segunda-feira, 19 de junho de 2017

A concentração da riqueza, pelos “comunistas” da Bloomberg



POR FERNANDO BRITO · 19/06/2017




Vejam que perigosa incitação contra os super-ricos, que obviamente se tornaram assim porque são homens melhores que todos os outros, dotados de mais inteligência, disciplina e vida austera, o que estes míseros pobres não saem fazer.

É dos “comunistas” da Bloomberg, reproduzindo dados do esquerdista Boston Consulting Group, reproduzido hoje no jornal populista da família Marinho, O Globo.

Em todo o mundo, o número de milionários e bilionários está crescendo. Apesar do crescimento mais lento da economia global, os ricos ficaram ainda mais ricos. São quase 18 milhões de famílias que possuem mais de US$ 1 milhão, segundo o último relatório do Boston Consulting Group (BCG). Os ricos representam apenas 1% da população mundial, mas detêm 45% da riqueza de US$ 166,5 trilhões do planeta. Segundo o BCG, até 2021, eles vão controlar mais da metade da riqueza mundial.

Para analistas, o crescimento da desigualdade não é uma surpresa na medida em que, nas últimas décadas, os ricos têm concentrado as maiores fatias de renda — especialmente nos Estados Unidos, onde os lucros das empresas atingiram recordes, enquanto os salários dos trabalhadores permanecem estagnados.(…) 

Os milionários são muito mais raros no resto do mundo do que nos Estados Unidos, onde 5,7% das famílias possuem mais de US$ 1 milhão em ativos. Os únicos países com maior concentração de milionários são nações muito menores, como Bahrein, Liechtenstein e Suíça. A China tem o segundo maior número de ricos, com 2,1 milhões, embora sua população seja quatro vezes maior que a americana.

O aumento da renda para aqueles que fazem parte do 1% mais ricos nos Estados Unidos mais do que duplicou nos últimos 35 anos, depois de cair nas décadas após a Segunda Guerra Mundial, quando eles foram altamente tributados. A maré mudou na década de 1980, sob o regime do presidente republicano Ronald Reagan, uma década na qual os americanos viram os impostos caírem para os ricos, ao mesmo tempo em que a Bolsa de Valores batia recordes de alta. 

Mas, para provar que esta maléfica crença antiliberal contamina pessoas antes insuspeitas, vejam o que diz o ex-diretor do Banco Central – nos anos 70 – o economista Paulo Yokota:

Como a humanidade aspira por maior igualdade, mesmo com os mecanismos de mercado, as tributações deveriam ser mais pesadas aos que mais podem contribuir com o fisco.

No entanto, o que se tem ocorrido nos Estados Unidos e em muitos países do mundo é que sempre se encontram formas de se evitar os pesados impostos sobre as heranças, com a criação de artifícios como a abertura de empresas que ficam com as propriedades, cujas ações passam para os herdeiros e os valores não são corrigidos adequadamente. Também não se consegue tributar adequadamente os chamados ganhos de capital.

Se a nossa vigilante mídia e seus comentaristas baixarem a guarda, vai ver que essa turma acaba taxando os ricos, coitados, que não vão acabar pagando imposto por um iate ou um jatinho do mesmo jeito que você paga pela sua “fubica”.



Tijolaço

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