segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O Conselheiro Acácio de Temer: Marco Antônio Villa. Por Paulo Nogueira

Postado em 19 Sep 2016

Acácio

Temer não é exatamente um primor intelectual.

Jamais se notabilizou pelo carisma, pela frase fácil, pelo espírito. Numa escala Churchill de 0 a 10, é zero.

Consegue usar mesóclises em pleno 2016 e não é capaz de distinguir o Rei Artur de Carlos Magno. (Nem ele e nem os jornalistas do Globo, aliás, que o entrevistaram e deixaram passar aquela prova de ignorância desumana.)

Mas, como sabemos, tudo que é ruim pode piorar. Ficamos sabendo, dias atrás, que Temer encontrou seu Conselheiro Acácio.

O Conselheiro Acácio é uma das maiores criações de Eça de Queiroz, um idiota que proferia as maiores asneiras num tom de Sêneca, Sócrates, Confúcio.

O Conselheiro Acácio virou um símbolo do clichê disfarçado de sabedoria.

O Conselheiro Acácio de Temer é Marco Antônio Villa. Villa, uma das maiores nulidades que emergiram na mídia nos últimos anos, tem aconselhado Temer.

Em seu jornalismo de guerra contra o PT, as corporações de mídia infestaram seus quadros de comentaristas de fâmulos — pessoas dispostas a massacrar ininterruptamente Lula, Dilma e o que mais fosse ligado ao “lulopetismo”.

Mediocridades ignoradas ao longo de carreiras irrelevantes ganharam subitamente holofotes como se fossem intelectuais respeitáveis.

Marco Antonio Villa é um desses casos.

Era um zé ninguém. Não havia quem estivesse disposto a ouvir suas palavras desprezíveis. Pseudo-historiador, professor de história de quem jamais se viu um único aluno louvá-lo, Villa de repente se tornou uma personagem ubíqua na mídia.

Você encontra suas estupidezes na tevê, no rádio, na internet, nas páginas de jornais. Voz fina, irritante, monomaníaco, tem dado uma contribuição milionária para que a mídia brasileira se torne ainda pior e mais abjeta do que sempre foi.

E eis que Villa, com sua boçalidade ululante, galga agora mais um degrau em sua ascensão graças a um presidente sem nenhum grau de discernimento.

Imagino as conversas entre os dois: a que abismo de tolice descerão? Usará Villa mesóclises para se aproximar do interlocutor? “Permitir-me-ei desejar-lhe boa dia, Senhor Presidente! E segue uma recomendação: quando o chamarem de golpista, sorria e pense que está sendo chamado de golfista. E fora Temer, interprete assim: é para o senhor sair do palácio, ir para as ruas, juntar-se às massas!”

Repito: o que é ruim sempre pode piorar. Temer já era de uma fraqueza intelectual inexcedível.

Agora que achou seu Conselheiro Acácio, Temer pode consolidar sua posição de presidente menos legítimo e mais burro — não existe palavra melhor — da história da República.


Sobre o AutorO jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.


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