terça-feira, 19 de junho de 2018

Barroso chegou tarde. Só tem vaga de “sub do Moro” ou de ministro do Bolsonaro


POR FERNANDO BRITO · 18/06/2018


Luís Roberto Barroso é um destes personagens que, de tão lamentável, não se sabe se é apenas um tolo vaidoso ou um ambicioso à procura de ser visto como o “bastião da moralidade” por interesses inconfessáveis.

Hoje, no Rio, disse que os seis ministros que votaram pelo fim das ilegalíssimas conduções coercitivas, que fazem com que qualquer pessoa possa ser tirada de casa pela polícia e levada como prisioneira a depor, sem mesmo ser intimada antes, foram ” uma manifestação simbólica daqueles que são contra o aprofundamento das investigações” sobre corrupção.

Felizmente, no Supremo, o ambiente é de “vossa excelência” para cá e para lá, porque na vila do subúrbio onde fui criado é caso de tomar satisfações. Sim, porque Barroso está acusando Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello, Marco Aurélio e Gilmar Mendes de cúmplices do acobertamento de roubos ao dinheiro público.

Este cidadão, consegue descer mais baixo que Gilmar Mendes no convívio com seus pares e, certamente, é um dos responsáveis por aquela Corte, em lugar de julgar com madura serenidade os processos, tenha se tornado um “Fla-Flu” onde o placar é inevitavelmente 6 a 5, apenas mudando o lado para o qual Rosa Weber se inclina.

Barroso, de certa forma, chega a quase sugerir que, não podendo conduzir de surpresa qualquer pessoa a um interrogatório, os juízes passem mesmo logo a prender sem motivo. Ou melhor, como forma de burlar a decisão judicial tomada pelo STF:

— Do ponto de vista da efetividade processual, não acho que seja uma diferença muito grande. Pelo contrário, pode até produzir um efeito inverso ao pretendido, porque a condução coercitiva é uma alternativa menos gravosa do que a prisão temporária. De modo que você proibir a condução coercitiva, você dá um incentivo à adoção de uma medida mais drástica. 

Com este grau de grosseria e ofensa, Barroso parece querer se habilitar a ser Ministro de Jair Bolsonaro, porque não é possível achar que, dentro do Supremo, este tipo de agressão vá ficar sem um interpelação duríssima de quem está sendo chamado de protetor de corruptos.

Barroso, porém, não merece uma solução à moda suburbana. Nem mesmo o lugar de pretendente a Sérgio Moro vai ocupar. Chegou tarde, Doutor.


Tijolaço

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