terça-feira, 21 de novembro de 2017

O topete de um ministro sem decoro. Veja o video


POR FERNANDO BRITO · 20/11/2017






Eu não sei se um juiz europeu teria condições de acreditar no que lê ao por os olhos na entrevista do senhor Luiz Fux à BBC, chamá-lo de ministro, após a leitura, é-me desconfortável – onde ele viola da A a Z a lei orgânica da magistratura, que proíbe que juízes deem declarações sobre casos que estão ou virão a estar sobre sua jurisdição.



Fux faz isso sem o menor pudor. Diz que a decisão da Assembleia Legislativa sobre a revogação da prisão de Jorge Picciani – em tudo idêntica à que o STF autorizou o Senado a tomar em relação a Aécio Neves -é “lamentável”, “vulgar” e “promíscua”, sabendo que ele terá de agir como o magistrado que deveria ser diante dos argumentos para invalida-la ou confirmá-la.



Vai presidir o processo eleitoral que escolherá o Presidente da República em 2018, dirigindo o TSE, mas sente-se no direito de rasgar-se em elogios a uma possível candidatura de Joaquim Barbosa: “entendo que ele seja um grande nome nesse momento que o Brasil precisa de uma repercussão internacional de que seu dirigente é um exemplo de moralidade e de probidade”.



O que, no conceito dele, deve aplicar-se á decisão dele, Fux, que “liberou geral” o auxílio-moradia para juízes e promotores há três anos e, até hoje, não foi ao pleno do STF, certamente para não fazer certos ministros terem de legitimar, de boca própria, a maracutaia que isso representa.



Para Lula, o tratamento é o inverso do de Barbosa: deixa claro que, cumprido o script da condenação insólita pelo apartamento-que-não-é-dele-mas-é-dele, será um “ficha suja” e não poderá concorrer.



O topete do sr. Fux, vê-se pela entrevista, não é apenas capilar. E não se desfaz, segundo o insuspeito Reinaldo Azevedo, por ter beijado os pés de Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral , como gesto de agradecimento pela cátedra recebida de ministro recebida com o apoio do marido.



Fux é um arremedo de juiz. Este, julga nos autos. Ele, sem sequer ver os autos, já sentencia.



L’Etat c’est moi, mas agora a cabeleira não é uma peruca, como a de Luiz XIV.







Tijolaço




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