalha no departamento jurídico Federação das APAEs (Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais), controlada por Flávio Arns (http://migre.me/rGisb), cujo principal escritório de advocacia terceirizado é o do sobrinho de Arns.

Outro sobrinho de Arns, Henrique Arns de Oliveira, é dono do Curso Luiz Carlos, de direito. (http://migre.me/rGif0)


Em outubro, o Curso Luiz Carlos lançou um módulo de Direito Penal Econômico tendo como duas principais estrelas o procurador da República Deltan Dallagnol e o juiz de direito Sérgio Moro. Policiais Federais da Lava Jato e outros procuradores também lecionam no curso.

O módulo em questão tem 36 horas, ao preço de R$ 1.200,00 e está com todas as vagas esgotadas. No site do curso explica-se que " aulas são ministradas individualmente, ou seja, cada um deles atuará em uma determinada data do calendário acadêmico previsto para o módulo. Como convidados, serão remunerados como professores de pós-graduação, recebendo o valor de mercado para esse tipo de atividade http://migre.me/rGilR".

Na outra ponta, o primeiro sobrinho, Marlus Arns, conseguiu a mais ambicionada causa jurídica da atualidade: substituir a misteriosa Beatriz Catta Preta como advogado nos acordos de delação. Nesses acordos, é essencial uma relação de confiança entre o advogado e os membros da Lava Jato. Dependerá deles - e especialmente do juiz - negociar redução de penas e aprovar ou não o conteúdo da delação.

Advogados criminalistas do Rio e São Paulo têm cobrado honorários de até R$ 15 milhões de seus clientes enrolados com a Lava Jato,




Jornal GGN

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Depoimento de Lula: não seria melhor interrogar o promotor?



POR FERNANDO BRITO · 29/01/2016



Acho que se poderia pensar numa inversão de papéis, diante desta barbaridade feita pelo promotor Cássio Conserino, do Ministério Público de São Paulo de chamar o ex-presidente Lula a depor na condição de “investigado” nesta história já enfadonha do apartamento no Guarujá.

Seria esclarecedor se o interrogado fosse não Lula, mas o promotor. Ajudaria se o moço – cujo auxílio-moradia de quase 5 mil reais, pago pelos cofres públicos, dá para alugar um triplex bem pertinho do que acusa Lula de ter (duvida? olhe o anúncio aqui) e ainda pagar o condomínio – explicasse, afinal, sobre que o ex-presidente.

Lavagem de dinheiro? Que dinheiro? Obtido onde, por quais meios, em quais negócios?

Por ter uma cota na cooperativa que construiu o prédio que daria direito a comprar um apartamento, declarada no IR, e não ter exercido o direito?

Ocultação de patrimônio? Que patrimônio, se o dito apartamento nunca foi de Lula ou de sua família?

Por ter ido ver o apartamento?

E se a OAS, que é dona do imóvel quisesse emprestá-lo, cedê-lo a Lula, há crime?

Lula não é servidor público desde 1º de janeiro de 2011 e, desde então, não tem sequer impedimentos legais ou éticos em ter qualquer relação com empresas.

Eu tenho metade de um apartamento, deixado por minha mãe. Nele, moram minhas sobrinhas, que fazem faculdade no Rio e, como meu irmão mora em Cabo Frio, precisam ficar por lá? Óbvio que não vou cobrar “aluguel” dele ou delas: está cedido e eu ainda pago as cotas extras de condomínio, porque fica pesado. Sou um criminoso? Elas são criminosas?

Lula é pessoalmente acusado de ter praticado algum favorecimento à OAS?

Ou é na base do “alguma coisa ele fez”?

Perguntas básicas que, infelizmente, nunca são feitas.

Porque não interessam nesta abjeta tentativa(tentativa, digo eu? ação consumada é mais apropriado) de criminalizar, a qualquer custo uma liderança política, a mais destacada que este país teve em décadas.

Basta odiar, achar um vizinho que odeie, um porteiro que diga “sim, seu doutor, ele esteve lá, inclusive seguraram a porta do elevador”.

Não acontece nada, estão livres para atropelar, abusar, desmoralizar as pessoas a partir do “ah, eu acho que aí tem coisa”.

É o “estado da direita”, de uma corporação policialesca, que perdeu as estribeiras e o mais raso senso de equilíbrio.

Viraram os delegados da roça: “manda pegar e levar lá na delegacia que eu quero conversar com este sujeitinho”.


Tijolaço

Organização intima Lula no Estadão


Nem o ataque do Barcelona!



Conversa Afiada

O MINISTÉRIO PÚBLICO E AS “CENAS PROIBIDAS” DA OPERAÇÃO LAVA-JATO.

26 de jan de 2016

Por Mauro Santayana


(Jornal do Brasil) - A defesa de Marcelo Odebrecht, detido no contexto da Operação Lava-Jato, pediu a reabertura do inquérito – que já entra na fase de julgamento - depois que descobriu que trecho do depoimento em vídeo feito pelo delator “premiado” Paulo Roberto Costa em que ele eximia Odebrecht de participação direta no esquema de propina foi omitido na transcrição feita pelo Ministério Público, e encaminhada ao Juiz Sérgio Moro, ainda antes da prisão do empresário.


“Se a declaração completa estivesse nos autos, obviamente teria inibido o juiz a determinar a realização de buscas e apreensões e a prisão de uma pessoa que foi inocentada por aquele que é apontado como coordenador das condutas criminosas no âmbito da Petrobras.”- declarou o advogado Nabor Bulhões, que solicitou acesso a todos os outros depoimentos em vídeo que citem seu cliente, para se assegurar que eles não foram alterados e correspondem às transcrições.


Em resposta à solicitação, o Juiz Sérgio Moro disse que “processo anda para frente” e deu a entender que não se pode voltar a etapas já encerradas para mudar essa questão.


E o Ministério Público, por intermédio do Procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, deu a entender que a transcrição não é literal devido ao o termo de declarações ser “fidedigno” porque “sua função é resumir os principais pontos do que foi dito”. 

Ao agir como o fez, o MP promove censura subjetiva ao alterar o teor das declarações, quase como se cortasse cenas “proibidas” de um filme inadequado para certos tipos de público. 


Quem deverá julgar o que é importante ou não no depoimento dos delatores da Operação Lava-Jato, é a sociedade brasileira, no final desse processo interminável que parece pretender se tornar um fator de intervenção permanente no processo político brasileiro.


Principalmente, porque, como correu no caso do “mensalão”, ele se sustenta, básica e exatamente, nisso: mais em delações “premiadas” e em distorcidas interpretações de teorias como a do Domínio do Fato, do que em provas concretas. 


Cada cidadão brasileiro deve ter o direito de ver, como um strip-tease perverso - e ter a possibilidade de interpretar do jeito que lhe apeteça - cada detalhe, cada palavra dita, cada suspiro entre frases, cada insinuação, cada sugestão, cada levantar de sobrancelha, de cada um dos presentes em cada audiência em que se procederam essas “delações”.


Subjetivamente, se for o caso.


Emocionalmente.


Do mesmo jeito que esses mesmos “depoimentos” – e provas ínfimas, cheias de “se”, de ilações e de condicionantes - têm sido produzidas, aceitas, interpretadas e julgadas pelos procuradores e o juiz da Operação Lava-Jato.


A esses senhores não lhes foi facultado o direito de cortar ou alterar um segundo, ou de decidir, per si, o que é ou não relevante na fala de cada “delator”.


Qualquer corte nesses depoimentos poderá ser interpretado como uma tentativa de manipulação e de grave alteração das provas que estão, ou deveriam estar - registradas, protegidas e incólumes - à disposição da justiça e da própria História.


Não é aceitável que, em uma operação como a Lava-Jato, que se sustenta quase que totalmente no disse me disse de bandidos, muitos dos quais já se encontram, na prática, em liberdade, ainda se alterem os depoimentos transcritos em desfavor de citados que podem estar sendo caluniados ou vir a ser condenados devido a essas mesmas delações.


Nesse caso, cada palavra é preciosa, e pode ser fundamental para a defesa dos réus em instâncias superiores às quais eles têm o direito de recorrer, e certamente recorrerão, no futuro.


Está muito equivocado o Ministério Público, quando pretende restringir o que deve ser ou não divulgado ao que “interessa” ou não “interessa” à investigação.


Há muito a Operação Lava-Jato deixou de ser um mero processo judicial.


O que está em jogo, nesse esquema, de flagrante dimensão política, que se imiscuiu, ao ritmo dessas delações, como os antigos inquéritos stalinistas, por todo o país e os mais variados setores da sociedade e da economia brasileiras, é o futuro da Nação e da República.


E mais grave ainda: a curto e médio prazos, o destino direto e indireto de obras, projetos e programas estratégicos para o desenvolvimento nacional, nas áreas de energia, defesa e infra-estrutura.


Para não falar da sobrevivência da engenharia brasileira e de milhares de trabalhadores que estão perdendo postos de trabalho, porque se confunde o combate a uma ação de corrupção que envolveria teoricamente uma comissão de 3%, com a destruição e a inviabilização, paralisia e sucateamento dos outros 97% que foram efetivamente, inequivocamente, aplicados em equipamentos, obras, empregos, investimentos, com o precioso dinheiro do contribuinte. 

E que não se alegue sigilo de justiça.


Porque além de “editar” o que se considera que deve ser omitido, permite-se, paradoxalmente, que se divulgue, seletivamente, por outro lado, o que alguns acham que deva ser levado aos olhos e ouvidos da população, em uma operação em que o Juiz defende publicamente o “uso” da imprensa pelo Judiciário, na conquista do apoio da opinião pública, e que desde o início deveria ter sido chamada de “Queijo Suiço”, para ressaltar o seu caráter de inquérito mais vazado da história do Brasil.


Finalmente, a pergunta que não quer calar é a seguinte: se Paulo Roberto Costa tivesse dito que Marcelo Odebrecht tratava diretamente com ele de propina, ou lhe entregava pessoalmente dinheiro, o trecho teria sido cortado da transcrição de seu depoimento?


Ou acabaria “vazando” e sendo amplamente divulgado pelos jornais, portais e revistas?


Jornal do Brasil 

Paulo Pimenta: Locutor de rádio da RBS, empresa suspeita de pagar propina, incitou ouvintes a cuspir em Lula “por corrupção”; ouça


publicado em 28 de janeiro de 2016 às 22:20


Os irmãos Sirotsky, suspeitos de mandar pagar propina, e Alexandre Fetter, o “humorista” da rádio Atlântida que incitou ao ódio. Vai mandar cuspir nos patrões?

CARTA ABERTA À RBS

LOCUTOR INCITA AGRESSÕES À LULA


Desde que o desejo da maioria do povo brasileiro foi vitorioso nas eleições presidenciais, de 2014, e frustrou os interesses dos grandes grupos de comunicação do país, com a reeleição da Presidenta Dilma Rousseff do Partido dos Trabalhadores, o Brasil vive um clima de hostilidade, de extremismo e de inúmeros ataques, por parte daqueles que até hoje estão inconformados com a derrota nas urnas contra agentes políticos e, especialmente, membros do Partido dos Trabalhadores.

Infelizmente, essa onda de ódio é, em grande parte, promovida e alimentada por parte da imprensa brasileira.

Foi o que puderam constatar os milhões de gaúchos e gaúchas ouvintes da Rádio Atlântida FM, do Grupo RBS , nessa semana.

Indignados, muitos me procuraram para que fossem tomadas providências e o caso fosse denunciado.

Em um dos programas de maior audiência dessa rádio do Grupo RBS, o locutor do “Pretinho Básico” incita os ouvintes a “cuspirem” na cara do ex-Presidente Lula.

Entre as inconformidades do locutor estão, segundo ele mesmo, a possibilidade de que [eles, o povo] “vão votar no PT de novo” e o teor das últimas declarações do ex-presidente.

“Ninguém cospe no Lula, velho? Que troço desesperador, isso é desesperador. Ninguém dá uma cuspida no Lula, um sujeito desses é digno de uma cusparada”.

A incitação ao crime, cometido pelo locutor, está prevista no Código Penal.



Qual seria a reação da mídia se agentes políticos passassem a defender agressões a jornalistas em razão da manipulação diária promovida pelos meios de comunicação no país, da seletividade de sua cobertura ou da diferença de posições políticas?

Certamente, denunciaria um ataque à liberdade de expressão. E por que razão, então, consente com a incitação de ataques de seus profissionais a políticos?

Pretende, ao fim, que alguns atores políticos sejam espancados ou retirados à força da cena política como na época da ditadura?

Crimes ao microfone, como o cometido por esse locutor, respaldam, posteriormente, atitudes de violência na rua.

Quem defende a doutrina do ódio contribui para a naturalização e o agravamento da violência praticada em nosso país.

Ao permitir que tais palavras sejam proferidas em um de seus programas de rádio, o Grupo RBS fomenta a ideia de que vivemos em uma sociedade que valoriza a violência, a opressão e a vingança.

Precisamos rejeitar esse pensamento.

Vivemos em um Estado de Direito, onde a liberdade de expressão de cada indivíduo é tão importante quanto a certeza de que a dignidade da pessoa humana será protegida.

Negar isso é recusar que somos todos iguais, afastando outro preceito fundamental do Estado de Direito.

Esse discurso busca, na verdade, criminalizar a política e os agentes políticos, bem como, mais especificadamente, estigmatizar e discriminar não somente o ex-presidente Lula, seu partido e seus correligionários, mas todos brasileiros e brasileiras que, de alguma forma, estimam Lula e que têm ele e seu legado político como símbolos da tolerância, promoção da igualdade e da justiça social.

O discurso de ódio leva a sociedade para um único fim.

Foi o que vimos na Segunda Guerra Mundial, originada, em grande parte, da incitação ao ódio a grupos específicos de pessoas, num discurso promovido pelo casamento entre líderes políticos intolerantes e os meios de comunicação.

Desde então a comunidade internacional e o sistema internacional de direitos humanos protegem a liberdade de expressão na mesma medida em que repudiam o discurso de ódio.

Portanto, em episódios como esse da RBS, é inútil se esconder atrás da liberdade de expressão e invocá-la para justificar o cometimento de um crime.

A humanidade de forma geral tem um alto grau de condenabilidade do discurso de ódio.

Chegamos aqui após sofrer suas piores consequências.

Por isso, em nosso país, vivemos para a defesa da pluralidade e para construção de uma sociedade que promova a paz.

O que nos perguntamos, agora, é se:

Essa é a opinião da RBS?

A RBS concorda com incitação ao crime?

A RBS concorda e defende que o ex-Presidente Lula seja agredido?

A RBS aceita ser corresponsabilizada por qualquer agressão ao ex-Presidente Lula?

A RBS considera que o papel da imprensa é incitar ao crime e promover o discurso de ódio?

A RBS pretende tomar alguma providência frente a esse episódio de incitação ao crime?

À parte as diferenças ideológicas entre o Partido dos Trabalhadores e a defendida pelos grandes grupos de comunicação, entendemos que não é no campo da violência que as disputas entre o campo político e o midiático, ou entre modelos políticos para o país, serão resolvidas.

*Paulo Pimenta, jornalista, deputado federal e Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados


PS do Viomundo: E cadê a coragem dos humoristas da Atlântida para fazerem piada com o fato de que a empresa para a qual trabalham está sendo investigada por pagar propina na Operação Zelotes?

PS2 do Viomundo: No mesmo programa, Pretinho Básico, um dos “humoristas” prega o uso de violência moral ou física para resolver problemas do cotidiano. Ele estimula “indignados” a agir e lê supostas cartas de ouvintes que adotaram a sua “filosofia”. Ver neste programa, a partir dos 41 minutos.


Viomundo

Um país que protege Cunha e persegue Lula é um país doente. Por Paulo Nogueira

Postado em 28 jan 2016


Livre como uma borboleta: Cunha

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A Lava Jato perdeu o pudor.

O nome Triplo X, referência sibilina ao mítico ‘Triplex do Lula’ é um acinte. Está claro que se trata de erradicar não a corrupção – mas de caçar Lula.

Fosse outro o propósito você não teria um ataque tão sistemático a Lula enquanto um homem como Eduardo Cunha borboleteia, livre para armar as delinquências em que é mestre.

Era mais honesto batizar a operação como Caça Lula.

Os suíços entregaram de bandeja documentos que comprovam corrupção em níveis pavorosos de Cunha. Ele mentiu, sonegou, inventou desculpas aberradoras e usou até a palavra ‘usufrutuário’ para tentar encobrir sua condição de dono de milhões na Suíça.

Não foi apenas isso.

Depoimentos de fontes variadas coincidiram em relatar ameaças de paus mandados de Cunha contra pessoas que pudessem dizer coisas comprometedoras contra ele.

Vídeos mostraram expressões aterrorizadas de delatores ameaçados por homens de Cunha. Parecia coisa de Máfia. Falaram até na família. Em filhos. Disseram que tinham o endereço para a retaliação.

Não foi um depoimento nesse gênero. Foram pelo menos três, dois de delatores e um de um deputado que era um problema para Cunha na Comissão de Ética que o julga.

Que mais queriam? Que um cadáver amanhecesse boiando num rio?

E as trocas de emails com empresas beneficiárias de medidas provisórias?

Com esse conjunto avassalador de evidências, Eduardo Cunha aí está, na presidência da Câmara, ainda no comando de um processo viciadíssimo que pode cassar 54 milhões de votos.

Cadê a Polícia Federal? Cadê Moro? Cadê uma operação realmente para valer para investigar as delinquências conhecidíssimas de Cunha.

Nada. Nada. Nada.

É uma bofetada moral inominável nos brasileiros. É a completa desmoralização da política.

Enquanto a vida é mansa para Cunha, para Lula é uma sucessão infindável de agressões.

Virou piada que até ser amigo de Lula se caracterize como algo capaz de incriminá-lo. Mas coloquemos o adjetivo certo: é uma piada repulsiva.

Um apartamento banal numa praia banal – a cidade plebeia do Guarujá – adquire ares de uma propriedade suntuosa que Lula jamais poderia comprar. É um tríplex, uma palavra feita para impressionar e ludibriar a distinta audiência.

Não interessa se quatro ou cinco palestras de Lula seriam suficientes para comprar o apartamento. Não interessa se ele tem documentos que comprovam que ele não comprou, afinal, o imóvel.

O que importa é enodoar a imagem de Lula. Caracterizá-lo como um corrupto, um ladrão, um monstro de nove dedos. O maior vilão da história do Brasil.

Alguém – PF, Moro, imprensa – deu um passo para saber se a residência de Eduardo Cunha é compatível com seus rendimentos de deputado? Alguém apurou se ele tem condições de bancar uma vida de fausto para a mulher, à base joias e extravagâncias como aulas de tênis no exterior?

Ninguém.

É um país doente aquele que protege Eduardo Cunha e investe selvagemente contra um homem que cometeu o pecado de colocar os excluídos na agenda nacional como nenhum outro desde Getúlio Vargas.

Estamos enfermos – e Moro e sua Lava Jato são sintomas eloquentes dessa nossa deformação moral.


Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.



Diário do Centro do Mundo

ADVOGADO DE LULA CONTESTA PROMOTOR SOBRE COTAS DA BANCOOP


Cristiano Zanin Martins, que atua na defesa do ex-presidente Lula, reagiu às acusações do promotor José Carlos Blat, que afirma que seu cliente era proprietário de um apartamento triplex no Guarujá: “Toda cooperativa funciona por meio de cotas, conforme uma lei que vale para todo o País. No caso das cooperativas habitacionais, como a Bancoop, os associados se reúnem para realizar projetos residenciais a custo mais baixo. Qualquer que seja o nome que se dê a este sistema, o fato é que o ex-Presidente Lula e sua família nunca foram proprietários de um apartamento triplex no Edifício Solaris, porque optaram por pedir a devolução do dinheiro investido no projeto”

29 DE JANEIRO DE 2016 ÀS 06:11


247 – O advogado Cristiano Zanin Martins, que atua na defesa do ex-presidente Lula, reagiu às acusações do promotor José Carlos Blat, que afirma que seu cliente era proprietário de um apartamento triplex no Guarujá.

Leia a declaração de Martins na íntegra:

“Toda cooperativa funciona por meio de cotas, conforme uma lei que vale para todo o País. No caso das cooperativas habitacionais, como a Bancoop, os associados se reúnem para realizar projetos residenciais a custo mais baixo. Ao final da obra, cada cota passa a equivaler a uma unidade, que pode ou não estar pré-definida. Qualquer que seja o nome que se dê a este sistema, o fato é que o ex-Presidente Lula e sua família nunca foram proprietários de um apartamento triplex no Edifício Solaris, porque optaram por pedir a devolução do dinheiro investido no projeto”.

Advogado Cristiano Zanin Martins


Brasil 24/7

MÁFIA DA MERENDA ATINGIU 152 CIDADES DE SP


Em depoimento, o delator ex-presidente da Coaf Cássio Izique Chebabi confirmou a formação de cartel para obter licitações em 152 municípios, que eram responsáveis por R$ 209,8 milhões (48%) do total para gastos com merenda de agricultura familiar, R$ 435 milhões; representantes da Coagrosol e da Cocer negam envolvimento no esquema, que teria beneficiado o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB), e o secretário estadual de Logística e de Transportes, Duarte Nogueira

29 DE JANEIRO DE 2016 ÀS 06:16


247 – A máfia da merenda escolar, que envolve três cooperativas de agricultura familiar, atuou em 152 municípios paulistas, de acordo com documento da Operação Alba Branca.

Além da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar), são citadas a Coagrosol (Cooperativa dos Agropecuaristas Solidários de Itápolis) e a Cocer (Cooperativa de Citricultores de Engenheiro Coelho).

Em depoimento, o delator ex-presidente da Coaf Cássio Izique Chebabi confirmou a formação de cartel para obter licitações. 
Os municípios eram responsáveis por R$ 209,8 milhões (48%) do total para gastos com merenda de agricultura familiar, R$ 435 milhões.

Representantes da Coagrosol e da Cocer negam envolvimento no esquema.

Chebabi acusa o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB), e o secretário estadual de Logística e de Transportes, Duarte Nogueira, como supostos beneficiários da propina paga pelos contratos.

Leia aqui reportagem de Alexandre Aragão sobre o assunto.


Brasil 24/7

Moro, um fracasso retumbante


Qual é o legado dele?



Conversa Afiada

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

DE QUE LADO VOCÊ ESTÁ? TICO SANTA CRUZ RESPONDE


O cantor e compositor Tico Santa Cruz, que sempre se posicionou contra o impeachment, acaba de publicar um texto essencial em suas redes sociais, em resposta aos que o criticam por, supostamente, não estar ao lado do povo; "De que povo estamos falando? O Povo que pensa que corrupção começou há 14 anos e que bom mesmo era quando Negro não entrava na Universidade, quando Gay não tinha direitos, quando lugar de mulher era na cozinha e quando pobre não viajava de avião ou frequentava o mesmo shopping?", questiona; "O Brasil tem lados amigos. Sempre teve, mas dessa vez ficou evidente. E realmente não estou ao lado de quem quer entregar meu país para um GRUPO DE BANDIDOS que se fingem de Santos e que usa a massa revoltada para tentar voltar ao poder a qualquer custo", Tico afirmou estar ao lado "do Povo que sempre foi invisível, e que talvez por isso nem seja considerado Povo por quem diz quem é ou não é o Povo"

28 DE JANEIRO DE 2016 ÀS 22:08


Por Tico Santa Cruz, em seu Facebook

Acho estranho quando alguém vem a mim e diz: 

"Você não está do lado do povo!!!" 

Imediatamente meu cérebro começa a fazer uma busca para localizar a qual povo o indivíduo se refere. 

O Povo dos bancos? 

O Povo que sempre teve comida no prato, dinheiro para viajar, empregada doméstica, condições de colocar seus filhos numa escola boa e pagar plano de saúde? 

O Povo que jura de pé junto que é contra a corrupção mas que sonega imposto, ultrapassa farol vermelho, fecha cruzamento, fura fila, falsifica carteira de estudante, paga grana para passar na frente dos outros onde existe burocracia, que compra produto pirata? 

O Povo que diz que bandido bom é bandido morto e quer fazer justiça com as próprias mãos e que fala que direitos humanos é coisa feita pra proteger vagabundo e que quer colocar criminosos menores de idade misturados com adultos em penitenciárias entupidas e quer dar porte de arma para qualquer cidadão para que o mesmo possa se defender sozinho? 

O Povo que acredita que estamos a beira de um Golpe Comunista, e que o foro de São Paulo é uma organização que vai implementar junto com outros países da América Latina uma política bolivarianista e transformar o Brasil em Cuba ou na Venezuela? 

De que Povo estamos falando? 

Do Povo que é a favor de intervenção militar e que elogia ditadura e aposta em viúvos da Ditadura como opção para presidência desse país? 

O Povo que aplaude a violência da Polícia Militar contra estudantes que estão lutando para que sejam fechadas suas escolas? 

O Povo que bate panela no alto da sacada do seus apartamentos bacanas enquanto um monte de gente não tem nem comida pra comer? 

O Povo que pensa que corrupção começou há 14 anos e que bom mesmo era quando Negro não entrava na Universidade, quando Gay não tinha direitos, quando lugar de mulher era na cozinha e quando pobre não viajava de avião ou frequentava o mesmo shopping? 

Que Povo é esse que essas pessoas dizem que não estou ao seu lado? 

O Povo que acredita que democracia é pesquisa de opinião pública e que isso seja o suficiente para acabar com a democracia?

Porque se for esse povo, realmente eu não estou ao seu lado. 

Alias, estamos bem distantes e em lados bem opostos.

Agora se for o Povo que entende que o Brasil está passando por um momento difícil, que o Governo não vem desempenhando um papel esperado e que inclusive não aprova a forma como vem sendo administrado. Que sabe que é preciso punir TODOS os corruptos de TODOS os partidos e investigar os casos de forma justa e correta, sem pender de forma manipulada a uma direção só, que não quer perder os avanços que foram feitos nos últimos anos e percebe que hoje no Congresso existe uma campanha para travar politicamente esse país e inviabilizar qualquer tentativa de melhorias, para que com isso AQUELES que antes estavam no poder possam voltar ao comando e esse Povo sabendo disso, mesmo sem concordar com o Governo, está lutando arduamente pela democracia, porque entende e sabe que não existe mágica em política, nem santo, nem herói e que será preciso muita força e muita luta para que não sejamos engolidos por um SISTEMA QUE SEMPRE PRIVILEGIOU OS MAIS RICOS - ainda privilegia - e que é pautado por gente que só pensa no próprio umbigo. 

Bom, com esse povo estou de mãos dadas.

O Brasil tem lados amigos. Sempre teve, mas dessa vez ficou evidente. E realmente não estou ao lado de quem quer entregar meu país para um GRUPO DE BANDIDOS que se fingem de Santos e que usa a massa revoltada para tentar voltar ao poder a qualquer custo. 

Podem me xingar a vontade, tentar me humilhar, me difamar, inventar mentiras, ameaçar. 

Do lado dessa gente que acha que política é futebol, realmente não estou e não esperem algo diferente de mim. 

Estou do lado do Povo que sempre foi invisível, e que talvez por isso nem seja considerado Povo por quem diz quem é ou não é o Povo.

É tanto Povo, que fica realmente confuso escolher qual deles nós pertencemos.



Brasil 24/7

Reunião do Conselho deve trazer agenda positiva para saída da crise, por Laura Carvalho

QUI, 28/01/2016 - 15:22



Jornal GGN - Em sua coluna na Folha de S. Paulo, a professora da FEA-USP, Laura Carvalho, fala sobre a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e sobre a discussão de estratégias para retomar o crescimento econômico no país. Para ela, é esperado que a reunião traga a oportunidade de se debater caminhos para a saída da crise, um deles através do estímulo ao crédito para o consumo e o investimento. Ela diz que o governo entende que não pode continua com as expectativas desfavoráveis apenas pelo ajuste fiscal, mas teima em aderir ao consenso de que não há espaço para a retomada dos investimentos. Leia mais abaixo:

Da Folha


Laura Carvalho


A presidente Dilma se reúne hoje com empresários, banqueiros e outros representantes da sociedade civil no chamado "Conselhão" –o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social–, no qual deve discutir estratégias para a retomada da economia brasileira.

Além dos temas já antecipados e que não geram entusiasmo, como o da reforma da Previdência, espera-se que a reunião sirva de oportunidade para a apresentação de uma agenda nova e positiva para o país sair da crise.

Falas recentes do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e do ex-presidente Lula em sua entrevista a blogueiros sugerem que um dos caminhos incluídos será o de estímulo ao crédito para consumo e investimento, via bancos públicos. Embora o formato da política ainda não tenha sido revelado, não é difícil imaginar os motivos que levaram à sua formulação.

Por um lado, o governo entendeu que não pode continuar liderando o clube das expectativas desfavoráveis com seu discurso negativo pautado há um ano apenas pelo ajuste fiscal. Por outro lado, teima em aderir ao consenso liberal conservador de que não há espaço fiscal para a retomada dos investimentos públicos. O estímulo via crédito restaria como única opção.

Não que essas medidas não possam gerar algum resultado em setores específicos, mas certamente não terão a capacidade de induzir uma retomada do consumo e do investimento no conjunto da economia.

Em períodos de crise econômica e insegurança sobre o futuro, os agentes privados não desejam consumir e investir mais. Muitos têm seus rendimentos cada vez mais comprometidos pelo desemprego, pela inflação e pelo pagamento de juros e amortizações de dívidas contraídas no passado. Tomar mais crédito em um contexto como esse seria temerário.

Quando o setor privado está em processo de desalavancagem, é o Estado que deve voltar a investir, gerando empregos e renda. As evidências mostram que os investimentos públicos têm grande capacidade de induzir investimentos privados, pois dinamizam o mercado interno e recuperam expectativas sobre a demanda.

No caso de investimentos em infraestrutura –um dos itens dos quais o país é mais carente–, há também uma redução nos custos e uma melhora na produtividade das empresas, o que recupera suas margens de lucro sem a necessidade de elevação de preços. Assim, esses investimentos, se bem-sucedidos, podem até ajudar no controle da inflação.

"Mas com que fonte de financiamento?", pode se perguntar o leitor que ainda acredita na história de que o Orçamento público funciona como o orçamento doméstico.

Na macroeconomia, a redução de cerca de 40% nos investimentos públicos feita no ano passado trouxe mais recessão e diminuiu a arrecadação de impostos. O quadro fiscal, que já vinha se deteriorando desde a substituição dos investimentos públicos por desonerações tributárias e outros subsídios de baixo retorno, só podia mesmo se agravar.

Como disse o empresário Benjamim Steinbruch em sua coluna nesta Folhade terça-feira, 26 de janeiro, o país precisa de um choque de confiança.

Se a pauta de desenvolvimento que o ministro Barbosa promete levar ao Congresso conseguir convencer seus membros de que o governo voltou a confiar em si mesmo, talvez obtenha em troca o fim das desonerações, a CPMF e outras medidas que ajudariam a financiar uma estratégia de retomada.


Jornal GGN

A Lava Jato insiste no protagonismo político

QUI, 28/01/2016 - 00:30
ATUALIZADO EM 28/01/2016 - 10:00



Com o final das férias e do recesso, o governo Dilma Rousseff tem possibilidade de assumir algum protagonismo político visando superar a crise política e a econômica.

Antes terá que enfrentar a nova manobra da Lava Jato.

É um jogo de xadrez que tem de um lado um bando de amadores incrustrado no Planalto. De outro, um grupo coeso de procuradores da República e delegados da Polícia Federal, em torno da Lava Jato, atuando estrategicamente para tumultuar o ambiente político.

Não se sabe até quando irá esse jogo.

Ao primeiro sinal de qualquer iniciativa política para romper com o marasmo, explode a enésima operação da Lava Jato criando fumaça inconsequente. Agora, trazendo de volta o tal tríplex de Lula em Guarujá.

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Não se trata apenas da operação, mas do amontoado de vazamentos, da ampliação desmedida da operação sem que os inquéritos cheguem ao fim, do rumor espalhado de mais de uma centena de parlamentares envolvidos – e não se conseguir sequer tirar do cargo o mais notório dos suspeitos, Eduardo Cunha.

O cadáver da Lava Jato continuará insepulto por muito tempo, porque de sua prorrogação depende a manutenção da visibilidade e do poder político de seus integrantes.

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Dia desses, os dois procuradores mais notórios, Deltan Dallagnol e Carlos Fernando Lima, tentaram minimizar as ações.

Um dos procedimentos políticos consiste em incluir perguntas para os delatores sem nenhuma base factual, aparentemente sem extrair nenhuma informação relevante, meramente para alimentar as manchetes de jornais.

A explicação de Dallagnol foi a de que, no processo, só valerão as acusações consubstanciadas em provas. Fala como se a menção a figuras políticas, mesmo sem nenhuma prova, fosse uma ação neutra e não um álibi para manchetes de impacto, reportagens repletas de insinuações.

Evidente que não é. Se tem implicações políticas, significa que a Lava Jato prática proselitismo político. Ou não? Procuradores e delegados da Lava Jato recorrem a esse estratagema – de incluir nomes de adversários políticos nos interrogatórios - com objetivos nitidamente políticos.

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A segunda acusação é quanto aos vazamentos de depoimentos sigilosos. O procurador Lima sustenta que o Ministério Público não veste essa carapuça.

Ora, a estratégia prévia da Lava Jato consistiu em vazamentos indiscriminados, conforme o diagnóstico de Sergio Moro sobre o sucesso da Operação Mãos Limpas. O poder consiste em controlar a pauta e gerar manchetes diárias. Quem vestiria, então? A Polícia Federal? O juiz Sérgio Moro?

Se não são os autores diretos, no mínimo são cúmplices desse jogo político. É óbvio.

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Não se sabe até onde irá esse jogo de poder, que paralisa qualquer tentativa de superar o impasse político.

Mas é evidente, que esses exageros deixarão uma conta alta a ser paga futuramente pelo Ministério Público Federal, assim que o vácuo político for superado e as instituições voltarem a funcionar normalmente.

Será ruim não apenas para o MPF, mas para o país.

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De qualquer modo, fevereiro será um mês chave. Politicamente, o governo começa a mostrar algum rumo, a tese do impeachment se esvazia. Superada a última manobra da Lava Jato, é possível que a partir de março o país comece a respirar um pouco.


Jornal GGN