Senador não será levado ao conselho de ética do partido, mesmo depois da acusação de receber recursos desviados da construção do Rodoanel numa conta na Suíça, operada pela filha Verônica Serra
14 de julho de 2020
Verônica e José Serra, Rodoanel ao fundo (Foto: Reprodução | Milton Michida/GOVSP)
247 – O caso do senador José Serra, denunciado por lavagem internacional de dinheiro, por supostamente receber propinas da construção do Rodoanel numa conta na Suíça, será ignorado pelo PSDB. Os motivos alegados nos bastidores são o estado debilitado de saúde do senador e o fato de ele não representar ameaça interna, uma vez que não pretende mais disputar cargos públicos relevantes.
"A denúncia apresentada pela força-tarefa da Lava-Jato na semana passada contra o senador José Serra por lavagem de dinheiro terá um encaminhamento político no PSDB diferente daquele destinado ao ex-senador e atual deputado Aécio Neves, no ano passado. Enquanto o caso do mineiro levou setores da legenda, especialmente em São Paulo, a trabalhar por sua expulsão, desta vez Serra tem tido a solidariedade dos colegas de sigla. Passados alguns dias desde o surgimento da denúncia, ninguém sugeriu nem em conversas reservadas iniciar contra o senador algum processo para afastá-lo ou levá-lo ao Conselho de Ética do partido — conselho este que completará um ano em julho sem ter julgado nenhum filiado", aponta reportagem de Silvia Amorim, no jornal O Globo.
Relembre, abaixo, a íntegra da denúncia contra Serra:
Em sua denúncia contra José Serra, a Lava Jato sublinhou que o ex-governador se valeu de seu cargo e de sua influência para obter pagamentos ilegais da Odebrecht em troca de benefícios nas obras do Rodoanel Sul.
A reportagem do Site do Ministério Público Federal destaca que “milhões de reais foram pagos pela empreiteira por meio de uma sofisticada rede de offshores no exterior, para que o real beneficiário dos valores não fosse detectado pelos órgãos de controle.”
O texto ainda acrescenta que “as investigações, conduzidas em desdobramento de outras frentes de trabalho da Lava Jato de SP, demonstraram que José Amaro Pinto Ramos e Verônica Serra constituíram empresas no exterior, ocultando seus nomes, e por meio delas, receberam os pagamentos que a Odebrecht destinou ao então governador de São Paulo. Nesse contexto, realizaram numerosas transferências para dissimular a origem dos valores, e os mantiveram em uma conta offshore controlada, de maneira oculta, por Verônica Serra até o fim de 2014, quando foram transferidos para outra conta de titularidade oculta, na Suíça.”
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