quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

PÂNICO GLOBAL COLOCA O BRASIL EM LIQUIDAÇÃO


Com mais um dia de colapso nos mercados financeiros globais, faltou pouco para se atingir uma marca emblemática: uma ação da Petrobras negociada a apenas 1 dólar; nesta quarta-feira, o dólar foi a R$ 4,10 e as ações preferenciais da estatal caíram a R$ 4,43; o motivo é o ritmo menor de crescimento na China, que derrubou as commodities minerais e fez com que empresas como Vale e Petrobras sejam hoje negociadas a 10% do que valiam em 2008, quando atingiram seu ponto máximo; desta vez, a crise é mais complexa porque os governos, endividados, têm menos capacidade de estimular o consumo; no entanto, quem olha para o Brasil no longo prazo, como as grandes multinacionais, sabe que o País nunca esteve tão barato como agora 

20 DE JANEIRO DE 2016 ÀS 18:37


247 – Um estudo recente da consultoria Price Waterhouse Coopers apontou que, em 2050, as cinco maiores economias mundiais serão a China, com um PIB (pelo critério de paridade de poder de compra) de US$ 61 trilhões, a Índia, com US$ 42,3 trilhões, os Estados Unidos, com US$ 41,4 trilhões, a Indonésia, com US$ 12,5 trilhões, e o Brasil, com US$ 9,6 trilhões. Ou seja: para quem mira o longo prazo, o Brasil, num horizonte relativamente curto, estará à frente de nações como Japão, Alemanha, França, Itália e Inglaterra.

No entanto, quem olha para o quadro atual, enxerga um quadro desolador: o dólar a R$ 4,10, uma recessão prevista de quase três pontos do PIB, a inflação ainda alta e as duas principais estrelas da BM&FBovespa, Vale e Petrobras, negociadas a praticamente 10% do que valiam em 2008, quando atingiram sua cotação máxima. Nesta quarta-feira, após nova queda superior a 5%, as ações da Petrobras fecharam a R$ 4,42 e faltou pouco para que fossem negociadas a um dólar.

Isso significa que o Brasil nunca esteve tão barato como agora. A queda do real e a depreciação dos ativos poderão fazer de 2016 o ano das fusões e aquisições no Brasil.

Leia, abaixo, reportagem sobre a nova alta do dólar:


Dólar fecha acima de R$ 4,10, maior valor desde o final de setembro
Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil*


O dólar encerrou o pregão de hoje (20) em R$ 4,105, com alta de 1,23%. O patamar é o maior desde o fim de setembro de 2015. O mercado de câmbio reagiu à queda nos preços internacionais do petróleo.

Nesta quarta-feira, o barril de petróleo caiu para o nível mais baixo em 12 anos e ficou cotado abaixo dos US$ 28. A Agência Internacional de Energia previu que o mercado vai mergulhar “em um excesso de oferta”.

As incertezas em relação ao anúncio da nova Selic, taxa básica de juros da economia, também contribuíram para a alta do dólar. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgará em algumas horas a Selic para os próximos 45 dias. Há um temor de que, pressionado pela perspectiva de recessão na economia brasileira, o Copom faça uma elevação menor nos juros básicos que a inicialmente prevista. Atualmente, a taxa Selic está em 14,25% ao ano.

*Com informações complementares da Agência Lusa

Leia, ainda, reportagem do portal Infomoney sobre o fechamento dos mercados:

Ibovespa cai 1% e renova mínima desde 2009; DI curto afunda com chance de Selic estável

SÃO PAULO - O Ibovespa amenizou as perdas perto do fim do pregão nesta quarta-feira (20), principalmente após as 16h20 (horário de Brasília). Impactando a Bolsa hoje, o cenário externo foi novamente negativo, com um "sell-off" global culminando na queda das bolsas norte-americanas a seus menores patamares desde 2014. As perdas ocorreram por conta de resultados decepcionantes de empresas como a Shell e também em meio a relatório da Agência Internacional de Energia falando que o mercado vai se "afogar" em oferta de petróleo, que volta a despencar hoje.

O benchmark da bolsa brasileira registrou perdas de 1,08%, a 37.645 pontos, renovando sua mínima de março de 2009. O volume financeiro ficou em R$ 5,262 bilhões. Já o dólar comercial fechou em alta de 1,24% a R$ 4,1025 na compra e a R$ 4,1050 na venda, enquanto o dólar futuro para fevereiro teve ganhos de 0,82% a R$ 4,112. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 caiu 23 pontos-base a 15,19%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 disparou 14 pontos-base a 16,81%. As bolsas norte-americanas caem 2,5%. 

Por aqui, os investidores ficam de olho na decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), após o ato inédito do presidente da autoridade monetária. As notícias hoje foram de que o movimento feito ontem pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, agradou ao Palácio do Planalto. A avaliação de auxiliares da presidente Dilma Rousseff foi a de que Tombini fez um aceno para a "ancoragem" do mercado ao divulgar uma nota alertando para mudanças "significativas" das projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), com previsão de retração de 3,5% neste ano no Brasil.

Para um analista que não quis ser identificado, a interferência política no BC, além de fazer os DIs longos subirem ao mesmo tempo em que os curtos despencam, ainda é responsável também por parte da queda da Bolsa. "É uma mostra clara de falta de confiança na autoridade monetária", disse. 

Barbosa
O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, disse a jornalistas em Davos que o FMI (Fundo Monetário Internacional) faz revisões periódicas, atenuando a importância dos cortes que o banco fez das previsões de desempenho daatividade econômica do Brasil. Ele ainda afirmou, segundo a Bloomberg, que o governo não tem planos de usar as reservas internacionais para estimular a economia nesse momento. "O governo tem uma política bem definida para estabilizar e retomar o crescimento", informou.

Barbosa também disse que a CPMF é uma poupança necessária no momento que o País vive. "Contamos com a aprovação da CPMF até maio."

Ações em destaque
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 5,93, -3,58%; PETR4, R$ 4,43, -4,94%) voltaram a despencar em meio a mais uma queda do petróleo. O barril do WTI (West Texas Intermediate) caiu 6,61% a US$ 26,58, ao mesmo tempo em que o barril do Brent teve queda de 4,07% a US$ 27,59.

Já as ações da Vale (VALE3, R$ 9,21, +0,33%; VALE5, R$ 6,95, -1,28%) acompanharam outras mineradoras e ficaram entre perdas e ganhos, puxadas pela apreensão dos mercados quanto à demanda por minério de ferro e corte de recomendação e preço-alvo pelo HSBC. 

A mineradora e sua holding Bradespar (BRAP4, R$ 3,20, -5,33%) tiveram suas recomendações cortadas de compra para hold pelo HSBC. O preço-alvo do ADRda Vale foi cortado de US$ 5 para US$ 2,20, enquanto o das ações PNA foi cortado de R$ 16,90 para R$ 7,30. Já o preço-alvo da Bradespar foi cortado de R$ 9,40 para R$ 3,30. 

Segundo o analista Leonardo Shinohara, a qualidade do produto e a resiliência não são suficientes para suportar a queda dos preços do minério de ferro. Eles revisaram a previsão para o Ebitda, de queda de 33%. 

Também caíram as ações da Suzano (SUZB5, R$ 14,83, -3,58%), que seguiram derrocada na Bolsa, voltando para o menor patamar desde julho do ano passado, após cair 20,7% este ano. Desempenho um pouco mais ameno do que seu par na Bolsa Fibria (FIBR3, R$ 43,06, -2,27%), que recuaram 19% este ano, voltando também para os níveis de julho do ano passado. 

Um descolamento que ficou mais nítido no pregão passado: enquanto as ações da Suzano recuaram 3%, as ações da Fibria subiram. Uma performance que sugere que o mercado está precificando um resultado mais fraco de Suzano no 4° trimestre, apontou o BTG Pactual, em nota a clientes nesta quarta-feira.


Brasil 24/7

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