terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Cristina Serra escreve sobre o agronegócio e “a agenda da morte”


A jornalista denuncia a sequência de assassinato cometidas a mando de fazendeiros, a maioria sem qualquer punição

15 de fevereiro de 2022
Cristina Serra e residência invadida na zona rural de Barreiros, na Zona da Mata Sul de Pernambuco (Foto: Reprodução/Youtube | Reprodução/WhatsApp)


247 - A jornalista Cristina Serra escreveu em sua coluna na Folha de S.Paulo sobre o assassinato de Jonatas, de nove anos, filho de Geovane da Silva Santos, líder de trabalhadores rurais, também assassinado a tiros, em Barreiros, Pernambuco, por pistoleiros que invadiram a casa da família. “Aterrorizado, o menino estava escondido embaixo da cama, de onde foi arrancado para ser executado na frente dos pais”, escreveu Serra.

A jornalista apresentou uma decorrência política do duplo assassinato: “Até o momento em que escrevo, não vi nenhuma manifestação de indignação por parte do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). Oferta de proteção à família do pai da criança, Geovane da Silva Santos? Nada. O crime aconteceu há quatro dias [no dia 10 de fevereiro]”.

A morte de Jonatas, para a jornalista, traça um trágico paralelo com João Cabral de Melo Neto, em Morte e Vida Severina, que “permanece dolorosamente atual, quase 70 anos depois: a cova com ‘palmos medida (…) é a parte que te cabe deste latifúndio’”.

A seguir, apresenta uma lista de “mártires pós-redemocratização”, todos assassinados: Padre Josimo Tavares, Paulo Fonteles, João Carlos Batista, Chico Mendes, Dorothy Stang, José Cláudio e Maria do Espírito Santo, a família de Zé do Lago (chacinada um mês atrás) são alguns deles. Corumbiara, Eldorado do Carajás, Fazenda Primavera, Taquaruçu do Norte, Pau d’Arco? “São chacinas de trabalhadores rurais, a maioria ainda impune”, completou.


Brasil 247

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