sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Altman: se Lula for eleito farão de tudo para derrubá-lo


O jornalista Breno Altman, em entrevista na TV 247, avaliou o cenário político pós-Lula Livre e cravou que a volta do ex-presidente e da esquerda ao poder será turbulenta, comparando com a atual situação de golpe militar na Bolívia. “A caçada que ocorre hoje contra Evo Morales, arrisco a dizer, é nada perto do que acontecerá no caso de a esquerda brasileira voltar ao poder”, disse

15 de novembro de 2019

Breno Altman e Lula carregado pelo povo

247 - O jornalista e editor do site Opera Mundi, Breno Altman, falou sobre os novos desafios da esquerda após o término da prisão política do ex-presidente Lula. Para ele, caso Lula e a esquerda voltem ao poder, “forças reacionárias” tentarão impedir a posse ou o avanço do governo. Altman comparou a possível conjuntura à situação atual de golpe militar na Bolívia, que forçou a renúncia do ex-presidente boliviano Evo Morales.

“Se o Lula for eleito em 2022, ou em qualquer momento, porque a crise do governo Bolsonaro pode levar a uma precipitação do processo eleitoral, a emergência de qualquer governo progressista, qualquer governo de esquerda, ainda mais de um governo que venha a ser liderado pelo Lula, há de se ter clara consciência de que as forças reacionárias civis e militares do país, dentro e fora das nossas fronteiras, não aceitarão esse governo, tratarão de impedir sua posse”, disse o jornalista.

Altman afirmou que é necessário formular uma estratégia de governo para que seja possível suportar os ataques que virão do que chamou de “forças reacionárias”. Ele também comparou estes possíveis ataques à perseguição que sofre o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales. “Se não for possível evitar sua posse, conspirarão para sua derrubada desde o primeiro minuto, portanto é necessário que as forças de esquerda tenham não apenas uma estratégia de como ganhar eleições, mas que construam uma estratégia de como governar o país nessas circunstâncias e de como disputar o poder, ou seja, como controlar todo o poder do Estado para evitar que a contra-revolução, preventiva ou ativa, seja vitoriosa. A caçada que ocorre hoje contra Evo Morales, arrisco a dizer, é nada perto do que acontecerá no caso da esquerda brasileira voltar ao poder”.

Ele ainda ressaltou que o ponto central é a formulação de táticas para a execução do governo, e não para se chegar ao poder. “O poder não está em como se chegará ao governo, você pode e deve chegar ao governo pela via institucional, está provado que em um cenário de crise isso é possível. A questão reside em como se governa e se mantém um governo, é outro problema. Ganhar a eleição é um problema, outro é como se governa, isso pressupõe enfrentar as classes dominantes do país. Para enfrentar as classes dominantes você precisa de uma estratégia de poder, é necessário que todas as instituições do Estado estejam alinhadas com o projeto escolhido pela soberania nacional”.
Bolívia

Para Altman, o golpe militar na Bolívia se trata de um golpe clássico. Ele disse também que a situação ainda é muito instável. “É um golpe militar clássico, um golpe militar que ao contrário de ter sua violência detida pela renúncia de Evo teve sua violência expandida a partir do momento em que as principais lideranças, toda a cadeia sucessória renunciou. O cenário ainda é muito instável e há uma extrema violência praticada pelas milícias, militares e polícia em um quadro clássico de golpe militar”.



Brasil 247

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