Uma nota de “repúdio” com ataque direto a Gilmar Mendes foi redigida pelos comandantes das Forças Armadas em resposta à sua afirmação de que “o Exército está se associando a esse genocídio”. A afirmação de Mendes, no sábado, é uma referência à ocupação militar do Ministério da Saúde. Os militare não divulgaram a nota, mas o ambiente é de grande tensão institucional
12 de julho de 2020
Gilmar Mendes e General Edson Leal Pujol (Foto: STF | Marcos Corrêa/PR)
247 - O fim de semana termina com um cenário que aponta para uma crise institucional de proporções ainda desconhecidas, no confronto entre a cúpula militar e o ministro do STF Gilmar Mendes. Os chefes das Forças Armadas consideraram-se diretamente atingidos pela afirmação de Mendes, no sábado (11), quando ele criticou duramente os militares, dizendo que “o Exército está se associando a esse genocídio”. Ele se referia ao compromisso dos militares com o governo Bolsonaro na pandemia de coronavírus e à ocupação militar do Ministério da Saúde, crítica que ele reafirmou neste domingo (12). A cúpula militar produziu duas notas de resposta, a primeira já tornada pública, de defesa da conduta das Forças Armadas, sem qualquer menção a Mendes. Uma segunda nota, ainda não divulgada, contém um ataque direto ao ministro do STF, manifestado "repúdio" à declaração, segundo o jornalista Caio Junqueira, da CNN Brasil. O ambiente é de grande tensão institucional.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e os comandantes das três Forças, Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antonio Carlos Moretti (Aeronáutica), passaram o fim de semana elaborando a estratégia de resposta a Gilmar Mendes.
A utilização da palavra “genocídio” irritou de maneira particular os militares.
Até o início da noite deste domingo, a decisão era de não divulgar a segunda nota. Mas os comandantes militares entraram em contato com outros integrantes do Judiciário para externar sua “indignação” e pediram que o recado fosse passado a Gilmar Mendes.
Brasil 247
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