sábado, 28 de abril de 2018

Luta de classes, Globo e fascismo, por Maria Luiza Quaresma Tonelli

SAB, 28/04/2018 - 12:54



Luta de classes, Globo e fascismo

por Maria Luiza Quaresma Tonelli

A luta de classes é inerente às sociedades capitalistas, uma vez que as classes sociais são antagônicas entre si. Umas mais, outras menos, uma vez que grande parte da classe média não antagoniza com a elite do dinheiro porque se acha parte dela, por isso lhe serve como massa de manobra. É a parte da classe média (que não é homogênea) que odeia os pobres. 

A mídia, Globo à frente, é o instrumento de poder da elite do dinheiro que não admite e nunca admitiu neste país tão profundamente desigual um Estado social. Foi assim com Getúlio, com Jango, com Lula e com Dilma. 

O ódio a Lula e ao PT é um ódio latente de classe, não é um ódio criado pela mídia, Globo à frente. É o ódio autorizado a se manifestar de forma explícita e orgulhosa. Um ódio cultuado, cultivado, alimentado diariamente, dia após dia, ano após ano desde que Lula foi eleito pela primeira vez e continua com sua prisão na masmorra de Curitiba. 

A Globo e o resto da mídia dominante deste país manipulam os fatos e sonegam informação. A mídia, como um bando de abutres, televisionou a prisão de Lula, mas em nenhum momento informou as proibições das visitas ao ex-presidente Lula, inclusive a visita de um prêmio Nobel e a visita do médico pela juíza da Vara de Execuções Penais. 

A caravana de Lula sofreu um atentado a balas em um dos ônibus. Marielle foi assassinada. Lula está sendo mantido preso em uma solitária. Hoje o acampamento em Curitiba sofreu um ataque por atiradores que gritavam o nome de Bolsonaro. Duas pessoas foram feridas. Coisas piores podem acontecer e sabemos que a Globo não vai noticiar esse fato como algo de extrema gravidade. Talvez nem noticie. 

Talvez o que a Globo pretenda, ao envenenar o telespectador contra Lula, o PT e a esquerda em geral, seja provocar uma guerra civil a fim de que uma intervenção militar ocorra e suspenda as eleições. 

A Globo apoiou o golpe de 64 e todo o regime militar que durou 21 anos. Apoiou o golpe de 2016 que tirou Dilma do poder para colocar na presidência alguém que implantasse um projeto derrotado nas urnas. Por que não apoiaria outro golpe, seja pela via civil, pela via da toga, seja pela via militar, para impedir que Lula ou qualquer candidato de esquerda seja eleito em 2018, nem que para isso corra muito sangue? 

Não adianta protestar contra Moro, contra o STF, contra Temer, contra os partidos de direita. É contra a Globo, que sempre esteve no comando. Todo o resto é café pequeno.

Em tempo: a Globo não está nem aí para aí possibilidade de Bolsonaro ser eleito. Não está nem aí para um governo fascista, pelo simples fato de que o fascismo é seu método preferencial. Acordemos, pois.



Jornal GGN

Nenhum comentário:

Postar um comentário