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sexta-feira, 24 de maio de 2024
General dos EUA reforça pressão para que o Brasil se distancie da China
Laura Richardson, que participa de exercícios militares no Rio de Janeiro, defende que o Brasil não integre a Rota da Seta
24 de maio de 2024, 05:26 h
Laura Richardson (Foto: Comando Sul dos EUA)
247 – Durante sua estadia no Brasil para exercícios militares conjuntos entre a Marinha dos EUA e a Marinha brasileira, a general americana de quatro estrelas, Laura Richardson, aproveitou para defender uma aproximação estratégica entre Brasil e Estados Unidos, enquanto alertava sobre os supostos riscos representados pela crescente influência da China na América Latina.Em uma entrevista ao Valor, Richardson ressaltou a longa história de relações bilaterais entre Brasil e EUA, contrastando-a com a relação mais recente do Brasil com a China.
Ela afirmou que, "enquanto as democracias compartilham uma história de 200 anos, a parceria com a China tem apenas 50 anos", levantando preocupações sobre a influência e as intenções do regime chinês na região.A general enfatizou a importância da cooperação entre democracias, destacando que as relações democráticas são baseadas no respeito mútuo, ao contrário das relações com regimes autoritários, como o da China. "Como democracias, respeitamos uns aos outros. Respeitamos a soberania uns dos outros. Respeitamos o povo um do outro, as democracias, o que não acontece com um país comunista, porque eles não respeitam os direitos de seu próprio povo", disse ela.
Ela expressou preocupação com as práticas da China, especialmente no que diz respeito aos empréstimos da Iniciativa do Cinturão e Rota, alertando para as cláusulas prejudiciais e para a perda gradual de soberania que os países podem enfrentar ao aderir a esses acordos.Além disso, Richardson destacou os esforços conjuntos na luta contra as organizações criminosas transnacionais na região, ressaltando que essas entidades representam uma ameaça à segurança e à estabilidade, abrindo espaço para a influência chinesa através de investimentos e acordos econômicos. Ela enfatizou a importância de medidas para fortalecer a segurança econômica e promover o desenvolvimento sustentável na região, como meio de combater a influência negativa das organizações criminosas.
Ao abordar o tema do terrorismo, Richardson destacou a preocupação com a presença de suspeitos de envolvimento com grupos islâmicos na região de Foz do Iguaçu, enfatizando a necessidade de cooperação entre Brasil, Estados Unidos e outros países para enfrentar essa ameaça comum.
No contexto das relações bilaterais entre Brasil e EUA, Richardson enfatizou os pontos em comum e os desafios compartilhados, destacando a importância de uma parceria forte e colaborativa para enfrentar os desafios do século XXI.
quarta-feira, 22 de maio de 2024
Trabalhadores dos Correios protestam após prejuízo bilionário de banco americano
Segundo a categoria, fundo de pensão dos funcionários move mais de dez ações judiciais para reparar danos deixados por gestão do banco BNY Mellon
Trabalhadores dos Correios em manifestação realizada em novembro do ano passado.Créditos: Divulgação/FENTECT
Trabalhadores dos Correios realizam, na manhã desta quarta-feira (22), uma manifestação em frente à sede do banco BNY Mellon, localizado na Vila Nova Conceição, em São Paulo, para cobrar responsabilidades da instituição financeira sobre os prejuízos causados em sua gestão.
De acordo com funcionários, o banco americano trouxe prejuízos bilionários ao Postalis, o Instituto de Previdência Complementar dos Correios, após ser contratado para administrar os investimentos. A situação compromete até hoje os benefícios de aposentadoria e pensão dos trabalhadores dos Correios, principalmente o Plano de Benefício Definido (PBD), que acumula déficit e obriga participantes e patrocinadoras a pagar contribuições extraordinárias para manter as complementações de aposentadoria e pensão.
O Postalis mantém mais de dez ações judiciais no Brasil para reparação destes danos, que aguardam decisões definitivas. Uma dessas iniciativas é a ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal, que conta com o Instituto como assistente de acusação, com valor estimado em R$ 8 bilhões. Além da batalha na Justiça, o Postalis também tenta há anos fazer com que a subsidiária do BNY Mellon no Brasil assuma suas responsabilidades, mas as negociações não avançam.
Participam da manifestação representantes da Federação dos Aposentados e Aposentaveis dos Correios (FAACO), da Associação dos Profissionais dos Correios (ADCAP), da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (FENTECT) e da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (FINDECT), assim como de outros sindicatos do Brasil, em especial do setor bancário.
REVISTA FÓRUM
terça-feira, 21 de maio de 2024
>Ministros do TCU recebem até R$ 246 mil de "férias indenizadas"
"O discurso de austeridade do presidente do TCU não guarda coerência com a prática no Tribunal, onde parece vicejar um 'liberou geral' de vantagens", diz Miola
20 de maio de 2024
Tribunal de Contas da União (Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado)
Jeferson Miola - Articulista
O presidente do Tribunal de Contas da União/TCU, Bruno Dantas, cobra do governo federal a parcimônia nas despesas para socorrer a população gaúcha atingida pelos efeitos do evento climático que ele não exige e não pratica no Tribunal que preside.
Em entrevista ao jornal Estadão [19/5], Dantas alertou que o esforço para salvar o Rio Grande do Sul “não pode significar um ‘liberou geral’”.
“Não se pode permitir que, a pretexto de socorrer as pessoas, outras despesas que não as necessárias sejam feitas ao arrepio da legislação”, disse.
Ocorre, no entanto, que o discurso de austeridade administrativa e orçamentária do presidente do TCU não guarda coerência com a prática corrente no Tribunal, onde parece vicejar, ali sim, um verdadeiro “liberou geral” de vantagens e ganhos pessoais estratosféricos.
No Portal da Transparência do TCU pode-se conhecer a remuneração de servidores ativos e aposentados, de pensionistas e das autoridades ativas e aposentadas.
São consideradas autoridades ativas do TCU os nove ministros titulares, três ministros substitutos, um procurador-geral, dois subprocuradores-geral e quatro procuradores.
A análise dos contracheques destas 19 autoridades revela uma realidade de privilégios e elevados ganhos pecuniários, cujas moralidade e legalidade precisam ser demonstradas.
Além do salário [subsídio] de 41 mil reais por mês, os integrantes do TCU conseguem engrossar o contracheque com outros ganhos adicionais, alguns deles eventuais e outros regulares, como “auxílio alimentação”, “benefício pré-escola”, “abono permanência” e “outros auxílios financeiros”, como os R$ 44,3 mil recebidos a este título em fevereiro de 2024 pelo ministro Johnathan Pereira de Jesus.
Os holerites de Suas Excelências também podem ser engordados com a rubrica “abono pecuniário”. O ministro Lucas Rocha Furtado, por exemplo, ganhou R$ 33.413 sob esta rubrica em abril de 2023.
E existe também a rubrica “outras vantagens indenizatórias”, pela qual o ministro João Augusto Nardes recebeu R$ 15.996 em abril passado.
Mas as vantagens e ganhos extras não ficam por aí. Os integrantes do TCU ainda podem reforçar a conta bancária e o patrimônio através de pelo menos três outros mecanismos: “recebimento de diárias”, “ressarcimento de assistência médica”, e “férias indenizadas”.
Levantamento das remunerações do TCU de fevereiro/2023 a abril/2024 mostra que ministros e procuradores do TCU receberam até 246.245 reais a título de “férias indenizadas” neste breve intervalo de 15 meses [tabela].
Como mostra a tabela, 13 das 19 autoridades do Tribunal receberam entre R$ 245 mil e R$ 202 mil; outras três receberam entre R$ 109 mil e R$ 189 mil, e três oscilaram entre R$ 68 mil e R$ 71 mil.
O Tribunal gastou ao todo R$ 3,6 milhões neste período a título de indenização de férias, o que equivale a uma média de R$ 191,4 mil por beneficiário.
Considerando o salário mensal de R$ 41 mil, esta cifra de R$ 246,2 mil paga no intervalo de um ano e três meses corresponderia à indenização pecuniária de férias relativas a seis anos de trabalho, o que não é o caso presente.
Os dados disponíveis mostram, ainda, que os ganhos relativos a férias não se restringem às indenizações feitas, e abarcam outros mecanismos que contribuem para aumentar ainda mais os ganhos pessoais.
Ao longo do período de tempo pesquisado [fev/23 a abr/24], as autoridades receberam o abono de 1/3 de férias, ao redor de R$ 13 mil. O ministro Benjamim Zymler, por exemplo, recebeu o valor de R$ 24.885,75 nesta rubrica em janeiro/2023.
E, além disso, existem lançamentos a título de “adiantamento do salário de férias”.
A assessoria de imprensa do TCU foi questionada a respeito de tais pagamentos. Uma vez recebidos, os esclarecimentos serão informados.
Brasil 247
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