POR FERNANDO BRITO · 06/04/2020
O Ministério da Saúde “sinalizou”, segundo diz o G1, que pode reduzir o isolamento social, caminhando para fazê-lo como quer Jair Bolsonaro: isolar apenas os idosos e os “doentes” e liberar a circulação para os demais.
É inútil repetir que o tal “isolamento vertical”, além de ser uma espécie de gueto para os que eles consideram inservíveis, não funcionou em nenhum lugar do mundo, ao contrário do que deu resultados: a contenção mais absoluta do movimento e reunião de pessoas.
A situação do Brasil está longe de despertar tranquilidade para qualquer tipo de relaxamento.
As advertências a isso estão por toda a parte. Os EUA, há apenas 18 dias, tinham o mesmo número de casos que temos hoje. E menos mortes.
Eram 13 mil infectados e 206 mortes e hoje são 363 mil e quase 11 mil mortos.
18 dias, menos de três semanas e por lá morrem mil por dia.
Os jornais fizeram vista grossa à projeção de mais de 100 mil mortos em São Paulo, feita por um dos integrantes da equipe de médicos que assessora o governador João Dória.
Que estejam errando em 50%, ainda assim é aterrador.
Essa história de que “está acabando” na Europa nada tem de “científico”, três ou quatro dias com menos casos – tomara que não – podem ser meras variações na notificação ou na aplicação de testes, além da variação natural típica destas situações.
Já vimos, no final de semana, a quantidade de irresponsabilidades praticadas pela baixa convicção de que o isolamento é necessário.
Se esta tolerância vier do próprio Ministério da Saúde, só irá aumentar a concentração de pessoas na rua, ainda mais que o auxílio emergencial continua perdido no horizonte e o povão precisa viver.
Tijolaço
Nenhum comentário:
Postar um comentário