É assunto muito grave, até porque há um delegado e uma agente feridos e ainda com estilhaços de granada no corpo.
Não pode ficar no “aconteceu e pronto”, porque existem perguntas óbvias que precisam ser respondidas, até mesmo em respeito aos servidores do Estado que tiveram suas vidas expostas no episódio.
Quem montou a escala da equipe que foi prender Jefferson com apenas 4 agentes, sem coletes balísticos e armados apenas de pistolas, quando todos sabiam do histórico de violência do ex-deputado, posando para fotos e vídeos armado e com um registro de possuidor de armas de fogo acessível por qualquer terminal da Polícia Federal? Não se tratava de prender a Madre Teresa de Calcutá ou Mahatma Gandhi, sem histórico de violência.
Por que a equipe não era “operacional”, como disse o próprio agente que conversou com Jefferson, em clima afável, que os classificou como “burocráticos”, ao ponto de um deles, escrivão, portar apenas uma arma que “não funcionava”, segundo depuseram os policiais? Não havia tempo de reforçá-la, já que a ordem de prisão foi enviada à PF na véspera, sábado, 22?
Foi ou não montado um bloqueio nos acessos, já que o alvo da operação era personagem político de relevo entre o bolsonarismo e poderia haver, como houve, aglomeração de simpatizantes no local, inclusive com agressões físicas, como ocorreu com o cinegrafista espancado?
Quantas pessoas havia na casa no momento da abordagem policial? Quem autorizou a entrada das demais, que poderiam ser até tomadas como reféns? Especialmente, quem autorizou a entrada do suposto padre Kelmon? Ele foi revistado antes de entrar? De onde e como ele veio tão rápido, se passou todo o sábado em Brasília, comemorando seu aniversário com o atual presidente e sua mulher Michelle? Veio de voo comercial ou de jatinho fornecido por alguém?
Como chegaram a Roberto Jefferson as armas e os mais de 7 mil cartuchos de bala que estavam na casa? Quem foram os responsáveis pela vistoria da casa onde se faria a prisão domiciliar? Ela foi feita?
O superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, cuja a indicação passa pelo crivo pessoal de Jair Bolsonaro, não foi avisado e não acompanhou a operação improvisada na casa de Jefferson?
Todos estamos interessados em saber como agentes da lei foram gravemente expostos a uma situação de risco, diante de um terrorista, num processo que trata de terrorismo.
Tijolaço
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