quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

FHC depõe a favor de Lula e diz que nenhum presidente sabe de tudo

QUI, 09/02/2017 - 18:23
ATUALIZADO EM 09/02/2017 - 18:24

Sobre o acervo presidencial, reconheceu ter recebido também muitos presentes de chefes de Estado e que é acervo pessoal, e nunca foi questionado pela Justiça ou TCU


Jornal GGN - Já explicado nesta semana pelo advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins, os processos relacionados ao triplex do Guarujá e ao acervo presidencial está na fase das audiências de testemunha. A defesa acredita que os depoimentos darão continuidade ao desmonte das suspeitas da Operação Lava Jato contra Lula.

Nesta quinta-feira (09), foram prestados ao todo 6 depoimentos de testemunhas de defesa. "Tal como ocorreu na oitiva das 27 testemunhas de acusação, os relatos de hoje confirmam que a denúncia não passa de um enredo de ficção", informaram os advogados em nota oficial.

Entre eles, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi uma das testemunhas. Afirmou que "nenhum presidente tem como saber de tudo", ao ser questionado sobre a acusação de Nestor Cerveró, em delação premiada, de que teria recebido propina por contratos da Petrobras durante o governo tucano.


Narrou que soube de "irregularidades pontuais" na empresa e que, diante delas, tomou providências. Entretanto, afirmou que nunca soube da existência de um cartel atuando na Petrobras e que, apesar de haver "muita maledicência" relacionada, um presidente não pode levá-las ao pé da letra.
 
Um dos argumentos levantados pelos investigadores da Lava Jato, por exemplo, foi que o governo Lula ampliou a base parlamentar como parte do esquema criminoso de poder. Fernando Henrique Cardoso disse que nenhum presidente consegue governar se não fizer alianças e conseguir ampla maioria para aprovar seus projetos. E recordou que foi eleito, em 1994, por uma coalizão de partidos, sendo inicialmente 184 deputados eleitos e esse número ampliado a partir de sua posse.

Sobre o acervo presidencial, reconheceu ter recebido também muitos presentes de chefes de Estado e documentos e correspondências do Brasil e internacional e que isso integra seu acervo pessoal, e que nunca foi questionado pelo TCU ou pela Justiça a respeito.
 
 
Outra das testemunhas, Danielle Ardaillon, trabalhou com FHC desde os anos 70, sendo a curadora de seu acervo. Destacou que a lei 8394 de 1991 é omissa, mas é o único marco que disciplina o acervo e que estabelece que os bens são de interesse público, mas privados, e não especifica o que pode ou não ser feito com os objetos.

Também presente na audiência, o empresário Emerson Granero narrou que Lula não participou de qualquer etapa do contrato que supostamente serviria para ocultar o pagamento de origem ilícita pela OAS. Disse que a contratação seguiu o padrão normal de sua empresa, sem qualquer pedido de sigilo ou ocultação da construtora.



Jornal GGN

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