quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

A entrevista de Lula - 6, por Luis Nassif

QUA, 20/12/2017 - 14:37
ATUALIZADO EM 20/12/2017 - 17:19



Sobre conspiração internacional

Em 2012 sumiu um contêiner da Petrobras com segredos da empresa. A empresa que fazia segurança era norte-americana. Foram punidos apenas três seguranças.

Acho que Ministério Público e juiz são subordinados à Secretaria de Estado norte-americano.
Quando pessoal cita Tecla Duran, o Moro diz que não pode acreditar em bandido. Como utiliza delações contra outros?

Tenho quase certeza de que a Globo está mais enrascada do que eu. A prova contra a Globo é muito mais contundente do que qualquer outra prova.

A única diferença entre Cristina e nós é que ela perdeu o cargo pelo voto e aqui não. Mas está sendo vítima da mesma perseguição do Brasil. E acontecendo em El Salvador. Coisa muito esquisita, latino-americana, esquisita essa sofisticação do comportamento do Judiciário e da Polícia na América Latina.

TV brasileira dá mais notícia sobre Trump do que de Cristina. É visível a semelhança com o que está acontecendo conosco aqui. Americanos nunca viram com bons olhos a independência da América do Sul, Mercosul. A ALCA foi desmontada em Mar del Plata. Aprovamos Unasul, conceito de defesa da Unasul, uma série de mecanismos institucionais que davam força à América do Sul.

Tenho mais desconfiança do que em qualquer outro momento sobre interesses de fora.

Se ganharmos as eleições, da mesma forma que há um viés de direita poderá haver outro de esquerda.

Tenho muito mais noção da importância da América do Sul e das relações com eles do que antes.

E tenho noção de que a diplomacia brasileira, apesar do extraordinário Celso Amorim, a máquina burocrática brasileira é muito pró-americana. É preciso que trabalhemos mais rápido e com mais força para consolidar mecanismos e instituições para fortalecer do ponto de vista político e econômico.

O Brasil tem que ter compartilhamento com países da América do Sul. Veja o salto de qualidade do crescimento econômico no Paraguai depois da união, financiado pelo governo brasileiro. Porque Brasil nunca quis que Paraguai se desenvolvesse. Construímos uma hidrelétrica. Como emprestei para construir, você vai me pagar até 2023.

Até lá você tem 50% da energia, mas só pode utilizar se for para você. Para tanto, economia tem que crescer. Como economia não tem energia, não cresce. Colocamos linhão lá e tem empresas indo para lá. E Brasil não vai ser rico cercado de pobres.


Jornal GGN

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