quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

"Para salvar Moro, Merval arrasta para a parcialidade toda a Justiça brasileira", afirmam Streck e Carvalho


Em artigo, Merval Pereira defendeu que Moro não pode ser condenado por parcialidade contra Lula, visto que todo o sistema judicial brasileiro seria parcial

17 de fevereiro de 2022

Lenio Streck, Merval Pereira e Marco Aurélio de Carvalho (Foto: Reprodução | Bruno Salles Ribeiro/Prerrogativas)


247 - O jurista, professor e advogado Lenio Streck e o advogado e coordenador do ​​​​Grupo Prerrogativas Marco Aurélio de Carvalho, em artigo publicado no jornal O Globo nesta quinta-feira (17), rebatem coluna do jornalista Merval Pereira no qual afirma, para defender o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), que a imparcialidade não existe.

Moro foi declarado parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nos processos contra o ex-presidente Lula (PT) na Lava Jato. Assim, os processos e condenações contra o petista foram anuladas.

Segundo Streck e Carvalho, Merval tenta criar uma “paradoxalidade: se a imparcialidade não existe, Moro não poderia ter sido declarado parcial. Se tudo é, nada poderá ser então".

"Para salvar a parcialidade de Moro, Merval arrasta para a parcialidade toda a Justiça brasileira. Algo paradoxal do tipo 'não existe erro se todos estão errados'", declaram os especialistas.

Se a imparcialidade não existe, eles argumentam, tribunais de todo o mundo estão errados ao buscarem agir dentro deste princípio. Segundo Streck e Carvalho, ou a “crença” de Merval Pereira "esconde um alto grau de tolerância com uma Justiça criminosamente parcial e seletiva para alguns, ou ainda um desejo inconfessável pelo construção de uma tal terceira via cada vez mais distante e improvável", visto que o jornalista é crítico contumaz de Lula e Jair Bolsonaro (PL) e tenta emplacar Moro como candidato à Presidência da República.

"A mesma coragem que Merval tem para debater esses temas deveria guiá-lo a uma autocrítica necessária sobre o seu papel na construção do lavajatismo e do bolsonarismo jurídico. Onde a parcialidade é o 'normal'", concluem os autores.


Brasil 247

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