sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Os EUA apoiaram a ditadura militar no Brasil, diz Fernanda Torres

 A atriz comentou sobre a importância política e social do filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles

13 de fevereiro de 2025
 
Fernanda Torres vence prêmio de melhor atriz no Globo de Ouro 2025 (Foto: Reprodução)


247 – A atriz Fernanda Torres comentou sobre a importância política e social do filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, no qual interpreta Eunice Paiva, uma mãe que passou décadas buscando justiça pelo desaparecimento do marido durante a ditadura brasileira. Em entrevista ao Variety Awards Circuit Podcast, a artista ressaltou o papel dos Estados Unidos na manutenção do governo militar no Brasil.

“Diferentes gerações foram assistir e se sentiram tocadas e orgulhosas. Esse filme é algo muito especial para o Brasil. A ditadura no Brasil não foi algo isolado. Ela fez parte da Guerra Fria. Os Estados Unidos patrocinaram a ditadura no Brasil”, enfatizou. “Foi um tempo distópico. Mas essa não é apenas uma história sobre o passado — é também um reflexo do presente. Novamente, estamos cheios de medo, divididos e com raiva. O populismo e a ideia de que um Estado violento pode impor ordem no caos moderno são tentadores. Mas precisamos resistir.”

"Ainda Estou Aqui" se prepara para o Oscar 2025, onde concorre em três categorias: melhor filme, melhor atriz e melhor filme internacional. A indicação ainda possui um peso simbólico, considerando que a mãe de Torres, Fernanda Montenegro, foi a primeira atriz brasileira a concorrer na premiação pelo trabalho em Central do Brasil (1999), também dirigido por Walter Salles.

“Existe esse sentimento patriótico no país”, afirmou Torres. “É o Brasil no tapete vermelho. E, como minha mãe já esteve nessa corrida antes, isso despertou um senso de orgulho nacional. Mas essa febre veio do filme”.


Brasil 247

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