quinta-feira, 14 de junho de 2018

PRESIDENTE DA AEPET CONTESTA ECONOMISTA DE CIRO SOBRE REFINARIAS

O engenheiro Felipe Coutinho, presidente da Associação de Engenheiros da Petrobras (Aepet), diz que a abertura do mercado de refino de petróleo a investidores privados, defendida por Nelson Marconi, da equipe de Ciro Gomes, levaria inevitavelmente à privatização das refinarias da Petrobras; Marconi argumenta que não; entenda a polêmica

14 DE JUNHO DE 2018 

247 - O engenheiro Felipe Coutinho, presidente da Associação de Engenheiros da Petrobras (Aepet), avalia que a abertura do mercado de refino de petróleo a investidores privados, defendida por Nelson Marconi, da equipe econômica do pré-candidato do PDT à presidência, Ciro Gomes, levaria inevitavelmente à privatização das refinarias da Petrobras.

Em entrevista à Reuters veiculada nesta quinta-feira 14, Marconi declarou prever abertura do setor de refino de petróleo à concorrência e permissão para que empresas privadas construam novas refinarias, entre outras medidas econômicas. A Reuters publicou ainda que o programa de Ciro incluía a alienação de ativos da Petrobras, trecho que foi negado pela equipe de Ciro posteriormente.

Em seu Facebook, Nelson Marconi declarou: "Concedi essa entrevista à Reuters em que falo sobre diversos pontos do programa não abordados em conversas anteriores. É importante esclarecer que em nenhum momento eu falo em privatizar refinarias da Petrobrás, que fique em claro; esta medida NÃO é parte de nosso programa. Entendemos, isso sim, que deve haver mais competição no refino, como o título da matéria diz, e, portanto, vemos com bons olhos se o setor privado também investir no refino. A Petrobras é uma empresa estratégica para o país e não passa pela nossa cabeça, nem de longe, vender os seus ativos. Seria incoerente com tudo que vemos defendendo. Acho que minha afirmação é bastante clara e suficiente."

Em declaração ao 247, Coutinho, da Aepet, argumenta que "a imposição da competição desintegra o refino da Petrobras e eleva o custo de produção e ao consumidor".

"A atual política de preços foi defendida por viabilizar a competição com a entrada de importadores e a atratividade para a privatização das refinarias da Petrobrás. Então o consumidor paga mais caro para que haja competição. Se há lógica, ela serve ao interesse privado e antinacional", avalia.

Para ele, "viabilizar a entrada de competidores privados, sem privatizar as refinarias da Petrobras e sem aumentar preços ao consumidor, é impossível".

"Seria preciso garantir monopólios regionais de refino, terminais e logística de escoamento em regiões plenamente atendidas pelas refinarias da estatal. O resultado seria o aumento do custo de produção pela desintegração do sistema nacional e o consequente aumento de preços ao consumidor", conclui.


Brasil 247

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