quinta-feira, 30 de julho de 2020

Lula: Ministério Público se tornou quadrilha de assassinar reputações


Ex-presidente Lula comentou o arquivamento do inquérito contra o ex-governador de Minas Fernando Pimentel na operação Acrônimo. "Ministério Público está se transformando em uma quadrilha de assassinar reputações, acusando pessoas honestas sem uma única prova", afirmou


247 - O ex-presidente Lula afirmou que o arquivamento do inquérito contra o ex-governador de Minas Gerais Fernando Pimentel, assim como a sua absolvição em dezembro do ano passado na ação penal que ficou conhecida como "quadrilhão do PT", são demonstrações do uso político da Justiça, o chamado lawfare, para perseguir lideranças partidárias.

"O reconhecimento da inocência do companheiro Pimentel, assim como minha absolvição no caso do “quadrilhão”, demonstra que uma parte do Ministério Público está se transformando em uma quadrilha de assassinar reputações, acusando pessoas inocentes e honestas sem uma única prova", afirmou o ex-presidente em sua página no Twitter.

Por falta de provas, quatro anos depois de acusações contra o ex-governador de Minas Gerais Fernando Pimentel, a Justiça determinou o arquivamento do inquérito que corria contra ele e sua esposa, Carolina de Oliveira. 

Deltan Dallagnol pode ser afastado da Operação Lava Jato pelo Conselho do Ministério Público

O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato em Curitiba, corre o risco de ser afastado da operação, a pedido do relator de um dos processos em que é acusado no Conselho Nacional do Ministério Público

(Foto: Agência Brasil)

247 - Por ter cometido irregularidades ao tentar criar uma fundação com dinheiro da Petrobras com fins de atividade política, Deltan Dallagnol pode ser afastado da Operação Lava Jato.

O relator de um dos casos de Deltan Dallagnol no Conselho Nacional do Ministério Público deve defender a abertura do processo de remoção do procurador da força-tarefa.

Será uma nova derrota para o lavajatismo, que já foi duramente atingido pelas declarações do Procurador Geral da República, Augusto Aras.

Nesta quarta-feira (29), o chefe do Ministério Público Federal denunciou que os procuradores em Curitiba mantinham sob sete chaves segredos sobre a vida de 38 mil brasileiros e tentaram monopolizar a posse desses dados.

Luiz Fernando Bandeira, relator do processo no Conselho do Ministério Público, deve pedir o afastamento de Dallagnol, informa o Painel da Folha de S.Paulo.

O processo foi colocado na pauta da sessão do CNMP do dia 18 de agosto.

O caso em questão teve início com uma representação de Kátia Abreu (PP-GO) pela abertura do chamado "procedimento de remoção por interesse público". A senadora pede que Deltan seja mudado de setor no Ministério Público.

Brasil 247

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Boa Noite 247 - Globo declara guerra a Aras




TV 247

Funcionários do BB pedem investigação sobre venda de créditos de R$ 2,9 bilhões por R$ 371 milhões para o BTG Pactual


Foi uma das últimas transações feitas na gestão de Rubem Novas, que pediu demissão e criticou a cultura de corrupção de Brasília

29 de julho de 2020

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

247 – A venda de uma carteira de crédito do Banco do Brasil para o banco BTG Pactual, por pouco mais de 10% do valor, chamou a atenção dos funcionários, que pediram uma investigação ao Tribunal de Contas da União. Foi uma das últimas transações feitas na gestão de Rubem Novas, que pediu demissão e criticou a cultura de corrupção de Brasília.

"A Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB) pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigue a operação de venda da carteira de crédito de R$ 2,9 bilhões para o BTG Pactual. O Banco do Brasil está sendo criticado por partidos políticos e sindicatos por supostamente vender barato demais a carteira de crédito. Ela foi vendida por R$ 371 milhões. A operação foi anunciada no início do mês, sob a gestão do presidente Rubem Novaes, que entregou na sexta-feira o pedido de demissão ao ministro da Economia, Paulo Guedes", aponta reportagem de Adriana Fernandes, publicada no Estado de S. Paulo.

Guedes foi um dos fundadores do BTG Pactual, hoje controlado por André Esteves. "Em ofício ao TCU, o presidente da ANABB pediu ao Tribunal que se “debruce” sobre a legalidade dos negócios efetuados e verifique por meio de auditoria eventuais prejuízos aos acionistas", aponta ainda Adriana Fernandes.


Brasil 247

terça-feira, 28 de julho de 2020

Justiça arquiva inquérito contra o ex-governador Fernando Pimentel


Por falta de provas, a Justiça determinou, após quatro anos, o arquivamento do inquérito que acusava a esposa de Pimentel, Carolina de Oliveira, de lavar dinheiro de propina ao marido

28 de julho de 2020

Fernando Pimentel (Foto: Divulgação)

247 - Quatro anos depois de acusações contra o ex-governador de Minas Gerais Fernando Pimentel, a Justiça determinou nesta terça-feira (28) o arquivamento de inquérito que corria contra ele e sua esposa, Carolina de Oliveira. 

A acusação era de Carolina, que é jornalista, teria lavado dinheiro de propina ao marido por meio de contratos com grandes empresas. O pagamento teria sido feito em troca de vantagens junto ao BNDES. 

A investigação aconteceu no âmbito da Operação Acrônimo. O inquérito foi arquivado a pedido do Ministério Público Federal por falta de provas. A operação foi usada não apenas para atacar o ex-governador mineiro como também contra a reeleição da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2014. 

Nesta semana, Pimentel também foi absolvido em um julgamento eleitoral. Por unanimidade e também por falta de provas, o juiz da 32ª Zona Eleitoral de Minas Gerais Michel Curi e Silva absolveu o ex-governador petista em uma acusação de caixa dois para sua campanha ao Senado em 2010. 

O Ministério Público havia acusado Pimentel de omitir repasses de empresas que supostamente teriam abastecido sua campanha. A delatora que fez as acusações pode ser alvo de uma denúncia coletiva.


Brasil 247

TUTAMÉIA entrevista Leonardo Boff




Tutaméia

BOFF: BOLSONARO TEM ATRIBUTO DO ANTICRISTO

27 DE JULHO DE 2020

“O país é governado por alguém que tem as características do Anticristo, um espírito inimigo da vida, inimigo de tudo que é bom”, diz o teólogo LEONARDO BOFF, escritor e professor emérito de ética, filosofia da religião e ecologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Em entrevista ao TUTAMÉIA, ele diz não é mais possível tolerar que “em um país como um nosso, que tem uma população tão sofrida, se coloquem ainda mais cruzes sobre ela”.

Boff denuncia o ataque de Bolsonaro às populações indígenas, sua política antipovo e que prejudica as comunidades mais carentes, especialmente durante a pandemia. E afirma que está nascendo uma nova consciência na humanidade, que diz que o mundo e o Brasil, assim como estão, não podem continuar, porque é perverso demais.

Por isso, ele conclama as mulheres e os homens de bem: “Temos de nos indignar, não aceitar o que está aí, mas mais do que tudo temos que ter a coragem de resistir, de ir à rua. Não acreditar nas fake News, criar grupos de reflexão de articulação, sermos solidários para com todas aquelas famílias que perderam seus entres queridos, apoiar os médicos, enfermeiros que sacrificam suas vidas. Ter a coragem de alimentar essa dimensão de luz em nós e a coragem de ir à rua para destituir esse homem, porque esse é a maior pedra que caiu sobre a população brasileira. Temos que transformá-la na base de um novo tipo de Brasil, generoso, cordial, hospitaleiro e que celebra a beleza e a grandeza da vida”.

Na entrevista, o teólogo também comentou a recém divulgada Carta aos Brasileiros assinada por 152 bispos e bispos eméritos do país, como o arcebispo emérito de São Paulo, dom Claudio Hummes, o bispo emérito de Blumenau, dom Angélico Sandalo Bernardino, o bispo de São Gabriel da Cachoeira (AM), dom Edson Taschetto Damian, o arcebispo de Belém (PA), dom Alberto Taveira Corrêa, o bispo prelado emérito do Xingu (PA), dom Erwin Krautler, o bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG), dom Joaquim Giovani Mol, e o arcebispo de Manaus (AM) e ex-secretário-geral da CNBB dom Leonardi Ulrich (leia a íntegra ao final desta reportagem).

“Eles estão assumindo essa tradição profética da igreja em nome daquilo que é específico da tradição de Jesus, em nome da defesa da vida. Eles falam o dialeto religioso, mas é um documento político, que vê a vida na sua totalidade, o bem comum dos seres humanos. Falam em nome disso. A linguagem é dura, e citam o criminoso duas, três vezes: Jair Bolsonaro é um homem antivida”, diz Leonardo Boff ao TUTAMÉIA (clique no vídeo acima para ver a entrevista na íntegra e se inscreva no TUTAMÉIA TV).

O teólogo também comentou a campanha para que as Brigadas de Médicos de Cuba recebam o Prêmio Nobel da Paz: “Elas estão em sessenta países, salvando milhares de vidas. Enquanto estiveram no Brasil, em cinco anos fizeram mais de um milhão e cem mil consultas e atenderam a sessenta milhões de brasileiros. Mas houve um demente, inimigo da vida, que prefere a morte dos doentes do que a sua salvação, que os expulsou daqui. Mas eles estão pelo mundo inteiro, salvando vidas, arriscando as próprias vidas. Mais do que ninguém, as Brigadas de Saúde de Cuba merecem esse prêmio.

A seguir, alguns trechos da entrevista.

O BRASIL NA PANDEMIA

Vivo uma profunda indignação, sagrada indignação. Porque o desprezo, o ódio, o antivida está ganhando centralidade. O país está sem direção nenhuma e é governado por alguém que tem as características do Anticristo. A Escritura, quando fala do inimigo da vida, que usa o nome do Messias para atacar, mentir, enganar seu povo, [diz que] esse é o Anticristo. Mais do que uma pessoa, é um espírito inimigo da vida, inimigo de tudo que é bom. Estamos vivendo neste país uma situação que eu não aceito, me indigno, mas, por outro lado, me sinto impotente porque vejo que as instâncias que deviam e podiam atuar não atuam. São omissas. Se um dia esse presidente for levado ao Tribunal Penal Mundial por crimes contra a humanidade –como deve ser–, esses omissos devem ir junto, porque não defenderam seu povo, não defenderam a vida, entregaram o país à sua própria sorte.

Quero me associar a todos esses que lutam e resistem. Eu faço o que posso, todo escrevo um artigo, faço lives… Na minha idade avançada, não posso fazer mais do que isso, mas não posso tolerar que um país como um nosso, que tem uma população tão sofrida, que sobre ela se coloquem mais e mais cruzes.

Os omissos são duas instâncias: o Parlamento, especialmente Rodrigo Maia, que tem, mais de trinta pedidos de impeachment, e o Supremo Tribunal Federal, porque a Constituição não está aí para defender letra, ela foi feita parta expressar a vida de uma nação, defender o direito e a justiça para a população, e eles não o fazem. São omissos.

A centralidade para eles não é a vida, é um tipo de ordem que beneficia a eles e àqueles estratos das oligarquias que mantiveram o Bolsonaro, continuam o mantendo porque fazem muito dinheiro com as políticas neoliberais e antipovo que ele leva agora.

ATAQUE AOS INDÍGENAS

O maior crime que Bolsonaro fez foi negar aos indígenas água, remédios, insumos, tudo aquilo que podia salvar a vida deles, tudo isso foi negado por Bolsonaro. Ele fez um decreto de condenação aos indígenas. Repete aquilo que em 1808 Dom Juan Sexto fez: um decreto para fazer uma guerra de extermínio contra os krenak do Vale do Rio Doce. Bolsonaro tem essa concepção, de que os índios não são bem gente. Isso está revoltando a humanidade, e creio que deveria revoltar muito mais os legisladores, aqueles que têm poder de atuar, e não estão atuando.

AÇÃO DA IGREJA

Os 152 bispos que subscrevem essa carta, logo no início dizem que falam em nome da CNBB. É um momento em que a igreja não pode calar. Ela tem de sair, como saíram os bispos do centro-oeste, com Dom Pedro Casaldáliga e dom Tomás Balduíno, como o Grito da terra contra o Latifúndio. Eles estão assumindo essa tradição profética da igreja em nome daquilo que é específico da tradição de Jesus, em nome da defesa da vida.

Eles falam o dialeto religioso, mas é um documento político, que vê a vida na sua totalidade, o bem comum dos seres humanos. Falam em nome disso. A linguagem é dura, e citam o criminoso duas, três vezes: Jair Bolsonaro é um homem antivida. E é importante que o digam, e a população brasileira tem de se convencer de que nós estamos sendo vítimas de alguém que não ama o povo, que quer a sua destruição. Em discursos à nata mais reacionária dos Estados Unidos, Bolsonaro disse claramente: “Eu não tenho um projeto de país. Eu vim para desmontar tudo o que foi montado, e remontar o país”. Só que ele levou o país a três séculos atrás, e o remonta sobre as bases mais perversas, da escravidão, do genocídio, do ódio e do desprezo à vida.

VIRADA NA PANDEMIA, RESGATE DA HUMANIDADE

A pandemia tem uma dupla face. Ela é democrática, porque atinge todo mundo, ricos e pobres. Pega o planeta inteiro. Entretanto, ao mesmo tempo ela não é democrática: acentua gravemente as desigualdades porque as principais vítimas são aquelas que estão desguarnecidos, que não podem fazer o isolamento social, que não conseguem viver fora dos grupos, porque são pequenas casas onde vivem aglomerados. Essas são as principais vítimas.

Se imporia haver políticas de Estado para permitir que essas pessoas possam ser salvaguardadas. Um grande exemplo deu o bairro Paraisópolis, em São Paulo. Já que Dória, que quer ser candidato à presidência, um homem medíocre que abandonou a população, esse bairro se organizou em grupos. Criaram isolamento social, áreas arejas em que podem se defender, conseguiram insumos básicos, salvado mil vidas. A sociedade está se autodefendendo. Talvez a única alternativa para nos salvarmos é nós mesmos nos organizarmos.

Nós aqui temos um pequeno centro de defesa dos direitos humanos, que já persiste há quarenta anos, o nosso trabalho principal é recolher cestas básicas na cidade e levá-las às periferias. O mínimo que nós podemos fazer é levar alimento, levar álcool gel, levar os insumos básicos. Somos poucos, mas atendemos a mais de oitenta pessoas que vivem na rua e muitos outros que estão nas favelas e não conseguem sair.

Cada grupo que tem consciência humanitária deves e organizar, fazer alguma coisa pelo outro. Nós temos de resgatar a humanidade mínima, e resgatar a humanidade mínima é ver no outro um irmão, um companheiro com que eu compartilho o pão.

NOBEL DA PAZ

Uma das coisas mais extraordinárias que o socialismo cubano –e vamos insistir: tem de ser socialismo, porque o capitalismo jamais seria capaz disso—criou foram essas Brigadas de Saúde, que estão em sessenta países, que estão salvando milhares de vidas. Enquanto estiveram no Brasil, em cinco anos fizeram mais de um milhão e cem mil consultas e atenderam a sessenta milhões de brasileiros. Mas houve um demente, inimigo da vida, que prefere a morte dos doentes do que a sua salvação, que os expulsou daqui. Mas eles estão pelo mundo inteiro, salvando vidas, arriscando as próprias vidas.

Por isso, Adolfo Peres Esquivel e eu começamos uma campanha mundial para conceder o Prêmio Nobel da Paz a elas, a essas brigadas. Sua atuação é planetária, pega o que é mais importante no planeta, que é a vida, que eles estão salvando. Mais do que ninguém, as Brigadas de Saúde de Cuba merecem esse prêmio.

Já são milhares de pessoas que estão subscrevendo a proposta. Isso nos dá esperança. O papa João Paulo Segundo, depois que se deu conta da perversidade do capitalismo, disse: “Não podemos perder dois valores do socialismo, que são a solidariedade e o internacionalismo”. Ter a perspectiva não nacional, mas internacional: um planeta, uma casa comum, um destino comum, terra e humanidade. Esses dois valores do socialismo têm de ser preservados, e o papa dizia: “São valores da mensagem de Jesus”

Eles são socialistas, estão na linha do reino. Podem não ser católicos, cristãos, gente de igreja, mas estão no caminho de Jesus, que é salvar vidas para que todos tenham vida em abundância. Por isso merecem que os apoiemos, que vocês os apoiem, para que merecidamente ganhem esse Prêmio Nobel da Paz.

O POVO NA RUA

Vivemos hoje no Brasil uma situação singular. É o abandono do povo pelo governo, que não está interessado na vida, mas no negócio. Mais no dinheiro do que na saúde. Mais de um milhão de subscritores enviaram queixa ao tribunal internacional de crimes contra a humanidade, contra esse homem que é inimigo da vida, aquele que vive não do trigo, mas do joio, e espalha joio para tentar afogar o trigo, que é vida. Que seja urgente o julgamento porque há uma dizimação da população brasileira.

Sonho que chegará o momento que o povo saia à rua. Que faça tremer esse país contra esse inimigo que está lá em cima, que não cuida do povo e de sua saúde e que entregou todo mundo à sua própria sorte. Isso não é digno de um povo e nós temos o direito. Repito Emiliano Zapata, o grande revolucionário mexicano: se o governo não faz justiça ao povo, o povo tem o direito de não dar paz a esse governo. Chegará o momento em que esse país vai tremer. E ele não saberá onde se esconder. Porque quando o povo assume o poder no qual ele é o sujeito ele é capaz de fazer valer o primeiro parágrafo da Constituição e dizer: o poder sai de nós e tem que ser exercido em nosso nome e em defesa das nossas vidas.


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Leia a seguir a íntegra do documento assinado por bispos brasileiros e analisada na entrevista com Leonardo Boff.

“CARTA AO POVO DE DEUS”

“Somos bispos da Igreja Católica, de várias regiões do Brasil, em profunda comunhão com o Papa Francisco e seu magistério e em comunhão plena com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que no exercício de sua missão evangelizadora, sempre se coloca na defesa dos pequeninos, da justiça e da paz. Escrevemos esta Carta ao Povo de Deus, interpelados pela gravidade do momento em que vivemos, sensíveis ao Evangelho e à Doutrina Social da Igreja, como um serviço a todos os que desejam ver superada esta fase de tantas incertezas e tanto sofrimento do povo.

Evangelizar é a missão própria da Igreja, herdada de Jesus. Ela tem consciência de que “evangelizar é tornar o Reino de Deus presente no mundo” (Alegria do Evangelho, 176). Temos clareza de que “a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus. A nossa reposta de amor não deveria ser entendida como uma mera soma de pequenos gestos pessoais a favor de alguns indivíduos necessitados […], uma série de ações destinadas apenas a tranquilizar a própria consciência. A proposta é o Reino de Deus […] (Lc 4,43 e Mt 6,33)” (Alegria do Evangelho, 180). Nasce daí a compreensão de que o Reino de Deus é dom, compromisso e meta.

É neste horizonte que nos posicionamos frente à realidade atual do Brasil. Não temos interesses político-partidários, econômicos, ideológicos ou de qualquer outra natureza. Nosso único interesse é o Reino de Deus, presente em nossa história, na medida em que avançamos na construção de uma sociedade estruturalmente justa, fraterna e solidária, como uma civilização do amor.

O Brasil atravessa um dos períodos mais difíceis de sua história, comparado a uma “tempestade perfeita” que, dolorosamente, precisa ser atravessada. A causa dessa tempestade é a combinação de uma crise de saúde sem precedentes, com um avassalador colapso da economia e com a tensão que se abate sobre os fundamentos da República, provocada em grande medida pelo Presidente da República e outros setores da sociedade, resultando numa profunda crise política e de governança.

Este cenário de perigosos impasses, que colocam nosso País à prova, exige de suas instituições, líderes e organizações civis muito mais diálogo do que discursos ideológicos fechados. Somos convocados a apresentar propostas e pactos objetivos, com vistas à superação dos grandes desafios, em favor da vida, principalmente dos segmentos mais vulneráveis e excluídos, nesta sociedade estruturalmente desigual, injusta e violenta. Essa realidade não comporta indiferença.

É dever de quem se coloca na defesa da vida posicionar-se, claramente, em relação a esse cenário. As escolhas políticas que nos trouxeram até aqui e a narrativa que propõe a complacência frente aos desmandos do Governo Federal, não justificam a inércia e a omissão no combate às mazelas que se abateram sobre o povo brasileiro. Mazelas que se abatem também sobre a Casa Comum, ameaçada constantemente pela ação inescrupulosa de madeireiros, garimpeiros, mineradores, latifundiários e outros defensores de um desenvolvimento que despreza os direitos humanos e os da mãe terra. “Não podemos pretender ser saudáveis num mundo que está doente. As feridas causadas à nossa mãe terra sangram também a nós” (Papa Francisco, Carta ao Presidente da Colômbia por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente, 05/06/2020).

Todos, pessoas e instituições, seremos julgados pelas ações ou omissões neste momento tão grave e desafiador. Assistimos, sistematicamente, a discursos anticientíficos, que tentam naturalizar ou normalizar o flagelo dos milhares de mortes pela COVID-19, tratando-o como fruto do acaso ou do castigo divino, o caos socioeconômico que se avizinha, com o desemprego e a carestia que são projetados para os próximos meses, e os conchavos políticos que visam à manutenção do poder a qualquer preço. Esse discurso não se baseia nos princípios éticos e morais, tampouco suporta ser confrontado com a Tradição e a Doutrina Social da Igreja, no seguimento Àquele que veio “para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).

Analisando o cenário político, sem paixões, percebemos claramente a incapacidade e inabilidade do Governo Federal em enfrentar essas crises. As reformas trabalhista e previdenciária, tidas como para melhorarem a vida dos mais pobres, mostraram-se como armadilhas que precarizaram ainda mais a vida do povo. É verdade que o Brasil necessita de medidas e reformas sérias, mas não como as que foram feitas, cujos resultados pioraram a vida dos pobres, desprotegeram vulneráveis, liberaram o uso de agrotóxicos antes proibidos, afrouxaram o controle de desmatamentos e, por isso, não favoreceram o bem comum e a paz social. É insustentável uma economia que insiste no neoliberalismo, que privilegia o monopólio de pequenos grupos poderosos em detrimento da grande maioria da população.

O sistema do atual governo não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma “economia que mata” (Alegria do Evangelho, 53), centrada no mercado e no lucro a qualquer preço. Convivemos, assim, com a incapacidade e a incompetência do Governo Federal, para coordenar suas ações, agravadas pelo fato de ele se colocar contra a ciência, contra estados e municípios, contra poderes da República; por se aproximar do totalitarismo e utilizar de expedientes condenáveis, como o apoio e o estímulo a atos contra a democracia, a flexibilização das leis de trânsito e do uso de armas de fogo pela população, e das leis do trânsito e o recurso à prática de suspeitas ações de comunicação, como as notícias falsas, que mobilizam uma massa de seguidores radicais.

O desprezo pela educação, cultura, saúde e pela diplomacia também nos estarrece. Esse desprezo é visível nas demonstrações de raiva pela educação pública; no apelo a ideias obscurantistas; na escolha da educação como inimiga; nos sucessivos e grosseiros erros na escolha dos ministros da educação e do meio ambiente e do secretário da cultura; no desconhecimento e depreciação de processos pedagógicos e de importantes pensadores do Brasil; na repugnância pela consciência crítica e pela liberdade de pensamento e de imprensa; na desqualificação das relações diplomáticas com vários países; na indiferença pelo fato de o Brasil ocupar um dos primeiros lugares em número de infectados e mortos pela pandemia sem, sequer, ter um ministro titular no Ministério da Saúde; na desnecessária tensão com os outros entes da República na coordenação do enfrentamento da pandemia; na falta de sensibilidade para com os familiares dos mortos pelo novo coronavírus e pelos profissionais da saúde, que estão adoecendo nos esforços para salvar vidas.

No plano econômico, o ministro da economia desdenha dos pequenos empresários, responsáveis pela maioria dos empregos no País, privilegiando apenas grandes grupos econômicos, concentradores de renda e os grupos financeiros que nada produzem. A recessão que nos assombra pode fazer o número de desempregados ultrapassar 20 milhões de brasileiros. Há uma brutal descontinuidade da destinação de recursos para as políticas públicas no campo da alimentação, educação, moradia e geração de renda.

Fechando os olhos aos apelos de entidades nacionais e internacionais, o Governo Federal demonstra omissão, apatia e rechaço pelos mais pobres e vulneráveis da sociedade, quais sejam: as comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas, as populações das periferias urbanas, dos cortiços e o povo que vive nas ruas, aos milhares, em todo o Brasil. Estes são os mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus e, lamentavelmente, não vislumbram medida efetiva que os levem a ter esperança de superar as crises sanitária e econômica que lhes são impostas de forma cruel. O Presidente da República, há poucos dias, no Plano Emergencial para Enfrentamento à COVID-19, aprovado no legislativo federal, sob o argumento de não haver previsão orçamentária, dentre outros pontos, vetou o acesso a água potável, material de higiene, oferta de leitos hospitalares e de terapia intensiva, ventiladores e máquinas de oxigenação sanguínea, nos territórios indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais (Cf. Presidência da CNBB, Carta Aberta ao Congresso Nacional, 13/07/2020).

Até a religião é utilizada para manipular sentimentos e crenças, provocar divisões, difundir o ódio, criar tensões entre igrejas e seus líderes. Ressalte-se o quanto é perniciosa toda associação entre religião e poder no Estado laico, especialmente a associação entre grupos religiosos fundamentalistas e a manutenção do poder autoritário. Como não ficarmos indignados diante do uso do nome de Deus e de sua Santa Palavra, misturados a falas e posturas preconceituosas, que incitam ao ódio, ao invés de pregar o amor, para legitimar práticas que não condizem com o Reino de Deus e sua justiça?

O momento é de unidade no respeito à pluralidade! Por isso, propomos um amplo diálogo nacional que envolva humanistas, os comprometidos com a democracia, movimentos sociais, homens e mulheres de boa vontade, para que seja restabelecido o respeito à Constituição Federal e ao Estado Democrático de Direito, com ética na política, com transparência das informações e dos gastos públicos, com uma economia que vise ao bem comum, com justiça socioambiental, com “terra, teto e trabalho”, com alegria e proteção da família, com educação e saúde integrais e de qualidade para todos. Estamos comprometidos com o recente “Pacto pela vida e pelo Brasil”, da CNBB e entidades da sociedade civil brasileira, e em sintonia com o Papa Francisco, que convoca a humanidade para pensar um novo “Pacto Educativo Global” e a nova “Economia de Francisco e Clara”, bem como, unimo-nos aos movimentos eclesiais e populares que buscam novas e urgentes alternativas para o Brasil.

Neste tempo da pandemia que nos obriga ao distanciamento social e nos ensina um “novo normal”, estamos redescobrindo nossas casas e famílias como nossa Igreja doméstica, um espaço do encontro com Deus e com os irmãos e irmãs. É sobretudo nesse ambiente que deve brilhar a luz do Evangelho que nos faz compreender que este tempo não é para a indiferença, para egoísmos, para divisões nem para o esquecimento (cf. Papa Francisco, Mensagem Urbi et Orbi, 12/4/20).

Despertemo-nos, portanto, do sono que nos imobiliza e nos faz meros espectadores da realidade de milhares de mortes e da violência que nos assolam. Com o apóstolo São Paulo, alertamos que “a noite vai avançada e o dia se aproxima; rejeitemos as obras das trevas e vistamos a armadura da luz” (Rm 13,12).

O Senhor vos abençoe e vos guarde. Ele vos mostre a sua face e se compadeça de vós. O Senhor volte para vós o seu olhar e vos dê a sua paz! (Nm 6,24-26)


Tutaméia

domingo, 26 de julho de 2020

A força de um partido forjado na luta - entrevista com Gleisi Hoffmann




TV 247

Parcialidade de Moro justificaria suspeição em qualquer país, diz Ferrajoli, jurista consagrado





TV DCM

São Paulo: nova pesquisa mostra Covas à frente, França em segundo e Tatto e Boulos empatados em terceiro


A pesquisa sobre as eleições paulistanas foi feita pela Brada Comunicação e mostra Bruno Covas com 32,3% dos votos, França com 15,5%, Tatto com 7,5% e Boulos com 6,5%

26 de julho de 2020

Jilmar Tatto (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

247 - Nova pesquisa sobre a eleição para a Prefeitura de São Paulo realizada pela Badra Comunicação mostrou o atual prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), na primeira posição, seguido por Márcio França (PSB), ex-vice governador de Geraldo Alckmin (PSDB), e por Jilmar Tatto (PT) e Guilherme Boulos, que empatam tecnicamente.

A pesquisa foi feita com uma amostra de 2400 pessoas de todas as regiões de São Paulo e foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Covas aparece com 32,3% dos votos, França com 15,5%, Tatto com 7,5% e Boulos com 6,5%. Por outro lado, Covas também lidera o ranking de quem os eleitores “não votariam de jeito nenhum”, com 22,4%. O segundo mais rejeitado é Tatto com 9,1%, seguido por Joice Hasselmann com 9,0% e Boulos com 8,0%. França aparece com 5,8%.

No segundo turno, Covas venceria França por 41,0% a 37,3%, com 18,6% nulos. Entre Covas e Boulos, o tucano receberia 49% dos votos contra 23,8% do psolista. O número dos que não votariam em nenhum aumenta para 24%. E entre o Tatto e Covas, o petista receberia 23,2% contra 50,3% de Covas, pois parte dos votos nulos estimulados no segundo cenário iriam contra o PT.

Na votação espontânea, Covas aparece com 10,7% e é seguido por França (4,9%), Haddad (2,6%), Lula (2,2%), Boulos (1,9%), Marta Suplicy (1,5%), Jair Bolsonaro (1,2%), João Doria (1,2%), Celso Russomanno (1,2%) e Jilmar Tatto (1%).


Brasil 247

Genocídio e crime contra humanidade: Bolsonaro é denunciado no Tribunal Penal Internacional


Iniciativa protocolada neste domingo é liderada por uma coalizão que representa mais de um milhão de trabalhadores da saúde no Brasil e apoiado por entidades internacionais e aponta os crimes na condução frente à pandemia do coronavírus

26 de julho de 2020

Bolsonaro mostrando uma caixa de cloroquina (Foto: Reprodução)

247 - Jair Bolsonaro foi oficialmente denunciado neste domingo (26) no Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, por crimes de genocídio e contra a humanidade devido à sua gestão frente à pandemia do novo coronavírus.

Segundo informa o jornalista Jamil Chade, do UOL, a iniciativa é liderada por uma coalizão que representa mais de um milhão de trabalhadores da saúde no Brasil e apoiado por entidades internacionais.

“No entendimento da coalizão, há indícios de que Bolsonaro tenha cometido crime contra a humanidade durante sua gestão frente à pandemia, ao adotar ações negligentes e irresponsáveis, que contribuíram para as mais de 80 mil mortes pela doença no país”, apontam.

A Rede Sindical Brasileira UNISaúde acusa ainda o presidente brasileiro de “falhas graves e mortais” na resposta à pandemia de Covid-19.

Desde o início da pandemia, Bolsonaro minimizou a gravidade do vírus, incentivou pessoas a furarem o isolamento social e a saírem de casa e mais tarde passou a incentivar o uso da cloroquina no tratamento de Covid-19, mesmo sem comprovação científica de sua eficácia.

Há duas semanas, testou positivo para coronavírus e, mesmo devendo estar em isolamento, se expôs sem máscaras diante de jornalistas e, ainda neste final de semana, junto a trabalhadores da área da limpeza no Palácio da Alvorada. Ele também visitou neste sábado (25) a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF).


Brasil 247

Compras da imobiliária Bolsonaros & Cia. PF mira PSDB e caça Serra. E o desembargador da Casa Grande




Bob Fernandes

Parcialidade de Moro justificaria sua suspeição em qualquer país, diz jurista italiano Ferrajoli


Um dos mais importantes teóricos do garantismo penal, Luigi Ferrajoli falou em "explícita falta de imparcialidade" do ex-juiz da Lava Jato e as "repetidas antecipações de julgamento" em relação às "massivas violações das garantias" contra Lula

25 de julho de 2020

Advogado Cristiano Zanin e o jurista Luigi Ferrajoli

Conjur - O jurista italiano Luigi Ferrajoli, um dos mais importantes teóricos do garantismo penal, afirmou que a "explícita falta de imparcialidade" do ex-juiz Sergio Moro justificaria sua suspeição em qualquer país do mundo. A declaração foi feita em entrevista publicada pela edição da Folha de S. Paulo neste sábado (25/7). 

Ao jornal, o ex-juiz e professor emérito de Filosofia do Direito da Universidade Roma Tre criticou o que considerou uma visível confusão entre acusação e órgão julgador durante a condução da "lava jato"; disse que o caso Lula faz a operação mãos limpas parecer garantista; e que o Tribunal do Júri não é um procedimento justo para processar acusados de crimes graves. 

"No caso da condenação do ex-presidente Lula, as violações das garantias do devido processo legal foram, desde o início, massivas. Em qualquer outro país, o comportamento do juiz Moro justificaria sua suspeição, por sua explícita falta de imparcialidade e pelas repetidas antecipações de julgamento", disse. 

Para ele, não há dúvida de que os julgamentos italianos do início dos anos 1990 tenham cometido indubitáveis "excessos antigarantistas", como o abuso de prisões preventivas e o excessivo protagonismo da figura do delator. 

No entanto, prossegue, comparados com a atuação de Moro e dos procuradores do MPF em Curitiba, os julgamentos na Itália "parecem um modelo de garantismo". "Neles, nunca houve confusão entre juiz e acusação: as limitações da liberdade na fase de instrução e, obviamente, as sentenças sempre foram decididas por juízes independentes que, muitas vezes, rejeitavam os pedidos da acusação por considerar que eles não eram fundados em provas suficientes", disse.

Não é a primeira vez que Ferrajoli critica a atuação de Moro e dos procuradores do Paraná. Em carta publicada na ConJur em 2018, ele expressou preocupações com o "singular traço inquisitório do processo penal brasileiro" e a confusão "entre o papel julgador e o papel de instrução". 

"A impressão que este processo desperta em extenso setor da cultura jurídica democrática italiana, é aquela de uma ausência impressionante de imparcialidade por parte dos juízes e procuradores que o promoveram", afirmou na ocasião.

Suspeição

Ao que tudo indica, a ação sobre a suspeição de Moro, em análise na 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, deve ser julgado ainda este ano. Se o ex-magistrado da 13ª Vara Federal de Curitiba for considerado suspeito, os processos do ex-presidente Lula voltam à fase de denúncia e o petista poderá voltar a se candidatar. 

O processo contra Moro foi ajuizado depois que o site The Intercept Brasil revelou trocas de mensagens entre ele e procuradores da autointitulada "força-tarefa da lava jato" em Curitiba. Nas conversas, as funções de acusação e julgamento se confundem. 

O ex-juiz, por exemplo, orientava o trabalho dos procuradores e cobrava eficiência por parte da "força-tarefa", chegando até mesmo a ordenar operações de busca e apreensão na casa de suspeitos sem provocação do Ministério Público.

Em 2016, Moro chegou a receber uma manifestação inacabada do MP. Depois de ser cobrado pelo ex-juiz, o procurador Deltan Dallagnol enviou a peça sem revisão para que Moro pudesse adiantar uma sentença.


Brasil 247

Glenn Greenwald: é bom que Elon Musk tenha admitido que deu o golpe na Bolívia


Jornalista lembra que quando entrevistou Evo Morales, isso já havia sido dito pelo ex-presidente boliviano

25 de julho de 2020


Glenn Greenwald (Foto: Alessandro Dantas/PT)


247 - O jornalista Glenn Greenwald comentou a confissão do empresário Elon Musk, CEO e fundador da Tesla, de que teria participado do golpe contra Evo Morales na Bolívia. “É bom que Elon Musk esteja admitindo isso”, postou Glenn no Twitter.

O editor do The Intercept Brasil recordou então uma entrevista feita por ele com Evo Morales na Cidade do México em dezembro do ano passado e lembrou que o próprio ex-presidente da Bolívia havia chamado sua deposição da presidência de “golpe do lítio”.


Neste sábado (25), Elon Musk respondeu a um internauta no Twitter que critica o golpe dos EUA contra a Bolívia com a seguinte frase: “Vamos dar golpe em quem quisermos, lide com isso”. A Tesla tem interesse no lítio para a produção de baterias elétricas e a Bolívia é uma das regiões mais ricas do mundo em reserva deste elemento químico.


Brasil 247


Wisnik revolta-se com uso de música sua com Tom Zé por Carla Zambelli em vídeo pró-Bolsonaro


“Apropriação repulsiva” e “utilização espúria e revoltante”, descreveu o autor de ‘Xiquexique’ sobre vídeo que exalta supostas ações de Bolsonaro no Nordeste (vídeo)


25 de julho de 2020



José Miguel Wisnik (Foto: Reprodução)

247 - O compositor José Miguel Wisnik publicou um vídeo neste sábado (25) repudiando o uso de uma música de sua autoria com Tom Zé pela deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) em um vídeo que exalta supostas ações de Jair Bolsonaro no Nordeste.


O compositor diz que tomará as ações judiciais cabíveis pelo uso da música sem autorização e descreve o gesto como “apropriação repulsiva” e “utilização espúria e revoltante”, lembrando ainda que Bolsonaro perdeu em todos os estados do Nordeste nas eleições de 2018.


No vídeo, é utilizado um trecho da música Xiquexique, parte da trilha sonora do espetáculo Parabelo (1997), do Grupo Corpo. 


“Queremos declarar aqui que Parabelo não está à disposição desta utilização espúria e revoltante que vai contra tudo aquilo em que acreditamos e tudo o que a música representa, como alegria de viver, como força da cultura popular nordestina e como força da arte”, diz o autor.


Assista:



Brasil 247

Evo Morales: está provado que o golpe foi dado para roubar o lítio da Bolívia


Para Evo Morales, a declaração de Elon Musk, em defesa do golpe na Bolívia, é mais uma “prova de que o golpe foi dado pelo lítio boliviano”

25 de julho de 2020

Ex-presidente da Bolívia, Evo Morales (Foto: REUTERS/Rodrigo Urzagasti)


247 - O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou estar provado que o golpe na Bolívia, ocorrido no ano passado, ocorreu pelo interesses no lítio do país, após o bilionário Elon Musk afirmar que golpeará quem quiser.


Após ser criticado por envolvimento no golpe na Bolívia, o bilionário Elon Musk, um dos homens mais ricos do mundo, CEO da Tesla e da SpaceX, reagiu a um comentário de um seguidor afirmando que não é do interesse do povo norte-americano “o governo dos EUA organizando um golpe contra Evo Morales na Bolívia" para que ele "possa obter lítio”. Musk afirmou: “nós iremos golpear quem quisermos. Lidem com isso!”


Para Evo Morales, a declaração é mais uma “prova de que o golpe foi dado pelo lítio boliviano”. “Defenderemos sempre nossos recursos”, reforçou o ex-presidente, que foi deposto pelo golpe militar no ano passado.

“Mais de 50% dos depósitos de lítio globais se encontram no ‘Triângulo do Lítio’ - com fontes do material concentradas na Argentina, Bolívia e Chile. Os desertos montanhosos da Bolívia – o Salar de Uyuni – têm de longe as maiores reservas conhecidas”, segundo reportagem do Brasil de Fato.

Morales denunciava, quando estava no poder, que o lítio não deveria ser vendido a multinacionais. Após o golpe, a tendência, como acenou o candidato a vice da atual presidente usurpadora Jeanine Áñez, é abrir as portas para que empresas como a Tesla explorem o recurso no país.

O empresário boliviano Samuel Doria Medina, candidato a vice de Áñez, defendeu, com a possível vinda da Tesla para a América do Sul, a construção de "uma gigante fábrica no Salar de Uyuni para fornecer baterias de lítio”.

A revelação de que o bilionário Elon Musk atuou no golpe de estado contra Evo Morales na Bolívia talvez explique também a participação do governo brasileiro no processo, já denunciada por partidários de Evo Morales. Coincidência ou não, Eduardo Bolsonaro passou a prometer que traria uma fábrica da Tesla para o Brasil, de acordo com reportagem do jornal O Globo.


Brasil 247

Putin: Marinha da Rússia receberá armas hipersônicas sem equivalentes no mundo


O presidente russo Vladimir Putin afirma, em discurso do Dia da Marinha da Rússia, que a instituição possui equipamento especial único, navios avançados e que aprimorará suas vantagens com tecnologias digitais

26 de julho de 2020

Vladimir Putin (Foto: Kremlin)

Sputnik - No seu discurso, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou: "A moderna Marinha russa inclui navios equipados com armas de alta precisão, submarinos estratégicos e multifuncionais, caças de última geração e outras aeronaves, armas únicas e equipamento especial".


Brasil 247

Em quatro meses, riqueza de Elon Musk cresceu mais do que todo o PIB da Bolívia



Riqueza pessoal do dono da Tesla, que admitiu ter apoiado o golpe de estado na Bolívia, cresceu US$ 46,7 bilhões, com a valorização das ações da Tesla, empresa de carros elétricos com baterias que usam lítio. É mais do que toda a riqueza anual da Bolívia

26 de julho de 2020



Elon Musk, da Tesla, se desculpa por comentários sobre mergulhador britânico

247 – O caso do empresário Elon Musk, que controla a Tesla e admitiu ter apoiado o golpe de estado na Bolívia contra o ex-presidente Evo Morales, para ter acesso às reservas de lítio do País, não apenas evoca o livro Veias Abertas da América Latina, de Eduardo Galeano, como também escancara a desigualdade mundial.



Com a valorização das ações da Tesla, que passou a valer mais do que a própria Toyota, maior indústria automobilística do mundo, a riqueza pessoal de Musk cresceu US$ 46,7 bilhões nos últimos quatro meses. O dado foi apontado pelo ex-candidato Bernie Sanders, que criticou Musk por se opor a um novo pacote de estímulos ao cidadão estadunidense. Confira abaixo:

Antes disso, o correspondente Brian Mier, do Brasilwire, já havia destacado que a fortuna pessoal de Musk supera todo o PIB boliviano:

sábado, 25 de julho de 2020

Elon Musk confessa participação no golpe na Bolívia e diz que golpeará quem for necessário


Dono da Tesla reagiu à crítica de que atuou no golpe que derrubou Evo Morales, para ter acesso às maiores reservas de lítio do mundo, e disse que dará quantos golpes forem necessários

25 de julho de 2020

Elon Musk, da Tesla

247 - Após ser criticado por envolvimento no golpe na Bolívia, o bilionário Elon Musk, um dos homens mais ricos do mundo, publicou no Twitter afirmando que dará “golpe em quen quiser. Lidem com isso!”. 

O CEO da Tesla e da SpaceX estava reagindo a um comentário de um seguidor afirmando que não é do interesse do povo norte-americano “o governo dos EUA organizando um golpe contra Evo Morales na Bolívia" para que ele "possa obter lítio”.


“Mais de 50% dos depósitos de lítio globais se encontram no ‘Triângulo do Lítio’ - com fontes do material concentradas na Argentina, Bolívia e Chile. Os desertos montanhosos da Bolívia – o Salar de Uyuni – têm de longe as maiores reservas conhecidas”, segundo reportagem do Brasil de Fato.

O ex-presidente golpeado Evo Morales denunciava, quando estava no poder, que o lítio não deveria ser vendido a multinacionais. Após o golpe, a tendência, como acenou o candidato a vice da atual presidente usurpadora Jeanine Áñez, é abrir as portas para que empresas como a Tesla explorem o recurso no país.

O empresário boliviano Samuel Doria Medina, candidato a vice de Áñez, defendeu, com a possível vinda da Tesla para a América do Sul, a construção de "uma gigante fábrica no Salar de Uyuni para fornecer baterias de lítio”.



Brasil 247

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Bom dia 247: Jilmar Tatto abre suas cartas




TV 247

Justiça Eleitoral absolve Pimentel da acusação de caixa 2 em campanha ao Senado em 2010


Juiz Michel Curi e Silva, da 32ª Zona Eleitoral de Minas Gerais, destacou que as provas apresentadas pelo Ministério Público contra o ex-governador Fernando Pimentel foram consideradas insuficientes

23 de julho de 2020

Fernando Pimentel (Foto: Divulgação)

247 - O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais absolveu o ex-governador Fernando Pimentel (PT) das acusações de caixa 2 em sua campanha para o Senado em 2010. De acordo com a sentença do juiz da 32ª Zona Eleitoral de Minas Gerais Michel Curi e Silva, as provas apresentadas pelo Ministério Público foram consideradas insuficientes. Pimentel foi denunciado por suposta prática de caixa 2, tendo omitido R$ 1,5 milhão em repasses de empresas que supostamente teriam apoiado sua campanha. 

Na sentença, o magistrado destacou ser “forçoso admitir que os pontos centrais da denúncia não restaram cabalmente demonstrados, não tendo sido as provas colhidas nos autos suficientes para a formação do juízo de certeza deste julgador para a condenação. Vê-se, pois, que não há como negar que as provas produzidas não são suficientes para se afirmar existência de doações eleitorais não contabilizadas na prestação de contas”.


Brasil 247

Contas públicas terão deficit de R$ 912,4 bilhões em 2020, estima IFI


PIB pode cair mais de 10% em 2020

Dívida acima de 100% do PIB em 2022

A Instituição Fiscal Independente do Senado divulgou relatório com revisão dos cenários macroeconômicos e fiscais do paísSérgio Lima/Poder360 - 27.dez.2018


15.jun.2020 (segunda-feira) 

As contas do setor público consolidado –formado por União, Estados, municípios e estatais –devem ter rombo de R$ 912,4 bilhões em 2020, segundo a IFI (Instituição Fiscal Independente) do Senado Federal. O deficit é resultado do aumento de gastos para o enfrentamento da pandemia de covid-19 e redução na arrecadação com a atividade econômica fraca.

O resultado negativo é registrado quando as despesas superaram as receitas do governo. O relatório foi divulgado nesta 2ª feira (15.jun.2020) pela IFI. Eis a íntegra (3,2 MB).

Para fazer os cálculos, a IFI levou em consideração que a economia brasileira vai tombar 6,5% em 2020, o mesmo percentual esperado pelo mercado financeiro.

Nesse cenário, além do rombo chegar a R$ 912,4 bilhões nas contas, a dívida bruta poderá chegar a 96,1% do PIB neste ano. “O nível de 100% do PIB seria ultrapassado já em 2022”, disse o relatório.

De acordo com o estudo, o país pode ter recuo de 10% no PIB no cenário mais pessimista, porque os dados de mercado de trabalho são muito negativos e apontam para o desaquecimento econômico. Sobretudo no 2º trimestre, que deve recuar 10,6% depois de cair 1,5% de janeiro a março.

“Em 2021, prevê-se recuperação lenta, com crescimento de apenas 2,5% no cenário base”, disse a IFI.


Poder 360

Attuch entrevista Celso Amorim: como retomar a soberania




TV 247

O povo não é bobo: Campanha da Globo para melhorar a própria imagem tem recorde de deslikes. Por Joaquim de Carvalho


Publicado por Joaquim de Carvalho
- 23 de julho de 2020

William Bonner na campanha da Globo: recorde de deslikes

Uma campanha contra propaganda na TV Globo tem dado resultado. A rede colocou suas principais estrelas, como William Bonner, para falar do que seriam as virtudes da empresa, que, como se sabe, foi construída com o dinheiro fácil da ditadura pós-64.

‘Você sabe que o padrão Globo de qualidade quer dizer coisa bem feita. Mas, para a gente, qualidade também é respeito. Por isso, a Globo tem tanto sucesso. Tem tanto sucesso porque tem responsabilidade em tudo o que faz. Tem responsabilidade em tudo o que faz porque tem compromisso com milhões. Tem compromisso com milhões porque tem cuidado com cada um. Tem cuidado com cada um porque só assim se pode ter um padrão Globo de qualidade. E respeito também. Quem emociona, quem diverte, quem informa, quem anuncia, quem aparece na Globo aparece bem. Na vida, na sala e na mão de milhões de uns”, diz o texto, lido em jogral.

O vídeo, postado em 15 de julho, teve até aqui 1,2 milhão de visualizações no YouTube, e impressionantes 410 mil deslikes contra apenas 9 mil likes.

Talvez seja um recorde negativo no YouTube. Nada menos do que um terço das pessoas que assistiram não gostaram. Em grande parte, essa rejeição é resultado de uma campanha bolsonarista para promover deslikes.

Ontem, Eduardo Bolsonaro comemorou na rede social o elevado número de pessoas que dizem não ter gostado do vídeo da Globo, com o compartilhamento de uma notícia publicada em um site bolsonarista.

A Globo publicou outro vídeo no Youtube, que teve cerca de 700 mil visualizações, e 160 mil deslikes.

Mas é equívoco imaginar que sejam apenas bolsonaristas que estão reagindo negativamente à propaganda da campanha da Globo.

Nas eleições de 2018, pesquisas qualitativas indicavam que o povo hoje, majoritariamente, rejeita a emissora, com a percepção clara de que ela defende os próprios interesses, não os do Brasil.

Importante destacar também que o povo rejeitava a emissora, mas continuava acessando sua programação, por considerar que suas produções são, em média, muito melhores do que as das concorrentes.

A campanha publicitária pró-Globo, de certa forma, confirma que essas qualitativas estavam certas. A Globo tenta reverter a imagem negativa, aproveitando que ainda tem muita audiência.

Mas há um problema que a Globo não conseguirá reverter com marketing: é a péssima condução do seu jornalismo, com análises muitas vezes equivocadas.

A campanha promovida contra Lula e o PT, por exemplo, é resultado dessa péssima condução, e a comprovação de que a opinião da Globo já não é levada em conta.

Depois de ficar, digamos assim, fora do segundo turno das eleições de 2018, com a disputa entre Haddad e Bolsonaro, a Globo tenta agora, por meio de um dos seus porta-vozes, recontar a história daquelas eleições, com a farsa de que o PT traiu Ciro Gomes.

Delfim Netto apareceu no programa do Bial com a lorota de que chegou a ser construída uma chapa com Haddad vice de Ciro Gomes, em 2018.

Ouvido por Merval Pereira, Ciro Gomes insiste na história de que Haddad, “de modo próprio”, teria articulado uma chapa, com Ciro na cabeça, e ele de vice.

Curioso que Haddad não tenha se manifestado, porque uma chapa como essa, se é que um dia foi articulada, teria chance zero de emplacar.

Basta ler o que Lula falou na entrevista que resultou no livro “A Verdade Vencerá”, publicado na mesma época em que se articulavam as chapas para as eleições de 2018.

Ele não confia em Ciro Gomes.

E se havia, de fato, alguma articulação para que Ciro fosse candidato com apoio do PT, ele certamente teria estado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no dia em que Lula foi para lá antes de se apresentar à PF para cumprir a pena pela condenação imposta por Sergio Moro.

Essa hipótese de apoio do PT a Ciro nunca existiu como ideia de dirigentes petistas — Haddad não é dirigente.

Lula era o candidato a presidente do Brasil, porque, além de ter direito tecnicamente, mesmo à luz da ficha limpa, sua candidatura denunciava que o golpe de 2016 não cessara.

Mais ou menos como fez João Goulart em 1964, que permaneceu em território brasileiro até que a Câmara dos Deputados, por meio dos “canalhas, canalhas”, declarasse vaga a presidência.

O resultado eleitoral mostra que Lula e o PT agiram corretamente.

Mesmo com o massacre por parte da Lava Jato e de seus aliados na velha imprensa, Haddad foi para o segundo turno, com mais que o dobro de votos em Ciro Gomes, que, por sua vez, tinha um tempo de TV muitas vezes superior ao de Bolsonaro.

Ou seja, se o povo amava Ciro Gomes, certamente o levaria para o segundo turno, como fez com Bolsonaro, mesmo com menos tempo de TV que Haddad.

A verdade é que Ciro Gomes é uma liderança medíocre, para não dizer anã, mas é apresentado por porta-vozes da Globo como se fosse um gigante.

A Globo já fez isso com outros políticos, como Geraldo Alckmin, Marina Silva e José Serra, e todos sabem como terminaram.

Foi-se o tempo em que a Globo, com os cofres cheios do dinheiro da ditadura, dizia que vivíamos num paraíso, e as pessoas, de maneira geral, acreditavam.

A imagem de que a Globo é, jornalisticamente, desonesta já está na boca do povo. E não há campanha de marketing que dê jeito nisso. A emissora hoje faz mais sucesso contando piada, por meio do talento de humoristas como Marcelo Adnet. E deveria se concentrar nisso. Ou ter a coragem de mudar a condução do seu jornalismo, com diretores jornalisticamente mais honestos. Ou menos míopes.


Diário do Centro do Mundo   -   DCM