sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Reinaldo Azevedo diz que 'método da loucura' levará Bolsonaro à derrota


O jornalista Reinaldo Azevedo escreve em seu blog que Jair Bolsonaro já está em campanha pela reeleição. Argumenta que o jogo do ocupante do Planalto "tem zero de improviso e cem por cento de método", mas que são grandes as chances de ele ser derrotado

9 de agosto de 2019


247 - O jornalista Reinaldo Azevedo escreve em sua coluna na Folha de S.Paulo que Jair Bolsonaro já está em campanha pela reeleição. Argumenta que o jogo do ocupante do Planalto "tem zero de improviso e cem por cento de método", mas que são grandes as chances de ele ser derrotado. 

"O presidente já passou a operar no modo eleitoral. Deflagrou a campanha pela reeleição tão logo a Câmara aprovou em primeira votação a reforma da Previdência. O placar alargado, reafirmado com poucas defecções na quarta (7), lhe deu a certeza de que o jogo da economia está ganho. Aí já há um erro essencial de diagnóstico, note-se" - escreve o jornalista. 

[Bolsonaro] "Nunca pretendeu, vê-se agora, governar efetivamente o país. Ele quer o poder de mando, o que é coisa distinta. Um governante negocia, tenta convencer, concede e obtém concessões de adversários". "O atual inquilino do Palácio do Planalto só entende manifestações de rebeldia —como a sua quando militar— e de obediência. Vê-se no papel de líder de uma pretensa revolução moral que vai enterrar o 'socialismo' ". 

"Não é improviso, mas há muito de loucura no tal método. Incapaz de entender ainda que rudimentos de economia e gestão, houve por bem deflagrar uma nova guerra ideológica já de olho em 2022. O país mal saiu da ressaca pesada do ano passado". 

"Está de volta o defensor da ditadura, o apologista da tortura, o justificador de decapitações em presídios, o inimigo do meio ambiente, o adversário dos índios, o zombeteiro dos direitos humanos, o fanático das armas, o depreciador de minorias, o propagador do ódio à imprensa livre..." 

"Esse jogo que consiste em manter aniquilado o centro e seus matizes —centro-direita e centro-esquerda— e em travar batalhas finalistas com uma esquerda radicalizada vai dar certo? Tudo leva a crer que não. E nem tanto em razão de atores internos."



Brasil 247

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