domingo, 22 de novembro de 2020

A influência de Aécio Neves se mantém em MG, agora com um pé na canoa do prefeito Kalil. Por Geraldo Elísio

 Publicado por Diario do Centro do Mundo

22 de novembro de 2020

Alexandre Kalil, com Anastasia e Aécio, em 2016. foto: George Gianni/PSDB-divulgação

O resultado das últimas eleições em Minas Gerais oferece visões subjetivas. Porém nada distantes da realidade. O curso da pandemia provocada pela corona vírus e o desenrolar das questões econômicas em primeiro lugar evidenciam um arrefecimento marcado com o modus operandi do presidente Bolsonaro.

Não sei se fosse hoje o capitão obteria o mesmo resultado nas urnas. Começa a circular com maior desenvoltura um sentimento de o mesmo estar despreparado para as funções que exerce ao mesmo tempo em que as ondas de acusações envolvendo os familiares dele se desdobram

A economia declina sensivelmente, baseada em uma rede de commodities cercada por barragens de rejeitos impregnadas de risco para expressiva parte da população. Tanto o presidente Bolsonaro quanto o governador Romeu Zema, deles não se pode dizer serem figuras expressivas de um tradicional quadro político. E não dão a atenção devida a tais episódios. Querem resolver o presente sem se preocupar com problemas futuros.

Lógico, a exemplo de todo o Brasil, não ocorreu um programado e desejado derretimento das esquerdas. A meu ver o resultado das urnas exibiu uma variação metodológica apontando para outro rumo com o empoderamento de metas e objetivos distantes mesmo para alguns grupos mais atentos. Porém tudo ligado ao campo progressista.

Entretanto, bem ao jeito mineiro, percebe-se uma atitude adjacente com o nítido propósito de beneficiar o atual senador Aécio Neves, até hoje blindado em função de erros cometidos anteriormente a exemplo da construção da cidade administrativa, os entreveros da censura do governo dele com a imprensa, o custo da edificação da imponente e falha nova sede governamental e os propalados envolvimentos com drogas pesadas.

Quem e por que blindam Aécio devedor ainda de explicações convincentes relativas às contas dos bancos em paraísos fiscais? Por que somente ele se beneficia dos oráculos da moral e dos bons costumes, bem como das santidades em profusão nos oratórios? Em Minas, nos meios mais elevados e recônditos da política, o que não faltam são comentários de que o prefeito reeleito de Belo Horizonte e o senador Antônio Anastasia podem estar em uma mesma empreitada.

Fuad Noman, vice e homem de confiança do reeleito Alexandre Kalil – será mera coincidência ou, como diria Freud, uma armação do inconsciente? – é do mesmo PSD do senador Antônio Anastasia, que era tucano e foi braço direito de Aécio. O próprio Kalil concorreu pelo PSD.

Pessoas, sob promessa de “eterno sigilo da fonte”, garantem que de novo “tudo está sendo armado pela ex-prisioneira Andréa Neves, visto a necessidade premente do irmão dela se ver obrigado a manter privilégios e prerrogativas que o livrem de sérios constrangimentos. O papel dela, que o criou e o destruiu, já foi cumprido”.

Ela já foi presa não por razoes políticas (o que não se justificaria), mas assim mesmo não quer ver o pimpolho em maus lençóis.

Isto, a meu ver, é que tem levado a política e a imprensa tradicional a manter um silêncio sepulcral relativo a esta questão. Nesse caso, a pandemia e a crise econômica econômica servem para que terceiros, à parte, se beneficiem da situação delicada vivenciada nas montanhas mineiras.

A pandemia desvia o foco de outro vírus, o do aecismo, que continua a circular.

Com isso concorda também o meu interlocutor.


Diário do Centro do Mundo   -   DCM

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