quarta-feira, 31 de março de 2021

Rejeição a Bolsonaro cresce cinco pontos, para 59%; outros 53% reprovam trabalho do governo


Pesquisa nacional PoderData realizada nesta semana, de segunda a quarta-feira, indica crescimento na rejeição a Bolsonaro. No entanto, percentual dos que seguem fiéis ao político se mantém estável, com 1/3 do eleitorado

31 de março de 2021

(Foto: Isac Nóbrega/PR)

247 - Nova pesquisa PoderData divulgada na noite desta quarta-feira (31) e realizada entre segunda e quarta-feira com 3.500 pessoas revela crescimento na rejeição a Jair Bolsonaro e na reprovação ao trabalho do governo federal.

O governo Bolsonaro é hoje rejeitado por um recorde de 59% dos eleitores - um crescimento de cinco pontos, em comparação aos 54% da pesquisa de duas semanas atrás. Essa é a taxa mais alta registrada desde o início da pandemia por esse levantamento.

A avaliação negativa do trabalho de Bolsonaro manteve-se estável, num nível alto. A proporção dos que consideram a atual gestão “ruim ou péssima” passou de 52% para 53% (oscilação dentro da margem de erro) no período de 15 dias. Os que consideram o trabalho “bom ou ótimo” somam 26% (ante 24% no levantamento anterior).


Por outro lado, o percentual dos que seguem fiéis ao político segue estável, na faixa de 1/3 do eleitorado. Os que aprovam o governo Bolsonaro eram 32% há duas semanas e agora são 33%, o que indica estabilidade.

O que explica o aumento na rejeição é a redução expressiva dos que dizem não saber responder, hoje em 8% - contra 14% há 15 dias.


A pesquisa foi feita em meio ao clima político tenso no País, quando foram demitidos seis ministros do governo, entre eles o da Defesa, Fernando Azevedo, que culminou na demissão coletiva dos três chefes das Forças Armadas pela primeira vez na história do Brasil.



Brasil 247

“Não podemos desanimar. Se há um túnel, temos que encontrar a saída”, diz a ex-presidente Dilma Rousseff



Vítima de dois golpes, o de 1964 e o de 2016, a ex-presidente Dilma Rousseff diz que os brasileiros têm que lutar para encontrar a saída diante do túnel imposto pelos golpistas ao Brasil. "Barra pesada é 21 anos de ditadura. Isso que é barra pesada. Tem hora que não pode ficar falando se vê ou se não vê a luz no fim do túnel", diz à TV 247. Assista

31 de março de 2021

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Foto: Romulo Faro)

247 - Para a ex-presidente Dilma Rousseff, o momento atravessado pelo Brasil exige resiliência da população. Em entrevista à TV 247, ela relembrou os horrores da ditadura militar e afirmou que agora não é hora de desanimar.

O assunto foi levantado por um internauta: "Qual é a chance de o país voltar a ser livre, o país do futuro com o qual tanto sonhamos? Não vejo mais luz no fim do túnel, tendo os opressores aliados à nossa elite".

Dilma respondeu: "Barra pesada é 21 anos de ditadura. Isso que é barra pesada. Tem hora que não pode ficar falando se vê ou se não vê a luz no fim do túnel. Você vê um túnel, e tem que sair dele".

Em seguida, o jornalista Mario Vitor Santos perguntou sobre o que a ex-presidente faria se tivesse uma "varinha de condão" e pudesse mudar uma única coisa para evitar golpes no Brasil.

"Com a minha varinha de condão, eu empoderaria o povo. Acredito que se não se tem um Exército, um Congresso, só se tem uma coisa. Você tem o poder do povo, o poder de 210 milhões de brasileiros e brasileiras. Eu tornaria o povo mais organizado, mais consciente e implacável quando se trata da defesa dos interesses da nação", disse.

"A soberania do país é crucial para o desenvolvimento, que deve combinar educação de qualidade, trazendo desenvolvimento científico e tecnológico, distribuição de renda e acesso aos serviços públicos. Isso é o que eu faria com minha varinha", completou a ex-presidente.



Brasil 247



terça-feira, 30 de março de 2021

Em ambiente de crise nos quartéis, comandantes militares colocam cargos à disposição


Os comandantes militares, entre eles o general Edson Pujol (foto), chefe do Exército, colocaram seus cargos à disposição, o que agrava a crise militar do governo Bolsonaro. Ministro da Defesa negou apoio a medidas de exceção insinuadas por Bolsonaro e foi demitido

30 de março de 2021

General Edson Pujol, comandante do Exército (Foto: Edson Leal Pujol - ANPr)

247 - Os comandantes do Exército, Marinha e Força Aérea decidiram colocar seus cargos à disposição do novo ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, em uma reunião no começo da manhã desta terça (30). Com isso, acompanham o general Fernando Azevedo da pasta, demitido por Bolsonaro Ministro por negar apoio a medidas de exceção insinuadas pelo titular do Palácio do Planalto.

O jornalista Igor Gielow da Folha de S.Paulo destaca em artigo que a crise entre o general Fernando Azevedo e Silva e o presidente da República chegou ao ponto culminante "a partir da semana passada, quando Bolsonaro voltou a insinuar que queria o apoio do Exército para aplicar medidas de exceção como o estado de defesa em unidades da Federação que aplicam lockdowns contra a pandemia".

Os comandantes militares combinaram entregar seus cargos logo após a demissão de Azevedo, mas o substituto no Ministério da Defesa, general Braga Netto, pediu para que eles esperassem e se encontrassem nesta terça (30).

A crise militar do governo Bolsonaro pode se agravar se os comandantes das três Armas, Edson Leal Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Bermudez (Aeronáutica) saírem juntos. A saída do general Pujol é dada como certa, dado o grau de animosidade entre ele e Bolsonaro. Faz tempo que Bolsonaro tenta tirá-lo do cargo.


Brasil 247

segunda-feira, 29 de março de 2021

Lula defende frente ampla entre a esquerda e o centro


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em reunião com parlamentares que não se pode falar em frente ampla só com siglas de esquerda e que vai trabalhar para atrair partidos de centro para aliança em 2022

29 de março de 2021

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Stuckert)

247 - Em reunião com as bancadas do PT do Senado e da Câmara na semana passada, o ex-presidente Lula defendeu a frente ampla entre a esquerda e o centro. Segundo ele, não se pode falar em frente ampla só com siglas de esquerda.

Lula anunciou que vai trabalhar para atrair partidos de centro para aliança em 2022.

Para ser verdadeiramente ampla, segundo o ex-presidente, é preciso incluir os partidos de centro na aliança com o PT, PCdoB, PSOL e PSB.

Lula disse aos aliados que vai trabalhar para conquistar siglas que hoje buscam uma terceira via ou estão mais ligadas a Jair Bolsonaro, como o PSD, informa o Painel da Folha de S.Paulo.


Brasil 247

sábado, 27 de março de 2021

Evo Morales reage a Blinken e diz que golpe de Jeanine Añez foi tramado na embaixada dos Estados Unidos em La Paz


Ex-presidente fez este comentário instantes depois da nota em que o secretário de Estado condenou a prisão da golpista Jeanine Añez

27 de março de 2021

(Foto: © REUTERS/David Mercado/Direitos Reservados)

247 - O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, reagiu de forma sutil à nota do governo dos Estados Unidos, que condenou a prisão da golpista Jeanine Añez pela justiça boliviana. Morales citou um livro que aponta a embaixada dos Estados Unidos em La Paz como principal responsável pelo golpe de estado na Bolívia. Também de forma sutil, o presidente boliviano, Luis Arce, agradeceu às forças políticas que resistiram ao golpe. Confira os tweets:

 




quinta-feira, 25 de março de 2021

Eduardo Bolsonaro tenta salvar Ernesto Araújo, o pior diplomata do mundo, que destruiu a imagem do Brasil


Considerado o pior diplomata do mundo, Ernesto Araújo foi trucidado nesta quinta-feira (25) por senadores e ficou com apenas um aliado: o filhote trumpista que pode ter participado da trama sobre invasão do Capitólio

25 de março de 2021

Ernesto Araújo e Eduardo bolsonaro (Foto: Arthur Max/MRE)

247 - O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, vive seu ocaso como integrante do governo de Jair Bolsonaro. Considerado o pior chanceler do mundo pela revista Jacobin, Araújo foi amplamente repudiado por senadores nesta quinta-feira (25), durante audiência pública para explicar as posições diplomáticas do Brasil no combate à pandemia.

O Planalto já emitiu sinais de que abandonou à própria sorte o chanceler negacionista e bolsonarista radical depois do fiasco no Senado. O único apoio que Araújo recebeu foi do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), que chancela a política beligerante do Brasil com a China, principal parceiro comercial do Brasil e fornecedor de insumos para a produção de vacinas.

Pelo Twitter, Eduardo Bolsonaro, que foi acusado de participar de reunião em Washington para tratar da invasão do Capitólio por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, disse em tom de elogio que Ernesto Araújo vem mudando a política internacional brasileira. "Em 2 anos, fomos de anão diplomático financiador de ditaduras para grande parceiro de importantes países", escreveu Eduardo Bolsonaro", afirmou.

Durante a audiência no Senado, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), fez duras críticas à condução da política externa brasileira pelo chanceler Ernesto Araújo. Pacheco afirmou que o trabalho do Itamaraty está "aquém do esperado" e cobrou mudanças no órgão. As declarações foram vistas como um recado para que o presidente Jair Bolsonaro demita Araújo.

"Muito além da personificação ou do exame sobre o trabalho específico de um chanceler, o que se tem que mudar é a política externa do Brasil. Evidentemente que ela precisa ser aprimorada, melhorada, as relações internacionais precisam ser mais presentes", disse Pacheco, segundo publicado pelo jornal O Globo.

Na quarta-feira (24), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também criticou a política externa brasileira, sem citar o nome de Ernesto Araújo. Segundo a imprensa, os alertas do Congresso fizeram com que o Planalto iniciasse busca de um nome para substituir o atual chanceler.

Leia também matéria da Rede Brasil Atual sobre o Assunto:

Ernesto Araújo é unanimidade: todos desconfiam dele, diz Celso Amorim

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, está pressionado no cargo e pode ser demitido nos próximos dias. Extremista e negacionista, o chanceler rompeu elos internacionais, o que isolou o país e inviabilizou a compra de vacinas contra covid-19. O diplomata Celso Amorim, ex-ministro de Relações Exteriores e da Defesa, afirma que Ernesto Araújo se tornou uma “unanimidade negativa” no Brasil e no mundo. “É o mínimo de dignidade ele sair. O chanceler está sendo criticado por todos, ele é uma unanimidade negativa. Todos desconfiam dele, sejam pela ideologia ou por sua incompetência intelectual”, afirmou em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), criticou a política externa brasileira em sessão da Casa, nessa última quarta-feira (24). Ainda ontem, pelo menos cinco senadores fizeram menções explícitas à troca de comando no Itamaraty, em outra sessão do Senado, que contou com a presença do próprio Ernesto Araújo. Com 50 anos de experiência internacional, Celso Amorim diz que nunca viu um ministro tão incompetente no cargo. “É uma vergonha tê-lo como ministro. Em 50 anos na função internacional, nunca vi nada parecido com isso. O Itamaraty sempre foi respeitado mundialmente e, agora, está enxovalhado. Nenhum país quer mais contato com o Brasil“, criticou.

América Latina

Ernesto Araújo é um dos últimos representantes no governo em cargo relevante da corrente mais fiel ao pensamento defendido pelo escritor Olavo de Carvalho. Ernesto, inclusive, já disse uma vez que o Brasil não deve se preocupar caso o país se torne um pária na comunidade internacional.

Esse isolamento do Brasil também se dá dentro do próprio continente latino-americano. Amorim lembra que não existe mais relação do Brasil com os países vizinhos, que tenta destruir o Mercosul. “O Brasil, que já foi a 10ª maior economia do mundo, está isolado. É um milagre às avessas. Não basta ser incompetente, é maléfico. E com a pandemia, o Brasil virou uma bomba atômica de contaminação no mundo”, acrescentou.

Volta de Lula

Desde a entrevista coletiva concedida no último dia 10 de março, Lula voltou ao centro do cenário nacional, após recuperar seus direitos políticos. No dia 17 deste mês, o ex-presidente concedeu uma entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN norte-americana. Celson Amorim afirma que a volta de Lula muda toda a política interna e externa. Ele acrescenta que conversar com Christiane Amanpour tem uma grande importância, pois, segundo ela, a jornalista é a âncora “mais respeitada pela CNN internacional, canal com maior penetração no mundo”.

O chanceler também citou o fato de Lula sugerir ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a convocação de uma reunião de emergência do G20, para formular um plano conjunto de ações contra a pandemia do novo coronavírus e de aceleração do processo de vacinação em massa. “Ela deu um palco enorme ao Lula e repercutiu a conclamação de Lula ao Biden para distribuir as vacinas para quem precisa. O Lula, na casa dele em São Bernardo do Campo, tem muito mais repercussão mundial do que qualquer outro político. O Lula representa o Brasil que o exterior sempre viu: nada extremista, cheio de diálogo”, celebra.


Brasil 247

A evolução da Bolsomáscara

 



Brasil 247

“Com a Lava Jato, Brasil serve de modelo do que não fazer no combate à corrupção”, diz Carol Proner

 Publicado por Diario do Centro do Mundo

25 de março de 2021

SÃO PAULO, SP, 24.10.2017: FÓRUM-SP – O juiz federal Sérgio Moro e o procurador federal e coordenador da Lava Jato no MPF, Deltan Dallagnol, no Fórum Mãos Limpas & Lava Jato, promovido pelo jornal Estado de São Paulo em São Paulo. (Foto: Jorge Araújo/Folhapress)

Publicado originalmente no RFI:

Por Elcio Ramalho

A decisão do Supremo Tribunal Federal que considerou o ex-juiz Sérgio Moro suspeito no julgamento do ex-presidente Lula no caso do triplex no Guarujá deve ser vista como um alerta para o Brasil e para outros países sobre o combate à corrupção. A opinião é de Carol Proner, advogada, professora de Direito Internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ), que vê nas ações do STF e da operação Lava Jato um golpe na imagem já desgastada do sistema jurídico brasileiro.

Para Carol Proner, co-fundadora da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), a confirmação da suspeição de Moro no processo contra Lula é mais importante e abrangente do que a decisão do ministro Edson Fachin, na semana passada, de anular as sentenças do Foro de Curitiba, considerado por ele incompetente para analisar os processos contra o ex-presidente.

“Essa decisão, por maioria, entendeu que o habeas corpus é um instrumento válido e adequado para aferir a parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro. Essa decisão reconhece finalmente que o ex-juiz e ex-ministro Moro no caso do tríplex, e de um modo geral extensivo aos casos, embora isso não tenha sido abordado na decisão, do ex-presidente Lula, não observou o princípio da imparcialidade de juízo, isto é, ele atuou com parcialidade e de alguma forma com intencionalidade na produção das provas ilegais, na condução dos processos, e interferiu em um resultado que pode ser considerado violatório sobre o princípio do justo processo legal”, observa.

“É uma decisão importante, que por um lado assegura os direitos próprios de um habeas corpus, dos direitos de liberdade do ex-presidente Lula, inclusive seus direitos políticos, mas também responsabiliza a violação de um princípio que define estruturalmente o pressuposto de um justo processo”, acrescenta Proner.

A decisão final da Segunda Turma do STF pela suspeição de Sérgio Moro em sua atuação como juiz no caso do triplex do Guarujá, no qual Lula era acusado de ter recebido o imóvel como resultado de corrupção, foi anunciada na terça-feira (22) após a mudança de voto da ministra Carmen Lúcia. O placar final foi de 3 a 2 contra Moro e a favor da defesa do ex-presidente.

“O que a Segunda Turma julgou foi uma questão processual básica, de existência do processo. Quer dizer, a partir de agora, os processos contra Lula, instruídos e julgados pelo juiz Sérgio Moro, não têm mais validade. Isso assegura ao ex-presidente, do ponto de vista político e da cidadania, toda a recuperação de seus direitos. É como se nunca tivesse sido julgado, como se o processo não tivesse existido, ou não devesse ser existido. Isso significa dizer que ele pode inclusive exercer a candidatura para a eleição de 2022 que é o impacto político mais aguardado, ou temido, dependendo do ponto de vista”, destaca.

Segundo a professora de Direito Internacional da UFRJ, as recentes decisões do STF contribuem para enfraquecer ainda mais a imagem já bastante desgastada da justiça do país. “O sistema jurídico brasileiro tem uma imagem péssima mundo afora. A imagem do poder judiciário por corrupção funcional de setores do sistema de justiça é muito comprometida”, garante.

“Alerta” para o Brasil e para o mundo

Carol Proner diz que os efeitos da operação Lava Jato são “terríveis” por ter destruído o tecido empresarial da construção civil e do setor de petróleo e gás sob o argumento legítimo do combate à corrupção. “Somos a favor do combate à corrupção, mas não destruindo a economia e a opção política de uma nação”, argumenta. As recentes decisões do STF favoráveis à defesa do ex-presidente Lula representam um alerta não apenas para o país mas para outras nações, no sentido de que o combate à corrupção é efetivo dentro do âmbito legal.

“É um grande alerta não só para o Brasil mas para o sistema internacional de combate à corrupção. O Brasil serve de modelo do que não fazer no combate à corrupção. É importante combater a corrupção com transparência, com autonomia da Polícia Federal e do Ministério Público, mas sem violar tratados de cooperação penal que vulneram a soberania do país”, afirma.

Segundo Carol Proner, países de economia mais forte e robusta vêem o combate à corrupção como uma estratégia regional. “Isso não é teoria da conspiração. A América Latina está percebendo que instrumentos de cooperação internacional podem servir como diferentes tipos de ingerência internacional na soberania dos Estados. No caso do Brasil, com a ajuda de funcionários que lesaram o interesse público, em favorecimento de interesses internacionais, ou até de interesses próprios e pessoais, é um grande alerta de que podemos estar muito vulneráveis. Precisamos de mecanismos para assegurar o cumprimento do combate à corrupção sem vulneração da soberania e da jurisdição nacional. Isso é o mais importante agora: refazer o sistema de combate sem vulnerar os interesses soberanos”, defende.

Além da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, Ongs e outras entidades da sociedade civil estão preocupadas com os efeitos que consideram negativos e preocupantes das ações da Lava Jato e da crescente judiciliação do sistema político do país nos últimos anos.

“A Lava Jato deixa um saldo muito negativo no sistema de justiça. Criou adeptos e também um grupo de procuradores e juízes que são contaminados por essa cultura autoritária da judicialização da política no país, que combina muito bem com sistemas autoritários austeros do ponto de vista econômico e político. O judiciário austero e autoritário é também consequência da política e da economia no mundo inteiro, não só no Brasil”, afirma.

“Há uma preocupação para que voltem a ser restabelecidos os cânones das garantias processuais constitucionais. Não podemos seguir a fenda do autoritarismo judicial e da judicialização da política. Essa é uma preocupação porque, infelizmente, o lavajatismo e seu saldo negativo desde 2014 provocou um efeito de autoritarismo judicial que não acontece só nos casos contra o PT ou contra a esquerda, mas de modo generalizado contra os mais vulneráveis da sociedade. É uma cultura que temos que combater”, conclui.


Diário do Centro do Mundo   -   DCM

Museu do Holocausto condena gesto racista e neonazista de assessor especial de Jair Bolsonaro


"Estupefatos, tomamos notícia do gesto", postou a página, que condena atitudes nazistas. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, cobra uma investigação

25 de março de 2021

Assessor de Bolsonaro, Filipe Martins faz gesto supremacistaAssessor de Bolsonaro, Filipe Martins faz gesto supremacista (Foto: Reprodução)
247 – O gesto racista e neonazista de Filipe Martins, assessor especial de Jair Bolsonaro para política externa, foi condenado pelo Museu do Holocausto. "Estupefatos, tomamos notícia do gesto do assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República durante sessão no Senado Federal. Semelhante ao sinal conhecido como OK, mas com 3 dedos retos em forma de 'W', o gesto transformou-se em um símbolo de ódio", postou a página.

Depois de ser flagrado, Filipe Martins mentiu e disse que estava apenas arrumando a lapela do seu terno. Ele poderia ter sido preso em flagrante por seu gesto, mas agora será investigado por racismo. Confira abaixo reportagem:

Sputnik - O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), abriu pedido de investigação contra o assessor de assuntos internacionais da Presidência, Filipe Martins, após gesto durante sessão parlamentar.

Conforme publicou a colunista Mônica Bergamo no jornal Folha de São Paulo, nesta quarta-feira (24), o presidente do Senado decidiu investigar Martins devido ao gesto ligado a supremacistas brancos dos Estados Unidos, listado como símbolo de ódio no país pela Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês).

O incidente do gesto ocorreu durante uma sessão do Senado na qual Martins esteve presente acompanhando o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Ainda segundo a coluna, além da investigação, Pacheco quer a demissão imediata do assessor.

Nas redes sociais, o vídeo da transmissão oficial circulou amplamente, mostrando o momento em que Martins faz o gesto.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) reagiu à situação durante a sessão, da qual participou remotamente. Exaltado, Rodrigues pediu que a Polícia Legislativa retirasse Martins da sessão, afirmando que o que houve é "inadmissível".

​Mais tarde, após a repercussão do fato nas redes sociais, o assessor da Presidência ameaçou processar quem o acusa de ter feito um gesto supremacista, dizendo que apenas "estava ajeitando a lapela do terno".


​Não é a primeira vez que Martins é acusado de extremismo. Em abril de 2019, o assessor do presidente Bolsonaro publicou um poema que também abria o manifesto de Brenton Tarrant, que em março daquele ano realizou um ataque terrorista em uma mesquita na Nova Zelândia matando 50 pessoas.


Brasil 247

quarta-feira, 24 de março de 2021

Brasil atinge 300 mil mortos por Covid-19


Em meio a um colapso no sistema hospitalar público e privado, o país registrou 1.999 óbitos em 24 horas, elevando o total de vítimas para 300.675. Brasil diagnosticou mais 89.414 pessoas em um dia e somou 12.219.433 contágios no total

24 de março de 2021

Jair Bolsonaro e mortes por Covid-19 (Foto: Reuters | Reprodução)

(ANSA) - Em meio ao colapso hospitalar e uma sequência de recordes negativos nos números da pandemia de Covid-19, o Brasil ultrapassou nesta quarta-feira (24) a trágica marca de 300 mil mortes provocadas pelo novo coronavírus Sars-CoV-2.

Com a falta de uma coordenação clara nas medidas de combate à doença, hospitais lotados, unidades de terapia intensiva sem leitos, escassez de insumos e atrasos na campanha de vacinação, o país registrou 1.999 óbitos em 24 horas, elevando o total de vítimas para 300.675.

O trágico número é atingido um dia depois do Brasil perder a maior quantidade de pessoas para a doença desde o início da emergência sanitária. Ontem (23), foram 3.251 mortes.

A média móvel em sete dias de falecimentos também tem registrado patamares recordes, com 2.271 vítimas.

Já em relação aos casos, o Brasil diagnosticou mais 89.414 pessoas em um dia e somou 12.219.433 contágios no total.

A taxa de incidência da Covid-19 está em 5.814,7 brasileiros a cada 100 mil cidadãos, enquanto que a letalidade está mantida em 2,5%.


Brasil 247

Netos de Lula celebram condenação de Moro: sempre soubemos que esse dia chegaria


"A verdade venceu, e a verdade era você, eram suas palavras", postou Bia Lula, uma das netas do ex-presidente, em seu Instagram

24 de março de 2021

(Foto: Instagram de Bia Lula)

247 – Os netos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemoraram a condenação do ex-juiz Sergio Moro pelo Supremo Tribunal Federal. O ex-juiz Moro foi considerado parcial, o que é o mais grave crime que um magistrado pode cometer, uma vez que viola a própria credibilidade do sistema judicial, que existe para dirimir conflitos na sociedade. Moro também destruiu a economia, a democracia, a soberania nacional e 4,4 milhões de empregos, segundo um estudo recente do Dieese.

"A verdade venceu, e a verdade era você, eram suas palavras", postou Bia Lula, uma das netas do ex-presidente, em seu Instagram. Confira o post:

 


Brasil 247

Globo finalmente diz que Moro é corrupto, na coluna de Bernardo Mello Franco


Jornalista diz que o ex-juiz condenado pelo Supremo Tribunal Federal por parcialidade corrompeu o sistema judicial brasileiro

24 de março de 2021

Lula Marques / Fotos Públicas (Foto: Lula Marques / Fotos Públicas)

247 – O ex-juiz Sergio Moro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal, é corrupto. Pela primeira vez na história, esta frase foi publicada no jornal O Globo, que liderou a campanha pelo golpe de 2016, contra a ex-presidente Dilma Rousseff, e pela prisão política do ex-presidente Lula – dois fenômenos que não teriam ocorrido sem as violações legais cometidas por Moro, que abriram espaço para a ascensão de um regime neofascista no Brasil.

"A Segunda Turma do Supremo concluiu que Sergio Moro violou o dever da imparcialidade ao condenar o ex-presidente Lula. A decisão esvazia o mito que começou a ser inflado em 2014, quando o ex-juiz emergiu à frente da Lava-Jato. A pretexto de combater a corrupção, ele fez política com a toga e corrompeu o sistema judicial", escreveu o jornalista Bernardo Mello Franco, em sua coluna.

"Jair Bolsonaro passou a campanha de 2018 fazendo juras à Lava-Jato. Nem precisava. A operação prendeu e tirou de campo seu principal concorrente. Às vésperas do primeiro turno, ainda divulgou uma delação para beneficiá-lo", pontua ainda o colunista, sinalizando, portanto, que a eleição de 2018 foi fraudada por Moro. "Antes de subir a rampa, o capitão ofereceu a Moro o cargo de ministro da Justiça. O juiz abandonou a carreira e correu para se juntar ao novo governo. Quando ele rasgou a fantasia, sua atuação política já estava mais do que escancarada. Bastava querer ver."

Bernardo também pressente novos ventos no Brasil, despois da destruição econômica causada por Moro e da destruição sanitária e do próprio país causada por sua cria, Jair Bolsonaro. "A decisão do Supremo reforça os sinais de uma mudança de ventos no país. A ministra Cármen Lúcia, que costumava endossar as condenações de Curitiba, alterou o voto para reconhecer a suspeição de Moro. À noite, panelas que já bateram contra Lula abafaram o pronunciamento de Bolsonaro"pontua


Brasil 247

terça-feira, 23 de março de 2021

URGENTE - Gilmar Mendes coloca julgamento de Moro na pauta desta terça na Segunda Turma do STF


Ministro Nunes Marques, que havia pedido mais tempo para analisar o caso, devolveu o processo para discussão no colegiado. Julgamento pode terminar hoje

23 de março de 2021

(Foto: Divulgação)

247 - A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal volta a julgar na tarde desta terça-feira (23) a suspeição do ex-juiz Sergio Moro nas condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a Lava Jato.

O ministro Nunes Marques, que havia pedido vista (mais tempo para analisar o processo) já devolveu o caso para julgamento. O presidente da turma, ministro Gilmar Mendes, incluiu o caso na pauta do colegiado.

O julgamento foi suspenso no último dia 9 com um empate de 2 votos a 2 - Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski votaram pela suspeição de Moro. Os ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia que votaram a favor de Moro anunciaram que farão nova manifestação de voto. Carmen Lúcia tem sinalizado que pode mudar sua posição.

Leia detalhes sobre a sessão da Segunda Turma de 9 de março:

247 - A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta terça-feira (9) o julgamento do habeas corpus que pede a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro na condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do triplex do Guarujá.

O julgamento foi suspenso com um placar de 2 a 2. Isso porque os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski votaram pela suspeição.

Antes de Gilmar Mendes pedir vistas do processo, em 2018, o relator, Edson Fachin, e a ministra Cármen Lúcia já haviam votado contra a suspeição de Moro.

Na sessão desta terça, o ministro Kássio Nunes Marques pediu vistas do processo, paralisando novamente o julgamento. A ministra Cármen Lúcia afirmou que vai votar depois de Nunes Marques, e apresentará um "novo voto", sinalizando mudança de entendimento.
Voto de Gilmar Mendes

Em um longo e contundente voto, o ministro Gilmar Mendes se posicionou pela suspeição do ex-juiz Sergio Moro nos processos contra o ex-presidente Lula na Lava Jato, com a anulação de todos os atos decisórios no âmbito da ação penal, e que seja responsável pelas custas dos processos.

O ministro leu diversos trechos de diálogos entre procuradores da força-tarefa que envolvem também Sergio Moro. E definiu a Lava Jato como “projeto populista de poder”, usando expressões como “instrumentalização da justiça”, “juiz subserviente”, “populismo jurídico” e “maior escândalo judicial da nossa história”. “Não se combate crime cometendo crime”, ressaltou.
Voto de Ricardo Lewandowski

O ministro Ricardo Lewandowski acompanhou Gilmar e também votou pela suspeição de Moro. Em sua decisão, destacou que "Lula foi submetido a uma verdadeiro simulacro de ação penal" e citou magistrados e processualistas italianos.

“Eu tenho dito que toda vez que vou para o exterior, trago de volta perplexidade da comunidade jurídica internacional sobre esse processo do ex-presidente Lula”, reforçou o ministro.

Lewandowski votou pela suspeição de Moro decretando a nulidade de todos os seus atos desde o início. “Eu invalido totalmente essa ação penal”. “E adiro também à proposta de que o ex-juiz arque com as custas processuais”, destacou, acompanhando Gilmar também neste ponto.

Inscreva-se no canal de cortes do 247 e assista a um vídeo em que Paulo Moreira Leite comenta o resultado da Segunda Turma em 9 de março:

Advogados de Lula defendem que decisão de Fachin não seja julgada pelo plenário do STF


Advogados do ex-presidente defendem a decisão do ministro Edson Fachin de anular por incompetência os processos de Curitiba por incompetência de Moro, mas veem inconsistência no envio do caso para o plenário, como fez o magistrado

22 de março de 2021

Lula e Edson Fachin

247 - A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou recurso ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, nesta segunda-feira (22) alegando inconsistência em sua decisão de enviar ao plenário da Corte o caso de anulação dos processos contra o petista.

Há dez dias, ao responder a um recurso da PGR, Fachin manteve sua decisão que anulou os processos contra Lula, por incompetência de Sergio Moro em julgá-los, e mandou o caso ao plenário. Caberia então ao presidente do Supremo, Luiz Fux, marcar a data do julgamento. Há uma semana, ele pediu a Fux uma data para julgamento. Nesta segunda, voltou a pedir uma data a Fux para que ocorresse o julgamento.

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes também se manifestou contra o envio do caso ao plenário. Durante sessão na Corte, Gilmar afirmou que “o relator não é dono do processo, proprietário dele, senão um mero mandatário”. Ele pode remeter processos ao Plenário, conforme o Regimento Interno do STF, mas apenas antes do início do julgamento de um processo, destacou ainda.


Confira abaixo o documento da petição da defesa desta segunda:




Chanceleres de China e Rússia se reúnem para analisar relações com Estados Unidos


Os chanceleres chinês e russo se reuniram no Sul da China e passaram em revista as relações com os Estados Unidos

23 de março de 2021

Os chanceleres de Rússia e China, Lavrov e Wang Yi (Foto: Xinhua)

247 - O conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, se reuniu nesta segunda-feira (22), com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, na cidade de Guilin, Região Autônoma da Etnia Zhuang de Guangxi, no sul da China.

Os dois lados se informaram mutuamente sobre os últimos desenvolvimentos de suas respectivas relações com os Estados Unidos, de acordo com um comunicado de imprensa emitido após a reunião, informa a Xinhua.

Os dois ministros das Relações Exteriores disseram que, a comunidade internacional acredita que os Estados Unidos devem refletir sobre os danos que causaram à paz e ao desenvolvimento globais nos últimos anos, parar a intimidação unilateral, deixar de se intrometer nos assuntos internos de outros países e de formar pequenos círculos para buscar a confrontação entre blocos, disse o comunicado à imprensa.

Os dois ministros concordaram que todos os países devem seguir os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas (ONU), defender o verdadeiro multilateralismo, tornar as relações internacionais mais democráticas e aceitar e promover a coexistência pacífica e o desenvolvimento comum de países com sistemas sociais e caminhos de desenvolvimento diferentes.

Sobre a questão nuclear iraniana, os dois lados acreditam que os Estados Unidos devem retornar incondicionalmente ao Plano de Ação Abrangente Conjunto (JCPOA) o mais rápido possível e revogar as sanções unilaterais contra o Irã, disse.

Ao mesmo tempo, eles pediram ao Irã que retome o cumprimento e encorajaram o devido papel do JCPOA na prevenção da proliferação nuclear, disse.

Os dois lados também propuseram o estabelecimento de uma plataforma regional de diálogo sobre segurança para convergir um novo consenso sobre a resolução das preocupações de segurança dos países da região.

Sobre a questão do Afeganistão, os dois ministros atribuíram importância a vários esforços internacionais e esperam que todos os mecanismos de diálogo relacionados ao Afeganistão se complementem e incorporem verdadeiramente o princípio "liderado pelo Afeganistão, possuído pelo Afeganistão" para acelerar o processo de paz, reconciliação e reconstrução.

Os dois ministros expressaram profunda preocupação com a situação atual em Mianmar, disse o comunicado.

Eles manifestaram o apoio para que todas as partes em Mianmar busquem uma solução política para a crise atual dentro da Constituição e da estrutura legal, evitem mais conflitos e derramamento de sangue, impeçam que as forças externas se aproveitem da crise para seus próprios ganhos e continuem a avançar na transição democrática.

Os dois lados também coordenaram as posições sobre uma ampla gama de questões como a reforma da ONU, a mudança climática, a situação da Ásia-Pacífico, a Síria e o Sudão. Os dois lados continuarão na terça-feira as conversações sobre relações bilaterais e situações internacionais e regionais, disse o comunicado de imprensa.


Brasil 247

Presidente do STJ defende que mensagens obtidas por Delgatti sejam usadas como prova de crimes contra procuradores da Lava Jato


Humberto Martins diz que a medida seria necessária para garantir a autodefesa do Poder Judiciário. Nas mensagens e áudios, procuradores conspiram contra interesses nacionais, manipulam processos judiciais e investigam autoridades do próprio Judiciário

23 de março de 2021


Do Conjur – O presidente do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins, afirmou à ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber que, mesmo que sejam provas ilícitas, as mensagens de procuradores que atuaram na finada "lava jato" podem ser usadas com base no "dever institucional de autodefesa" do Judiciário.

O inquérito foi aberto por Humberto Martins depois de expostas conversas no Telegram entre integrantes do Ministério Público Federal no Paraná. O diálogo mostra Deltan Dallagnol, então coordenador da autodenominada força-tarefa, combinando com um fiscal da Receita Federal a quebra de sigilo de integrantes do STJ.

O procurador Diogo Castor de Mattos, que atuou na "lava jato" em Curitiba, impetrou Habeas Corpus no Supremo Tribunal Federal pedindo o trancamento do inquérito. A Procuradoria-Geral da República também pediu a suspensão do procedimento.

Em ofício ao Supremo, Martins apontou que a corte não considerou as mensagens entre procuradores provas ilícitas. O magistrado ressaltou que o uso de provas ilícitas é ilegal no Brasil, mas que essa garantia deve ser relativizada em nome da defesa do Judiciário.

"Apesar do relatado acima, os direitos fundamentais e garantias constitucionais não podem ser interpretados de forma absoluta diante do conteúdo de outros direitos fundamentais e garantias constitucionais que funcionam como limitadores recíprocos de uma interpretação irrestrita, não podendo, nesse contexto, haver óbice a que o Poder Judiciário cumpra um importante dever institucional de autodefesa, obviamente respeitando ditames legais e garantias constitucionais", disse o presidente do STJ.

"Não subsistirão direitos fundamentais e garantias constitucionais sem a preservação do Poder Judiciário independente, que viabiliza que tais conquistas constitucionais sejam reconhecidas concretamente", destacou Martins.

O ministro também alegou que os indícios de "excessos funcionais por parte do Ministério Público Federal" justificam o uso das mensagens no inquérito, "para a defesa irrefutável da existência independente e robusta do Poder Judiciário".

Martins ainda declarou que abriu a investigação com base no inquérito das fake news, instaurado pelo Supremo para examinar ameaças a integrantes da corte.

Investigação ilegal

O inquérito foi instaurado depois de expostas conversas no Telegram entre integrantes do Ministério Público Federal no Paraná. O diálogo mostra Deltan Dallagnol, então coordenador da "lava jato", combinando com um fiscal da Receita Federal a quebra de sigilo de ministros do STJ. Diogo Castor também é um importante personagem do diálogo.

O uso do esquema era tratado com naturalidade e a Receita funcionava como um braço lavajatista. Os acertos ilegais eram feitos com Roberto Leonel de Oliveira Lima, chefe do Escritório de Pesquisa e Investigação na 9ª Região Fiscal. Pela cooperação, Roberto Leonel foi premiado quando Sergio Moro tornou-se ministro da Justiça, com o comando do Coaf (clique aqui para ver palestra de Deltan Dallagnol e Roberto Leonel).

Em julho de 2015, os procuradores discutiam uma anotação encontrada com Flávio Lúcio Magalhães, apontado como operador de propina da Andrade Gutierrez. A lista citava diversas pessoas, entre elas ministros do STJ.

"A RF [Receita Federal] pode, com base na lista, fazer uma análise patrimonial [dos ministros], que tal?", diz Dallagnol. Em seguida o procurador informa: "Combinamos com a Receita."

A conversa mostra que o MPF no Paraná só tinha por honestos ministros que atendiam, incondicionalmente, os pedidos da "lava jato". "Felix Fischer eu duvido. Eh (sic) um cara sério", diz Castor em referência ao relator dos processos da "lava jato" no STJ.

O próprio Dallagnol admite não acreditar que a lista encontrada com Magalhães envolvia pessoas que recebiam propina. Mas decidiu pedir a análise patrimonial mesmo assim. "Aposto que não são propina. São muitos pra serem corruptos", afirmou.

Os alvos vão desde ministros até figuras relacionadas a políticos, como é o caso de Marisa Letícia, esposa de Lula, morta em 2017. "Dona Marisa comprou árvores e plantas no Ceagesp em dinheiro para o sítio. Pedi pro Leonel ver se tem nf [nota fiscal]", disse o procurador Januário Paludo em uma conversa de fevereiro de 2016.

Embora não mencionem diretamente quais ministros das turmas criminais do STJ foram investigados, os procuradores mostram, em uma conversa, também de 2016, desconfiança com relação a Reynaldo Soares.

Atalho ilegal

Um outro diálogo de 2015 mostra que os procuradores recorriam a Leonel para obter consultas fiscais ilegalmente. Na conversa, Deltan pergunta se Roberson Pozzobon entrou em contato com a Receita de São Paulo, e Roberson responde que ainda não: "quero pedir via Leonel para não dar muito na cara, tipo pescador de pesque e pague".

3 Aug 15

20:42:00 Deltan Robinho, Vc entrou em contato com a RF de SP??

20:42:12 Deltan Sobre os filhos do Bhrama??

20:42:32 Deltan Viu na imprensa do Taiguara, que era sobrinho do LULA que fazia varandas e está multimilionário fazendo obras pra Oddebrect na africa??

20:45:40 Deltan O que saiu??

20:51:44 Roberson MPF Vou ver isso amanhã de manha Delta, quero pedir via Leonel para não dar muito na cara, tipo pescador de pesque e pague rsrsrs

20:52:12 Roberson MPF Onde saiu esta noticia do sobrinho do homem

20:52:16 Roberson MPF ?



Brasil 247


segunda-feira, 22 de março de 2021

Vacina da AstraZeneca e Universidade de Oxford tem 79% de eficácia e não leva à formação de coágulos sanguíneos


O imunizante, que é a principal aposta do governo brasileiro no plano de imunização contra a Covid-19, apresentou 79% de eficácia nos teste da fase 3, que foram conduzidos nos Estados Unidos, Chile e Peru. O imunizante também se mostrou 80% eficaz para a população com mais de 65 anos

22 de março de 2021

(Foto: REUTERS/Dado Ruvic)

247 - A vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford apresentou 79% de eficácia nos teses da fase 3, que foram conduzidos nos Estados Unidos, Peru e Chile.

O imunizante se mostrou eficaz em 80% dos casos de pessoas de 65 anos ou mais. 20% dos 32.449 participantes tinham 65 anos ou mais e cerca de 60% tinham comorbidades que servem como fator de risco para a Covid-19, como diabetes, obesidade ou doenças cardíacas.

Contra casos graves da doença, o imunizante é 100% eficaz.

O estudo também mostra que, entre os 21.583 participantes que receberam ao menos uma dose, não há risco de formação de coágulos sanguíneos. Há duas semanas, diversos países europeus suspenderam a vacinação com o imunizante em questão após pessoas morrerem em decorrência da enfermidade, mas a empresa afirma que seu produto é seguro.

O estudo também mostra que a vacina é segura para populações idosas, o que países europeus temiam não ser o caso.

"Esses dados reconfirmam os resultados anteriores vistos em ensaios do AZD1222 em todas as populações adultas, mas é muito emocionante ver resultados de eficácia semelhante pela primeira vez em pessoas com mais de 65 anos de idade", disse Ann Falsey, professora do College of Medicine da Universidade de Rochester e uma das cientistas que conduziram os testes.

"Esta análise reconhece a vacina de Oxford/AstraZeneca contra a covid-19 como uma das opções de vacinação muito necessárias e oferece a confiança de que adultos de todas as idades podem se beneficiar da proteção contra o vírus", acrescentou, conforme reportado na AFP.

A vacina da AstraZeneca com a Universidade de Oxford é a principal aposta do governo brasileiro no plano de imunização contra a Covid-19.


Brasil 247

domingo, 21 de março de 2021

‘Abusos de Moro estão provados e não vemos risco de um novo golpe contra Lula’, diz Valeska Teixeira Martins


Para a advogada do ex-presidente, a declaração de suspeição do ex-juiz Moro é inevitável. “Quem leu os autos, leu as provas, leu as argumentações, tem certeza de que não há outra atitude a ser tomada senão seguir a lei”, disse Valeska à TV 247. Assista

19 de março de 2021

Valeska Teixeira Zanin Martins, Lula e Sergio Moro (Foto: Divulgação)

247 - Advogada do ex-presidente Lula, Valeska Teixeira Zanin Martins afirmou à TV 247 que a defesa não vê riscos de um novo ataque judicial contra o petista. Para ela, com todas as evidências levadas pelos advogados ao Supremo Tribunal Federal (STF), a declaração de suspeição do ex-juiz Sergio Moro é inevitável.

“Hoje, com os elementos trazidos pela defesa, acho que nós não lidamos mais com qualquer tipo de golpe, porque está tudo nos autos, está tudo descrito, protocolado, devidamente periciado. Então acho que nada mais do que a aplicação da lei é possível. Realmente nós não trabalhamos com qualquer tipo de hipótese de golpe. Não tenho dúvidas de que pessoas aliadas ao lavajatismo, aqui e acolá, gostariam que isso não fosse verdade, mas quem leu os autos, leu as provas, leu as argumentações, tem certeza de que não há outra atitude a ser tomada senão seguir a lei. Agora é uma questão de imagem do Judiciário, uma questão de democracia”, falou Valeska.

Ela explicou ainda o conceito por trás da suspeição de um juiz: “nós protocolamos este HC [de suspeição de Moro] no momento em que o ex-juiz aceitou ser ministro do presidente Bolsonaro. Ali nós entendemos que havia elemento probatório mais que suficiente para que ele fosse declarado parcial. O conceito de juiz parcial é aquele que se houver um cidadão médio que desconfie da imparcialidade do juízo, este juízo tem que se declarar suspeito para o bem da Justiça. Não pode haver desconfiança da população com relação ao sistema Judiciário porque é uma das causas de ruína da democracia. Isso é histórico. Estamos falando de um conceito de 100 anos, no mínimo”.

A Lava Jato, segundo a advogada, criou “construções teóricas fora da lei, fora do nosso ordenamento jurídico” com o objetivo de “manter Lula aprisionado dentro daquela jurisdição de Curitiba”. Ela revelou que a força-tarefa tinha um “Plano Lula”, que detalhava o funcionamento do lawfare contra o ex-presidente. A confirmação do fato só foi possível após a defesa ter acesso às mensagens trocadas entre procuradores da Lava Jato, obtidas por Walter Delgatti Neto e apreendidas pela Operação Spoofing, da Polícia Federal. “Mesmo sabendo sobre esse plano que havia para aniquilar o ex-presidente Lula, retirá-lo da vida política, nada nos preparou para o que nós estávamos ali lendo. Ficamos estarrecidos porque havia a confirmação integral de tudo que nós sempre falamos. A confirmação da existência de um ‘Plano Lula’. O ‘Plano Lula’ - e não sou eu que estou falando, não é uma interpretação, são exatamente as palavras do [Deltan] Dallagnol [ex-coordenador da Lava Jato] - significa mover muitas ações sem fundamento para que a defesa perca tempo, para que a defesa não consiga responder à altura os inúmeros ataques desse poderio estatal e condená-lo sem provas. Exatamente o que aconteceu”.“Também nesse ‘Plano Lula’ eles planejam acabar com o ex-presidente, reescrever a história do ex-presidente Lula e, com isso, pretendiam também criar um grupo político, como se tivesse um selo de qualidade da Lava Jato. Era um plano de poder, e esse plano de poder era financiado pela Operação Lava Jato”, completou a advogada.
Walter Delgatti Neto

Questionada sobre a importância de Delgatti, que levou as conversas trocadas por membros da Lava Jato à imprensa, Valeska destacou que a defesa do ex-presidente nunca teve contato com ele e que atualmente tem acesso aos materiais por meio do que foi apreendido pela Operação Spoofing, seguindo determinação do ministro do Supremo Ricardo Lewandowski.

A advogada, no entanto, ressaltou que Delgatti tem um “papel histórico” muito relevante para a defesa da democracia brasileira. “Nós nunca tivemos contato com o Walter Delgatti, mas acho que tem, obviamente, seu mérito de ter percebido o material que estava em seu poder, percebido que se tratava de sérias ilegalidades e de ter exposto isso procurando a mídia. Acho que é um papel histórico e deverá ser reconhecido. Nós, pessoalmente, não temos contato com ele e nosso arquivo vem da Operação Spoofing”.

Ela pediu ainda segurança reforçada ao hacker. “Acho importante que haja proteção também. Ele expôs ilegalidades que estavam sendo cometidas por agente estatais, e essa atuação merece uma proteção por parte do Estado brasileiro, sem dúvida alguma”.



Brasil 247