sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Odebrecht detalhou depósito eleitoral para Serra na Suíça, em delação da Lava Jato

SEX, 28/10/2016 - 10:28


Jornal GGN - A doação eleitoral que a Odebrecht fez à campanha presidencial de José Serra em 2010 via caixa dois foi detalhada em pelo menos dois delatores da Lava Jato, segundo relatos da Folha de S. Paulo desta sexta-feira (28). O montante teria abastecido não só o caixa eleitoral de Serra, mas também de outros candidatos tucanos.

"Um deles é Pedro Novis, presidente do conglomerado de 2002 a 2009 e atual membro do conselho administrativo da holding Odebrecht S.A. O outro é o diretor Carlos Armando Paschoal, conhecido como CAP, que atuava no contato junto a políticos de São Paulo e na negociação de doações para campanhas eleitorais."

Novis e Paschoal já estão com os termos fechados há duas semanas, faltando apenas definir o valor da multa a ser paga. Não haverá regime fechado para nenhum dos dois colaboradores, assim como para Emílio Odebrecht, pai de Marcelo Odebrecht, que deve cumprir, no máximo, seis meses em regime domiciliar e mais seis meses em regime aberto.

Segundo a delação contra Serra, a primeira da Lava Jato, parte dos recursos doados em 2010 foi depositado em uma conta na Suíça, sendo que o interlocutor do tucano era o ex-deoputado Ronaldo Cesar Coelho (fundador do PSDB, atualmente no PSD). O jornal não especificou quanto foi enviado ao exterior.

Já no Brasil, o repasse foi negociado com o também ex-deputado estadual Márcio Fortes (PSDB), próximo de Serra. Ele é o homem que arrecada para campanhas presidenciais tucanas. Fez o mesmo por FHC na década de 1990 e Aécio Neves, em 2014.

A Odebrecht afirma que tem como comprovar os depósitos, e afirmou, ainda que fez o acordo do caixa dois com a direção nacional do PSDB, que depois distribuiu o montante na Suíça a outras candidaturas.

No Tribunal Superior Eleitoral, a Odebrecht doou oficialmente ao PSDB, em 2010, R$ 2,4 milhões, para a campanha de Serra.

Na delação, de acordo com o jornal, os executivos disseram que o caixa dois não estava vinculado a nenhuma contrapartida. Teria sido apenas o atendimento a um pedido do PSDB.

Na planilha da Odebrecht, Serra aparece como "careca" ou "vizinhO", por ter morado muito próximo de Pedro Navis e manter relações com ele.

Serra, disse, por meio de sua assessoria, que "não vai se pronunciar sobre supostos vazamentos de supostas delações relativas a doações feitas ao partido em suas campanhas". Cesar Coelho também negou as acusações. Fortes e Odebrecht não se manifestaram.


Jornal GGN

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