Figura controversa na política piauiense, Mão Santa foi cassado do cargo de governador em 2001 por abuso de poder econômico e responde a um processo por crime de peculato. O ex-senador tem histórico de empregar parentes e condenados em seus mandatos
14 de agosto de 2019
(Foto: Foto: Divulgação)
William De Lucca, 247 - O presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez um duro discurso contra a corrupção durante sua visita a Parnaíba, no interior do Piauí, nesta quarta-feira (14). O curioso é que o presidente fez o discurso acompanhado do prefeito da cidade, Mão Santa (sem partido), cassado do cargo de governador do Piauí por abuso de poder econômico e é conhecido por empregar famíliares por onde passa.
Em 2001, Mão Santa teve seu mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por sete votos a zero, respondendo a um processo por abuso de poder econômico.
Nove anos depois, em 2010, o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou denúncia contra o ex-governador por crime de peculato, quando um funcionário público usa a função para desviar recursos em benefício dele e de terceiros. O processo ainda tramita no Supremo.
Nepotismo
Em sete anos à frente do governo, nomeou familiares para cargos no primeiro escalão. A esposa, Adalgisa Moraes Souza, presidiu o Serviço Social do Estado e após sua saída do governo foi eleita sua primeira suplente no Senado Federal.
Seu filho, Francisco de Assis de Moraes Souza Júnior, e seus irmãos Paulo de Tarso de Morais de Sousa e Moraes Souza, também ocuparam cargos no governo: chefe da Casa Civil, secretário de Fazenda e secretário de Indústria e Comércio, respectivamente.
Na Prefeitura de Parnaíba, a família de Mão Santa também tem cargos no primeiro escalão: Adalgisa é secretária municipal de Desenvolvimento Social, e sua filha, Maria das Graças, é secretária de Habitação e secretária interina de Urbanismo.
Assessores presos, presos assessores
O Superintendente de Ações em Saúde e Acompanhamentos de Projetos da Prefeitura de Parnaíba, Breno Leandro Rodrigues dos Santos, , preso desde julho por furto qualificado a mais de cinco anos de prisão, continua recebendo salários do poder público.
Em julho, ele recebeu R$ 5 mil salário e ainda 1/3 de férias proporcionais, somando R$ 6.666,66.
Outro assessor, Claudio Veras, ocupou o cargo de Assessor da Central de Licitações e Contratos da Prefeitura de Parnaíba, mesmo com uma condenação por tráfico de drogas.
Leandro Rodrigues de Souza, que ocupou o cargo de Diretor de Gestão Patrimonial e Operacional da Secretaria Municipal de Saúde também foi nomeado mesmo após ser condenado por tráfico.
O genro de Mão Santa, Luiz Nunes Neto, foi preso em maio na Operação Nullius, que investiga acusados de crimes de grilagens de terras no Piauí. Ele é casado com Cassanda Moraes Souza, filha do prefeito e delegada na cidade.
Brasil 247
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