21 de junho de 2024
Pedro Serrano (Foto: Reprodução/TV 247)
247 - O jurista Pedro Serrano criticou, em entrevista à TV 247, a conduta do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e questionou sua capacidade de continuar no cargo, ao reagir à decisão da autoridade monetária de manter a taxa básica de juros em 10,5%. Segundo Serrano, a chamada "autonomia" do BC prejudica a soberania popular e as promessas do governo do presidente Lula.
"Verificando a conduta desse presidente do Banco Central, o Campos Neto, ela revela, a meu ver, que ele não tem condição de continuar a exercer a presidência da instituição. Se concedeu autonomia ao Banco Central no sentido de contar com um mandato para o seu presidente descoincidente do mandato do presidente da República. A primeira questão que isso traz é que a descoincidência de mandato gera um déficit na soberania popular. O povo elege um governo para que ele desenvolva uma política econômica", disse.
Serrano também expressou preocupação sobre a independência do Banco Central em relação ao mercado financeiro: "O segundo elemento importante é que muito se cogita que isso daria autonomia para o Banco Central em relação, vamos dizer, às alterações da política. Mas nada garante que não haja a captura do Banco Central pelo mercado, que é o que nós observamos hoje. Muito se fala que deve-se preservar a autonomia do Banco Central em relação à política, em relação ao poder executivo, ao legislativo. Mas tem que se falar que é muito mais relevante que haja autonomia do Banco Central em relação ao mercado".
O jurista defendeu a necessidade de reformar o modelo de indicação do presidente do Banco Central. "Portanto, eu acho que não apenas ele deveria ser afastado, como na realidade nós precisaríamos pensar em mudar o modelo", disse.
Brasil 247
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