“O setor produtivo clama por essa redução de juros”, afirmou o presidente do Senado, que anteriormente "suplicou" por um corte na Selic
21 de abril de 2023
Rodrigo Pacheco e Roberto Campos Neto (Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal | Pedro França/Agência Senado)
247 - Após “suplicar” ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por um corte na taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano e ouvir do chefe da autarquia que o 'timing técnico é diferente do político', o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou à CNN Brasil na manhã desta sexta-feira (21) que já há no Brasil um “ambiente propício” para sinalizar em direção a um corte nos juros.
Em resposta a Campos Neto, Pacheco salientou que a redução da taxa de juros do Brasil - a mais alta do mundo - é um apelo não só do poder público, mas também do setor produtivo. “a taxa básica de juros, hoje no patamar de 13,75% ao ano, é, de fato, muito elevada. Essa é a compreensão não só do governo federal, o presidente da República já se colocou nesse sentido, mas também do Congresso Nacional e da própria sociedade. O setor produtivo clama por essa redução de juros. É muito importante para que se possa retomar o crescimento, com o crescimento econômico ter o crédito para poder gerar bons negócios, para poder gerar empregos. Então essa é a lógica”.
O senador se disse favorável à autonomia do Banco Central, mas ponderou que a autonomia não deve impedir que a autarquia tenha “sensibilidade” em relação à situação política e social do país. “Nós temos muitas reformas já feitas, temos o arcabouço fiscal já hoje muito bem estruturado e que será aprovado. Então temos boas perspectivas e um ambiente propício para se começar a sinalizar a redução dos juros. Então foi esse apelo que fiz. Hoje o presidente do Banco Central fez apontamentos técnicos em relação a esse tema, mas naturalmente que há um componente também de circunstâncias políticas e sociais que devem ser levadas em consideração. Espero que o desfecho disso seja em algum momento o encaminhamento da redução da taxa de juros, que, aliada à estabilidade da nossa moeda, à contenção de inflação, será uma boa receita para a retomada do crescimento do Brasil”.
CPMI do 8 de janeiro
Pacheco foi perguntado se a instalação da CPMI do 8 de janeiro, para inestigar os atentados terroristas promovidos por bolsonaristas em Brasília no início do ano, poderá atrapalhar a tramitação do projeto de arcabouço fiscal enviado ao Congresso pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). “Definitivamente não. Eu considero que são coisas independentes de atribuições do Congresso, nós temos o senso de urgência de relevância em relação à questão do arcabouço fiscal. Nada pode afetar o andamento do arcabouço fiscal. Então há uma previsão já dita pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, sobre a possibilidade de se votar até o dia 10 de maio. Chegando ao Senado nós cuidaremos de ter também essa urgência, vamos encaminhar à Comissão de Constituição e Justiça. O presidente da CCJ, o senador Davi Alcolumbre, já me afirmou que cuidará da rapidez da apreciação do arcabouço fiscal. Então votaremos o arcabouço fiscal em qualquer circunstância. A reforma tributária igualmente. Essa é uma reforma obviamente mais complexa, que exige mais discussão. O arcabouços fiscal será aprovado antes e aí nós vamos dedicar também à reforma tributária”
Brasil 247
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