sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Jornalista brasileiro que foi ao Donbass lançará livro sobre a guerra


"O povo esquecido" conta a história da guerra no Donbass a partir da experiência do jornalista no lado da trincheira que ninguém quis ir

24 de fevereiro de 2023

(Foto: Diário Causa Operária)


Diário Causa Operária - Enviado especial à Rússia e ao Donbass no ano passado, junto com o companheiro Rafael Dantas, o jornalista Eduardo Vasco, da redação do DCO e militante do PCO, acaba de escrever o livro-reportagem “O povo esquecido: uma história de genocídio e resistência no Donbass”. A obra, que está no prelo, será lançada nos próximos dias pelas Edições Causa Operária.

O evento de pré-lançamento ocorrerá na próxima segunda-feira (27) com um programa Análise Internacional especial sobre o aniversário de um ano do início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia. O programa contará com a participação de Rui Costa Pimenta e Robinson Farinazzo, como sempre, e também de convidados Rogério Anitablian, Lejeune Mirhan e José Reinaldo de Carvalho (TV 247). Ele é transmitido pelo canal do DCO e dos parceiros, como Arte da Guerra, do Comandante Robinson. Este programa especial será retransmitido por uma rede de canais progressistas.

Nesta entrevista ao DCO, no dia em que a operação russa completa seu primeiro aniversário, Vasco faz algumas observações sobre a realidade russa e a verdade que a imprensa burguesa esconde sobre o conflito, além de trazer uma prévia do que o leitor poderá encontrar em seu livro.

1. Do que você mais gostou nessa cobertura exclusiva?

Sempre foi um sonho conhecer a Rússia, a terra da Revolução e do primeiro estado operário do mundo. Pode parecer uma resposta clichê, mas eu gostei de absolutamente tudo (risos). Em particular da cultura russa, no sentido do comportamento dos cidadãos. A maioria das pessoas vê como positivo o passado soviético, apesar de todos os erros e crimes da burocracia stalinista. No Donbass, a melhor coisa foi ver com os próprios olhos aquela guerra que eles travam com os ucranianos e a construção de um governo formado por trabalhadores.

2. Qual a diferença entre o que a imprensa fala e o que realmente acontece?

Uma diferença absurda. O que a imprensa diz é o oposto da realidade. A Rússia não está quebrada economicamente, ela vai muito bem. O presidente Vladimir Putin é muito popular e os russos, em geral, entendem o motivo e apoiam a operação militar especial. A imprensa esconde o massacre que ocorre no Donbass e a realidade é que em nove anos de guerra do exército ucraniano contra aquela população, cerca de 15 mil pessoas morreram, sendo o alvo preferencial da Ucrânia a população civil.

3. Vocês participaram de um programa de televisão?

Sim, em Rostov do Don. Conhecemos um grupo de professoras da Universidade de Rostov e elas nos apresentaram a jornalistas do canal Don 24, um canal aberto e transmitido para todo o oblast (estado) de Rostov e para outras regiões da Rússia, com um público de 40 milhões de pessoas. Fomos entrevistados junto com uma ex-guerrilheira de Lugansk sobre o conflito e falamos um pouco sobre a percepção da guerra no Brasil e os reais motivos escondidos pela imprensa. Achei muito interessante que o jornalista, ao contrário dos apresentadores das TVs brasileiras, era um cara progressista e anti-imperialista. O canal também transmitiu um congresso para o qual fomos convidados, de organizações antifascistas do Donbass e do mundo todo. Algo que jamais esperaríamos de uma emissora brasileira.


Brasil 247

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